Apaixonadamente Ryan - I Livro da série CEO'S Envolventes
Apaixonadamente Ryan - I Livro da série CEO'S Envolventes
Por: Lunny's
1. Nem tudo são flores

Cinco semanas antes

Flora se martelou a semana toda até tomar a sua decisão final. A loja que criara com o seu marido estava sendo um sucesso, e ela o apoiava em tudo. Para o ajudar em uma nova fase, viu que, a melhor opção no momento era mandar o seu filho para a casa de seus pais por um pequeno período de tempo.

Ela nunca fora uma péssima mãe. Sempre atendendo as necessidades do filho e de seu marido, cuidando com amor e carinho, e dando todo suporte necessário para ambos os homens, mas por outro lado, ela sabia que não teria como ajudar mais, cuidando de uma criança, e com dor no peito e uma decisão difícil, a única opção encontrada foi mandar o filho de ambos para a casa de seus pais há dois quilômetros de sua casa, por um pequeno período de tempo.

— Alô? Mamãe? — Indagou ela na linha, batendo freneticamente os seus dedos na mesa.

— Flora, minha filha, tudo bem com você? Me ligando a essa hora da noite… — Sua mãe estranha. Não era do feitio de sua filha ligar tão tarde da noite.

— Mamãe, estou ligando porque preciso de ajuda — Diz, sentindo-se ansiosa e com uma dor em seu peito — Preciso ajudar o Adam com algumas coisas da empresa, e com isso, não terei com quem deixar Daniel. 

— Oh, acho que estou entendendo. Você quer que eu cuide dele, até que você termine as coisas com Adam? É isso?

— Sim mãe, mas se não for muito incômodo, é claro.

— Você sabe que não é e que será um prazer tê-lo em minha casa.

— Muito obrigada mãe. Eu não sei o que seria sem você.

— Você é tudo para mim, Flora, minha filha. Farei o que puder para lhe ajudar.

— Então amanhã dirijo até aí.

— Tenha uma boa noite Flora.

— Você também, mamãe.

O outro lado da linha ficou mudo, Flora desbloqueou o seu celular e ficou admirando a fotografia de seu papel de parede — uma foto tirada em família no inverno passado. Tudo em sua vida estava acontecendo rápido. Uma oportunidade para que ela mostrasse ao mundo o seu talento foi dado e ela viu uma oportunidade para voltar a atuar no ramo de sua vida, mas por outro lado, seu marido a afastava cada vez mais. Deixando de lado o seu celular, caminhou cuidadosamente até o quarto do seu filho e o observou dormir tranquilamente.

— Um ser fraco e vulnerável — Pensou ela — Mamãe fará de tudo por você e nossa família, meu filho — Depositou um beijo em seu rosto pequeno.

Flora caminhou em direção ao guarda roupa de seu filho e começou a separar as peças, roupas suficientes para pelo menos três meses de estadia na casa dos avós, mesmo que ela pretendesse buscar o seu filho antes. Uma lágrima escorreu de seus olhos revelando a sua tristeza. Quando decidiu largar tudo para cuidar da sua família, ela soube que não seria fácil, fora uma das decisões mais difícil tomada por ela, mas de cabeça erguida, ela conseguiu, e não seria agora que ela não conseguiria. Ela tinha em mente que seu filho estaria em boas mãos, e sabia perfeitamente disso, pois quando criança, ela conviveu com todo o amor de seus pais e o neto não seria diferente.

Terminando a mala de seu filho, Flora separou em um envelope uma pequena quantia de dinheiro, consequências de suas economias e colocou na mochila de costas do menino, junto com alguns documentos básicos. Daniel já estava com os seus quatro anos de idade, frequentava uma escola próxima de sua residência e estudava no período da manhã, o que dava tempo a sua mãe, para cuidar das coisas de casa e planejar o restante da semana em seguida.

