Algum tempo depois, Afonso estava sozinho dentro do casarão após o sucedido, Constância Maria havia levado Rimena e Rhodolfo para casa deles, e Eva seus dois filhos, Daniel e Pedro para a igreja rumo ao velório de Júlio Valência.
Afonso estava sentado em frente a cadeira de sua mesa, em seu escritório, o mesmo fumava seu charuto convicto de que nada o pudesse acontecer.
_ Eva não fará nada do que disse._ Sussurrou.____ Voltará mansa como sempre e tudo passará de um mal entendido, quanto ao filho de Rimena, mandarei abortar e tudo isto ficará no esquecimento.…Nada há de me acontecer. * * *
Enquanto isso, dentro do carro dirigido pelo motorista da Fazenda, Eva e seus filhos estavam no banco traseiro, no meio dos dois irmãos estava a matriarca chorando em silêncio , enquanto Daniel contemplava à paisagem
A igreja acabou por ficar em silêncio observando Daniel caminhar rumo ao caixão. Enquanto isso acontecia José Alfredo adentrou ao espaço discretamente, onde optou por ficar nos últimos acentos da igreja. Alguns minutos depois, Daniel chegava ao caixão de Júlio, o mesmo travou seus passos e de seguida suspirou para reunir forças suficientes , nesse instante Daniel colocou a ponta do dedo na borda do caixão, e lentamente começou a deslizar o dedo enquanto caminhava a passos lentos. Ao chegar ao fim, lá estava o Júlio Valência com a pele pálida, neste momento Daniel colocou a mão sobre sua boca, com intuito de controlar às lágrimas, no que foi inevitável, elas caíram.Daniel pousou sua mão sobre o rosto de Júlio, todos lhe observavam em silêncio,e Eva chorava em silêncio ao vê-lo sofrer em tais proporções._ O que há de ser dos sonhos que juntos acordarmos?_ questionou Daniel em tom sussurrante, enquanto pas
6 Meses depois.Rosa Branca, Janeiro de 1939.Depois de todo o ocorrido, haviam se passado exatos seis meses e muita coisa havia mudado. Aquela altura o assassino de Afonso Azarova continuava incógnito para todos. Eva seguia sua vida tentando digerir tudo, porém a mesma já se via pronta a recomeçar sua vida ao lado de alguém e esse alguém era José Alfredo de Assunção Valência , o tio de Júlio Valência.Constância Maria havia levado Rimena para são Paulo logo após a morte de Afonso, sua ideia era que está tivesse o bebê por lá, sem que ninguém soubesse que um dia ela esteve grávida, e após o nascimento a criança fosse entregue a roda dos desvairidos, e não à Eva como constância havia feito Rimena acreditar meses atrás.Daniel por sua vez seguia amargurado, e nada mais em sua vida fazia sentido algu
Rosa Branca.Janeiro de 1948.Todo um passado ficou para trás por mais cicatrizes e marcas que este havia causado. Como se um novo livro estivesse a ser aberto, dando inicio a leitura de mais uma nova história carregada de emoções e traços do último capítulo, do então passado carregado de dor e sofrimento. Sim isso mesmo, o verdadeiro início dessa história começa agora, Janeiro de 1948 em Rosa Branca.Narrado por Eva.Entre às pernas de José Alfredo, eu estava sentada na grama verde do campo distante da Fazenda. José tinha suas costas repousadas ao tronco da árvore frondosa, e ao lado estava nosso cavalo de cor castanha degustando do capim que ali havia. Nossos cabelos esvoaçavam pelo vento, enquanto podíamos escutar o som dos pássaros ao redor ao ceu azul, bem como nas árvores. Ao horizonte eu podia ver uma imensidão de grama preenchendo meus olhos, e a
A apreensividade havia tomado conta de todos os presentes, Eva por sua vez se encontrava de olhos arregalados bem como Rimena e José Alfredo com suas atenções tomadas à Daniel que à aquela altura esperava cedendo por uma resposta de Pedro. Naquele mesmo espaço constância Maria e Rodolpho levantaram-se de seus acentos, não acreditando no que estava diante de seus olhos a acontecer .Responda.Vociferou Daniel. ____ Quem pensa que é.Pedro estufou o peito, suspirou e de seguida caminhou em direção de Daniel, aquela altura ambos estavam à poucos passos de distância, até que Pedro respondeu._Sou tudo aquilo que você não é, e com certeza jamais será, um homem, seu mariquinhas._ Retire o que disse.__ Afirmou Daniel fechando seu punho para conter a raiva que estava a sentir, no que culminou na aceleração de sua respiração.
