Miguel
Chego na lancheira, logo a senhora garçonete vem me atender, escolho uma mesa e sento de frente para a porta. O que gostariam de pedir para beber? Quero uma cerveja sem álcool? Hoje só tem Sol, pode ser? Sim, filha o que você quer beber? Quero suco de morango? Com ou sem gelo no suco? Quero com gelo. Já trago para vocês. Após pedir as bebidas. Olhei o ambiente, hoje estava calmo e tranquilo, não tinha muitos clientes. Nenhum paciente para me comprimedar, hoje. Sou tirado dos meus pensamentos pela Catarina. Pai, hoje posso ir no shopping com minhas amigas, após o almoço. Tu me deixa lá? Sim, claro. Tem ainda dinheiro da mesada ou já gastou tudo? Tenho, você me ensinou a pensar bem antes de comprar. Ótimo. Qualquer coisa liga. Claro que vou incomodar na hora de voltar. Sempre pode contar comigo. Só me ligar, que busco você e se precisar deixo, algumas amigas em suas respectivas casas também. Ótimo! A garçonete chega com as bebidas e já fazemos o pedidos das comidas. Pedi um Xis de coração e a minha filha pediu um Xis salada. Continuamos a conversa, minha filha contando sobre as suas aventuras na escola. Quando avisto o meu paciente Antônio com uma mulher linda atrás dele. Ele me comprimento, num desejo de saber sobre a mulher que o acompanhava, convidei ele a se juntar a nossa mesa. Ele ficou meio sem graça, mas acabou aceitando, mas avisou que teria mais duas pessoas. Respondi sem problemas. A garçonete já ajuda a arrumar a mesa para acomodar todos. A garçonete vira para o pessoal e pegunta. As crianças não vem hoje? Estão na casa do pai.- responde a moça bonita, que ainda não sei o nome. Então, estão se divertindo! Sim Já trago as bebidas! Coca-Cola 2 litros?- Garçonete pergunta. Sim! - O meu paciente responde. A moça bonita senta bem na minha frente, o Antônio ao lado. Começamos a conversar, sobre o tempo e ainda não sei nada sobre a moça bonita. Vem chegando na mesa a garçonete com as bebidas e a moça bonita tira 3 copos de plástico reutilizável e coloca na mesa.As bebidas são colocadas na mesa além do refrigerante é servido uma cerveja para o senhor Antônio, que nem vi ser pedido. Contudo entendo que são clientes assíduos da lanchonete. A garçonete o que vão pedir, o Antônio pede um ala minuta com carne a milanesa, fritas, já a moça bonita pede xis coraçãozinho. E neste momento chega uma outra moça com a filha e já saiu pedindo um ala minuta com carne. Oi, pai! Me enrolei por que na hora de sair precisei trocar uma fralda. Tranquilo filha. Já aconteceu comigo várias vezes. Com os dois pitocos, Maria!- falou a moça bonita, estou a olhar encantado. Nisso a garçonete coloca uma mesa do lado e aí meu nervoso começa, a moça bonita, senta do meu lado, para que a Maria consiga sentar ao lado da filha. Maria, este aqui é o meu médico, Dr Miguel.- o pai finalmente me apresenta, mas no fim não apresentou a moça bonita. Prazer, está aqui é minha filha Catarina.- apresento minha filha que fica tímida, para ver se finalmente descobria o nome da moça bonita. Catarina comprimenta todos com a mão. Infelizmente chegou a batata frita e o mistério continuou. A moça bonita oferece palitos de dentes para todos, vejo que ela é simpática, mas quieta na sua. Jane, como está a busca por emprego?- Maria pergunta, olhando para moça bonita, ou seja ela se chama Jane. Um fracasso total.Infelizmente com a laguna de tempo que tenho entre o último emprego e agora, faz tudo fica mais complicado. Há quanto tempo tu estás sem trabalhar? Uns dois anos. É muito tempo. Sim e junto com o fato de amar meu trabalho, acabo não tendo bom desempenho nas entrevistas de emprego. Resolvo perguntar para Jane. Você está sendo irônica e você não gosta do que faz. Estou certo?