Eu nunca pensei que pudesse me apaixonar – se é que posso chamar assim – por alguém, numa situação tão complicada e confusa quanto eu estava agora. Nosso beijo era como um encontro de almas desesperadas! Gael passou sua mão pela minha cintura e me puxou para mais perto, eu cedi ficando o mais próximo do seu corpo quanto podia... Nossos corações batiam num compasso completamente acelerado, nossas respirações se tornaram ofegantes a cada passo em que sua língua passeava pela minha boca. Quando já estávamos sem fôlego, nos afastamos, dava para sentir o clima quente no ar e eu nunca havia sentido tanto fogo quanto eu sentia quando estava perto dele. — Eu estou sendo desrespeitoso? — Ele perguntou aparentemente preocupado. — Não. — Sussurrei, tentando recuperar o fôlego que aquele momento havia roubado dos meus pulmões. — Ok. — Ele falou me abraçando e enterrando sua cabeça em meu pescoço. Aquele gesto me fez relaxar de uma forma surpreendente, e quando pensei que era tudo, ele se leva
— Sabe o que é mais engraçado? É ver você aí se julgando melhor do que eu apenas porque teve o privilégio de saber desde o começo que era uma anomalia genética. Mas; sabe o que é mais engraçado ainda, é que você me julgou pela aparência. — Me levantei e me aproximei dela enquanto Jane e Gael me olhavam atentos. — Mas; eu não cheguei aqui tão fácil quanto você está pensando, e o único motivo pelo qual eu não me livrei tão fácil do anormal de olhos brancos é que ele estava com uma arma e eu não. Mas eu fiz boxe aos cinco anos e tiro ao alvo aos quinze anos. Pois é, eu fui muito bem ensinada a como me defender! — Eu falei abrindo um sorrisinho ao final. — Você sabe empunhar uma arma? — Ela abriu um sorriso irônico. — Está duvidando? — Perguntei encarando–a seriamente. — É que parece tão blefe. — Loren falou com um sorrisinho de deboche. — Tudo bem. — Falei saindo de perto dela. — Vamos fazer negócios aqui então. Vocês me dão uma arma e um alvo, se eu acertar. Eu vou nessa missão! — Fa
O resto do dia foi bastante tranquilo, O Gael permaneceu um pouco afastado enquanto eu ajudava a Jane com a comida, era uma casa com mais ou menos quinze pessoas, mas a maioria fingia que eu era invisível. Volta e meia o Gael passava por mim com piscadelas e brincadeirinhas e logo se afastava novamente para fazer alguma outra coisa. À noite depois do jantar eu tomei um banho e resolvi descer já que estava morrendo de tédio em meu quarto, estavam algumas pessoas do lado de fora, as crianças brincando e um grupinho de pessoas conversando e Gael era um deles. Então; me sentei no batente da casa e fiquei ali com fone de ouvido e celular observando as estrelas. Eu havia ligado para os meus pais mais cedo e eles pareciam estar se divertindo e não faziam a mínima idéia do que havia acontecido! Liguei também para as minhas amigas e avisei que eu estava na casa de uma tia por algum tempo e logo estaria de volta. Elas ficaram super tristes, mas também viajariam então estava tudo bem. O Gael v
Eu nem precisei do despertador para acordar, acordei eram 00:30h e depois não consegui dormir mais. Meu coração estava acelerado, mas eu sabia que tudo aquilo era porque eu poderia tocar o Gael novamente. Desci as escadas bem devagar e sem barulhos para que não corresse o risco de alguém me ver. Meu corpo estava cheio de adrenalina e eu estava me sentindo dentro de um filme de investigação onde eu era a vilã que estava fugindo. Quando cheguei até a porta parei para ver se alguém estava no meu encalço então abri a porta devagarzinho e sai, para a minha surpresa o Gael já estava do lado de fora sentado no batente completamente perdido em pensamentos. Fiquei na ponta dos pés e fui até ele colocando as mãos para tapar a sua visão. — Quem você acha que é? – Sussurrei em seu ouvido e senti os pelos de seu pescoço se arrepiarem. Ele tirou as minhas mãos do rosto e antes que respondesse qualquer coisa ele me pegou pela mão e me puxou em direção ao fundo da casa. — Vem... — Ele disse me pux
