Eu adentrei o casarão tentando conter a vontade que eu tinha de beijar a Ally ali naquele mesmo momento. Eu já não estava mais aguentando de saudades dela e ter passado esses cinco dias longe me causou uma abstinência que eu nunca havia sentido em minha vida. Quando eu e minha equipe chegamos estávamos todos nos esperando com felicitações. — Parabéns, temos a imagem das salas de reuniões e foi tudo bem-sucedido. — Jane falou observando toda a equipe. — Preciso falar com você em particular. — Falei para Jane. — Tudo bem, todos subam e tomem um banho, comam e descansem. — Jane falou. Quando todos se dispersaram para seus aposentos ela me chamou até o lado de fora da casa. — O que houve? — Ela perguntou estranhando a minha seriedade. — Eles me reconheceram. — Falei. — Como?Você está muito mudado desde que saímos de lá. — Ela falou pensativa. — A doutora Cristine, e, minha mãe. — Suspirei. — Gael. — Ela falou e eu senti que aquilo era um consolo discreto.
GAEL— Como? — Perguntei ainda confuso com tudo aquilo, estávamos ali há anos e nunca havíamos sido descobertos.— Eu não sei como, mas vamos descobrir só que não agora! Um esquadrão de mais ou menos dez pessoas passaram pela caverna, as câmeras detectaram. Temos que sair daqui o mais rápido possível e colocar nosso plano B em curso.— Tudo bem. Duas horas até chegarem aqui. – Falei tentando me controlar com tudo que estava acontecendo.Estávamos distribuindo as armas e os coletes para todos os mais velhos, enquanto uma equipe de quatro cuidadoras pegavam todas as crianças e umas mochilinhas que já ficavam preparadas em seus quartos, vi a Ally ajudando, ela estava com a Esme nos braços e uma pequena mochila nos ombros. Seu rosto não moldava nenhuma expressão e eu estava louco enquanto não conseguia decifrar o que ela pensava.Ally colocou a Esme no sofá e colocou o colete por cima de sua blusa colocando as armas em um ponto estratégico, vi quando ela colocou uma Taurus na parte de trá
Aquelas palavras me balançaram porque eu não amava tanto o meu pai quanto eu amava a minha mãe e Jane sabia tanto disso que se colocou ao meu lado.— Oi filho. — Minha mãe se colocou ao lado do meu pai.— Oi mãe. — Minhas palavras falharam.— O que está fazendo aí? Por que não me ouviu quando chamei, ainda sou a sua mãe! — Ela falou agora com os olhos marejados.— Me desculpe mãe. – Suspirei sabendo que estavam todos me assistindo.— Filho. Mandei uns carros para pegar você e a multiplicadora. Estão finalmente no lugar que nós queremos. Ela é linda, você também. Darão ótimos filhos para a terra. Foi para isso que criamos vocês, para salvar o mundo. Você sabe né? Conversávamos tanto quando você era pequeno e você me dizia que queria ser o salvador da nação e casar com a princesa. — Ela falou segurando as lagrimas.— Ela é realmente uma princesa, mãe. – Eu ri. — Mas, não vou voltar.— Filho. Por favor. — Ela falou deixando as lágrimas cair. — Eu passei noites preocupada com você, queren
GAELEu sabia que o fato dos Jupterianos terem nos descoberto mudava tudo, teríamos que nos separar porque o esconderijo era algo completamente temporário. Teríamos que mudar as nossas identidades e usar as novas, tínhamos um estoque e isso não era problema. O problema é que agora adotaríamos outra vida, a Ally já não falava mais comigo e eu não sabia se iria poder ficar ao lado dela para protegê-la. A viagem toda foi tranquila e não havíamos sigo seguidos. Por um instante eu sai do volante para ir ao banheiro e quando passei a Ally estava adormecida com a Esme ao seu lado. As duas eram lindas dormindo e se não fosse pelos olhos eu diria que elas eram mãe e filha. Pareciam tranquilas. Eu me agachei na cama onde elas estavam e sorri, elas eram incrivelmente lindas! Alisei os cabelos da Ally que não se mexeu e depositei um beijo em sua testa, meus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar que ela estava com muita raiva de mim. Me levantei e notei que a Loren havia visto a cena, mas eu já
