Ela havia imaginado de várias formas como seria o encontro entre as duas, mas, ainda assim, seu coração continuava inseguro. A assistente parecia ter percebido o que ela estava pensando naquele momento. — Senhora, a senhora quer ver a senhorita? — Perguntou a assistente. Se a senhora quisesse, ela poderia organizar isso imediatamente. Mas a mulher ficou em silêncio por um bom tempo e, no final, balançou a cabeça. — Não, vamos esperar mais um pouco... Esperar mais um pouco... Seja na cidade JC ou na cidade HC, a senhora já havia espiado a senhorita várias vezes às escondidas, sempre de longe, sem se aproximar. Ela parecia ter medo de se aproximar. A assistente não perguntou mais nada. O quarto ficou em silêncio por um momento, até que a mulher falou de repente: — E ele? Ao pronunciar "ele", havia nitidamente um tom de frieza em seus olhos, tão claro que fez a assistente estremecer. — Ele está no País A. — Respondeu a assistente, que sempre mantinha controle sob
Sob o olhar atento de todos, uma jovem de vestido branco cobria o rosto com as mãos, visivelmente após receber um tapa. Ela estava completamente desorientada, parecendo ignorar a dor da bofetada enquanto pedia desculpas repetidamente à pessoa que a havia agredido: — Desculpe, irmã, eu... Eu... Antes que pudesse terminar, um homem deu um passo à frente e a colocou atrás de si, protegendo ela. Ele encarou a mulher de preto à sua frente com um olhar furioso: — Com que direito você bate nela? — Aderbal, por favor, não culpe minha irmã. Fui eu quem a deixou chateada, a culpa é toda minha. A jovem de branco parecia tão frágil quanto uma flor esmagada. E o motivo de estar "esmagada"... Aos olhos do homem, era exclusivamente culpa daquela que a jovem chamava de "irmã". Quanto mais frágil ela parecia, mais despertava o instinto protetor dele. Mas, aos olhos da mulher de preto... Valentina observava a cena com interesse. A mulher de preto parecia impassível, como se já estive
"Ele realmente conhece a Sra. Mello?" Cássia observava Henrico caminhando ao lado da Sra. Mello em direção ao grupo, mantendo uma certa distância entre eles, como se quisessem evitar rumores. "Será que eles têm uma relação íntima?" Os olhos de Cássia brilharam com uma leve desconfiança enquanto começava a maquinar possibilidades em sua mente. Quando a Sra. Mello estava prestes a se aproximar da multidão, Henrico parou, mas seus olhos continuaram seguindo ela. Cássia observava a mulher que, mesmo grávida, permanecia deslumbrantemente bela. Uma emoção estranha surgiu em seu coração. Ela mesma não conseguia identificar se era inveja ou admiração. "Ela tem tanta sorte." E ela própria... Cássia começou a procurar por Selene e rapidamente a encontrou na multidão. Com um vestido preto, Selene se destacava entre as pessoas. Ela dançava com entusiasmo, se divertindo muito, como se o que Aderbal havia dito sobre romper o noivado não tivesse a atingido nem um pouco. "Como ela po
Ao ver a figura de preto prestes a colidir com ela, Valentina gritou instintivamente:— Mateus...Nesse momento, no aeroporto da cidade HC.O homem levou a mão ao peito, e a expressão sob a máscara se franziu. O pânico súbito fez sua cabeça rodopiar, e ele sentiu uma vertigem intensa.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa ao seu lado, que percebeu sua anormalidade, perguntou com preocupação.O homem tentou acalmar o turbilhão na mente, mas seu coração parecia ser apertado por uma grande mão, e a dor que sentia era algo que ele nunca experimentara antes.Uma sensação de medo surgiu em seu peito, e gradualmente, um pavor avassalador o envolveu.Ele até podia ouvir o som do seu próprio coração batendo descontroladamente.— Senhor, o senhor está bem? — A pessoa, vendo sua situação, perguntou novamente.O homem respirou profundamente, fez um gesto com a mão e tentou afastar a sensação de terror, mas ela ainda o acompanhava.O que estava acontecendo com ele?Nesse momento, Valentina fechou
