Anne
Anne estava a cinco horas na estrada.Adivinha!A mulher tinha razão.Estava nevando, é muito.O céu estava escuro dando a impressão de ser bem mais tarde do que realmente era. O vento estava forte, fazia um barulho quando batia no carro. A neve sem trégua, o para brisa do carro já tinha parado de funciona há um bom tempo pelo acúmulo dos flocos brancos.Anne olhou pela janela do carro embaçada apenas para constata o óbvio: Está no meio do nada.Droga! Droga! Droga!Parar Charlotte, resultaria na neve cobrindo todo o carro. A única alternativa era continua dirigindo o carro e encontra um lugar seguro paraeabrigar da nevasca. No entanto o lugar seguro não parecia chegar, e isso a preocupava.Ligou o rádio, nada maus chiados e ruídos indecifráveis. Anne estica o braço para pegar o celular que estava na bolsa no banco do passageiro. Três horas; e nem elas queriam colaborar.Suspirou ciente da furada que se meteu.Por que raios não comprou uma passagem de avião? deixa pra lá; passaria raiva do mesmo jeito, já que com o mau tempo obviamente os vôos seriam cancelados.Tentou dirigir, mas não tem uma visão clara da estrada, o breu servia para a deixar mais apavorada pelo asfalto escorregadio. Charlotte então derrapa na neve e Anne perde o controle do carro._Merda! Por favor não faça isso comigo agora Charlotte! - ela pisa nos freios e eles não funcionam. - o que não era surpresa, o carro era "uma lata velha ".O carro sai da estrada em ziguezague, as mãos trêmulas no volante tenta mover o carro o que acaba sendo inútil . Ele só parou quando b**e em uma árvore, ela grita, e com o impacto o corpo foi arremessado para frente.A cabeça de Anne atinge o volante, ela sente quando algo quente desce pelo seu rosto.Sangue.O vidro da frente quebrou na batida, o vento frio sopra no seu rosto o congelando e encolheria os braços se eles a obedecesse, mas o corpo todo doia horrores como se algo bem pesado tivesse passado encima dela.O banco serviu como apoio para a cabeca que reclamava a dor, fincadas faziam os olhos lacrimejar e não conseguir que seus olhos fiquem abertosAnne era a única na estrada e a neve estava mais intensa, Charlotte a abandonou; perda total, e o pior: a negra não tinha condições de sair daquele carro.Talvez conseguisse ligar para os bombeiros, mas eles demorariam pra chegar por causa da nevasca.E até lá, teria virado um picolé._ Não pensei que meu fim seria assim.- resmunga ao mesmo que geme de dor.Anne permaneci com os olhos fechados, a respiração tornava-se lenta e se não morresse pelo acidente morreria de hipotermia, o queixo batia e as vezes que ousou olhar para o espelho acima, os lábios começavam a ficar roxos.Ela não sabe quanto tempo exatamente se passou, talvez tenha desmaiado alguma vez e voltado. Os pêlos enriça quando a porta foi aberta.Há um toque em seu rosto, provavelmente a pessoa usa luvas, o material arranha a pele, e então a mão se vai para o desepero de Anne, mas segundos depois seus lábios saem sons sofregos com os braços fortes que envolve suas costas e pernas a tirando do banco.A fraqueza para discernir qualquer coisa e o calor do outro corpo fez com que aconchegasse ao outro e antes de apagar, percebe o quanto o seu salvador é cheiroso.Um cheiro amadeirado foi tudo que Anne sentiu e depois somente escuridão.