Lúcia percebeu que Sílvio não estava reagindo e decidiu aumentar a aposta. De repente, agarrou a tesoura e a direcionou com força em direção à própria barriga.Quando a lâmina estava prestes a perfurar sua pele, num piscar de olhos, Sílvio agarrou a lâmina da tesoura com a mão, com precisão e força.A lâmina cortou a palma de sua mão, causando-lhe uma dor intensa que fez com que ele franzisse a testa.O sangue escorreu de sua mão, pingando no chão. Lúcia sabia que tinha vencido a aposta, a tesoura foi arrancada de sua mão e caiu no chão com um estrondo.— Você odeia tanto assim esse filho? Lúcia, você é ainda mais desprezível do que eu imaginava! — Sílvio agarrou sua garganta com a outra mão, seu rosto estava tenso, e as veias em sua testa pulsavam de raiva.Lúcia sentia uma dor tão profunda que já não conseguia chorar; suas lágrimas haviam secado. Ela olhou para ele com um sorriso irônico:— Sílvio, pare de enrolar. Se quer que eu tenha esse filho, então assine os papéis! Caso contrár
Lúcia bloqueou novamente o caminho de Sílvio.— O que você quer agora? Ainda não acabou com essa confusão? — Sílvio perguntou, impaciente.Lúcia deu um leve sorriso:— Sílvio, você ainda me deve uma última coisa!— Você nunca se cansa, né? — Sílvio estreitou os olhos.Lúcia o observou, murmurando:— Você precisa me prometer uma coisa. Não importa o que aconteça no futuro, você deve deixar de lado o ódio e cuidar dos meus pais até o fim de suas vidas! E proteger a família Baptista!— Lúcia, quem te deu coragem pra falar assim comigo? — Sílvio agarrou bruscamente o pescoço dela, empurrando-a contra a parede, com os olhos cheios de fúria.Ele já havia cedido a tantas exigências absurdas, e agora ela ainda queria que ele fizesse um juramento? Ela achava que era quem? Eles eram inimigos jurados, com sangue derramado entre suas famílias!Ela estava se aproveitando do fato de que ele se importava com aquela criança, para fazer mais e mais exigências irracionais!Antes, quando ele ficava irrit
— Eu, Sílvio, juro que, aconteça o que acontecer, independentemente de qualquer adversidade, cuidarei do bem-estar dos meus sogros, garantindo que tenham uma vida digna! Vou proteger a família Baptista!— E se quebrar essa promessa, você ficará sem filhos, amaldiçoado para sempre! — Lúcia acrescentou, sorrindo enquanto olhava para ele.Sílvio não podia acreditar que sua esposa, que havia concordado em ter filhos com ele, agora o estava forçando a fazer um juramento tão pesado! Parecia que os papéis entre eles haviam se invertido.O peso daquela situação fez os olhos de Sílvio arderem, lágrimas silenciosas escorreram pelo seu rosto enquanto ele repetia com os dentes cerrados: — Se eu quebrar esse juramento, eu, Sílvio, ficarei sem filhos, amaldiçoado para sempre!Sílvio gritou com raiva:— Está satisfeita?Lúcia estremeceu de medo.Ele a soltou bruscamente, sem sequer olhá-la, e virou-se para sair.— Mande os seguranças embora. Eu prometi não abortar, e vou cumprir! — Lúcia disse, firm
Lúcia estava prestes a responder que não iria, pensando que, se fosse, ele acabaria perdendo ainda mais o apetite.Marina começou a falar animadamente à sua frente: — Srta. Lúcia, os seguranças lá de baixo não estão mais por aqui. Isso significa que a senhora pode sair para dar uma volta e respirar um pouco, né?Então era verdade, ele realmente mandou os seguranças embora.Lúcia ficou ligeiramente surpresa.— Srta. Lúcia, preciso te agradecer. O Sr. Sílvio aumentou meu salário em dois mil reais, só para que eu cuide bem da senhora e prepare suas refeições favoritas. Ele é realmente uma boa pessoa.Lúcia sabia a verdade, mas preferiu não comentar. Boa pessoa? Ele era o pior dos ingratos!Mesmo assim, não queria piorar a situação. Depois de sua morte, seus pais e a família Baptista precisariam do apoio de Sílvio.Além disso, Leopoldo sempre a tratou bem, e ela não queria colocá-lo em uma situação difícil.Lúcia então disse a Marina: — Marina, faça o favor de preparar um pouco de sopa n
