Flora tremia se lembrando do acontecido, o nojo tomou conta do seu corpo, ela se sentia suja e incapaz, se lembrou de tudo o que seu ex havia lhe dito e pensou consigo mesma se tudo aquilo não era verdade. Será que ela só era um pedaço de carne? Não! Ela era muito mais do que aquilo. Seu peito doía e em sua garganta surgiu um nó, faz muito tempo desde que tivera uma crise de ansiedade, a chuva forte caía sem parar, a deixando com muito mais frio do que antes estivera, ela desejou uma ajuda, mas quem faria isso por uma desconhecida?
Uma BMW preta começou a andar lentamente ao seu lado, e novamente a sensação de medo surgiu, o vidro foi baixado, ocultando a verdadeira face do motorista, ela não ousou olhar, até que a voz a fez olhar rapidamente para dentro do carro escuro.
— Assim você ficará doente, sabe disso, não é? — Perguntou o homem no qual ela tentava a todo custo ver quem era, mas só ouvir a voz ela achava familiar, e a calmaria tomou conta. Ela confiava no dono daquela voz. — Você é muda ou algo do tipo? — Indagou novamente.
— Não, eu só… — Calou-se, ela não queria explicar os seus motivos para um completo desconhecido.— Entra no carro — Ele pediu.— Estou molhada, não quero molhar o banco e nem suja-lo. No momento não tenho dinheiro para te pagar uma lavagem. — Disse inocente o fazendo rir, só que de forma irônica.— Lavagem não é o problema para mim, e muito menos o banco molhado. Se te fizer bem, tenho outros carros no qual posso usar. — Respondeu para a moça se gabando.Enquanto pensava se queria ou não entrar no carro, se queria ou não ficar encharcada, Flora hesitou por alguns segundos até abrir a porta de trás do carro e se sentar, colocando sua mala ao seu lado. Com o carro escuro e as ruas do mesmo jeito, ela pode reparar que o homem dirigindo era forte e musculoso, e que também estava molhado, julgando que ele também teve que passar pela tempestade de chuva.— Seus pais não te ensinaram a não entrar em um carro de um estranho? — Indagou.— É que… — Pausou — Se eu não aceitasse, o risco de doença ia aumentar, e que… — Novamente pensou no que falar e em como falar. — Sua voz me passou tranquilidade, senti que não me machucaria.— É, você tem razão. — Ele responde fazendo a moça arregalar os olhos — Para onde você vai?— Para a casa de Cibelle Warren, ela mora a três quarteirões daqui.— Sei bem onde fica a casa dela.— Você a conhece?— Claro! E toda a sua família também. Seu esposo, marido, filho e irmão.— Compreendo.— Me diz, por que está indo para casa dela a essa hora da noite?— Razões pessoais. — Respondeu, mas a verdade era que ele já sabia.Ryan não disfarçava em momento algum, muito menos enquanto a encarava pelo espelho do carro, seus olhos pequenos e cansados, despertavam em Ryan uma vontade enorme de protegê-la de todo o mal, coisa que ele nunca havia sequer feito por qualquer outra pessoa. Os olhos da moça entregavam que ela estava chorando há poucos minutos antes, e aquilo foi o ápice para partir o seu coração. Ryan nada dissera, assim como ela também não. Cerca de dez minutos depois, Ryan a entregou ao seu destino final — parou o carro em frente à casa de sua amiga distante e observou novamente a moça que estava nervosa.
— Chegamos ao seu destino — Disse evitando o contato pelo espelho.
— Obrigada — Apertou ambas as mãos demonstrando nervosismo. — Olha, desculpa ter te incomodado, não tive um dia legal, obrigada por tudo.— Se cuide — Foi a única coisa que ele disse antes dela sair do carro.Assim que Flora chegou à porta da mansão, Cibelle saiu antes mesmo que a moça acertasse a campainha, observou o homem no carro que após um aceno de cabeça da mulher saiu cantando os pneus.— O que houve com você? — Perguntou Cibelle a Flora a olhando da cabeça aos pés.— Adam pediu o divorcio e me expulsou de casa. — Disse.Flora desabou em lágrimas no ombro da sua amiga, que não se importou da amiga estar molhada, melhor do que ninguém, Cibelle conhecia a história do casal, como foi uma das maiores apoiadoras da relação. Era visível o desespero de Flora, depois de tudo o que passou ao lado de seu ex-esposo, ela não merecia nada daquilo.
