Agatha sentiu a urgência de Valentina. Sem rodeios, ela olhou para Fábio e então disse para Valentina: — Vali, você sabia? Naquele dia, na cidade JC, quando eu te liguei pedindo ajuda, eu fiz de propósito. Alguém me pediu para te levar até aquela estrada. E sabe por que eu aceitei? Porque eu queria que algo acontecesse com você, para que você não pudesse mais atrapalhar o meu caminho. Mas, infelizmente... Enquanto Agatha falava, ela esperava ver uma expressão de choque no rosto de Valentina. Mas ficou desapontada. Desapontada a ponto de até esquecer o que ia dizer em seguida. Em vez disso, ela perguntou a Valentina: — Por que você está reagindo assim? "Não deveria ser essa reação tão calma, deveria?" Ela ouviu dizer que naquela noite Valentina quase sofreu um acidente de carro. Não deveria ser essa reação. Ela não deveria apenas sorrir levemente e, ainda por cima, responder com uma voz extremamente tranquila. — Eu já sabia. Como se estivesse falando sobre o clima.
Agatha viu e seus olhos brilharam com um traço de esperança. No entanto, aquela figura apenas hesitou por um instante antes de continuar andando e logo desaparecer na curva do corredor. O coração de Agatha deu um salto, como se algo dentro dela tivesse escapado completamente. ... — Vali, eu... No caminho de volta ao salão, Fábio seguia atrás de Valentina. Ele se sentia culpado por tudo o que tinha acontecido naquele dia. Hoje era a final do concurso do design de joias, mas foi interrompida por causa de um problema de sua família. Tudo o que Agatha fez, no final das contas, era direcionado contra a família Junqueira e contra ele. Além disso, havia algo que ele não contou a Valentina... Fábio tinha tantas coisas que queria explicar, mas mal abriu a boca, e Valentina, como se já soubesse o que ele queria dizer, o interrompeu. — Fábio... — Valentina parou de andar, cortando suas palavras. Naquele momento, havia uma sinceridade em seus olhos misturada com seriedade, c
O coração de Valentina batia descontroladamente. Aquela sensação de inquietação ficava cada vez mais intensa. Ela saiu rapidamente da mesa dos jurados, fez todos os preparativos necessários e voltou para os bastidores. As imagens das câmeras de segurança já estavam sendo exibidas. Os funcionários ao lado de Valentina, sem ousar relaxar por um instante, examinavam atentamente os vídeos em busca daquela figura. Mas... A pessoa que havia lhe entregado a caixa de joias parecia ter desaparecido no ar, como se nunca tivesse existido. — Como... Como isso é possível? Tenho certeza... Tenho certeza de que foi um homem quem me entregou. Ele não era muito alto, usava uma máscara e não tinha mais nada de especial... Os funcionários tentavam descrever as características daquele homem. Mas, mesmo seguindo as descrições, e com todos procurando em cada canto, ninguém conseguiu encontrá-lo. Valentina sentiu ainda mais que havia algo errado. "Quem é ele? Por que enviou este anel? Qua
— Quem é ele? — Uma voz soou ao lado de Rafaella. Rafaella voltou à realidade, se virando para olhar Mateus, que estava ao seu lado. Mateus tinha ouvido o sussurro de Rafaella de mais cedo, quando ela murmurou baixinho "Desculpe, irmão", e também seguiu a direção do olhar dela, se fixando naquela silhueta. Aquela silhueta parecia... Mateus franziu ligeiramente as sobrancelhas. Rafaella percebeu o que ele estava pensando e rapidamente explicou: — A silhueta dele parece com a do meu irmão. Só a silhueta, mais nada. Não é ele. — É mesmo? Na memória de Mateus, ele nunca tinha ouvido Rafaella mencionar algo sobre um irmão. Ele não tinha interesse algum no irmão de Rafaella, mas aquela silhueta... — Eu o conheço? — Mateus perguntou de repente, sentindo que aquela figura lhe parecia familiar. O coração de Rafaella disparou. — Como você poderia conhecê-lo? Você não o conhece! Não conhecia mesmo? Havia um leve traço de decepção nos olhos de Mateus. De repente, ele vi
