Enquanto Flora e Ryan organizavam a mala de Daniel, o garoto pulava animado em cima de sua cama, arrancando risos do seu avô. Há poucos minutos, Daniel havia chamado Ryan para pular, do mesmo modo em que fazia com a sua mãe, mas levando em consideração o seu tamanho e peso, assim que ele ficasse em pé na cama infantil, quebraria de primeira, então apenas sorriu e agradeceu o convite, sentiu-se bem com a criança, ainda mais depois que descobriu por Flora que apenas pessoas da confiança do garoto, era dignos de brincar com ele.— Tio Ryan, vamos morar com você? — Daniel indagou inocentemente deixando Flora pálida. Ryan olhou de lado e ao ver a reação da moça, a provocou.— Se sua mãe quiser — Piscou.— Agradeço sua generosidade, senhor Ryan, mas não estou cogitando a ideia de morar com você.— Ah não? — Abriu um enorme sorriso, deixando a moça vermelha. — Você pode ficar na nossa antiga casa, Flora — Sugeriu o seu pai que apenas observava a conversa do casal.— A casa da fazenda? — Per
Cibelle revirou os olhos quando Flora avaliou Daniel pela milésima vez antes de finalmente entrar no carro particular da amiga. A moça se sentia péssima por deixar o filho novamente depois de várias semanas longe do menino. — Cuide bem dele, tá? — Perguntou para Cibelle que sorriu irônica para a amiga.— Não irei cuidar, Flora. Deixarei o menino a mercê de perigo e sairei apenas com o Henry — Ironizou, então o semblante de Flora muda para um de preocupação — É claro que cuidarei dele, Flora. — Disse Cibelle alisando o cabelo do menino — Eu daria a minha vida por esses dois meninos! — Exclamou garantindo para a amiga que mal algum aconteceria com o seu filho. Flora depositou um beijo na cabeça de Henry e Daniel e deu um breve abraço na amiga, depois de quinze minutos enrolando, a moça finalmente seguiu o seu destino. Já no caminho até a empresa, Ryan deixava várias mensagens no celular da moça, arrancando sorrisos bobos — a fazendo desejar chegar logo até o local de trabalho para vê-
Flora respirou fundo assim que chegou em frente à sua antiga residência de infância. A casa não tinha mudado nada nos últimos anos, e tudo graças ao seu pai que sempre mandava homens para aparar a grama e tudo o que crescia no grande quintal. Pegando a chave da residência, Flora caminhou devagar e um flash de lembranças passaram diante de sua mente assim que a mulher girou a chave.Os móveis cobertos por lençóis brancos, fizeram Flora se lembrar do dia em que ajudou os seus pais a colocar cada um deles — a moça tinha boas lembranças, mas apenas a parte ruim ficou guardada em sua mente. Com um sorriso de saudades do lugar em que cresceu, Flora explora a cada, passando por cada cômodo dela e desbloqueando uma memória diferente, memória à qual queria que o seu filho também vivesse. O último destino de Flora foi o grande quintal, onde se lembrou brincar com os seus pais, onde se lembrou do pequeno estábulo que ficava perto, e onde também, lembrou de sua primeira queda a cavalo, no qual f
Assim que Flora adentrou na recepção, percebeu a aglomeração no local. Todos pareciam animados, os homens que lhe contrataram estavam presentes, assim como Ryan e quando ambos os olhares se encontraram, foi possível perceber o brilho nos olhos de Ryan e o grande sorriso que ele deu para a moça e não disfarçou, ela retribuiu tendo a atenção voltada para ela por míseros segundos.— Já que todos estão aqui, podemos começar — Anunciou Ryan e logo Flora percebeu de que se tratava da reunião que fora anunciada no dia anterior e que Ryan estava esperando por ela — Serei breve, mas gostaria de agradecer a todos pelo esforço e trabalho duro. Sei que o trabalho anda sendo árduo, e graças a perseverança de cada um, a St. Thompson tem crescido cada vez mais — Diz ele e todos o aplaudem. O pouco tempo de trabalho, fizera Flora perceber que Ryan era um dos melhores chefes que alguém poderia ter. O homem era compreensivo, e fazia de tudo para ajudar os seus colegas de trabalho, além de que a moça n