Após colocar tudo na sala de estar, Flora deitou-se ao lado de seu filho, onde em meio às lágrimas pela decisão difícil que havia tomado, adormeceu.

*—————*—————*

O sol invadiu as janelas do quarto de Daniel, que com um bocejo acabou despertando a sua mãe de seu sonho, onde ela estava extremamente feliz em seu emprego e com sua família. Ao ver sua mãe ao seu lado, sua primeira reação foi sorrir e alisar o seu rosto, o que a fez sorrir.

— Bom dia filho, como você dormiu? — Perguntou ao mais novo, abrindo seus olhos lentamente.

— Melhor com você ao meu lado mamãe, me sinto seguro e feliz — Disse Daniel, abraçando sua mãe e recebendo um beijo.

— Digo o mesmo para você. Você iluminou a minha vida e me deu novamente um sentido para viver.

— Mamãe, como eu nasci? — Perguntou, a deixando aflita.

— Do amor entre a mamãe e o papai. Mas filho, você sabe que eu te amo mais que tudo nesse mundo, não é?

— Sim mamãe.

— Você passará um tempo na casa de seus avós, tá legal? — Pergunta receosa para a criança que abre um grande sorriso.

— Mamãe, eu vou passar férias lá? — Indaga com toda sua inteligência. Por mais que Flora estivesse com medo, ela sabia que um dos maiores desejos de seu filho era passar um tempo com os avós na casa do lago.

— Exatamente! Já que você está de férias da escola, acho justo você viajar um pouco. Mamãe até preparou a sua mala — Apontou para o canto do quarto — Agora vamos nos arrumar? — Indaga recebendo um sim com a cabeça.

Levando o seu filho até o toalete, onde despiu e deu um banho em seu filho, Flora retornou com o menino para o quarto o arrumando apropriadamente para o reencontro com seus avós. Percebendo que seu marido não dormira em casa mais uma noite seguida, seus olhos encheu-se de lágrimas, pois sabia onde o homem realmente estava, mas em sua cabeça, ele iria voltar a ser quem era.

Deixando a dor do abandono de lado, Flora engoliu o seu choro e abriu o seu melhor sorriso para o filho que já se encontrava pronto em sua frente.

— Você é a coisa mais linda desse mundo, filho.

— Eu puxei a você, não foi mamãe? — Indagou para a mais velha a deixando triste.

— De certa forma sim, filho. Vamos tomar café da manhã?

Seguindo a mãe para a cozinha, ela o serviu com um suco natural de laranja, pães, ovos e bacon, fazendo o café da manhã ser divertido para ela e o seu filho, enquanto decidia se voltava atrás com o pedido a sua mãe, ou não.

A viagem até a casa dos seus pais durou cerca de duas horas a ida, como esperado, Flora e Daniel foram bem recebidos na casa dos anfitriões, que para aproveitar a companhia, ficou até o entardecer, onde aproveitaram e mataram a saudade acumulada. Flora não queria ir embora, seu instinto materno tinha sido despertado apenas por olhar para o menino.

— Quem irá protegê-lo de todo mal?

Pensou ela consigo mesma, mas essa resposta ela já tinha. E depois de um olhar maternal reconhecido pela moça, Flora relaxou. Não existia outra pessoa em todo o universo mais apta que os seus pais para cuidar de seu filho.

— Voltarei para te buscar em breve, filho — Disse.

— Não se preocupe comigo, mamãe, vou aproveitar bem minhas férias — Tranquilizou a mãe. Por ter pouca idade, Daniel já entendia algumas coisas ao seu redor, o tornando mais que especial para sua mãe, pois era ele que a fazia feliz em seus dias de tristeza.

— Cuide bem, tome banho na hora certa e respeite seus avós — Disse a moça para o filho com sua voz rouca de tanto prender a sua vontade de chorar.

— Não se preocupe com ele querida — Disse Ally, sua mãe — Cuidaremos bem desse garotão, agora vá! — Pediu.

