Antes que o assistente pudesse terminar a frase, Alice abriu a porta do carro e desceu.O assistente imediatamente desceu também, seguindo ela.— Senhora...— Fique aqui e espere. — Alice falou, interrompendo ele.Dizendo isso, ela começou a andar pela estrada, passo a passo, indo em direção ao caminho de volta. Estava usando saltos altos, e o som de seus passos ecoava na noite, parecendo ainda mais vazio no silêncio da escuridão.O assistente observava sua figura, sabendo exatamente o que ela faria.No caminho até ali, haviam recebido a notícia de que a Sra. Nina estava indo rapidamente até a montanha, com urgência.O que isso significava era óbvio.Quando passaram pela mansão, ela estava toda iluminada, o que confirmou as suspeitas delas."A Vali... Está prestes a dar à luz!"Durante todo o trajeto, a sua senhora não disse uma palavra, mas até o assistente conseguia sentir a tensão no ar. Era a primeira vez, depois de tanto tempo trabalhando com ela, que a senhora demonstrava um sina
— Sim. — O assistente respondeu com uma voz firme, mas reconfortante. Alice suspirou, e o assistente imediatamente acrescentou: — Você tem que tentar. Vocês, eventualmente, terão que se encontrar. A senhora não pode continuar observando a Srta. Valentina às escondidas. Ela nem sabe o quanto a senhora se importa com ela. Uma sensação repentina de expectativa surgiu no coração de Alice. O céu começou a clarear, e Alice pareceu se lembrar de algo. — E ele?O assistente hesitou um pouco. — O Sr. Afonso? — Não, o Mateus! O Sr. Mateus! O assistente logo entendeu e imediatamente reportou as novidades sobre ele para Alice: — Como a senhora pediu, mandei alguém dar algumas pistas para ele. A última informação é que ele voltou para a cidade HC. — O assistente observava cuidadosamente a expressão de Alice, tentando compreender seus pensamentos. — Será que... A senhora quer que o Sr. Mateus volte? Alice franziu a testa. "Devo trazê-lo de volta?" Ela ficou pensativa por um
Apesar dessas palavras, quase todos acreditavam firmemente que Mateus voltaria. Foi nesse momento que o bebê no colo soltou um som suave. Aquele som delicado surpreendeu os três homens. Como se não esperassem que sua voz fosse tão macia e adorável, eles se entreolharam, incrédulos, e, no final, sorriram ao mesmo tempo. — Você também acha que devemos dar uma boa lição nele? — Henrique Castro parecia mais animado do que quando fechava um negócio bilionário. — Dizem que os sobrinhos puxam os tios. Eu e o Amado realmente pensamos da mesma forma. Ele se parece comigo, comigo! Assim que Henrique Castro terminou de falar, a expressão de alguém ao seu lado ficou visivelmente menos contente. — O que isso tem a ver com você? — Daniel perguntou, ainda com a voz gentil. Ele detestava o jeito bruto de Henrique Castro e ele nem se preocupava se aquilo poderia assustar Amado. O Amado era tão pequeno, tão obediente e adorável. Se fosse parecido com um tio, então, certamente, seria com
— Henrique, você primeiro... — Você primeiro... Essa cena deixou Valentina de queixo caído. "Eles estão... Sendo corteses um com o outro?" Os dois insistiram por mais um instante, trocando gentilezas. Henrique Castro planejava ceder uma última vez apenas para manter as aparências. No fundo, porém, estava ansioso para segurar seu adorável sobrinho nos braços. Mas quem diria... — Então vá você. Assim que Henrique Castro disse isso, já esperando que Henrique Coelho recusasse novamente, recebeu uma resposta inesperada: — Certo, eu vou primeiro. Sem hesitar, Henrique Coelho abriu os braços e pegou Amado. Até aquele momento, Henrique Castro ainda não conseguia reagir. — Espera aí, você... "Isso não é justo! Ele não deveria recusar mais uma vez? Mas..." Quanto mais Henrique Castro pensava, mais irritado ficava. Por dentro, xingava Henrique Coelho de trapaceiro, mas em seu rosto não ousava demonstrar o menor descontentamento. "Ora essa, a Vali está observando!" El