Flora se mantinha atenta enquanto trabalhava em mais um projeto, o horário do intervalo se aproximava, a moça implorava mentalmente para que chegasse logo. Ninguém disse nada para Flora sobre o designer, mas ela percebia cada olhar que estavam dando a ela.— Você está bem? — Bianca perguntou sussurrando ao seu lado, após a ver pela milésima vez olhar para a sala inteira. — Sinceramente? — A mais sincera.— Não! — Ninguém está te julgando ou achando que foi você, Flora! — Disse a moça tentando tranquilizar a colega — Por que você mesma se prejudicaria dessa forma? Flora a encarou e sorriu. A moça tinha razão, Flora sabia que não tinha sido ela, sabia do seu valor e quem realmente ela era, todas as suas inseguranças causadas por Adam, a cada dia ia embora ao lado de Ryan, ela sentia que ninguém confiava 100% nela depois de tudo o que descobriram de sua antiga relação, mas Flora tentava relevar isso, da mesma forma que tentava ganhar a confiança de todos do lugar, ela não era de desi
Cinco semanas antesFlora se martelou a semana toda até tomar a sua decisão final. A loja que criara com o seu marido estava sendo um sucesso, e ela o apoiava em tudo. Para o ajudar em uma nova fase, viu que, a melhor opção no momento era mandar o seu filho para a casa de seus pais por um pequeno período de tempo.Ela nunca fora uma péssima mãe. Sempre atendendo as necessidades do filho e de seu marido, cuidando com amor e carinho, e dando todo suporte necessário para ambos os homens, mas por outro lado, ela sabia que não teria como ajudar mais, cuidando de uma criança, e com dor no peito e uma decisão difícil, a única opção encontrada foi mandar o filho de ambos para a casa de seus pais há dois quilômetros de sua casa, por um pequeno período de tempo.— Alô? Mamãe? — Indagou ela na linha, batendo freneticamente os seus dedos na mesa.— Flora, minha filha, tudo bem com você? Me ligando a essa hora da noite… — Sua mãe estranha. Não era do feitio de sua filha ligar tão tarde da noite.—
Flora desceu a escadaria principal com lágrimas nos olhos, seu ex-marido não demonstrava arrependimento algum do que fizera com a esposa, Rosalyn ao seu lado, sorria abertamente, como se finalmente tivesse conseguido o que sempre quis — a vida de Flora.A mulher apenas os ignorou, juntou toda a sua dignidade e seguiu para o lado de fora da casa, onde a observou por uma última vez e seguiu em frente, como parte do divórcio, o carro no qual Flora estivera há poucos minutos antes, pertencia por completo ao seu ex esposo.Sem rumo, sem celular e eventualmente sem ninguém, Flora seguiu para o parque central no qual costumava a ir com a sua família — sentindo-se que estava sendo seguida, mas tudo poderia ser fruto da sua imaginação, assim como também tudo o que ela estava passando no momento, um pesadelo no qual ela deveria acordar em breve.Sentando-se no banco mais próximo, Flora deixou sua mala ao seu lado e encarou o céu, pensando que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de mal go
Flora tremia se lembrando do acontecido, o nojo tomou conta do seu corpo, ela se sentia suja e incapaz, se lembrou de tudo o que seu ex havia lhe dito e pensou consigo mesma se tudo aquilo não era verdade. Será que ela só era um pedaço de carne? Não! Ela era muito mais do que aquilo. Seu peito doía e em sua garganta surgiu um nó, faz muito tempo desde que tivera uma crise de ansiedade, a chuva forte caía sem parar, a deixando com muito mais frio do que antes estivera, ela desejou uma ajuda, mas quem faria isso por uma desconhecida?Uma BMW preta começou a andar lentamente ao seu lado, e novamente a sensação de medo surgiu, o vidro foi baixado, ocultando a verdadeira face do motorista, ela não ousou olhar, até que a voz a fez olhar rapidamente para dentro do carro escuro.— Assim você ficará doente, sabe disso, não é? — Perguntou o homem no qual ela tentava a todo custo ver quem era, mas só ouvir a voz ela achava familiar, e a calmaria tomou conta. Ela confiava no dono daquela voz. — V