Cinco semanas antesFlora se martelou a semana toda até tomar a sua decisão final. A loja que criara com o seu marido estava sendo um sucesso, e ela o apoiava em tudo. Para o ajudar em uma nova fase, viu que, a melhor opção no momento era mandar o seu filho para a casa de seus pais por um pequeno período de tempo.Ela nunca fora uma péssima mãe. Sempre atendendo as necessidades do filho e de seu marido, cuidando com amor e carinho, e dando todo suporte necessário para ambos os homens, mas por outro lado, ela sabia que não teria como ajudar mais, cuidando de uma criança, e com dor no peito e uma decisão difícil, a única opção encontrada foi mandar o filho de ambos para a casa de seus pais há dois quilômetros de sua casa, por um pequeno período de tempo.— Alô? Mamãe? — Indagou ela na linha, batendo freneticamente os seus dedos na mesa.— Flora, minha filha, tudo bem com você? Me ligando a essa hora da noite… — Sua mãe estranha. Não era do feitio de sua filha ligar tão tarde da noite.—
Flora desceu a escadaria principal com lágrimas nos olhos, seu ex-marido não demonstrava arrependimento algum do que fizera com a esposa, Rosalyn ao seu lado, sorria abertamente, como se finalmente tivesse conseguido o que sempre quis — a vida de Flora.A mulher apenas os ignorou, juntou toda a sua dignidade e seguiu para o lado de fora da casa, onde a observou por uma última vez e seguiu em frente, como parte do divórcio, o carro no qual Flora estivera há poucos minutos antes, pertencia por completo ao seu ex esposo.Sem rumo, sem celular e eventualmente sem ninguém, Flora seguiu para o parque central no qual costumava a ir com a sua família — sentindo-se que estava sendo seguida, mas tudo poderia ser fruto da sua imaginação, assim como também tudo o que ela estava passando no momento, um pesadelo no qual ela deveria acordar em breve.Sentando-se no banco mais próximo, Flora deixou sua mala ao seu lado e encarou o céu, pensando que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de mal go
Flora tremia se lembrando do acontecido, o nojo tomou conta do seu corpo, ela se sentia suja e incapaz, se lembrou de tudo o que seu ex havia lhe dito e pensou consigo mesma se tudo aquilo não era verdade. Será que ela só era um pedaço de carne? Não! Ela era muito mais do que aquilo. Seu peito doía e em sua garganta surgiu um nó, faz muito tempo desde que tivera uma crise de ansiedade, a chuva forte caía sem parar, a deixando com muito mais frio do que antes estivera, ela desejou uma ajuda, mas quem faria isso por uma desconhecida?Uma BMW preta começou a andar lentamente ao seu lado, e novamente a sensação de medo surgiu, o vidro foi baixado, ocultando a verdadeira face do motorista, ela não ousou olhar, até que a voz a fez olhar rapidamente para dentro do carro escuro.— Assim você ficará doente, sabe disso, não é? — Perguntou o homem no qual ela tentava a todo custo ver quem era, mas só ouvir a voz ela achava familiar, e a calmaria tomou conta. Ela confiava no dono daquela voz. — V
Depois de sair da delegacia, Flora foi até a sua antiga casa e pegou os seus cartões, cheques e todas as suas economias guardadas, comprou um celular novo e a primeira pessoa na qual ligou, foi a sua mãe, que depois de desabafar com ela, foi convidada para a casa da mesma. Antes de tudo, Flora planejava se reerguer e recomeçar do 0 na empresa, retornou a empresa onde passou a tarde inteira planejando algumas mudanças, logo após seu expediente, retornou a casa de Cibelle, onde contou todo o ocorrido a amiga, e a aparição de Ryan.A noite foi um tanto longa, ficou com o seu filho até tarde na webcam, e não conseguiu dormir, pois não acreditava nas coisas que estavam acontecendo em sua vida, e em como preferia morrer ao viver tudo aquilo — o que era egoísmo de sua parte, já que um ser de quatro anos vivia para vê-la. O despertador tocou, Flora fora recebida por Cibelle em sua grande cozinha de jantar de braços abertos, onde conversaram o que a moça faria a seguir. — Qualquer decisão que
