Assim que Flora adentrou na recepção, percebeu a aglomeração no local. Todos pareciam animados, os homens que lhe contrataram estavam presentes, assim como Ryan e quando ambos os olhares se encontraram, foi possível perceber o brilho nos olhos de Ryan e o grande sorriso que ele deu para a moça e não disfarçou, ela retribuiu tendo a atenção voltada para ela por míseros segundos.— Já que todos estão aqui, podemos começar — Anunciou Ryan e logo Flora percebeu de que se tratava da reunião que fora anunciada no dia anterior e que Ryan estava esperando por ela — Serei breve, mas gostaria de agradecer a todos pelo esforço e trabalho duro. Sei que o trabalho anda sendo árduo, e graças a perseverança de cada um, a St. Thompson tem crescido cada vez mais — Diz ele e todos o aplaudem. O pouco tempo de trabalho, fizera Flora perceber que Ryan era um dos melhores chefes que alguém poderia ter. O homem era compreensivo, e fazia de tudo para ajudar os seus colegas de trabalho, além de que a moça n
Flora se mantinha atenta enquanto trabalhava em mais um projeto, o horário do intervalo se aproximava, a moça implorava mentalmente para que chegasse logo. Ninguém disse nada para Flora sobre o designer, mas ela percebia cada olhar que estavam dando a ela.— Você está bem? — Bianca perguntou sussurrando ao seu lado, após a ver pela milésima vez olhar para a sala inteira. — Sinceramente? — A mais sincera.— Não! — Ninguém está te julgando ou achando que foi você, Flora! — Disse a moça tentando tranquilizar a colega — Por que você mesma se prejudicaria dessa forma? Flora a encarou e sorriu. A moça tinha razão, Flora sabia que não tinha sido ela, sabia do seu valor e quem realmente ela era, todas as suas inseguranças causadas por Adam, a cada dia ia embora ao lado de Ryan, ela sentia que ninguém confiava 100% nela depois de tudo o que descobriram de sua antiga relação, mas Flora tentava relevar isso, da mesma forma que tentava ganhar a confiança de todos do lugar, ela não era de desi
Cinco semanas antesFlora se martelou a semana toda até tomar a sua decisão final. A loja que criara com o seu marido estava sendo um sucesso, e ela o apoiava em tudo. Para o ajudar em uma nova fase, viu que, a melhor opção no momento era mandar o seu filho para a casa de seus pais por um pequeno período de tempo.Ela nunca fora uma péssima mãe. Sempre atendendo as necessidades do filho e de seu marido, cuidando com amor e carinho, e dando todo suporte necessário para ambos os homens, mas por outro lado, ela sabia que não teria como ajudar mais, cuidando de uma criança, e com dor no peito e uma decisão difícil, a única opção encontrada foi mandar o filho de ambos para a casa de seus pais há dois quilômetros de sua casa, por um pequeno período de tempo.— Alô? Mamãe? — Indagou ela na linha, batendo freneticamente os seus dedos na mesa.— Flora, minha filha, tudo bem com você? Me ligando a essa hora da noite… — Sua mãe estranha. Não era do feitio de sua filha ligar tão tarde da noite.—
Flora desceu a escadaria principal com lágrimas nos olhos, seu ex-marido não demonstrava arrependimento algum do que fizera com a esposa, Rosalyn ao seu lado, sorria abertamente, como se finalmente tivesse conseguido o que sempre quis — a vida de Flora.A mulher apenas os ignorou, juntou toda a sua dignidade e seguiu para o lado de fora da casa, onde a observou por uma última vez e seguiu em frente, como parte do divórcio, o carro no qual Flora estivera há poucos minutos antes, pertencia por completo ao seu ex esposo.Sem rumo, sem celular e eventualmente sem ninguém, Flora seguiu para o parque central no qual costumava a ir com a sua família — sentindo-se que estava sendo seguida, mas tudo poderia ser fruto da sua imaginação, assim como também tudo o que ela estava passando no momento, um pesadelo no qual ela deveria acordar em breve.Sentando-se no banco mais próximo, Flora deixou sua mala ao seu lado e encarou o céu, pensando que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de mal go
