Ao ver a figura de preto prestes a colidir com ela, Valentina gritou instintivamente:— Mateus...Nesse momento, no aeroporto da cidade HC.O homem levou a mão ao peito, e a expressão sob a máscara se franziu. O pânico súbito fez sua cabeça rodopiar, e ele sentiu uma vertigem intensa.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa ao seu lado, que percebeu sua anormalidade, perguntou com preocupação.O homem tentou acalmar o turbilhão na mente, mas seu coração parecia ser apertado por uma grande mão, e a dor que sentia era algo que ele nunca experimentara antes.Uma sensação de medo surgiu em seu peito, e gradualmente, um pavor avassalador o envolveu.Ele até podia ouvir o som do seu próprio coração batendo descontroladamente.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa, vendo sua situação, perguntou novamente.O homem respirou profundamente, fez um gesto com a mão e tentou afastar a sensação de terror, mas ela ainda o acompanhava.O que estava acontecendo com ele?Nesse momento, Valentina fechou
Valentina lançou um sorriso tranquilizador para a Sra. Nina: — Vovó, estou realmente bem. — Mesmo assim, é melhor dar uma olhada. A Sra. Nina insistiu com firmeza. Valentina, porém, não estava disposta a deixar que uma mulher tão astuta se aproximasse dela. Sem outra alternativa, olhou para Cássia. — Você é profissional? — Sou, sim. Cássia assentiu rapidamente. Não sabia por quê, mas a senhora Mello à sua frente, embora tivesse um ar muito gentil, emanava uma aura opressora que a deixava desconfortável. Se esforçando para disfarçar sua insegurança, Cássia tentou sorrir com doçura, se empenhando ao máximo para demonstrar boa vontade à senhora Mello. Valentina percebeu claramente essa "boa vontade". Era apenas uma falsa gentileza. Observando a cena, ela perguntou com suavidade: — Você é médica? Cássia ficou um pouco atônita antes de balançar a cabeça. — Não. Valentina continuou: — É enfermeira? Cássia hesitou por um instante. — Não, mas eu... Antes que
No jantar de gala, as socialites que compareceram ao evento, após cumprimentarem Valentina, mantinham distância, temendo causar algum incidente inesperado que pudesse desagradar a Sra. Mello. Quanto mais invejavam a Sra. Mello, mais se esforçavam para agradar a Sra. Nina. Em meio à multidão tentando atrair a atenção da Sra. Nina, Cássia não conseguia sequer se aproximar. Selene, por sua vez, se mantinha à margem e tampouco fazia questão de agradá-la. A cena no jardim de alguns momentos atrás se repetia incessantemente na mente de Selene. Ela ainda podia lembrar nitidamente do momento em que pressionou aquele homem contra o chão, assim como da sensação dos lábios se tocando. Sua mente era um turbilhão. "O que está acontecendo comigo?" Pensou Selene. Tentando afastar os pensamentos, fez um esforço para limpar a mente, mas aquelas lembranças eram como um feitiço que se recusava a desaparecer. Quanto mais tentava, mais seu rosto ardia. Percebendo que ninguém parecia notar s
Num instante, parecia que um raio de luz explodira na mente de Henrico. E, junto com isso, veio o pânico. Selene também estava perdida. Ela ouvira claramente aquelas palavras dele: "Não é de verdade!" Mas... Quando ouviu, já era tarde demais para interromper seu movimento. A situação agora... Ela provavelmente entendera tudo errado! "Será que devo pedir desculpas?" O rosto de Selene estava cheio de constrangimento. Instintivamente, ela recuou, pronta para se desculpar sinceramente, explicando que não fora intencional. Mas, como já tinham ido longe demais, Henrico não permitiria que a única "testemunha" percebesse algo errado. — Não se mexa. — Henrico falou em voz baixa, com uma das mãos apoiando suas costas, impedindo que ela recuasse nem um centímetro. Selene congelou seus movimentos. Seus lábios ainda estavam colados aos dele. Seu corpo estava rígido, e sua mente, em branco. Ela sentia claramente a respiração do homem. Mesmo que fosse apenas um toque de lábios,
