Ver Patrícia saindo do carro me causou um grande impacto aquilo me doía como nada nunca doeu antes, estava com a mão na maçaneta para correr atrás dela, mas Tomas abriu a separação e me impediu.- Bruno, não vá.- Eu preciso - falei desesperado, vendo-a abrir os braços e receber a chuva em seu rosto, em seus cabelos lindos - Preciso que ela me entenda.- Agora não é momento, ela precisa digerir tudo o que conversaram, o coração dela precisa cicatrizar um pouco as feridas.Pensei um pouco e entendi que ele tinha razão, iria dar um tempo para ela.Fiquei admirando-a andar na chuva devagar, os pingos molhando sua roupa sem que ela se importasse, e somente quando entrou no prédio, pedi para que me levasse para casa de Sara. Ela seria a melhor escolha pra conversar no momento.- Olá, querido! – ela me recebeu com um abraço, mas não era como os abraços que costumava me dar. Ela sempre me tratou dessa forma, como se fosse minha mãe, o que é irônico já que ela é mais jovem que eu por alguns a
Dois dias se passaram, resolvi ir à cafeteria de Patrícia, e Carol me atendeu. Tomei um capuccino delicioso e comi um donuts com meu recheio preferido. Patrícia nem chegou perto da minha mesa, ficou no caixa fingindo que eu era um cliente qualquer.- Achei que o recheio de creme de chocolate ao leite com morango e um toque de limão tinha sido feito especialmente para mim – disse ao me aproximar do caixa.- Foi idealizado por uma moça apaixonada que teve o coração partido - ela respondeu sem me olhar.- Você é má.- O senhor foi bem atendido? - perguntou como se falasse com um cliente desconhecido.- Sim, mas preferia que você me atendesse.- Ficou oitenta e um reis - olhou para o caixa.- Pode ficar com o troco - disse ao entregar uma nota de duzentos.- Nem pensar! - Ela me devolveu o troco.- Sempre teimosa.- Sempre insistente - ela me encarou e franziu o cenho.- Posso te levar para casa?- Não – disse firme.- Vou te esperar! – exclamei, passando as mãos nos cabelos.- Eu disse n
A promessa de Bruno fez um pingo de esperança brotar em meu coração. No entanto, passaram-se dois dias e ele não apareceu na cafeteria, nem ligou.Conversei muito com Sara e ela abriu meus olhos, falou que nós dois erramos, eu por não falar do meu passado e ele por acreditar no pai.Claro que o que eu senti pesava em mim e, com certeza, o que ele sentiu também pesava nele. O medo de dar uma chance e novamente ser deixada era muito grande.A confiança foi quebrada e agora teríamos que juntar e colar as peças novamente, mas não sabia se estava disposta a isso.Bruno vinha com um combo, sua beleza que atraia inúmeras mulheres, seu passado com elas, a empresa, seus pais, sua teimosia e personalidade forte, que me afastaram de uma forma que não tive chance de me explicar.Tinha receio que seus pais não aceitassem nosso relacionamento e outra vez pudéssemos ser vítimas de outro plano deles. Eu queria viver em paz, cuidar do meu negócio, ter um companheiro que me completasse, não queria vive
Meus olhos se encheram de água, pedi para o entregador esperar, peguei uma caixa de donuts, coloquei o sabor preferido de Bruno, e escrevi uma mensagem:“Bruno,É preciso coragem e respeito ao tocar o coração de alguém. É preciso uma certa delicadeza para pisar dentro de um coração que te convidou para conhecê-lo por dentro.Depois que o estrago foi feito, poucas atitudes são capazes de consertar as coisas. (obs: usando nosso amigo Victor Fernandes. Você comprou o livro?)Sim, eu decorei essa parte. Pense bem antes de querer entrar no meu coração novamente.Patrícia".Na semana seguinte, chegaram duas rosas amarelas, com o seguinte cartão:" Patrícia,ser feliz exige que os riscos sejam assumidos. A gente teima em construir uma história bacana, e, de vez em quando, consegue. E aí vem aquela sensação de que tudo, tudo, valeu a pena (Victor Fernandes).Você vale a pena, nosso amor vale a pena! Não vou desistir.Achei que existia uma parte de mim em seu coração teimoso, quanto ao meu,
