As mamadeiras ficaram mornas, então as peguei e subi novamente para o quarto dos bebês. Quando cheguei Jane estava carregando a menininha. — Está pronta! — Falei indo olhar os outros bebês que estavam acordados. — Ótimo. — Jane falou. — São tão lindos! — São mesmo, quantos meses eles têm? — Perguntei encarando cada um deles. — Pela ficha;eles têm três meses, nasceram todos ao mesmo tempo. Esses dois meninos são gêmeos. — Ela falou dando de ombros e colocando a menina no berço. — Quais são os nomes deles? — Perguntei pegando um dos meninos para dar mamadeira. — Eles não têm nome, são tratados por números. São objetos para a sociedade. — Jane falou pegando o outro menino para dar mamadeira e deixando a menina por último. — E eles já têm uma família nova? — Perguntei preocupada com a situação. — Sim. — Ela falou. — Os gêmeos tem uma nova família que vai levá-los embora hoje. Temos um casal pronto para assumir nova identidade. Mas; a menina ainda não. Estamos esperando uma nova fam
Depois daquele evento tudo aconteceu muito rápido, eu me forcei a ficar quieta apenas sequestrando crianças enquanto a sociedade estava mantendo meus pais em cativeiro. Conversei com a Jane e então nos dedicamos a bolar um plano que realmente fizesse efeito para mostrar a eles que nós também estávamos no jogo. Pensamos em cada detalhe para que realmente desse certo, o plano seria colocar câmeras nas salas de reuniões mais importantes do laboratório e explodir uma das salas de experimentos, a sala central. Pedi que me deixassem ir, mas era arriscado demais. Repassamos o plano durante um mês e selecionamos um grupo de seis pessoas, entre elas estava a Loren. Treinamos os mínimos detalhes de como seria e sabíamos que tínhamos pouco tempo para fazer tudo acontecer. Mais ou menos dez minutos entre disparar o alarme de incêndio, colocar as câmeras e os explosivos, passar pelo portão antes que tudo fosse bloqueado e então depois de certa distância explodir o local certo. Todos estavam ciente
Eu estava de frente para os guardas como acompanhante de um dos caminhões, interceptar os carros na estrada havia sido a coisa mais fácil até agora. Abaixei um pouco mais o rosto temendo que algum deles pudessem me reconhecer. Mas não poderiam porque poucas pessoas ali sabiam da minha existência quando eu fui levado pela Jane. Deu tudo certo, nós passamos pelos portões. Flashes da minha infância correndo por aquele lugar como uma criança qualquer me deixou assustado, eu sabia que nada poderia dar errado e uma vez que eu ficasse preso ali eu não sairia mais! Deixamos o caminhão no térreo e seguimos com alguns materiais laboratoriais que transportavam as bombas. Subimos os seis juntos em duplas, eu estava com a Loren quando entramos pelos corredores do laboratório e fomos direto ao plano. A cada corredor que eu passava era inevitável não me lembrar da minha infância, das vezes em que corri pelo corredor e que fui repreendido por não poder andar por ali, agora eu estava andando. Entramo
— Não precisa. Muito obrigado. — Falei agradecendo seu gesto de solidariedade e carinho. — Ah Ga, para com isso. Somos amigos há quanto tempo? — Ela falou se ajoelhando na cama enquanto fazia massagem em meus ombros. — Verdade. Há muito tempo. — Falei relaxando um pouco mais pela massagem. — Melhores amigos, na verdade. —Ela riu. — É. — Eu estava com um pouco de sono e meio lento para responder com melhores respostas. — Então Ga, adivinha a cor da calcinha que eu estou vestindo? — Ela sussurrou em meu ouvido. — O que? — Eu falei fechando os olhos por um momento e tentando imaginar se eu havia escutado errado. — Para, já somos amigos há tanto tempo. Melhores amigos sabem essa intimidade. — Ela falou passando o braço sobre meu peito. — Loren... — Eu me virei para encará-la e antes que eu pudesse completar a frase ela me beijou. — O que você está fazendo? — Eu me afastei perguntando. — Ah vai dizer que você não quer? —Ela falou beijando meu pescoço. — Loren. – Eu falei segurando
Eu adentrei o casarão tentando conter a vontade que eu tinha de beijar a Ally ali naquele mesmo momento. Eu já não estava mais aguentando de saudades dela e ter passado esses cinco dias longe me causou uma abstinência que eu nunca havia sentido em minha vida. Quando eu e minha equipe chegamos estávamos todos nos esperando com felicitações. — Parabéns, temos a imagem das salas de reuniões e foi tudo bem-sucedido. — Jane falou observando toda a equipe. — Preciso falar com você em particular. — Falei para Jane. — Tudo bem, todos subam e tomem um banho, comam e descansem. — Jane falou. Quando todos se dispersaram para seus aposentos ela me chamou até o lado de fora da casa. — O que houve? — Ela perguntou estranhando a minha seriedade. — Eles me reconheceram. — Falei. — Como?Você está muito mudado desde que saímos de lá. — Ela falou pensativa. — A doutora Cristine, e, minha mãe. — Suspirei. — Gael. — Ela falou e eu senti que aquilo era um consolo discreto.