Levando a amiga para dentro da mansão, Cibelle acalmou a sua amiga e prometeu ajudá-la em tudo o que ela precisar, acolheu com roupas e um quarto quente e confortável, além de mandar os seus empregados secar a roupa da amiga e levar uma refeição em seu quarto. Flora não poderia estar mais grata por tudo o que a amiga estava fazendo. Flora já não tinha mais forças para chorar, tudo se repetia como um looping, então ela percebeu que aquela não era verdadeiramente ela. Seus olhos foram pesando, sua mágoa e indignação não a permitiram que comesse a sua refeição, e se entregando ao cansaço, ela adormeceu.
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Quando o dia raiou, Cibelle ajudou Flora a se recompor por causa da noite anterior, ajudou a amiga em sua maquiagem e roupas, além de levá-la após o café da manhã, para a empresa. A fofoca se espalhou rapidamente pela empresa, alguns olhavam para a moça com pena, outras pessoas cochichavam palavras maldosas que a fizeram se sentir mal, mas a mulher não deixou transparecer, pois tinha ouvido as palavras que a amiga lhe dissera logo pela manhã.
‘’Você é melhor que todos eles, em todos os aspectos.’’
Seguindo para a sala de reunião da empresa que ela conhecia bem e que tinha várias lembranças nela com o seu ex-marido, Flora esperou que cada um chegasse à empresa para a grande notícia. Demorou cerca de trinta minutos até que todos os funcionários e patrocinadores chegassem, sendo o último, Adam. Que olhou para a ex-esposa e mãe do seu filho com desprezo e nojo.
Os homens reunidos na mesa não entendiam o que Flora estava fazendo ali, já que por eles, ela era vista como apenas uma dona de casa incompetente, mas isso passava longe da sua realidade, já que uma boa parte dos itens vendidos na empresa, era ela que fazia o designer.
— Bom dia a todos e a todas! — Anunciou Adam — Reuni todos vocês aqui hoje para anunciar que a Flora Louise, minha ex-esposa, se tornará a partir de hoje a Acionista Majoritária da empresa — Disse com desdém, e então, os comentários de insatisfação começaram.
— Você está fazendo alguma piada de mal gosto conosco? — Perguntou Annah, uma das sócias da empresa.— Ela não é qualificada para esse papel, e você sabe perfeitamente bem disso Adam. — Meyer disse indignado, afrouxando a gola de sua camisa já vermelho de tanta raiva que estava pela notícia.— Sei que essa mulher só serve para ser dona de casa, mas devemos aceitá-la em nossa empresa. — Disse Adam, com seu tom de arrogância fazendo de tudo para humilhá-la.— Devo lembrá-los que essa empresa também é minha? Já que fui uma das responsáveis por criá-las? — Lembrou ela, fazendo com que todos se calassem — Vocês terão que me aceitar nessa empresa como uma superior, querendo ou não. A decisão foi tomada e creio que ninguém aqui será contra, correto?Ninguém respondeu a sua pergunta, todos estavam calados de cabeças baixas, mas no fundo ela sabia que ninguém ali a queria no poder. Sem mais perguntas e apontamento de seus colegas de trabalho, Flora levantou-se, pegou sua bolsa e seguiu para a porta da sala para ir em direção a sua nova sala na empresa, mas antes que fosse, olhou no fundo dos olhos do seu esposo e sorriu para ele, que ficou pálido com a atitude da esposa.