Viviane— Calma Viviane!Vitória tenta me acalmar enquanto esperamos por notícias do Pedro. O Leonardo achou melhor encaminhar o Pedro para o hospital da família dele e me disse que ficaria na sala de cirurgia para que assim eu me sentisse melhor.Sofia falava ao celular, Lucas estava preocupado com a condição do Pedro e eu desesperada por não ter notícias dele.— E se algo de ruim acontecer Vitória? O que vou fazer da minha vida sem o Pedro?Eu passo a mão pelo meu rosto sem conseguir segurar as lágrimas. O medo da morte me deixava desesperada e cada vez que fecho os olhos eu lembro dele caído no meio da rua.Deus não vai deixar que o Pedro me abandone sozinha, não quando nós dois estivermos bem e quando eu aceitei o sentimento que agora tenho por ele.- Viviane chega de drama, não vai acontecer nada com o Pedro e ele é um homem forte. Não fique pensando que atrai é energia ruim para você e ele.Vitória continua me acalmando até que a porta da sala de cirurgia abre e vejo Leonardo sa
VivianeMe afasto do Leonardo e só depois que me dei conta do meu gesto impulsivo. A camisa azul dele ficou molhada no ombro dele por conta das minhas lagrimas e me sinto uma idiota por fazer isso.— Leonardo me desculpa que molhei seu ombro com meu choro.Falo e ele diz que não é nada, toca com carinho meu rosto e limpa uma lágrima que teima em continuar caindo.— Uma camisa molhada com suas lágrimas não é nada para mim. Fico tranquilo que você tá melhor, que consegui ao menos fazer você sorrir um pouco em meio a todo esse caos.Me responde e seguro com carinho sem sua mão, como disse para ele nada que eu faça recompensa o cuidado que teve com o Pedro. Isso seria mais um motivo para eu continuar sendo amiga dele e o Pedro nem pensaria mal do Leonardo por conta disso.Uma enfermeira aparece na recepção me avisando que posso entrar para ver o Pedro e pergunto do Leonardo se ele já vai embora para casa ou vai ficar por mais um tempo.— Preciso ir agora, mas eu deixei avisado que o que p
PedroMe sinto caindo em um precipício, minha garganta irritada, sinto sede e ouço a voz da Viviane ao meu lado. Meus olhos estão pesados, não consigo abrir e sinto meu corpo dolorido. Com dificuldade abro os olhos, sentindo o toque de mãos em meu corpo e alguém ao meu lado. Enxergando com dificuldade, me viro para o lado, encontrando Viviane sentada com a cabeça deitada numa cama? Estou em um hospital? Como vim parar aqui até que um flash de lembrança vem a minha cabeça. Lembro de ter me despedido do Marcelo, depois caminho para voltar onde Viviane estava com o médico rico e vi o olhar apaixonado que ele dava para ela. Até que senti uma ardência no meu ombro esquerdo e depois dali tudo se tornou um borrão na minha mente. Tento me sentar direito naquela cama de hospital e com isso Viviane se mexe ao meu lado, levanta seu rosto e vejo os olhos vermelhos de chorar e surpresa por me encontrar acordado.— Pedro até que enfim acordou! Enlaça meu pescoço com os braços, sem me soltar e gemo
VivianeAjudo o Pedro a sentar na cadeira de plástico e vejo em seu rosto que ele segura o gemido de dor para não me preocupar. Após tirar a bata que ele usava e a cueca, ele se senta com cuidado e ligo o chuveiro pegando o chuveirinho para dar banho nele. A tipoia própria para isso ajuda e por sorte no banheiro tinha um tipo de apoio de ferro que o Pedro colocou em seu braço para não cansar. Deixaria para fazer a barba dele somente em casa, fui lavando o cabelo primeiro, depois molhando o seu corpo e ele permanecia com a cabeça baixa enquanto isso. Lucas apareceu no hospital bem cedo para saber notícias dele e avisou que voltava com a Vitória a noite para que eu pudesse jantar tranquila.— Quando você sair daqui, espero que me explique como aconteceu isso e quem atiraria em você do nada?Eu digo, Pedro levanta o rosto para mim e vi que ele estava com raiva e não ligo em ver ele dessa forma.— Não tem nada para explicar Viviane, isso é problema meu e não quero você preocupada com is