GAEL— Como? — Perguntei ainda confuso com tudo aquilo, estávamos ali há anos e nunca havíamos sido descobertos.— Eu não sei como, mas vamos descobrir só que não agora! Um esquadrão de mais ou menos dez pessoas passaram pela caverna, as câmeras detectaram. Temos que sair daqui o mais rápido possível e colocar nosso plano B em curso.— Tudo bem. Duas horas até chegarem aqui. – Falei tentando me controlar com tudo que estava acontecendo.Estávamos distribuindo as armas e os coletes para todos os mais velhos, enquanto uma equipe de quatro cuidadoras pegavam todas as crianças e umas mochilinhas que já ficavam preparadas em seus quartos, vi a Ally ajudando, ela estava com a Esme nos braços e uma pequena mochila nos ombros. Seu rosto não moldava nenhuma expressão e eu estava louco enquanto não conseguia decifrar o que ela pensava.Ally colocou a Esme no sofá e colocou o colete por cima de sua blusa colocando as armas em um ponto estratégico, vi quando ela colocou uma Taurus na parte de trá
Aquelas palavras me balançaram porque eu não amava tanto o meu pai quanto eu amava a minha mãe e Jane sabia tanto disso que se colocou ao meu lado.— Oi filho. — Minha mãe se colocou ao lado do meu pai.— Oi mãe. — Minhas palavras falharam.— O que está fazendo aí? Por que não me ouviu quando chamei, ainda sou a sua mãe! — Ela falou agora com os olhos marejados.— Me desculpe mãe. – Suspirei sabendo que estavam todos me assistindo.— Filho. Mandei uns carros para pegar você e a multiplicadora. Estão finalmente no lugar que nós queremos. Ela é linda, você também. Darão ótimos filhos para a terra. Foi para isso que criamos vocês, para salvar o mundo. Você sabe né? Conversávamos tanto quando você era pequeno e você me dizia que queria ser o salvador da nação e casar com a princesa. — Ela falou segurando as lagrimas.— Ela é realmente uma princesa, mãe. – Eu ri. — Mas, não vou voltar.— Filho. Por favor. — Ela falou deixando as lágrimas cair. — Eu passei noites preocupada com você, queren
GAELEu sabia que o fato dos Jupterianos terem nos descoberto mudava tudo, teríamos que nos separar porque o esconderijo era algo completamente temporário. Teríamos que mudar as nossas identidades e usar as novas, tínhamos um estoque e isso não era problema. O problema é que agora adotaríamos outra vida, a Ally já não falava mais comigo e eu não sabia se iria poder ficar ao lado dela para protegê-la. A viagem toda foi tranquila e não havíamos sigo seguidos. Por um instante eu sai do volante para ir ao banheiro e quando passei a Ally estava adormecida com a Esme ao seu lado. As duas eram lindas dormindo e se não fosse pelos olhos eu diria que elas eram mãe e filha. Pareciam tranquilas. Eu me agachei na cama onde elas estavam e sorri, elas eram incrivelmente lindas! Alisei os cabelos da Ally que não se mexeu e depositei um beijo em sua testa, meus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar que ela estava com muita raiva de mim. Me levantei e notei que a Loren havia visto a cena, mas eu já