Os olhos de Giovana se encheram de lágrimas imediatamente, e ela começou a gemer: — Ah, está doendo! Lúcia, eu e Sílvio somos inocentes. Nossa relação não é como você pensa.Lúcia ficou furiosa ao ver aquela falsa fragilidade, com Giovana se fazendo de fraca. Colocou o recipiente térmico no armário ao lado da cama e apertou ainda mais o pulso de Giovana.Inocentes? E ainda tinha a coragem de dizer que a relação deles era diferente do que ela imaginava?Sílvio havia admitido para ela, mais de uma vez, que eles já tinham feito de tudo!— Giovana, você tem noção de quão nojento é esse seu teatrinho? — Lúcia deu uma risada irônica.Giovana virou o rosto e pediu ajuda a Sílvio, que estava em silêncio na cama: — Sílvio, meu pulso está doendo muito.— Se você continuar com essa palhaçada e não soltá-la agora, vai acabar perdendo essa mão! — Sílvio não queria realmente defender Giovana, mas, lembrando do juramento forçado que Lúcia o obrigou a fazer no dia anterior e das exigências absurdas
Giovana estava furiosa por dentro. Como não ficar irritada ao ser rejeitada pelo homem que amava? Mas não tinha escolha, ainda não havia conquistado sua posição, então só podia engolir o orgulho e suportar!Com isso em mente, Giovana se levantou e saiu rapidamente do quarto.Sílvio fumou vários cigarros, mas seu semblante continuava carregado. Quando seus olhos caíram sobre o recipiente térmico no armário, sua expressão relaxou um pouco. Ele o pegou com uma das mãos e o abriu.A sopa ainda estava quente e, antes mesmo de provar, ele já podia sentir o aroma apetitoso.Um sorriso quase imperceptível apareceu em seus lábios enquanto ele levava uma colherada aos lábios.Nesse momento, Leopoldo entrou no quarto, carregando uma sacola de frutas. Ele não sabia o que havia acontecido minutos antes, mas ao ver que o presidente havia bebido toda a sopa com um leve sorriso no rosto, supôs que seu humor estava melhor.Leopoldo reconheceu o recipiente como sendo o que Lúcia havia trazido.— A Sra.
— Lúcia, você teve a audácia de me bater? — Giovana exclamou, segurando o rosto enquanto se levantava do chão.Lúcia soltou uma risada fria:— Você veio até aqui para tentar causar discórdia entre nós, não estava pedindo outra coisa? Giovana, estou avisando, pare de me provocar!— Você! — Giovana tentou revidar com um tapa.Lúcia rapidamente agarrou o pulso dela, soltando um sorriso de desprezo:— Lembra quando você fazia de tudo para ser minha amiga, me seguindo como um cachorrinho? Esqueceu tão rápido os dias em que se humilhava? E ainda há pouco, eu te afundei na fonte do hospital, já está com saudade?— Cala a boca, Lúcia! — Giovana gritou, o rosto vermelho de vergonha, tentando se libertar, mas a força de Lúcia era avassaladora.Lúcia a soltou bruscamente, fazendo Giovana quase perder o equilíbrio, se segurando por pouco na maçaneta de vidro.— A carta na manga que eu tenho agora é a criança que carrego. Você não pode comigo! Melhor aprender a ficar no seu lugar! — Lúcia disse, vi
— Srta. Lúcia, eu sugiro que você vá ao hospital. A saúde é o que importa. — Basílio disse, olhando para ela com preocupação.Lúcia sentiu um calor inesperado no peito. Percebeu a ironia cruel da situação: até um estranho se preocupava mais com ela do que Sílvio, o próprio marido!Mas ela não podia culpar Sílvio completamente. Era a dívida da família Baptista, e como filha única, era seu dever pagar.Ainda assim, a tristeza, a decepção e o desânimo a consumiam.Basílio chamou seu nome suavemente algumas vezes, trazendo-a de volta à realidade.Quando ele novamente sugeriu levá-la ao hospital, Lúcia sorriu amargamente:— Não precisa, Sr. Basílio. Eu conheço bem meu corpo. Mas o que o senhor faz por aqui?— Acabei de fechar um contrato e estava de passagem. Quando vi alguém que parecia com você, decidi parar. E era mesmo você. — Basílio segurava o guarda-chuva para ela, os lábios curvados num sorriso. — Onde você mora? Eu te levo para casa.— Não precisa se incomodar.— Não é incômodo nen