PedroViviane foi jantar com a amiga e Lucas ficou comigo no quarto repassando tudo que aconteceu nessas últimas 24 horas.— Chefe, na madrugada fui até o beco, tentei encontrar alguma informação e ninguém viu nada ou sabe de nada. Acho até que o Zezinho não tem nada com o tiro se quer saber.— Como não tem nada com o tiro? Quem tentaria me matar e assim poderia ocupar meu lugar na Estrela Guia e ainda por cima pintar e bordar ali.Eu digo, mas Lucas tem certeza que não foi ninguém da nossa comunidade. Não sei em quem pensar ou no que pensar em relação ao que me aconteceu. Em todos esses anos jamais fui algo de qualquer atentado e sempre fui atento aos que me rodeavam.— Chefe o seu Neto já tá sabendo do que aconteceu, por sorte não saiu nos jornais, mas o seu Marcelo ligou preocupado com o senhor também.— Se não foi o Zezinho, não acredito que possa ser o Marcão ou então...Lembro do nosso encontro, das ironias que aquele maldito me jogou na conversa e de como não disfarçou que se e
LeonardoSara e eu jantávamos na cozinha do apartamento dela. Depois do sexo intenso ao lado dela, a fome nos pegou e decidimos pedir comida italiana. Enquanto estava na cama com Sara eu só conseguia enxergar a Viviane na minha frente, fiquei tão confuso que cada gemido dela embaixo de mim eu achava que era aquela garota comigo. Ver a forma que ela se preocupava com aquele homem, estava me deixando louco e eu precisava tirar ela da mente ou acabaria me tornando um obcecado por ela.— Meu querido Leonardo, não acredito que tentaram matar o chefe da sua amada comunidade em plena luz do dia.Sara me tira do transe que me encontrava. Nem eu conseguia entender como o homem foi baleado assim na frente de todo mundo e esse tipo de coisa eu só assistia em filmes de ação.— Foi bem estranho mesmo, mas eu não quero me meter nesse assunto e meu foco ali é apenas continuar com os atendimentos.Respondo, bebendo um gole do vinho que desce pela minha garganta queimando.— Mas bem que se o homem não
VivianeAguardo o elevador chegar para ir para casa, achei melhor deixar o Pedro sozinho com a visita. Certeza de que os dois tinham algo importante para conversar. Sabia que o Pedro não contaria nada para mim sobre a verdade em relação ao tiro que ele levou. Se o Pedro me queria longe dos problemas, eu aceitaria, melhor viver sem saber de nada do que me preocupar com tudo e não viver em paz. A porta do elevador se abriu e surpresa dei de cara com o Leonardo encostado na parede mexendo no seu celular. Assim que entrei dei bom dia a ele que sorriu ao me ver.— Bom dia para você também — Leonardo me responde dando um beijo em minha bochecha. Segurava a bolsa com as minhas coisas e a do Pedro e o Leonardo estendeu a mão para que entregasse para ele segurar para mim.— Pedro não teve alta ainda, você está indo para onde está levando essa bolsa?Leonardo me pergunta e respondo que estava retornando para casa e devolvo a pergunta.— Hoje não é o dia de atendimento na comunidade? Pergunto,
PedroSeu Neto foi embora 15 minutos atrás, a enfermeira me ajudou com o almoço e Viviane me ligou avisando que estava a caminho do hospital. Repassava em minha cabeça a conversa com meu amigo sobre o tiro e as consequências que esse ato teria em minha vida e na comunidade. Conversamos sobre as pessoas que queriam minha morte e desejavam ocupar a comunidade e nenhuma delas tinha um motivo forte para mandar me matar. Marcão e Zezinho não passavam de dois inúteis que achavam que poderiam me derrubar e ambos sabiam disso e de como eu conhecia muita gente tanto na polícia como fora dela. Cheguei onde estou usando a paciência e sendo quem sempre fui desde que entrei na polícia na casa dos 20, mesmo após ser expulso anos depois eu permanecia o mesmo homem quando se tratava de negócios. Minha viagem para a Colômbia teria que ser adiada pelo menos por alguns meses até que a poeira baixasse. Levantei-me da cama andando com cuidado e fui até a janela do quarto. O tempo estava nublado e o sol de