ALLY Nós passamos a semana bastante focados com essa missão, treinávamos toda tarde. Éramos uma equipe de quatro, eu e o Gael e mais dois componentes. Eu não sabia exatamente qual seria a missão, mas foquei em treinar o máximo que eu podia para depois descobrir o que eu faria. Um dia antes de viajarmos sentamos nós quatro e a Jane na sala de reuniões. — Então, o que iremos fazer? — Eu perguntei o que eu queria saber desde quando soube que teria uma missão. — Bom, como todos sabemos terá um transporte de crianças a caminho do laboratório. Antigamente eram apenas duas pessoas quem conduziam para não levantar suspeitas. Mas; eles reforçaram com quatro pessoas por causa do nosso último seqüestro. Dessa vez; serão dois conduzindo o caminhão e mais dois na traseira juntamente com as crianças. — Isso é fácil. – Um cara loiro com mais ou menos um e oitenta de altura falou. — Não, não. — Jane falou encarando a cada um de nós. — Eles estão espertos e por isso uma mulher é preciso aqui. El
As mamadeiras ficaram mornas, então as peguei e subi novamente para o quarto dos bebês. Quando cheguei Jane estava carregando a menininha. — Está pronta! — Falei indo olhar os outros bebês que estavam acordados. — Ótimo. — Jane falou. — São tão lindos! — São mesmo, quantos meses eles têm? — Perguntei encarando cada um deles. — Pela ficha;eles têm três meses, nasceram todos ao mesmo tempo. Esses dois meninos são gêmeos. — Ela falou dando de ombros e colocando a menina no berço. — Quais são os nomes deles? — Perguntei pegando um dos meninos para dar mamadeira. — Eles não têm nome, são tratados por números. São objetos para a sociedade. — Jane falou pegando o outro menino para dar mamadeira e deixando a menina por último. — E eles já têm uma família nova? — Perguntei preocupada com a situação. — Sim. — Ela falou. — Os gêmeos tem uma nova família que vai levá-los embora hoje. Temos um casal pronto para assumir nova identidade. Mas; a menina ainda não. Estamos esperando uma nova fam
Depois daquele evento tudo aconteceu muito rápido, eu me forcei a ficar quieta apenas sequestrando crianças enquanto a sociedade estava mantendo meus pais em cativeiro. Conversei com a Jane e então nos dedicamos a bolar um plano que realmente fizesse efeito para mostrar a eles que nós também estávamos no jogo. Pensamos em cada detalhe para que realmente desse certo, o plano seria colocar câmeras nas salas de reuniões mais importantes do laboratório e explodir uma das salas de experimentos, a sala central. Pedi que me deixassem ir, mas era arriscado demais. Repassamos o plano durante um mês e selecionamos um grupo de seis pessoas, entre elas estava a Loren. Treinamos os mínimos detalhes de como seria e sabíamos que tínhamos pouco tempo para fazer tudo acontecer. Mais ou menos dez minutos entre disparar o alarme de incêndio, colocar as câmeras e os explosivos, passar pelo portão antes que tudo fosse bloqueado e então depois de certa distância explodir o local certo. Todos estavam ciente
Eu estava de frente para os guardas como acompanhante de um dos caminhões, interceptar os carros na estrada havia sido a coisa mais fácil até agora. Abaixei um pouco mais o rosto temendo que algum deles pudessem me reconhecer. Mas não poderiam porque poucas pessoas ali sabiam da minha existência quando eu fui levado pela Jane. Deu tudo certo, nós passamos pelos portões. Flashes da minha infância correndo por aquele lugar como uma criança qualquer me deixou assustado, eu sabia que nada poderia dar errado e uma vez que eu ficasse preso ali eu não sairia mais! Deixamos o caminhão no térreo e seguimos com alguns materiais laboratoriais que transportavam as bombas. Subimos os seis juntos em duplas, eu estava com a Loren quando entramos pelos corredores do laboratório e fomos direto ao plano. A cada corredor que eu passava era inevitável não me lembrar da minha infância, das vezes em que corri pelo corredor e que fui repreendido por não poder andar por ali, agora eu estava andando. Entramo