— Passarei na mansão para buscar o resto das minhas coisas.Adam não falou nada, e se sentindo vitoriosa, Flora foi até a sua sala radiante. Os funcionários a olhavam com nojo e a julgavam como incapaz, ela ouviu cada palavra de desgosto vindo de algumas dela, que ignorou, agora todos teriam que aguentá-la na empresa, porque essa, também era dela. Empolgada, antes que ela abrisse a porta por completo, uma voz que doeu seus tímpanos a fez se sentir enjoada. Rosalyn e sua mãe estavam em sua empresa.— Aproveite o seu tempo de sucesso enquanto você pode, isso não durará por muito tempo — Ameaçou Rosalyn tirando risos de sua genitora.— Bom, o mesmo digo para você Rosalyn, se ele me traiu com você, com certeza fará o mesmo assim que se cansar.— Não me compare querida — Ela se aproximou e pegou o seu pulso, gravando as suas grandes unhas na pele clara da moça. — Em todos os aspectos, sou melhor do que você. — Disse, e sem paciência Flora a empurrou que caiu no chão de forma vitimista.— Amor, eu não fiz nada com ela, ela me agrediu!Rosalyn se fez de vítima novamente e a sua mãe concordou com as mentiras da filha. Aquilo foi a gota d’água para Adam, que reagiu de forma inesperada deixando todos no lugar em choque. Sem que Flora esperasse, Adam deu-lhe um tapa em seu rosto, fazendo a sua cabeça virar bruscamente para a parede, onde a bateu, adquirindo um corte. Ninguém ousou defendê-la, ninguém ousou ajudá-la e novamente ela se viu sozinha.
Flora novamente não conseguiu segurar o choro, colocou a sua mão na queimação do seu rosto e encarou Adam que aparentava estar arrependido, mas não demonstrou. Depois de muito tempo, ele a havia agredido novamente, não era a primeira vez, mas seria a última.
— Quem você se tornou, Adam? — Indagou para o ex-marido que tentou se aproximar.
— Flora…Ignorando completamente o seu ex-marido, Flora saiu da empresa o mais rápido que pôde indo direto para a delegacia mais próxima, não era a primeira vez que Adam a agredia em momentos de raiva, ela acreditou em suas palavras quando ele jurou-lhe que seria a última vez, e no fim das contas, não foi. Chegando à delegacia, o coração de Flora disparou quando ela bateu em uma grande costa larga, e reconheceu o dono dela. Foi então que as memórias da noite anterior vieram à tona, Ryan novamente a encontrou, só que dessa vez, o homem cheirava a sangue.
A encarando com desejo e saudade, Ryan a observou da cabeça aos pés, que corou de imediato, mas sua face não era tranquila, e sim raivosa — afastou cuidadosamente o seu cabelo e verificou o seu corte, saindo em seguida sem dizer nada, ele era capaz de matar quem fizera isso com a moça.
Flora encontrou-se com o delgado e o escrivão, que após ouvi-la com atenção, elaborou uma intimação para que seu ex-esposo comparecesse à delegacia para esclarecer a sua parte da história. Ryan do outro lado se encontrava furioso, e fazia questão de demonstrar, toda a sua vida fora protegendo-a, mesmo que indiretamente, e novamente ela precisou de ajuda e ele não pôde fazer nada.Ryan e seus subordinados, planejavam algo, e com aquilo, logo ele fora se acalmando, percebendo que Flora havia acabado de chegar à recepção, Igor, seu subordinado, fora mandando até a moça com um remédio para dor de cabeça, enquanto a enfermeira da delegacia tratava o seu pequeno ferimento.
— É para a senhorita — Entregou o medicamento com uma garrafa de água para a moça — Isso cuidará das dores.