Ela havia imaginado de várias formas como seria o encontro entre as duas, mas, ainda assim, seu coração continuava inseguro. A assistente parecia ter percebido o que ela estava pensando naquele momento. — Senhora, a senhora quer ver a senhorita? — Perguntou a assistente. Se a senhora quisesse, ela poderia organizar isso imediatamente. Mas a mulher ficou em silêncio por um bom tempo e, no final, balançou a cabeça. — Não, vamos esperar mais um pouco... Esperar mais um pouco... Seja na cidade JC ou na cidade HC, a senhora já havia espiado a senhorita várias vezes às escondidas, sempre de longe, sem se aproximar. Ela parecia ter medo de se aproximar. A assistente não perguntou mais nada. O quarto ficou em silêncio por um momento, até que a mulher falou de repente: — E ele? Ao pronunciar "ele", havia nitidamente um tom de frieza em seus olhos, tão claro que fez a assistente estremecer. — Ele está no País A. — Respondeu a assistente, que sempre mantinha controle sob
Sob o olhar atento de todos, uma jovem de vestido branco cobria o rosto com as mãos, visivelmente após receber um tapa. Ela estava completamente desorientada, parecendo ignorar a dor da bofetada enquanto pedia desculpas repetidamente à pessoa que a havia agredido: — Desculpe, irmã, eu... Eu... Antes que pudesse terminar, um homem deu um passo à frente e a colocou atrás de si, protegendo ela. Ele encarou a mulher de preto à sua frente com um olhar furioso: — Com que direito você bate nela? — Aderbal, por favor, não culpe minha irmã. Fui eu quem a deixou chateada, a culpa é toda minha. A jovem de branco parecia tão frágil quanto uma flor esmagada. E o motivo de estar "esmagada"... Aos olhos do homem, era exclusivamente culpa daquela que a jovem chamava de "irmã". Quanto mais frágil ela parecia, mais despertava o instinto protetor dele. Mas, aos olhos da mulher de preto... Valentina observava a cena com interesse. A mulher de preto parecia impassível, como se já estive
"Ele realmente conhece a Sra. Mello?" Cássia observava Henrico caminhando ao lado da Sra. Mello em direção ao grupo, mantendo uma certa distância entre eles, como se quisessem evitar rumores. "Será que eles têm uma relação íntima?" Os olhos de Cássia brilharam com uma leve desconfiança enquanto começava a maquinar possibilidades em sua mente. Quando a Sra. Mello estava prestes a se aproximar da multidão, Henrico parou, mas seus olhos continuaram seguindo ela. Cássia observava a mulher que, mesmo grávida, permanecia deslumbrantemente bela. Uma emoção estranha surgiu em seu coração. Ela mesma não conseguia identificar se era inveja ou admiração. "Ela tem tanta sorte." E ela própria... Cássia começou a procurar por Selene e rapidamente a encontrou na multidão. Com um vestido preto, Selene se destacava entre as pessoas. Ela dançava com entusiasmo, se divertindo muito, como se o que Aderbal havia dito sobre romper o noivado não tivesse a atingido nem um pouco. "Como ela po
Ao ver a figura de preto prestes a colidir com ela, Valentina gritou instintivamente:— Mateus...Nesse momento, no aeroporto da cidade HC.O homem levou a mão ao peito, e a expressão sob a máscara se franziu. O pânico súbito fez sua cabeça rodopiar, e ele sentiu uma vertigem intensa.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa ao seu lado, que percebeu sua anormalidade, perguntou com preocupação.O homem tentou acalmar o turbilhão na mente, mas seu coração parecia ser apertado por uma grande mão, e a dor que sentia era algo que ele nunca experimentara antes.Uma sensação de medo surgiu em seu peito, e gradualmente, um pavor avassalador o envolveu.Ele até podia ouvir o som do seu próprio coração batendo descontroladamente.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa, vendo sua situação, perguntou novamente.O homem respirou profundamente, fez um gesto com a mão e tentou afastar a sensação de terror, mas ela ainda o acompanhava.O que estava acontecendo com ele?Nesse momento, Valentina fechou