Enganar?Aderbal, mesmo que ousasse admitir que enganou, jamais teria coragem de reconhecer que enganou a Sra. Nina!Aderbal olhou disfarçadamente para a Sra. Nina. Seu rosto sombrio e imponente fez seu coração dar um salto. A explicação que ele estava prestes a dar já não ousava mais ser dita.— Eu... — Aderbal parecia estar segurando uma batata quente, algo que não sabia se poderia soltar ou segurar. No fim, restou a ele um sentimento de frustração.Ele teria que assistir, impotente, ao fato de talvez ser envolvido por Cássia?Neste momento, ele se arrependeu profundamente. Se soubesse, não teria sido tão apressado em tentar se vincular a Cássia mais cedo. Agora, estava em um impasse, impossível de resolver, sem poder fazer nada além de transferir a culpa para Cássia.Cássia sentiu o olhar de reprovação de Aderbal.Mas, neste momento, o que mais a incomodava não era a atitude de Aderbal, e sim, o que ela deveria fazer?"Como se livrar dessa situação?!"Cássia rapidamente estabilizou
Cássia não hesitou em aceitar.Ela não era tola.Em um instante, percebeu a realidade.As câmeras de segurança haviam registrado tudo; não importava quantas vezes tentasse se justificar, assim que a Sra. Mello tomasse sua decisão, não haveria como ela escapar dessa situação.Chamar a polícia era apenas uma forma de fazer com que a Sra. Mello desabafasse.Mas parecia que a Sra. Mello havia mudado sua forma de desabafo: ela queria que Cássia se casasse com Aderbal?Quanto à razão, Cássia não conseguia entender.Neste momento, ela só queria que a Sra. Mello desabafasse, para que o impacto dessa situação sobre ela fosse o menor possível.— Então, parabéns. — A voz veio da mulher que estava sentada no sofá e que Cássia havia confundido com a "Sra. Mello" momentos antes.Ela, como Valentina, estava grávida. Alguém havia ido procurá-la para pedir que participasse de uma encenação.Ao saber que quem a havia chamado era a Sra. Mello, ela naturalmente concordou de bom grado.Ela também percebeu
Mesmo sabendo que Cássia não era tão delicada quanto parecia, Aderbal se assustou naquele momento. Talvez ela fosse ainda mais humilhante do que ele imaginava.De fato, ao se ver tomada pela emoção, Cássia não conseguiu manter a fachada.— O que tem de tão especial na Selene? Se ela é tão boa, vá atrás dela! Mas... — Cássia esboçou um sorriso amargo de desprezo, encarando Aderbal. Sua expressão foi se tornando gradualmente mais zombeteira. — Quem vai se casar com você sou eu, Cássia!— Você... — Aderbal levantou a mão, prestes a lhe dar outro golpe. Mas antes que ele pudesse agir, um tapa de Cássia já havia atingido seu rosto. Com um estalo, Aderbal ficou atordoado, olhando para ela com incredulidade. Ele ainda não havia falado quando Cássia, com um sorriso sarcástico, falou primeiro: — Como assim, como eu me atrevo a te bater? Você, o herdeiro da família Ferreira, que eu sempre idolatro, que mal posso esperar para te colocar no pedestal... Como eu me atrevo a te bater? Eu esto
Selene abriu a boca, quebrando o silêncio estranho.Ela pensou por um momento sobre como dizer algo para não deixar ambos constrangidos.Henrico, por outro lado, parecia já estar perdendo a paciência.— O que foi? A pressão na voz baixa assustou Selene, que, sem tempo para organizar os pensamentos, soltou, sem querer:— Eu não gosto de você!Dentro do carro, o ambiente ficou ainda mais tenso.Uma sensação de arrependimento começou a tomar conta de Selene. Ela parecia ter sido... Direta demais!"Será que vou machucar ele?"Selene respirou fundo, mas logo ouviu Henrico rir.Uma risada baixa, que fez Selene se sentir ainda mais desconfortável.— Você não está confundindo nada? — Após a risada, a voz dele surgiu.Selene perguntou:— Confundir?Ela teria confundido algo?— Você não gosta de mim, perfeito... — Henrico sorriu de maneira sarcástica, mordendo os dentes com força, mas mantendo um sorriso forçado no rosto. — Eu também não gosto de você!Essa resposta, pelo menos, parecia boa.He