— Quem entregou?— O meu senhor. — Respondeu dando uma breve curvada — Com licença madame.Flora olhou em direção ao carro, onde viu as costas largas de Ryan entrando em seu carro, e mesmo depois de tudo o que aconteceu entre eles, ele ainda a protegia.Depois de sair da delegacia, Flora foi até a sua antiga casa e pegou os seus cartões, cheques e todas as suas economias guardadas, comprou um celular novo e a primeira pessoa na qual ligou, foi a sua mãe, que depois de desabafar com ela, foi convidada para a casa da mesma. Antes de tudo, Flora planejava se reerguer e recomeçar do 0 na empresa, retornou a empresa onde passou a tarde inteira planejando algumas mudanças, logo após seu expediente, retornou a casa de Cibelle, onde contou todo o ocorrido a amiga, e a aparição de Ryan.A noite foi um tanto longa, ficou com o seu filho até tarde na webcam, e não conseguiu dormir, pois não acreditava nas coisas que estavam acontecendo em sua vida, e em como preferia morrer ao viver tudo aquilo — o que era egoísmo de sua parte, já que um ser de quatro anos vivia para vê-la. O despertador tocou, Flora fora recebida por Cibelle em sua grande cozinha de jantar de braços abertos, onde conversaram o que a moça faria a seguir. — Qualquer decisão que
Flora avaliou Adam atentamente, era tentador a sua proposta, considerando tudo o que já viveu no lugar, e tudo o que a levou a fazer para ajudá-lo na construção e no esforço dos seus pais. Mas nada valia mais do que o seu bem estar. Flora pensou nas humilhações que passaria na sua antiga mansão, pensou no seu filho e na criação que recebeu de seus pais, pensou em toda a sua trajetória para ser quem ela se tornou e concluiu que tudo aquilo não valia a pena, por mais tentador que fosse. Assim como uma fênix, ela poderia renascer das cinzas e voar para longe.— Isso para mim é o cúmulo, Adam. Investirei todo o meu conhecimento em outra empresa, porque sei do meu valor e sei que sou mais qualificada.— Ninguém irá querer você trabalhando depois que descobrirem o que você fez, e eu farei questão de provar isso.— Faça como quiser, Adam. Mas quando perder tudo, não volte correndo para mim porque não estarei aqui para você.Flora pegou a sua bolsa e saiu de sua antiga empresa, mais uma coisa
Sua voz vacilou e suas mãos estavam trêmulas, a primeira pessoa que Flora viu ao retornar a St. Thompson foi a recepcionista, que lhe guiou até a sala do velho onde há algumas horas lhe disse que ela não estava apta, olhou para o senhor com um sorriso estampado no rosto e agradeceu a oportunidade, vendo o velho a ignorar totalmente. — Flora Louise — Disse ele anotando alguma coisa no seu notebook — Aqui estão os documentos no qual precisa assinar — Entregou-lhe mais de quinze papéis. A vaga no qual a moça estava disputando antes, e agora assinando os papéis, era muito importante para ela, e altamente cobiçada, pois se tratava da equipe de designer da família real da Inglaterra, e ser reconhecida mundialmente pelo seu talento e provar que o Adam estava errado, era o desejo de Flora. Após assinar os papéis, deixar seus dados bancários e pessoais, o senhor verificou cada folha, e logo quando acabou, sorriu. — Nós oferecemos um salário de dois mil dólares, folgas duas vezes na sem
Ryan a observava com atenção, até que percebeu seus olhos perdendo o brilho, lágrimas caem dos olhos da moça, que se põe de joelhos no meio do elevador sem se importar com a presença de Ryan. Instantaneamente Ryan a abraça sem se importar com o mundo ao seu redor, porque o seu mundo estava bem em sua frente.— Flora? — A chamou, mas não obteve resposta — O que houve? — Levantou o seu rosto a olhando no fundo dos olhos. — Fala comigo.— Minha mãe teve uma parada cardíaca, Ryan. — Desabou nos braços do rapaz que não fez questão de ampará-la. — Vai ficar tudo bem, Flora. — Disse alisando os seus cabelos enquanto a moça ainda chorava.O elevador chegou ao térreo, Flora permanecia do mesmo jeito, seu soluço era audível, o coração de Ryan estava em pedaços por perceber o seu desespero, ele odiava a ver triste.— Vamos até o hospital, ok? — Indagou para a moça que tentava se acalmar.— Ryan… — Sussurrou.— Tudo vai ficar bem, Flora. É uma promessa minha.Ryan calmamente levantou Flora do ch