Valentina lançou um sorriso tranquilizador para a Sra. Nina: — Vovó, estou realmente bem. — Mesmo assim, é melhor dar uma olhada. A Sra. Nina insistiu com firmeza. Valentina, porém, não estava disposta a deixar que uma mulher tão astuta se aproximasse dela. Sem outra alternativa, olhou para Cássia. — Você é profissional? — Sou, sim. Cássia assentiu rapidamente. Não sabia por quê, mas a senhora Mello à sua frente, embora tivesse um ar muito gentil, emanava uma aura opressora que a deixava desconfortável. Se esforçando para disfarçar sua insegurança, Cássia tentou sorrir com doçura, se empenhando ao máximo para demonstrar boa vontade à senhora Mello. Valentina percebeu claramente essa "boa vontade". Era apenas uma falsa gentileza. Observando a cena, ela perguntou com suavidade: — Você é médica? Cássia ficou um pouco atônita antes de balançar a cabeça. — Não. Valentina continuou: — É enfermeira? Cássia hesitou por um instante. — Não, mas eu... Antes que
No jantar de gala, as socialites que compareceram ao evento, após cumprimentarem Valentina, mantinham distância, temendo causar algum incidente inesperado que pudesse desagradar a Sra. Mello. Quanto mais invejavam a Sra. Mello, mais se esforçavam para agradar a Sra. Nina. Em meio à multidão tentando atrair a atenção da Sra. Nina, Cássia não conseguia sequer se aproximar. Selene, por sua vez, se mantinha à margem e tampouco fazia questão de agradá-la. A cena no jardim de alguns momentos atrás se repetia incessantemente na mente de Selene. Ela ainda podia lembrar nitidamente do momento em que pressionou aquele homem contra o chão, assim como da sensação dos lábios se tocando. Sua mente era um turbilhão. "O que está acontecendo comigo?" Pensou Selene. Tentando afastar os pensamentos, fez um esforço para limpar a mente, mas aquelas lembranças eram como um feitiço que se recusava a desaparecer. Quanto mais tentava, mais seu rosto ardia. Percebendo que ninguém parecia notar s
Num instante, parecia que um raio de luz explodira na mente de Henrico. E, junto com isso, veio o pânico. Selene também estava perdida. Ela ouvira claramente aquelas palavras dele: "Não é de verdade!" Mas... Quando ouviu, já era tarde demais para interromper seu movimento. A situação agora... Ela provavelmente entendera tudo errado! "Será que devo pedir desculpas?" O rosto de Selene estava cheio de constrangimento. Instintivamente, ela recuou, pronta para se desculpar sinceramente, explicando que não fora intencional. Mas, como já tinham ido longe demais, Henrico não permitiria que a única "testemunha" percebesse algo errado. — Não se mexa. — Henrico falou em voz baixa, com uma das mãos apoiando suas costas, impedindo que ela recuasse nem um centímetro. Selene congelou seus movimentos. Seus lábios ainda estavam colados aos dele. Seu corpo estava rígido, e sua mente, em branco. Ela sentia claramente a respiração do homem. Mesmo que fosse apenas um toque de lábios,
"Quem poderia ser para fazê-lo mostrar essa expressão?" Selene estava curiosa. Seu instinto lhe dizia que essa pessoa devia ser muito especial. Ela observou o olhar de Henrico, tentando encontrar nele algum traço de ambiguidade. Mas, além de admiração, não havia mais nada. Isso a deixou ainda mais intrigada. Infelizmente, Henrico não respondeu, nem sequer continuou o assunto. Ele lançou um olhar para o espelho no final do corredor, onde o casal continuava seu momento de paixão ardente. Justo quando pareciam prestes a seguir até o fim ali mesmo, finalmente se separaram. No corredor. Cássia estava apoiada contra o peito de Aderbal. Se fosse antes, ela teria aproveitado bem essa oportunidade. Mas, depois de ver Henrico, Aderbal já não lhe parecia tão interessante. — Cássia, esta noite nós... — Aderbal ainda estava imerso no desejo do momento. Seu tom era claro: ele não queria que aquilo terminasse ali. Cássia sabia muito bem o que ele queria dizer. Mas, ao pensar em