Se despedindo com um abraço e um beijo nos seus pais, Flora partiu, retornando para sua casa, enquanto chorava no volante.

Dias atuais

Toda a sua volta estava uma loucura, desde a decisão que tomara em relação ao seu filho, sua vida com o seu marido apenas piorava e o mesmo não fazia questão de esconder tudo o que fazia. A caminho do supermercado, ela se perguntava se aquela era realmente a vida que escolheu e que queria para ela. Daniel estava com saudades da mãe, e sempre a lembrava todas as manhãs ao telefonar para ela.

Havia se passado um mês e uma semana desde que Daniel foi levado até a casa dos avós, e na vida de Flora, esses foram os piores dias. Retornando para casa depois de finalmente fazer suas compras do mês no supermercado, a ligação que ela mais esperava diariamente, finalmente foi feita e no terceiro toque, a voz que lhe acalmava atendeu.

— Estive esperando por você o dia todo mamãe — Diz Daniel do outro lado da linha em tom de chateação.

— Mil perdões meu filho, passei o dia todo ocupada, e ainda planejei sua festa de aniversário — Anunciou deixando o menino em êxtase.

— Então quer dizer que está perto de você me buscar? — Indagou para sua mãe que sorriu.

— Mais perto do que nunca.

— E o que terá na festa? 

— Tudo o que você quiser, filho.

— Até um castelo para eu pular? — Indagou a fazendo sorrir novamente.

— Até um castelo. O maior dos castelos. Você pode passar o celular para a sua avó? 

— Vovó, vovó, é a mamãe! — Gritou Daniel e Flora pôde imaginar e visualizar mentalmente seus pulos de felicidade.

— Boa tarde filha. — Desejou a mais velha.

— Me dê um prazo de mais alguns dias até que eu vá buscá-lo, por favor? — Pediu Flora suspirando fundo.

— O tempo que precisar — Disse a mulher.

Ainda na linha, Flora estacionou o seu carro no quintal de sua casa e enquanto sua mãe comentava as travessuras de Daniel, a moça retirava as sacolas plásticas de dentro do porta-malas.

— Está muito ocupada filha? — sua mãe perguntou, então Flora usou como apoio o seu ombro e ouvido para segurar o celular enquanto ela abria a porta.

— Não mãe, você pode falar — Disse finalmente abrindo a porta, foi quando se deparou com os sapatos de seu marido.

No começo, uma pitada de felicidade surgiu em seu interior, até ver o salto vermelho que o acompanhava, foi então que percebeu que eles não eram dela.

— Flora? — Indagou a mãe do outro lado da linha.

Seu coração palpitava, como se fosse pular para fora do seu peito a qualquer momento, ela deixou as compras no chão, e seguiu caminhando para o barulho que ela conhecia bem — barulho no qual só era ouvido quando um casal praticava. Chegando até a sala de estar, Flora viu o que nunca desejou ver antes. Seu marido, o homem que ela tanto amava e fazia de tudo por ele beijando outra.

— Oh meu Deus! — Exclamou ela, deixando seu celular cair começando a chorar freneticamente, como se tudo o que ela construiu tivesse acabado no momento em que ela viu a cena, e de fato, realmente tinha.

Adam não demonstrou culpa ou remorso, e ainda fora pior quando Flora reconheceu a amante de seu marido. Andando de um lado para outro demonstrando a sua fraqueza e tristeza, o casal de amantes apenas a observava.

— Pare de show Flora, no fundo você sabia disso, só não quis acreditar porque é uma idiota — Disse Adam com desprezo.

— Por que você tá fazendo tudo isso, Adam? — Perguntou em meio às lágrimas.

— Você não percebeu ainda, não é? — Levantou-se rindo — Eu nunca te amei de verdade Flora — Caminhou em sua direção e a empurrou no sofá.

— O que você ofereceu, não foi o suficiente para fazê-lo amar você, você não é um terço do que eu sou — Disse Rosalyn provocando Flora, que não aguentou e partiu para cima da moça.