Narrado por Daniel.Nossos olhos haviam se cruzado e parado no tempo. Sabe aquele momento em que tudo parece deixar de existir e somente à pessoa em frente a ti passa a ser o centro do seu universo?Bom, era assim que eu estava me sentindo, como se ele fosse tudo, a ponto de roubar todos os meus pensamentos, sendo capaz de esvaziar todo o resto que pudesse estar ou querer ganhar espaço na minha mente.Até que acordei daquele momento completamente sem significado para mim, e com certeza para ele também._ Você está me seguindo?_ perguntei fechando o rosto.Naquele instante José Alfredo afastou-se para trás com feição de indignação, e em sua testa formaram-se linhas fortes de expressão. ___ Claro que não!…. eu que te pergunto, o que você veio fazer aqui, justament
Narrado por Daniel.Os olhos de minha mãe continuavam depositados em mim e José Alfredo. Eu estava apreensivo procurando por uma resposta, e talvez eu não devesse procurar nada, mas sim falar a verdade, do que teria acontecido para estarmos daquele jeito, molhados e com as botas repletas de terra. ___ Espero por uma resposta vossa.____ insistiu. ____ Aonde estiveram? ___ No Rio. ___ Respondi sem rodeios. ___ A essa hora da madrugada?Naquele momento José Alfredo aproximou-se e disse._ Na verdade foi uma coincidência Eva._ Afirmou._ Eu e Daniel nos encontramos no rio por acaso, eu queria refrescar a cabeça depois do que aconteceu na festa, e acho que Daniel também!….não foi isso que aconteceu Daniel?_ indagou tomando minha atenção, na expectativa que eu confirmasse o que ele havia dito._ Sim mamãe, foi isso mesmo que
Horas haviam se passado, e um novo dia ensolarado havia iniciado em rosa Branca . Aquela altura na sala de espera do hospital, estava Rimena sentada ao lado de Roberto.Entretanto ambos dormiam, porém, Rimena estava com sua cabeça apoiada ao ombro de Roberto, no que acabou por causar espanto e murmúrios negativos, em todos aqueles passavam por ali, dentre os quais, médicos, enfermeiros bem como pessoas da alta sociedade de Rosa Branca.Até que de repente Rimena e Roberto acordaram assustados após escutarem o som de estilhaços de vidro ao chão.A princípio Rimena olhou ao chão, e lá viu um monte de estilhaços de um vaso, e ao lado do mesmo estava um par de calças formais. Ela assustou-se e lentamente foi subindo sua atenção pelo corpo do indivíduo, até chegar ao rosto que logo
Na sala da presidência da processadora, estava Daniel, sentado na cadeira giratória de José Alfredo, o mesmo analisava algumas pastas de documentos e contas da Fazenda. Daniel esfolheava os papéis atenciosamente, olhando cada ponto e vírgula de forma minuciosa , até que naquele momento José Alfredo adentrou ao escritório, no que acabou por assustar-se com à presença de Daniel em sua sala._ O que você faz aqui?_ Indagou assustado.Lentamente Daniel largou nos papéis, fechou a pasta e logo tomou a atenção de José Alfredo, que aquela altura tinha às linhas fortes de expressão evidentes em seu rosto.___ Deixar pastas comprometedoras como estás, por cima de sua mesa foi um acto extremamente burro de sua parte. ___ Afirmou Daniel exalando calmaria._ Mas por outro lado isso foi ótimo, pois graças a sua estupidez eu descobri o que já desconfiava._ completou.Naq