Ter filhos, naturalmente, era algo de extrema importância.Mateus não disse nada. Nos dias seguintes, ele ainda se pegava pensando na mulher da noite na montanha.— Mat, onde você está hospedado nos últimos dias? Quero te encontrar!Mateus recebeu a única ligação familiar e, ao ouvir a voz, franziu a testa.— Você... Voltou para a cidade HC?Neste momento, Rafaella estava no aeroporto. Assim que desembarcou, ela não perdeu tempo e ligou para Mateus.Na verdade, ela sabia exatamente onde ele estava hospedado. Os movimentos de Mateus na cidade HC eram vigiados por ela, embora de forma discreta, para não ser notada. Ainda assim, ela sabia onde ele estava. Mas não poderia ir diretamente. Ela precisava perguntar ao Mateus, para que sua aparição no local fosse justificada.Rafaella aguardava sua resposta, mas, do outro lado da linha, Mateus ficou em silêncio por um bom tempo, sem dizer nada.— Mat? — Rafaella o chamou, incerta.Mateus pareceu voltar a si, mas, ao invés de dizer onde estava
Rafaella sabia que a volta de Mateus para a cidade HC só podia significar uma coisa: algo estava errado com sua memória. No caminho para o hotel, ela tentou entrar em contato com Baltazar. No entanto, ao ligar, recebeu apenas a mensagem de que o telefone estava desligado. Na verdade, antes mesmo de Mateus retornar à cidade HC, Rafaella já vinha tentando contatar Baltazar. Chegou até a pedir que algumas pessoas na cidade o procurassem. Mas ele parecia ter desaparecido completamente, como se nunca tivesse existido. Mesmo que ele tivesse dito antes que, depois de ajudá-la pela última vez, estaria finalmente livre, o fato de estar tão inacessível só podia significar que algo estava errado. "O que será que deu errado?" Mesmo ao chegar ao hotel, Rafaella ainda não conseguia entender. Ela afastou os pensamentos e planejou ir diretamente ao quarto de Mateus. Porém, assim que entrou no saguão do hotel, o avistou. Mateus vestia roupas casuais. Um simples moletom com capuz,
Rafaella pensou por muito tempo, mas não conseguiu entender o significado do aviso. Depois de refletir repetidamente, de repente, se lembrou de uma pessoa. — Mateus... Não! — O pânico de Rafaella era visível a olho nu. Ela tentou se convencer de que isso não poderia ter a ver com Mateus. "Como poderia ter algo a ver com Mateus?" Ela conhecia muito bem as conexões sociais dele. Tinha preparado tudo com perfeição, cada detalhe estava impecável. Desde que Mateus não se lembrasse de sua identidade, a família Mello não o encontraria. "Afinal, como a família Mello poderia ter alguma ligação com a Sra. Gomes?" Ainda assim, quanto mais pensava, mais inquieta ficava. Pegou o telefone e ligou para sua assistente. — Investigue para mim a relação entre a Sra. Gomes e a família Mello. Ao receber essa ordem, a assistente ficou claramente surpresa e hesitante. — Srta. Rafaella, você quer investigar a Sra. Gomes? A família Mello podia ser investigada, mas a Sra. Gomes... "A
À beira do penhasco, no topo da montanha. A segurança feminina explicou o motivo de sua visita, mas, por um longo tempo, o homem de costas para ela não respondeu. Ele mantinha uma postura ereta e olhava para o horizonte, como se não tivesse ouvido suas palavras. A segurança insistiu novamente: — Senhor, a Sra. Mello o convida para ir até sua casa. Poderia acompanhá-la, por favor? Ainda assim, nenhuma resposta. Ela tentou mais uma vez: — Senhor, por favor, não me leve a mal. A Sra. Mello só quer agradecer pela ajuda naquela noite. Se não fosse pelo senhor, ninguém sabe o que poderia ter acontecido com ela e seu filho recém-nascido. Os olhos de Mateus, que antes contemplavam a paisagem distante, finalmente refletiram uma leve emoção. "Filho... Ela teve um menino." Uma onda de sentimento inexplicável o tomou por dentro. Mateus percebeu isso e rapidamente reprimiu seus pensamentos. "Por que estava se sentindo assim?" Talvez fosse apenas felicidade pelo bem-estar de