- ela balança a cabeça mostrando claramente que não tem amor pela profissão. Infelizmente o curso técnico foi legal, mas não aconteceu o mesmo com o trabalho, onde a teoria e a prática se mostraram contraditórias. Onde o cliente não quer pagar imposto e quer que fazemos milagres e o dono do escritório quer que você cuide de muitas empresas, exigindo atenção e agilidade o que gera estresse. Ou seja mais pacientes para mim. Sim, num ciclo sem fim, que não é flexível para uma mãe. Que inevitável para trabalhar fora, precisa de ajuda. Por conta da matemática do tempo, as 8h de trabalho, gera dificuldade para uma mãe levar e buscar seu filho na creche, principalmente se o emprego for longe da creche. E se o filho já tem idade para a escola inevitavelmente precisa pensar com quem ou onde seu filho vai ficar no turno inverso ao da escola. Infelizmente é uma teia complexa- falei e vi a irmã dela falando, algumas coisas a mais sobre o assunto, mas me dei conta que ela ficou quieta, sem se posicionar novamente. A nossa comida chegou, fizemos a refeição em silêncio, só quem nos tirava do silêncio, era a filha de Maria. Ela precisava de ajuda para comer e não conseguia ficar parada, queria ir passear pela lanchonete, porém a mãe não deixava.Me diverto com o jeito da menina. No silencioso é possível observar tudo que acontece ao redor, como cada um se relaciona com a comida, como Jane é linda e fico querendo conhecer ela melhor, mas não sei como chegar. Nisso escuto a voz da minha filha. Pai, não esquece que vou sair com minhas amigas. Claro que não. Esqueci de perguntar, qual shopping, vocês vão? O Bourbon Shopping Wallig. Ótimo, vou aproveitar e ir no mercado Pai, que mico!-todos sorriem para minha filha. Seu pai não, falou para você ir junto. - falou Jane. Olho para minha filha e mostro que concordei com Jane. A Catarina solta um suspiro e disse tudo bem. Filha só vou aproveitar a viagem Sim papai. Quando pagar a conta já vou avisar minhas amigas. Alguém está mandando o pai embora.- diz o Antônio. Causando risadas em todos. A filha de Maria RI, mesmo sem entender tudo. Alguém quer carona para o shopping?- pergunto na esperança de ter Jane no meu carro. Até estou afim de passear, mas como não te conheço. Vou deixar passar.- lembro da minha filha, se insistir não vai ser bom exemplo para Catarina. Tinha me esquecido deste detalhe e é claro que não podem entrar num carro de um desconhecido, né Catarina!- falo já olhando para minha filha. E vejo Jane dar uma risadinha discreta. O Antônio, conversa com Maria e eles decidem já ir pagar a conta e sair. Está conversa acontece sem um olhar para Jane. Estranho e ela está calma, a família dela vai embora e ela fica. Falo para a Jane e Catarina escutarem. Isso foi estranho- Jane sorri e diz Anos de convivência. Claro- falo Agora, eu preciso ir. Porque nem conheço vocês.-Jane fala e minha filha resolve falar. Se for embora, não vai conhecer e se ficar sim.- achei as palavras da minha filha sabia, mas, fico pensando por que ela disse isso, se quer ir embora ver suas amigas. Nisso entra no local a melhor amiga da minha filha Gabriela. Minha filha comprimenta a amiga e diz pai não preciso mais de carona. Como conheço a família da amiga dela, deixo. No fim, a oportunidade perfeita para conhecer Jane. Então, com um sorriso no rosto, viro para Jane. Oi, sou o Miguel! E você como se chama?JaneLá vamos nós comer na lanchonete de novo, todos os funcionários já nos conhecem, porque toda a semana basicamente vamos lá. No caminho minha cabeça ferve, estou há algum tempo sozinha. Queria muito conhecer alguém especial, mas é difícil com a minha rotina de dona de casa e só saio para almoçar com meu pai. E como não sou mais guriazinha não sei ver qual homem posso