"Bolo? O que essa Selene está fazendo com um bolo?" Cássia não deu importância e, com um movimento discreto, puxou o pulso de Selene com um pouco mais de força. No instante seguinte, o bolo caiu no chão. — Ah... Selene exclamou surpresa e, com uma expressão de pesar, se agachou para pegar o bolo. Cássia aproveitou o momento e, sem que ninguém percebesse, empurrou ela levemente, fazendo com que Selene acabasse de joelhos no chão. — Assim está certo, Sra. Mello. Minha irmã reconhece o erro, por favor, tenha piedade... — Mas tem que castigá-la severamente! Cássia pensava assim, mas não ousava dizer essas palavras em voz alta. Ela precisava fingir que intercedia por Selene, pois isso mostraria sua bondade e responsabilidade. No entanto, antes que pudesse fingir estar pedindo clemência, uma voz soou de repente: — Erro? Que erro? Aquela voz fez o corpo de Cássia enrijecer instantaneamente. Ela olhou para a figura sentada no sofá de costas para ela. Então, se virou na direçã
— Minha irmã já deveria voltar para casa.Neste momento, Cássia não se importava mais em agradar ninguém.Ela puxou Selene e foi embora, mas, ao passar ao lado de Henrico, Selene deu um grito repentino e parou.Cássia olhou para trás e viu que o Sr. Henrico havia pegado a outra mão de Selene.— Por que tanta pressa? — Henrico, sem pressa, olhou com indiferença para a mão de Cássia que segurava a de Selene. — Solte ela!Cássia sentiu um frio na espinha.Quando estava prestes a soltar a mão de Selene, ela desistiu da ideia.— Desculpe, minha irmã...— Solte ela! — Antes que ela pudesse terminar de falar, Henrico aumentou o tom de voz.A raiva latente em sua voz fez Cássia engasgar, sem conseguir respirar direito.Mas será que ela deveria realmente soltar Selene? Ela não queria. Então, apertou a mão de Selene com mais força, como se, ao soltá-la, visse Selene alcançar o sucesso sem ela.Isso era algo que Cássia não queria de jeito nenhum.— Solte ela! — Henrico falou novamente.Desta vez,
Bastaria ela se comportar bem diante da Sra. Mello e até fazer com que a Sra. Mello adotasse mais uma irmã adotiva. Não seria impossível, certo?Cássia pensou assim, e de repente sentiu uma chama de determinação acender em seu coração.Mas essa chama queimou apenas por um instante, logo sendo apagada por um balde de água fria, sem piedade.— Você não precisa fazer nada por mim. Eu não gosto de você. — Valentina disse, sorrindo suavemente. Essas palavras diretas não surpreenderam apenas Cássia, mas também os outros fora da sala, que ficaram um tanto atônitos."O que... Está acontecendo? A Sra. Mello não ia adotar Cássia como irmã adotiva? Como assim ela diz que não gosta dela? E mais... A Sra. Mello já ia adotar a Cássia, mas parece que elas não se conhecem direito. O que está acontecendo aqui?"Por um momento, todos ficaram curiosos.Aderbal, que estava segurando a mão de Cássia, imediatamente ficou rígido.— Sra. Mello, o que... Quer dizer com isso? — Percebendo que poderia ser mal in
O que ela poderia fazer? Além de rezar secretamente para que as coisas não acontecessem como ela imaginava e que as câmeras de segurança não gravassem nada, ela não podia fazer mais nada. Ela nem sabia o que fazer! Mas será que poderia mesmo ser como ela rezava? Cássia olhava para a tela da televisão, onde as imagens das câmeras de segurança eram exibidas. No vídeo, as mulheres estavam dançando. Quando ela viu sua própria imagem aparecer na pista de dança, todo o sangue de seu corpo congelou. "O que fazer? O que fazer?" Ela se lembrava de que havia empurrado alguém ao seu lado. No vídeo, ela levantava lentamente a mão. Havia tantas pessoas na cena que talvez ninguém tivesse notado seu movimento. Ela não conseguia mais ficar parada. Cássia olhou discretamente para as pessoas ao seu redor. Talvez, se a tela fosse acidentalmente danificada, ninguém veria nada e ela não seria descoberta. Sim, isso podia funcionar. Certamente funcionaria. Cássia respirou fundo e deci