[...]JoeSentado há algum tempo ele observava a delicada mulher dormindo em sua cama; seus cabelos encaracolados estavam sobre o rosto suave, dormia serenamente.Joe perguntou o que diabos a mulher tinha na cabeça ao sair no meio de uma nevasca. Se não tivesse escutado o barulho, ela poderia está morta naquele momento. O tenebroso pensamento estranhamente o incomodou, ele a observa: ela é bonita, um pouco pequena e franzina. Mas seus olhos gostam do que ver.Como o seu pau que desde que trocará a roupa da garota, insiste em ficar duro, não entendendo que o outro só estava a ajudar.Desgraçado!Joe havia abastecido a cabana dois dias atrás, certificando que tivesse lenha o suficiente para a lareira, o que faz com que a casa fique aquecida.Ele é um homem que usa a natureza ao seu favor, vive ali á anos, que praticamente virou parte do lugar. Muitos invernos o fez experiente e um sobrevivente; dois dias atrás caçou um cervo, tirou a pele, limpou e congelou a carne. E foi a cidade, coisa que raramente fazia, comprou comida e botas novas, a antiga perdeu o solado.Joe odeia as pessoas da pequena cidadezinha; curiosas, fofoqueiras, indiscretas. Ele disse a si mesmo que não voltaria a morar ali nunca mais, o tempo fez crescer sua mágoa com os outros. Ainda á alguns olhares e cochichos ao verem, mas não tão barulhento como antes. Ele não fica muito na cidade, vai embora assim que faz o que tem que fazer, o seu coração encontrou sossego longe da sociedade.Ele pensou que tinha resolvido tudo para a chegada da tempestade, que não teria com o que se preocupar, o homem estava preparado para o mau tempo. Joe rir disso, agora ele tem algo para se preocupar...Com a pequena mulher deitada em sua cama.Ela dormiu ontem o dia inteiro e hoje já anoitecia, e ela ainda não tinha acordado. Ele prestou os primeiros cuidados, a sorte é que não foi algo mais grave, seria difícil conseguir ajuda médica com as estradas coberta pela espesa neve.Ventava forte e a temperatura caiu drasticamente. Havia um aquecedor no quarto, estalou depois de tanto a irmã insistir. Stella não conformava pela vida reclusa do outro, mas trazia bugigangas tecnológicas para a casa, segunda ela: ele deveria está pronto para lidar com todas as situações e um aquecedor o ajudaria no inverno quando a temperatura caísse.Ele é grato por não ter contestado Stella, vendo como a jovem parecia relaxada em seu sono, indifente ao frio do lado de fora. Um aquecedor foi uma escolha inteligente no fim.Ela tem um corte na cabeça, mas nada que fosse sério. Joe limpou o ferimento e tampou, ele colocou um travesseiro por baixo da cabeça providenciando total conforto a mulher. Seu sono é agitado, o edredom grosso estava enrolado nas pernas. Ele o arrumou cinco vezes, o faria de novo, mas sabia que não adiantaria em nada, ela se desenrolaria novamente.A blusa de Joe caiu como um vestido nela, ele pode ver suas pernas e um pouco abaixo seu bumbum avantajado, sua calcinha é rosa e de babados, o que traz um sorriso de lado com a visão. Ele não deixa de nota o seu corpo, as curvas nos lugares certos apesar do pouco peso, os labios cheios.Ele não é cego, ela é atraente.Se não fosse esquisito, ele tocaria os cabelos volumosos com cachos encaracolados. Mas isso seria demais até para ele, a garota dorme e seria invadir sua privacidade.Ela resmunga algo, Joe ficou atento. A negra se remexe preguiçosa na cama prestes a acordar, chuta a coberta e abre os braços ao bocejar. Leva alguns segundos para letargia ir, e ela franzi o cenho fitando o quarto, a cabeça tomba em confusão e olhos pretos arregalam vendo Joe na poltrona ao canto da parede.A mulher senta rapidamente, mas não demora a reclamar com o movimento que desencadeou dor nos musculos pelo acidente. O medo é visível na postura rija, e quando ela tira um dos cachos do rosto, sua mão treme._O-Onde estou, quem é você?- perguntou, a voz rouca, como se não fosse usada algum tempo, e não era, visto que ontem estava num sono profundo.Joe não levanta de sua poltrona, para a assustar, ele é um homem grande, o que podia a intimidar ou parecer muito suspeito, ele responde com calma:_ Me chamo Joe, eu encontrei você no carro batido em uma árvore. - diz, ela solta um som de surpresa lembrando e faz uma careta.