paquerar, porque sei que a maioria dos homens da minha idade são casados e não quero ser amante de ninguém e sei que tem homem que adora mentir, fazendo eu ficar quieta, na minha. No meio dos meus devaneios, chego na Lanchonete Vênus, existem duas entradas, meu pai está na frente, então lidera. Entramos pela entrada, próxima ao banheiro. Próximo a entrada vejo um homem que chama minha atenção. Não dou atenção, porque não vai dar em nada mesmo. Olho para umas cadeiras e penso que deve ser ali que vamos sentar. Porém tudo muda, quando o homem que chamou minha atenção, chama meu pai e o convida a sentar junto. E me
Jane-Prazer em conhecer! - Ofereço a mão para ele apertar.-Igualmente - Esticando a mão para o aperto de mão. Com um sorriso, que derrete qualquer mulher.-Acho que devemos ir para outro lugar? Ele pergunta, já estamos aqui desde o almoço.- Seria bom - respondo ele com um olhar tímido.- Só temos um probleminha. - olho para ele sem entender.- Como não nos conhecemos não posso de levar de carro para fora daqui e como estou de carro…- para avaliando as opções. Interropo seus pensamentos.- Você pode levar o carro para outro lugar, enquanto vou no banheiro e depois saímos daqui juntos. - Acho que pode ser. - Ele me responde.- Então vamos lá. - respondoCada um vai para um lado e depois de uns 5 minutos, nós encontramos na entrada. Antes de sair mesmo do local, ele foi pagar a conta. Caminhamos sem rumo, em princípio. Contudo conduzi ele para um parque.No início ficamos em silêncio, o Miguel quebra o silêncio. -Você sempre morou neste bairro? - Lembrei de toda a minha jornada até
Miguel Depois de levar a Jane para casa, mesmo com vontade de ficar junto dela por mais tempo.Fui caminhando e lembrando de cada detalhe desta tarde, amei conhecer a Jane quero conhecer ela melhor. Fiquei imaginando ela na minha casa, sendo todinha minha. Quero fazer coisas simples com ela, um filme no sofá da minha casa, uma conversa olho no olho no sofá.Voltei próximo à lanchonete, porque deixei meu carro ali e tinha que ir buscar a minha filha no shopping.Estava quase chegando lá, quando o tempo parecia ter parado. Vi um carro em alta velocidade chegando e no momento seguinte já estava no chão da calça. Não sei por que mas resolveu chover bem na hora, fui ganhando chuva. Não conseguia me levantar, então só havia uma coisa a fazer esperar por socorro. Infelizmente era uma rua pouco movimentada e o carro que me atropelou fugiu, sem prestar socorro.Nem prestei atenção na placa do carro, só observei que eles estavam rápido demais e que não conseguiria fugir.Agora aqui no chã
Estou esperando na entrada do shopping meu pai. Ele disse que só ia pegar o carro e ia direto para o shopping. Porém já faz 20 minutos que ele mandou a mensagem e provavelmente ele já deveria ter chegado.Vejo uma ambulância passado, indo para o hospital, tenho uma sensação estranha, tendo mandar mensagem e nada. Resolvo ir para o hospital, alguns diriam que eu estava doida, mas não me importei e fui. Cheguei na recepção do hospital e falei com a recepcionista.-Oi, por acaso a pessoa que chegou aqui de ambulância, a pouco tempo é Miguel Machado Santos?- a recepcionista me olha com uma cara esquisita.-Qual a sua idade?-Tenho 16 anos.-Você poderia chamar um responsável por você ou um parente maior de 18 anos.-Sim. Vou chamar. Mas poderia me passar a informação se é ele?-Não.-Ligo para minha mãe. Ela atende rápido.-Oi, tudo bem filha? Respiro-Mãe, meu pai deveria ter vindo me pegar no shopping. Ele não apareceu. E nisso vi uma ambulância passado e tive uma sensação ruim. Vim