Enganar?Aderbal, mesmo que ousasse admitir que enganou, jamais teria coragem de reconhecer que enganou a Sra. Nina!Aderbal olhou disfarçadamente para a Sra. Nina. Seu rosto sombrio e imponente fez seu coração dar um salto. A explicação que ele estava prestes a dar já não ousava mais ser dita.— Eu... — Aderbal parecia estar segurando uma batata quente, algo que não sabia se poderia soltar ou segurar. No fim, restou a ele um sentimento de frustração.Ele teria que assistir, impotente, ao fato de talvez ser envolvido por Cássia?Neste momento, ele se arrependeu profundamente. Se soubesse, não teria sido tão apressado em tentar se vincular a Cássia mais cedo. Agora, estava em um impasse, impossível de resolver, sem poder fazer nada além de transferir a culpa para Cássia.Cássia sentiu o olhar de reprovação de Aderbal.Mas, neste momento, o que mais a incomodava não era a atitude de Aderbal, e sim, o que ela deveria fazer?"Como se livrar dessa situação?!"Cássia rapidamente estabilizou
Cássia não hesitou em aceitar.Ela não era tola.Em um instante, percebeu a realidade.As câmeras de segurança haviam registrado tudo; não importava quantas vezes tentasse se justificar, assim que a Sra. Mello tomasse sua decisão, não haveria como ela escapar dessa situação.Chamar a polícia era apenas uma forma de fazer com que a Sra. Mello desabafasse.Mas parecia que a Sra. Mello havia mudado sua forma de desabafo: ela queria que Cássia se casasse com Aderbal?Quanto à razão, Cássia não conseguia entender.Neste momento, ela só queria que a Sra. Mello desabafasse, para que o impacto dessa situação sobre ela fosse o menor possível.— Então, parabéns. — A voz veio da mulher que estava sentada no sofá e que Cássia havia confundido com a "Sra. Mello" momentos antes.Ela, como Valentina, estava grávida. Alguém havia ido procurá-la para pedir que participasse de uma encenação.Ao saber que quem a havia chamado era a Sra. Mello, ela naturalmente concordou de bom grado.Ela também percebeu
Mesmo sabendo que Cássia não era tão delicada quanto parecia, Aderbal se assustou naquele momento. Talvez ela fosse ainda mais humilhante do que ele imaginava.De fato, ao se ver tomada pela emoção, Cássia não conseguiu manter a fachada.— O que tem de tão especial na Selene? Se ela é tão boa, vá atrás dela! Mas... — Cássia esboçou um sorriso amargo de desprezo, encarando Aderbal. Sua expressão foi se tornando gradualmente mais zombeteira. — Quem vai se casar com você sou eu, Cássia!— Você... — Aderbal levantou a mão, prestes a lhe dar outro golpe. Mas antes que ele pudesse agir, um tapa de Cássia já havia atingido seu rosto. Com um estalo, Aderbal ficou atordoado, olhando para ela com incredulidade. Ele ainda não havia falado quando Cássia, com um sorriso sarcástico, falou primeiro: — Como assim, como eu me atrevo a te bater? Você, o herdeiro da família Ferreira, que eu sempre idolatro, que mal posso esperar para te colocar no pedestal... Como eu me atrevo a te bater? Eu esto
Selene abriu a boca, quebrando o silêncio estranho.Ela pensou por um momento sobre como dizer algo para não deixar ambos constrangidos.Henrico, por outro lado, parecia já estar perdendo a paciência.— O que foi? A pressão na voz baixa assustou Selene, que, sem tempo para organizar os pensamentos, soltou, sem querer:— Eu não gosto de você!Dentro do carro, o ambiente ficou ainda mais tenso.Uma sensação de arrependimento começou a tomar conta de Selene. Ela parecia ter sido... Direta demais!"Será que vou machucar ele?"Selene respirou fundo, mas logo ouviu Henrico rir.Uma risada baixa, que fez Selene se sentir ainda mais desconfortável.— Você não está confundindo nada? — Após a risada, a voz dele surgiu.Selene perguntou:— Confundir?Ela teria confundido algo?— Você não gosta de mim, perfeito... — Henrico sorriu de maneira sarcástica, mordendo os dentes com força, mas mantendo um sorriso forçado no rosto. — Eu também não gosto de você!Essa resposta, pelo menos, parecia boa.He