— Sua vagabunda! — Flora vociferou indo em direção a sua rival, pronta para atacá-la, mas Adam foi mais rápido, jogando sua esposa de volta no sofá com brutalidade.

— Respeite a minha mulher, antes que eu perca a cabeça aqui, Flora. — Ameaçou que riu irônica.

— Sua mulher? Sua mulher, Adam? — Perguntou chorando — Onde sua mulher esteve quando eu assumi o seu filho? Onde sua mulher esteve quando eu cuidei de vocês todas as noites enquanto esteve doente? Onde sua "mulher" — Deu ênfase sentindo dor no seu peito por tamanha humilhação de seu marido — Esteve quando eu e os meus pais te ajudaram a abrir a nossa empresa? Exatamente Adam! Fodendo com outro enquanto eu quem te dava todo suporte! — Lembrou de tudo o que aconteceu com ambos em seus cinco anos de casamento. — Eu te coloquei no topo Adam, e essa vadia não fez nada por você! — Gritou.

— Você me respeite, sua mal-amada! — Rosalyn veio com toda sua ira em direção a Flora, que se defendeu lhe dando uma bofetada em seu rosto.

— Adam, olha o que ela fez comigo! — Se fez de vítima, e vendo sua amante, a mulher no qual dizia amar ferida, Adam partiu para cima de Flora no intuito de fazê-la pagar, mas sem sucesso. Flora foi mais rápida e lhe acertou no meio de suas pernas.

Enquanto Adam gemia de dor no chão e Rosalyn a xingava abertamente. Suas mãos estavam trêmulas e sua visão turva, Flora sentou-se no sofá e desabou ainda mais em lágrimas.

— Sempre fraca e independente, você não é um terço do que a Rosalyn é — Disse ainda no chão — Não é bonita, não tem qualidade, perdeu toda a sua beleza cuidando da casa, que nem para isso serve.

— Cala a boca, Adam — Pediu soluçando.

— Até a criança que você jurou amar para o resto de sua vida você abandonou, nem para ser uma mãe para o meu filho você serviu. Lamentável Flora.

— Você tem razão, Adam. Do seu filho, que você nem sequer ajudou a cuidar. Amei aquela criança desde o dia em que o vi pela primeira vez, mesmo sendo fruto de uma traição sua, se fiz tudo o que fiz, foi para te ajudar e você sabe disso Adam.

— Não se lamente, Flora. Os papéis do divórcio chegaram há uma semana, esperei a oportunidade perfeita para que você assinasse.

— Enquanto transava comigo, ele me dizia o quão inútil você é, que tristeza para uma mulher Flora. Nem para lhe dar prazer você serve. — Rosalyn mexe a cabeça em negação.

— Você vai embora dessa casa o quanto antes, você não tem direito a nada daqui. Agora é tudo meu e do amor da minha vida. — Disse Adam se vangloriando.

— Você só deve estar louco! — Gargalhou Flora — Devo te lembrar que a joalheria também é minha? Lembra que minha família te ajudou a chegar onde você está há três anos? Ficarei com 70% das ações da empresa de joalheria. Caso recuse,entrarei em contato com o meu advogado e abrirei um processo contra você por traição e abandono, ainda por cima, direi que a comunhão de bens ficará apenas para você já que fez questão de me ameaçar — Diz dando a volta por cima enquanto enxugava suas lágrimas.

— Ela só pode estar louca! Faça algo Adam! — Pediu Rosalyn, porém Adam continuou estático e pálido.

— O que me diz, Adam? — Indagou.

— Eu aceito — Disse derrotado assinando os papéis conforme os pedidos de Flora que também fez o mesmo.

Flora pegou a sua parte e correu para o quarto do casal, onde em meio às lágrimas, fizera todas as suas malas e jurou a si mesma que Adam se arrependeria por tudo o que estava fazendo com ela, e para ela, aquilo era uma promessa.

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