Assim que ficou mais escuro, algumas luzes delicadas acenderam iluminando aquele momento mágico.- Patrícia - ele disse, me virando para ele – eu te amo, casa comigo? – falou ajoelhado na minha frente. O choque me abateu deixando momentaneamente sem palavras, a felicidade que sentia não coube no meu peito.- Sim!! Eu nunca mais quero ficar longe de você - me abaixei para abraçá-lo.Nos beijamos apaixonadamente, a saudade parecia se esvair aos poucos, sentia o meu coração e o dele batendo forte, quase saindo do peito, uma lágrima escorreu dos meus olhos.- Meu amor, não chora – disse, secando minha bochecha, depois colocou o anel no meu dedo. - Lembra o significado? - Fiz que sim com a cabeça. - Serenidade e proteção, você é minha paz e serei o seu protetor. Te amo! – declarou.- Esse é o nosso momento especial, o que eu sempre sonhei, foi perfeito! Estou chorando de alegria!- Agora vamos descer jantar? – perguntou, fazendo carinho nos meus cabelos.- Claro! - respondi animada.- Já a
Depois de nos amarmos no tapete da sala, tomamos um banho juntos, fomos para nossa cama e nos amamos novamente.Chamar tudo de nosso parecia tão certo.Eu estava feliz como nunca antes. Jamais imaginei que amaria alguém e que seria tão bom, Patrícia veio para mudar minha vida para melhor, e agora desejava tudo que nunca pensei desejar antes, casamento, filhos, casa e uma família.Acordar com Patrícia ao meu lado era maravilhoso, sentir seu cheiro novamente nos meus lençóis era divino, sentir seu corpo quente perto do meu fazia com que me sentisse em casa, meu coração estava em paz novamente.- Bom dia, dorminhoca! – disse dando beijos em sua nuca.- Que horas são? – perguntou com a voz rouca pelo sono.- Nove e meia - Nossa! Dormi demais, preciso ir para a cafeteria.- Carol falou que abriria para você, mas como sei como é dedicada, preferi te acordar.- Obrigada, ainda preciso ir em casa pegar roupa. - Vem cá – disse, levando ela ao closet.- Como assim? Você não tinha jogado tudo
Algumas semanas depois... Depois da primeira noite, eu e Bruno não nos separamos mais, a decisão de ficarmos juntos foi para valer e para sempre. Estava sendo como voltar a viver o sonho que tinha ficado para trás. Mamãe não quis ir morar com a gente, segundo ela não iria se acostumar com a casa nova e a gente como casal recém reconciliado precisava de privacidade. Estava triste por deixa-la morando sozinha, mas ela é tão teimosa. A Doces da Patrícia ia muito bem, agora tinha uma equipe completa na cozinha e para atendimento, por isso estava pensando em abrir outra loja, mas ainda sem um projeto realmente viável. Algumas vezes também pensava em voltar a trabalhar em uma empresa grande na minha área. O Doces da Patrícia surgiu como uma necessidade e eu tinha um carinho imenso pela minha cafeteria, porém ainda não me sentia totalmente realizada profissionalmente. A questão da minha parte na Invertcorp ainda não havia sido resolvida, sempre que Bruno tocava no assunto eu fugia. S
Nossos convidados chegaram depois de meia hora, deu tempo de arrumar a mesa e organizar um pouco a casa.O jantar foi maravilhoso, rimos e nos divertimos, mas eu sentia que algo estava no ar. Estávamos sentados no sofá tomando um licor quando Sara começou a falar.- Patrícia, queremos conversar com você – disse, pegando na minha mão.- Nossa, vocês estão me deixando nervosa – olhei receosa para eles, mas dessa vez senti a mão de Bruno segurar a minha outra mão e sabia que dessa vez ele não a largaria.- Amor, eu sinto e você também que a questão da empresa é a única coisa que falta resolvermos. Estou em dívida com você, não quero ficar com a parte da empresa que de fato não me pertence – falou, passando a mão no cabelo, que sabia que era um sinal de ansiedade.- Já conversamos sobre isso – tentei em vão mudar de assunto.- Minha querida, ouça com o coração aberto - mamãe interveio carinhosamente, arrumando os óculos que começou usar recentemente.- Patrícia, sabemos que você que não