"Quem poderia ser para fazê-lo mostrar essa expressão?" Selene estava curiosa. Seu instinto lhe dizia que essa pessoa devia ser muito especial. Ela observou o olhar de Henrico, tentando encontrar nele algum traço de ambiguidade. Mas, além de admiração, não havia mais nada. Isso a deixou ainda mais intrigada. Infelizmente, Henrico não respondeu, nem sequer continuou o assunto. Ele lançou um olhar para o espelho no final do corredor, onde o casal continuava seu momento de paixão ardente. Justo quando pareciam prestes a seguir até o fim ali mesmo, finalmente se separaram. No corredor. Cássia estava apoiada contra o peito de Aderbal. Se fosse antes, ela teria aproveitado bem essa oportunidade. Mas, depois de ver Henrico, Aderbal já não lhe parecia tão interessante. — Cássia, esta noite nós... — Aderbal ainda estava imerso no desejo do momento. Seu tom era claro: ele não queria que aquilo terminasse ali. Cássia sabia muito bem o que ele queria dizer. Mas, ao pensar em
— Vocês... Têm um segredo! O olhar de Valentina vagava entre os dois e, como esperado, percebeu que suas expressões não eram naturais. Como se tivessem se lembrado de algo, trocaram um olhar por um instante, mas logo desviaram, como se tivessem sido queimados. Parecia... Culpa de quem esconde algo?! Assim que Valentina falou, duas vozes soaram ao mesmo tempo: — Não... — Não... — Não temos segredo nenhum! A última frase foi dita com a mesma entonação, firme e incrivelmente sincronizada. Essa sintonia... Que coisa! Valentina arqueou a sobrancelha. — Mesmo? Eu não acredito! Embora não conhecesse Henrico há tanto tempo, já havia aprendido um pouco sobre ele e nunca o vira tão desconfortável como agora. E aquela mulher de preto... Valentina a observou. À tarde, já havia simpatizado com ela. Diferente daquela "coelhinha branca", que, apesar das roupas imaculadas e do semblante inocente, exalava uma aura calculista que incomodava. — Venha, se sente aqui. — Valent
No andar de baixo, as damas da alta sociedade não conseguiam se aproximar da Sra. Mello e só podiam se esforçar para agradar a Sra. Nina. Toda a atenção estava voltada para a Sra. Nina, exceto a de Cássia. Cássia viu Selene subir as escadas e, desde então, aguardava ansiosa por algum movimento no andar de cima. No entanto, à medida que o tempo passava, ela começou a ficar inquieta. Ela havia enganado Selene para que subisse, esperando que ela esbarrasse na Sra. Mello. Mas não tinha certeza do que aconteceria lá em cima. Sabia que Selene não necessariamente cruzaria o caminho da Sra. Mello, então já havia se preparado para outras possibilidades. Seu plano envolvia Aderbal. Cássia sabia exatamente como instigar a aversão de Aderbal por Selene e atiçar sua raiva contra ela. E uma vez enfurecido, seria muito fácil que ele acabasse envolvendo a Sra. Mello no meio do caos. Ao perceber que o andar de cima continuava em silêncio, Cássia decidiu partir para a próxima etapa de seu
— Vocês dois... São noivos? A pessoa parada na entrada da escada lançou um olhar hesitante entre Aderbal e Cássia. Mal a pergunta foi feita, Aderbal prontamente respondeu: — Sim, Cássia é minha noiva! Seu olhar era firme, como se Cássia fosse, de fato, sua legítima noiva. De qualquer forma, ele estava determinado a romper o noivado com Selene. Agora que Cássia teria a chance de se destacar diante da Sra. Mello e realmente se tornar sua benfeitora, ele insistiria em trocar sua noiva por Cássia. Seu avô certamente não teria mais objeções. Quem sabe? Talvez ele e a família Ferreira acabassem se tornando benfeitores da Sra. Mello. Se isso acontecesse, seu avô até o elogiaria. Quanto mais Aderbal pensava nisso, mais empolgado ficava. No entanto, a pessoa que os questionava era cautelosa. Mesmo com a afirmação de Aderbal, isso ainda não bastava. Ela voltou seu olhar para Cássia, esperando sua confirmação também. Naquele momento, os pensamentos de Cássia estavam a mil. S