Jane Fui dormir inquieta, parecia que não tinha sono. Custei a dormir. O dia foi agitado. Na hora de dormir, fiquei imaginando os próximos encontros com Miguel, como seria o primeiro beijo. “Estou sentada na varanda da minha casa, quando ele surge com um buquê de flores vermelhas, mas não eram rosas, sorrindo para mim. Sem perder o contato visual, ele me chama com o dedo. Me aproximo dele, ele entre o buquê e fala que estou linda. Me convida para passear com ele. Só peço um minuto, entro em casa, aviso meu pai e retorno para o passeio. Ele pega minha mão e vamos andando conversando sobre a nossa semana. Observo que a mão dele está suada de nervoso, levando sua mão e a beijo. Ele ergue a sobrancelha e depois relaxa. Acabamos andando pela av. Principal do bairro. No caminho resolvemos ir na praça, conversamos no banco e ele começou a se aproximar mais de mim, até me envolver com o braço entorno das minhas costas. Continuamos a conversar até que nós lábios se aproximam e o bei
Catarina Após a primeira cirurgia do meu pai, fui para casa, não tinha como ficar com ele Chorei muito, demorei mas consegui dormir. Perto do horário de vista do hospital minha mãe me acorda. E ela tem plantão logo após, em hospital próximo.A minha mãe se chama Valentina, foi colega do meu pai na faculdade. Tiveram um caso de uma noite. Meu pai até queria casar e tudo, depois que soube que minha mãe estava grávida. Contudo minha mãe não quis por que não amava meu pai e sabia que isso ia dar separação no futuro. Acho que fez bem. Foi só eu e minha mãe até os 3 anos, quando ela conheceu meu padrasto e começaram a sair. Valentina mudou muito depois que conheceu meu padrasto Carlos, que era supervisor do departamento de cirurgia no hospital que minha mãe trabalhava como plantonista. Ela amadureceu muito e se tornou uma mulher incrível.Voltando ao presente, entro no hospital para a visita, me aproximo da cama e vejo meu pai deitado na cama de olhos fechados, sem se mexer, meu coração
JaneMe chamo Jane sou mãe de dois filhos, solteira, sem emprego, olhos azuis e cabelo castanho.Estou deitada na cama. Já coloquei meus dois filhos para dormir. Durmo no meio dos dois. A cama tem dois colchões de solteiros, um macio e outro duro, colocou um do lado do outro, assim fica uma cama grande para nós três dormimos. O menino é o Vinícius que tem 8 anos, cabelos castanhos e liso, olhos azuis.A menina é Ana Clara tem 3 anos, cabelos castanhos claros e cacheados, olhos azuis.São filhos do meu caso mais longo, o Gabriel, terminei com eles faz poucos meses ou seja em recuperação. Agora as noites é o momento que tenho para refletir sobre tudo, erros e acertos que fiz.Já chorei diversas vezes e meio terapêutico, não tenho dinheiro para pagar por um profissional, então tenho que me auto analisar, por que não adianta terminar um relacionamento e não mudar nada, por que o próximo relacionamento vai ser igual. Por que vou acabar atraind
MiguelHoje levantei cedo, tenho plantão hoje lá no postão. Não gosto de me atrasar, sou médico clínico geral, atendo toda a população do bairro. No Pistão tem muitos senhores e senhoras, que precisam além de resolver seus problemas de saúde, precisam lidar com a solidão. Gosto de ser simpático com todos, mesmo quando estou bem irritado. Antes que esqueça me chamo Miguel, para a loucura de muitas, solteiro, 39 anos, cabelos castanhos, olhos cor de mel. Tenho uma filha adolescente, chamada Catarina, atualmente prefere sair mais com as amigas que comigo.Pego meu carro e me dirijo para o Postão. Trânsito tranquilo, então chego rápido. Gostei da vaga que consegui hoje. Chego na minha sala e já abro o computador para começar a atender. Levanto da cadeira e vou chamar a primeira paciente.Cláudio Santos- tenho que chamar duas vezes. Levanta um senhor de uns 80 anos.Bom dia, Doutor!O que o senhor tem sentido?Doutor, muito cansaço, dificu