— Você irá voltar para a sua casa. — Jane falou. — Os Jupterianos nunca vão desconfiar que regredimos. Então, vamos voltar para a sua antiga casa. Eu serei a sua tia Susy, você vai continuar estudando na sua antiga faculdade e o Gael e a Loren irão se matricular lá para estarem lhe protegendo. Eles vão alugar uma casa no mesmo bairro e ficarem com a Green, que finalmente vai entender o que é uma escola e vida normal. É uma jogada que os Jupterianos não vão imaginar. — Ela deu de ombros. — Foi brusco te tirar de sua vida, vamos devolver de alguma forma até que tudo isso acabe.— Não é a mesma vida sem os meus pais. — Falei com os olhos cheios de lágrimas.— Eu sei que não. Mas, em breve, eles estarão junto com você no lugar de onde nunca deveriam ter saído. Por enquanto, é tudo que podemos fazer para que você não precise mudar de identidade e de vida social. Sei que vai ser menos doloroso para você estar cercada de suas amigas.— Tudo bem. — Eu não tinha mais nada para falar. Sincerame
Era um dia qualquer da semana e já fazia um mês que não tínhamos notícias da sociedade e nem dos meus pais, o Gael havia conseguido se matricular junto com a Loren e as minhas amigas seguiam acreditando que: a Jane era a minha tia e Esme era filha dela e o Gael e a Loren eram apenas colegas de quarto que haviam se mudado para São Paulo para estudar conosco. Apenas acontecimentos aleatórios... Queria eu! Eu continuava com o mesmo celular, a Jane havia conseguido bloqueá-lo não sei como, para que ninguém nos rastreasse caso tentassem. Eu não iria mudar até que conseguisse trazer os meus pais para casa.Estávamos sentadas, eu a Lou e Lorena na sala conversando e o Gael, a Loren e alguns meninos do outro lado da sala quando o meu celular tocou. Número desconhecido. Meu coração gelou e eu atendi.— Olá Alyssa. Tudo bem? — Olavo falou com uma voz tranquila do outro lado.— Oi. — Falei rispidamente, as meninas me encararam notando que havia algo de errado pois eu estava tremendo enquanto ape
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele desligou. Aquilo me desestabilizou e eu não consegui falar pelos segundos restantes enquanto Gael segurava a minha mão ainda pensativo com toda aquela situação. Os dois haviam escutado, eu havia colocado no viva voz. Eu não sabia o que fazer e estava tudo girando.— Eu... Quero ficar sozinha! — Falei respirando fundo, senti que meu mundo estava prestes a desabar.— Ally... — Gael pensou no que iria falar, mas não falou.— Eu só quero ficar sozinha, não vou voltar para a aula. Avisa lá que eu passei mal, e não vou para casa. Contem para Jane o que aconteceu. — Falei me levantando.— Aonde você vai? Não está pensando em... — Antes que a Loren pudesse terminar eu a cortei.— Não vou até o Olavo hoje, Loren. Só quero ficar sozinha, apenas isso! — Falei.— Me deixa ir com você, você sabe que precisa de alguém para lhe ajudar caso aconteça algo. — Gael falou.— Ele não vai me caçar com rato, Gael. Não essa semana. — Ironizei. — Vocês estão me su
A minha caminhada pelo centro de São Paulo durou horas. Passei pelo museu da imagem e do Som e fiquei ali contemplando as belas obras de artes do lugar enquanto pensava em todo o salto que minha vida tinha dado da noite para o dia. Num dia eu era apenas uma garota qualquer de dezenove anos, na faculdade e sem saber o que o futuro me reservava. E em outro; eu era caçada por ser uma arma, arma essa encarregada de gerar o ser humano perfeito, e matar toda a humanidade, isso era bizarro!Pensei, pensei e pensei! Eu não conseguiria viver fugindo. Uma hora isso teria que acabar, e não seria com meus pais mortos.Quando cheguei já eram 21hrs, eu havia saído da faculdade as 11hrs. A Jane; o Gael e a Loren me esperavam em casa, a Esme estava no quarto juntamente com a Jasmine enquanto o trio estava sentado na sala. Todos pareciam aflitos, preocupados.— Você quase nos matou de preocupação. — Jane falou num tom sério.— Não sou eu quem quero matar vocês. — Ri com aquela ironia, fechei a porta a