O sol iluminou todo o quarto que Flora estava, ela sorriu por se sentir em casa, por estar no seu lugar de conforto próximo as pessoas que ela ama. Se espreguiçando e olhando os flashes de luz que ousava entrar, Flora levantou-se e seguiu em direção ao banheiro, que ficava a duas portas do seu quarto, quando na volta, a moça sentiu um cheiro delicioso saindo da cozinha fazendo a sua barriga roncar de fome. O sorriso de Flora ficou largo logo após ver a cena. Ryan estava com Daniel nas costas enquanto mexia na frigideira que estava no fogo, as borboletas no estômago se fizeram presentes, Flora naquele momento desejou que Ryan fosse pai do seu filho, mas a verdade era que nem filho dela o garoto era. — Tio, o bacon não está cru? — Daniel perguntou para Ryan que parou de virar carne e o avaliou.— Talvez se eu deixar mais um pouquinho, ficará no ponto certo, não é?— Tio, a gema do ovo está crua.— Você não gosta?— Tem gosto de meleca.— E como você sabe o gosto da meleca?— Porqu
Enquanto Flora e Ryan organizavam a mala de Daniel, o garoto pulava animado em cima de sua cama, arrancando risos do seu avô. Há poucos minutos, Daniel havia chamado Ryan para pular, do mesmo modo em que fazia com a sua mãe, mas levando em consideração o seu tamanho e peso, assim que ele ficasse em pé na cama infantil, quebraria de primeira, então apenas sorriu e agradeceu o convite, sentiu-se bem com a criança, ainda mais depois que descobriu por Flora que apenas pessoas da confiança do garoto, era dignos de brincar com ele.— Tio Ryan, vamos morar com você? — Daniel indagou inocentemente deixando Flora pálida. Ryan olhou de lado e ao ver a reação da moça, a provocou.— Se sua mãe quiser — Piscou.— Agradeço sua generosidade, senhor Ryan, mas não estou cogitando a ideia de morar com você.— Ah não? — Abriu um enorme sorriso, deixando a moça vermelha. — Você pode ficar na nossa antiga casa, Flora — Sugeriu o seu pai que apenas observava a conversa do casal.— A casa da fazenda? — Per
Cibelle revirou os olhos quando Flora avaliou Daniel pela milésima vez antes de finalmente entrar no carro particular da amiga. A moça se sentia péssima por deixar o filho novamente depois de várias semanas longe do menino. — Cuide bem dele, tá? — Perguntou para Cibelle que sorriu irônica para a amiga.— Não irei cuidar, Flora. Deixarei o menino a mercê de perigo e sairei apenas com o Henry — Ironizou, então o semblante de Flora muda para um de preocupação — É claro que cuidarei dele, Flora. — Disse Cibelle alisando o cabelo do menino — Eu daria a minha vida por esses dois meninos! — Exclamou garantindo para a amiga que mal algum aconteceria com o seu filho. Flora depositou um beijo na cabeça de Henry e Daniel e deu um breve abraço na amiga, depois de quinze minutos enrolando, a moça finalmente seguiu o seu destino. Já no caminho até a empresa, Ryan deixava várias mensagens no celular da moça, arrancando sorrisos bobos — a fazendo desejar chegar logo até o local de trabalho para vê-
Flora respirou fundo assim que chegou em frente à sua antiga residência de infância. A casa não tinha mudado nada nos últimos anos, e tudo graças ao seu pai que sempre mandava homens para aparar a grama e tudo o que crescia no grande quintal. Pegando a chave da residência, Flora caminhou devagar e um flash de lembranças passaram diante de sua mente assim que a mulher girou a chave.Os móveis cobertos por lençóis brancos, fizeram Flora se lembrar do dia em que ajudou os seus pais a colocar cada um deles — a moça tinha boas lembranças, mas apenas a parte ruim ficou guardada em sua mente. Com um sorriso de saudades do lugar em que cresceu, Flora explora a cada, passando por cada cômodo dela e desbloqueando uma memória diferente, memória à qual queria que o seu filho também vivesse. O último destino de Flora foi o grande quintal, onde se lembrou brincar com os seus pais, onde se lembrou do pequeno estábulo que ficava perto, e onde também, lembrou de sua primeira queda a cavalo, no qual f