__ Eu não achei que a tempestade fosse tão forte. - fala e há algum tipo de arrependimento na frase, ela olha para a janela embaçada pela umidade e depois o olha e seus lábios nascem um sorriso. - Obrigada, você foi tipo um super herói me salvando. - disse, suas bochechas coram.Mas Joe repara nas covinhas nelas e que são gordinhas, ele assenti e diz:__ Teve sorte de eu escutar o barulho, a nevasca piora, as coisas não acabariam bem para você. - ele a lança um olhar reprovador.Para Joe foi uma loucura ignorar que a outra tenha ignorado o alerta feito de não sair de casa pelas autoridades_ Eu não achei que o tempo fosse virar dessa forma. - ela abaixa a cabeça claramente envergonhada.O homem fita o lábio farto
AnneA negra ainda tentava assimilar o que estava acontecendo, ao mesmo que seu coração estava aflito. Ela lutou tanto para conseguir o emprego e agora nada era mais certo. Ela pensou se senhora Jones a receberia caso voltasse, mas estava muito envergonhada em voltar. Talvez se ela insistisse e explicasse, a nova chefe a daria uma segunda chance pelos dias de atraso. Porque é nítido com as rajadas de vento batendo no telhado, que o clima não melhoraria amanhã e se fizesse, a neve estaria muito alta para locomer para algum lugar.Anne ajeitou na cama com o barulho da porta se abrindo, ela não sabia bem como agir perto do homem. Ela acordou na casa de um desconhecido, logicamente estaria pouco a vontade ali.Ele é o homem mais bonito que a jovem já viu, seus olhos são verdes escuros e o cabelo negro nos ombros, maxilar quadrado e rosto marcante. Embora seu humor seja horrível, ele tem um semblante fechado e sério, e com muitos músculos. A negra vira uma formiga ao lado do homem mau humo
AnneEntrou em um corredor estreito que deu em uma sala pequena, mas acolhedora e com uma lareira acesa. Não tinha fotos, então pensou que o homem não gostasse delas.A fez estremecer a cabeça de animais empenhados na parede e seu estômago embrulhou com o que pareceu um urso.Joe tinha um gosto peculiar de moda.Anne seguiu a diante com o som de água caindo no outro cômodo. O moreno está na cozinha de costas para ela e lavando a louça. Os homens não costumavam a fazer muito tarefas domésticas, mas se ele mora sozinho e lógico que aprendeu a se virar.Anne fita as costas largas, mas logo os olhos abaixam mais e ela os devia porque não é certo está admirando a bunda do outro.Uma falsa tosse para chamar sua atenção, e ele vira. Espanto cruza rapidamente o rosto bonito, antes que Joe fique sério. __ Você precisa de ajuda? - ela pergunta. Ele largou o prato e lavou as mãos com espuma, e limpou nas calças molhando o jeans. O movimento é bruto, então talvez Anne tenha o feito ficar zan
AnneA risada rouca se faz, uma risada gostosa de se ouvir, ela nota. Ele parecia tão sério e mau humorado, que aquilo foi uma novidade para ela. Por mais que no momento ele estivesse rindo da cara da garota._ Isso não soou bom, um pouco apelativo.- ele diz.Anne resmunga sem jeito com a fala mal interpretada. _ Eu sei, foi péssimo. Pareceu algo sexual, desculpe eu estou nervosa. As coisas não andam bem para mim. - a negra sorrir triste.Contar com a sorte se mostrou algo inútil para ela._ Eu percebi, mas pense nisso amanhã. Durma, as coisas não vão estar tão assustadoras depois de uma noite de sono. Calma é sempre a melhor solução moça. - diz tranquilo.Seus braços descansam atrás da cabeça e olhos de Joe estão fechados _ Eu vou dormir no sofá. - ela fala.O homem sequer se move._ Aqui é mais quente e o quarto tem aquecedor. - Joe diz.O homem era louco se achava que ela dormiria na mesma cama que ele, com aquele corpo forte, grande...Foco Anne!_ hum. - resmungou. - apaga a l