Flora tremia se lembrando do acontecido, o nojo tomou conta do seu corpo, ela se sentia suja e incapaz, se lembrou de tudo o que seu ex havia lhe dito e pensou consigo mesma se tudo aquilo não era verdade. Será que ela só era um pedaço de carne? Não! Ela era muito mais do que aquilo. Seu peito doía e em sua garganta surgiu um nó, faz muito tempo desde que tivera uma crise de ansiedade, a chuva forte caía sem parar, a deixando com muito mais frio do que antes estivera, ela desejou uma ajuda, mas quem faria isso por uma desconhecida?Uma BMW preta começou a andar lentamente ao seu lado, e novamente a sensação de medo surgiu, o vidro foi baixado, ocultando a verdadeira face do motorista, ela não ousou olhar, até que a voz a fez olhar rapidamente para dentro do carro escuro.— Assim você ficará doente, sabe disso, não é? — Perguntou o homem no qual ela tentava a todo custo ver quem era, mas só ouvir a voz ela achava familiar, e a calmaria tomou conta. Ela confiava no dono daquela voz. — V
Depois de sair da delegacia, Flora foi até a sua antiga casa e pegou os seus cartões, cheques e todas as suas economias guardadas, comprou um celular novo e a primeira pessoa na qual ligou, foi a sua mãe, que depois de desabafar com ela, foi convidada para a casa da mesma. Antes de tudo, Flora planejava se reerguer e recomeçar do 0 na empresa, retornou a empresa onde passou a tarde inteira planejando algumas mudanças, logo após seu expediente, retornou a casa de Cibelle, onde contou todo o ocorrido a amiga, e a aparição de Ryan.A noite foi um tanto longa, ficou com o seu filho até tarde na webcam, e não conseguiu dormir, pois não acreditava nas coisas que estavam acontecendo em sua vida, e em como preferia morrer ao viver tudo aquilo — o que era egoísmo de sua parte, já que um ser de quatro anos vivia para vê-la. O despertador tocou, Flora fora recebida por Cibelle em sua grande cozinha de jantar de braços abertos, onde conversaram o que a moça faria a seguir. — Qualquer decisão que
Flora avaliou Adam atentamente, era tentador a sua proposta, considerando tudo o que já viveu no lugar, e tudo o que a levou a fazer para ajudá-lo na construção e no esforço dos seus pais. Mas nada valia mais do que o seu bem estar. Flora pensou nas humilhações que passaria na sua antiga mansão, pensou no seu filho e na criação que recebeu de seus pais, pensou em toda a sua trajetória para ser quem ela se tornou e concluiu que tudo aquilo não valia a pena, por mais tentador que fosse. Assim como uma fênix, ela poderia renascer das cinzas e voar para longe.— Isso para mim é o cúmulo, Adam. Investirei todo o meu conhecimento em outra empresa, porque sei do meu valor e sei que sou mais qualificada.— Ninguém irá querer você trabalhando depois que descobrirem o que você fez, e eu farei questão de provar isso.— Faça como quiser, Adam. Mas quando perder tudo, não volte correndo para mim porque não estarei aqui para você.Flora pegou a sua bolsa e saiu de sua antiga empresa, mais uma coisa
Sua voz vacilou e suas mãos estavam trêmulas, a primeira pessoa que Flora viu ao retornar a St. Thompson foi a recepcionista, que lhe guiou até a sala do velho onde há algumas horas lhe disse que ela não estava apta, olhou para o senhor com um sorriso estampado no rosto e agradeceu a oportunidade, vendo o velho a ignorar totalmente. — Flora Louise — Disse ele anotando alguma coisa no seu notebook — Aqui estão os documentos no qual precisa assinar — Entregou-lhe mais de quinze papéis. A vaga no qual a moça estava disputando antes, e agora assinando os papéis, era muito importante para ela, e altamente cobiçada, pois se tratava da equipe de designer da família real da Inglaterra, e ser reconhecida mundialmente pelo seu talento e provar que o Adam estava errado, era o desejo de Flora. Após assinar os papéis, deixar seus dados bancários e pessoais, o senhor verificou cada folha, e logo quando acabou, sorriu. — Nós oferecemos um salário de dois mil dólares, folgas duas vezes na sem