Flora avaliou Adam atentamente, era tentador a sua proposta, considerando tudo o que já viveu no lugar, e tudo o que a levou a fazer para ajudá-lo na construção e no esforço dos seus pais. Mas nada valia mais do que o seu bem estar. Flora pensou nas humilhações que passaria na sua antiga mansão, pensou no seu filho e na criação que recebeu de seus pais, pensou em toda a sua trajetória para ser quem ela se tornou e concluiu que tudo aquilo não valia a pena, por mais tentador que fosse. Assim como uma fênix, ela poderia renascer das cinzas e voar para longe.— Isso para mim é o cúmulo, Adam. Investirei todo o meu conhecimento em outra empresa, porque sei do meu valor e sei que sou mais qualificada.— Ninguém irá querer você trabalhando depois que descobrirem o que você fez, e eu farei questão de provar isso.— Faça como quiser, Adam. Mas quando perder tudo, não volte correndo para mim porque não estarei aqui para você.Flora pegou a sua bolsa e saiu de sua antiga empresa, mais uma coisa
Sua voz vacilou e suas mãos estavam trêmulas, a primeira pessoa que Flora viu ao retornar a St. Thompson foi a recepcionista, que lhe guiou até a sala do velho onde há algumas horas lhe disse que ela não estava apta, olhou para o senhor com um sorriso estampado no rosto e agradeceu a oportunidade, vendo o velho a ignorar totalmente. — Flora Louise — Disse ele anotando alguma coisa no seu notebook — Aqui estão os documentos no qual precisa assinar — Entregou-lhe mais de quinze papéis. A vaga no qual a moça estava disputando antes, e agora assinando os papéis, era muito importante para ela, e altamente cobiçada, pois se tratava da equipe de designer da família real da Inglaterra, e ser reconhecida mundialmente pelo seu talento e provar que o Adam estava errado, era o desejo de Flora. Após assinar os papéis, deixar seus dados bancários e pessoais, o senhor verificou cada folha, e logo quando acabou, sorriu. — Nós oferecemos um salário de dois mil dólares, folgas duas vezes na sem
Ryan a observava com atenção, até que percebeu seus olhos perdendo o brilho, lágrimas caem dos olhos da moça, que se põe de joelhos no meio do elevador sem se importar com a presença de Ryan. Instantaneamente Ryan a abraça sem se importar com o mundo ao seu redor, porque o seu mundo estava bem em sua frente.— Flora? — A chamou, mas não obteve resposta — O que houve? — Levantou o seu rosto a olhando no fundo dos olhos. — Fala comigo.— Minha mãe teve uma parada cardíaca, Ryan. — Desabou nos braços do rapaz que não fez questão de ampará-la. — Vai ficar tudo bem, Flora. — Disse alisando os seus cabelos enquanto a moça ainda chorava.O elevador chegou ao térreo, Flora permanecia do mesmo jeito, seu soluço era audível, o coração de Ryan estava em pedaços por perceber o seu desespero, ele odiava a ver triste.— Vamos até o hospital, ok? — Indagou para a moça que tentava se acalmar.— Ryan… — Sussurrou.— Tudo vai ficar bem, Flora. É uma promessa minha.Ryan calmamente levantou Flora do ch
O sol iluminou todo o quarto que Flora estava, ela sorriu por se sentir em casa, por estar no seu lugar de conforto próximo as pessoas que ela ama. Se espreguiçando e olhando os flashes de luz que ousava entrar, Flora levantou-se e seguiu em direção ao banheiro, que ficava a duas portas do seu quarto, quando na volta, a moça sentiu um cheiro delicioso saindo da cozinha fazendo a sua barriga roncar de fome. O sorriso de Flora ficou largo logo após ver a cena. Ryan estava com Daniel nas costas enquanto mexia na frigideira que estava no fogo, as borboletas no estômago se fizeram presentes, Flora naquele momento desejou que Ryan fosse pai do seu filho, mas a verdade era que nem filho dela o garoto era. — Tio, o bacon não está cru? — Daniel perguntou para Ryan que parou de virar carne e o avaliou.— Talvez se eu deixar mais um pouquinho, ficará no ponto certo, não é?— Tio, a gema do ovo está crua.— Você não gosta?— Tem gosto de meleca.— E como você sabe o gosto da meleca?— Porqu