Capítulo 47
Ele pegou o café, tomou um gole e, com um sorriso frio, disse:

- Vim aqui para tratar de um projeto e, de quebra, ver se você ainda estava viva. Não pense que me importo com você.

Uma onda de amargura avassaladora inundou o coração de Lúcia, dificultando sua respiração. Parecia que um martelo golpeava seu coração, fazendo seu corpo tremer de dor.

Então, Sílvio havia deixado Giovana para vir aqui por causa de um projeto, por interesse. Não era por preocupação, carinho ou amor.

Os cílios de Lúcia tremeram, as lágrimas se acumularam sem cair. A verdadeira tola era ela.

Desabafar suas mágoas não adiantava nada. Oferecer seu coração dilacerado em suas mãos só resultaria em mais dor, com Sílvio pisoteando-o sem piedade.

- Afinal, você ainda é minha esposa, ao menos no papel. Se você morrer, cuidar do seu corpo será minha responsabilidade.

Cuidar do corpo dela era sua responsabilidade.

Proteger e cuidar dela, não era sua responsabilidade...

Lúcia pegou uma xícara, encheu-a com café e, com o
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