Os mais velhos da família Ferreira estavam tramando algo.Bem cedo, Valentina, como de costume, começou a receber algumas ligações.Eles, um por um, tinham uma sintonia, e mesmo que não estivessem na cidade HC, a preocupação deles nunca faltava.Valentina frequentemente sentia que Deus tinha sido especialmente bondoso com ela.Ela tinha um irmão, uma família, e um filho prestes a nascer, e Mateus...Ela sempre acreditou que ele estava em algum lugar e que, eventualmente, se reencontrariam.— Meu tio chega na cidade HC amanhã. — A voz do outro lado da linha era de Henrique Castro, carregada de reclamação e insatisfação. — Não sei o que está acontecendo com ele ultimamente. Está viajando pelo mundo todo, parece que há algo muito importante acontecendo, mas, quando pergunto o que ele está fazendo, ele não diz nada. Quando ele chegar na cidade HC, você tem que perguntar o que ele está fazendo de verdade.Henrique Castro sempre teve um respeito e uma admiração imensos por seu tio Afonso. Es
Na foto, havia uma pintura. O homem levantou os olhos, e a cena da pintura se sobrepôs à paisagem à sua frente. Ele tinha certeza de que era aqui! Mateus ainda lembrava da primeira vez que viu essa pintura, e a sensação estranha que sentiu em seu coração, como se houvesse uma ligação que o impedia de se afastar. Na sua mente, uma imagem vaga, a cena da pintura, parecia algo que ele já havia visto com seus próprios olhos. Depois disso, ele passou a sonhar todas as noites. No sonho, ele não conseguia ver nada claramente, e a cada manhã, ao acordar, tentava lembrar, mas sempre que tentava, uma dor de cabeça intensa o invadia. A única coisa clara, porém, era aquela cena da pintura. Ele procurou por todos os lugares possíveis, tentando encontrar o local da paisagem da pintura, até que finalmente confirmou que era na cidade HC. Sem hesitar, ele voltou. Queria encontrar algo na pintura, mas não tinha certeza do que exatamente estava procurando. No entanto, uma coisa ele sabi
— Como podemos saber os passos da Sra. Gomes? "Além disso, dentro da organização, quantas pessoas seriam capazes de investigar os passos dela? Acho que quem tentar não vai querer continuar vivo." Rafaella compreendeu tudo em sua mente, mas... Ela não conseguia entender, por mais que pensasse, por que a Sra. Gomes estaria criando problemas para ela. Tinha certeza de que nunca a tinha ofendido. Após um momento de reflexão, Rafaella tomou uma decisão: — Me ajude a divulgar a mensagem, dizendo que sempre admirei a Sra. Gomes, e que, se tivesse a oportunidade de visitá-la pessoalmente, seria maravilhoso. O assistente imediatamente entendeu a intenção de Rafaella. Mesmo sem conseguir localizar a Sra. Gomes, ela queria fazer as pazes com ela. Ela estava se humilhando diante da Sra. Gomes, mas também estava se rendendo e pedindo perdão. Quando o assistente se foi, Rafaella ainda segurava o celular, se sentindo derrotada. Já fazia muitos anos que não se sentia assim. Mas, p
Selene demorou um bom tempo para reagir e, aos poucos, voltou a si. Olhou para Valentina, e um sentimento de compaixão foi crescendo em seu coração. Se lembrou de alguns rumores sobre a Sra. Mello.Se dizia que, na cidade HC, só se via a Sra. Mello, mas nunca mais apareceu o Sr. Mateus. Talvez o Sr. Mateus tivesse perdido o interesse pela Sra. Mello.Outros comentavam que, sendo o Sr. Mateus quem era, com toda a responsabilidade que tinha por trás de si no Grupo Mello, ele estava sempre ocupado, não podendo dar atenção à Sra. Mello nem ao bebê que esperava.Mas ninguém imaginava que a verdade fosse...O Sr. Mateus havia desaparecido!Por isso, todos viam apenas a Sra. Mello esperando o bebê na cidade HC, mas nunca o Sr. Mateus estava ao seu lado.Ela pensou: "Uma mulher tão encantadora como a Vali, se o Sr. Mateus não tivesse desaparecido, ele certamente não a deixaria sozinha. Ele estaria sempre ao lado dela, não importa o quê."E então... O Sr. Mateus tinha desaparecido.— Vali, fiqu