AnneSilêncio. Anne sempre achou que o silêncio nada mais é que uma escolha pessoal.Muitas pessoas em certos momentos de suas vidas optam por ele. Elas se afastam para buscar em si mesmas o controle. Ele as ajudam a se encontra e abafa por um momento o que as aflinge, através dele ela repensa suas atitudes, erros e acertos.Aquelas pessoas que não conseguem o apreciar nem que seja por alguns minutos, está perdendo a magnífica sensação de paz que o silêncio nos proporciona.Ele nos faz buscar o que ha de melhor em nós mesmos.Uma pessoa ao ver uma criança brincando em uma possa de lama e a sua mãe chamando sua atenção e lhe dando um tapa, ela se sentirá desconfortável. Poucas irão se aproximar daquela mãe e tentar intervir e a explicar que é apenas uma criança e é normal e até mesmo aconselhável que elas fassam algumas "travessuras" de vez em quando. Elas são um reflexo de nós mesmos quando novos. O tempo passa rápido demais para a pararmos e pular aquela etapa mágica de suas vida
AnneO moreno a estudou por alguns instantes e sentou na cama, Joe alisou a barba negra e a olhou como se não soubesse muito o que fazer._ Vem cá, eu não sou bom em consolar pessoas tristes, mas... - ele a puxou colocando a sua cabeça em seu peito. Anne o olhou surpresa e tentou se afastar, mas ele acariciou seus cachos e a olhou compreensivo. - Chora moça, coloca pra fora o que não está te fazendo bem. - diz.Anne quis o fazer, porém o diz:_ Eu não sei se é adequado, não nós conhecermos. O homem a fita divertido. _ Você quer falar sobre o que é adequado depois de ter dormido na mesma cama que eu? - questiona com um sorriso de lado.A negra rir, ao mesmo que limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto de feições suave. Porque ela sabe que por mais que frequentemente seja elogiada por sua beleza, Anne fica horrível chorando e ela não queria que ele a olhe assim.É desconhecido o motivo do incômodo, talvez ela só estivesse muito agradecida, que estava evitando o dar trabalho. Se afas
Anne O cheirinho de café logo chamou a atenção assim que entrou na cozinha, a vista dele não seria muito boa ao olhar para a mulher; olhos vermelhos, descabelada, mal vestida.Um caos! Mas Joe não se virou para ver o estado caótico da jovem, estava entretido fritando o bacon. Na bancada de madeira estava o bule de café, um bolo fofo que a fez lamber os lábios, um prato onde tinha alguns ovos e bacon e outro com algumas panquecas. Anne se animou por hoje comer algo sólido._ Parou de nevar - disse sem a olhar. - A moça vai livrar de mim mais rápido do que imagina. - diz com um traço de humor.E... iria.E isso era bom?Anne olhou para a janela da cozinha vendo a neve amontoada ali, a árvore do lado de fora estava coberta pelo branco. Todavia havia parado de nevar, o que era terrível para a negra._ Parece que sim... - ela sorriu por mais que o gesto não fosse verdadeiro. - Joe você acha que eu ainda consigo salvar alguma coisa de Charlotte. - ela gostou de como o nome saiu em sua b
AnneA negra estava entediada, ela observou Joe limpar a cozinha e depois o acompanhou a sala. O homem deitou no sofá e fechou os olhos na intenção de tirar um cochilo, completamente indiferente a jovem sentada no outro sofá sem jeito. Anne confessa que a tranquilidade dele a incomodava as vezes, ele só parecia muito despreocupado com as coisas.Ela se perguntou o que podia o abalar, porque até agora ele não estava muito interessado com Anne ou em ser amigável.A garota resmungou em seu lugar, e o olhou, mas o moreno continua quieto. Ela fez um pouco mais de barulho para ver se conseguia sua atenção, as ulhas grandes batucaram no forro do movel e ela fez o mesmo com o seu pé. E recebeu silêncio de volta.Anne revirou os olhos com o descaso do outro com a inquietude dela._ Você teria uma folha branca e lápis? - pergunta.Joe abre um dos olhos, e a fita rapidamente, porém os fecha sem interesse._ Uma folha e lápis? - ele repete e boceja.Bastante espaçoso, suas pernas ocupam todo o