Apaixonada Pelo Idiota do meu Chefe.
Apaixonada Pelo Idiota do meu Chefe.
Por: S.R.Silva
Prólogo

Pietro chegará de viagem e finalmente poderei matar a saudade que estou sentindo. Pedi para ser liberada mais cedo da empresa e, como não sou de faltar, eles me liberaram sem pestanejar. Vou preparar uma surpresinha especial para o meu noivo. O elevador está em manutenção, então terei que subir as escadas. Começo a subir os degraus e as pessoas ficam me encarando como se fosse louca. Também pudera, o Rio de Janeiro está um calor que deixa o inferno no chinelo e eu de sobretudo, pois estou escondendo minha fantasia de coelhinha. Sabe qual foi a pior parte? Colocar esse plug anal de rabinho de coelho, mas tudo valerá a pena no final. Cheguei em nosso apartamento com uma garrafa de champanhe e duas taças nas mãos. Estranhei o fato de a porta estar aberta, mas logo um sorriso brotou de meus lábios quando vi o caminho de pétalas. Acho que pensamos a mesma coisa. Retiro meu sobretudo e coloco minha orelha de gatinha e começo a seguir a trilha animada. Paro em nosso quarto e abro a porta animada, mas nada me preparou para aquilo. Pietro, meu futuro marido, o cara que imaginei sendo pai dos meus filhos, estava na nossa cama com outro. Ele estava de quatro e gemia baixo enquanto um homem o penetrava. Em nosso quarto, em nossa cama. Eu ainda tinha um sorriso nos lábios ao entrar no quarto, e pareceu que ele perdurou por uma eternidade em meu rosto. Sei que enquanto eu viver, jamais conseguirei tirar essa imagem da minha cabeça. Fico estática olhando aquela cena. O choque foi tão visceral que nem percebi que chorava. Como podem as lágrimas serem mais rápidas que nossos pensamentos? Sei que durou segundos, mas pareceu que estava tudo em câmera lenta. Pietro saiu de debaixo do rapaz, atrapalhado e tentando se cobrir com o lençol. Nosso lençol, meu Deus, como pode isso? Pode parecer ridículo, mas uma coisa me passou pela cabeça em milésimos de segundos: Pietro, meu noivo, sempre foi tão machista com passar a mão em sua bunda, quem dirá um dedo. E agora isso? O barulho da garrafa de champanhe me pareceu tão alto. Quebrou e um pouco do líquido espirrou em minhas pernas, mas isso não me preocupou no momento. O que era uma garrafa de champanhe perto do que estou vendo? Quem sabe se eu fizer força eu acorde? Porque isso só pode ser um sonho, ou melhor, um pesadelo. Mas se fosse sonho ou pesadelo, não sentiria dor, e a dor está me dilacerando nesse momento. Hoje era para ser um dia especial. O rapaz está sentado na minha cama. Evita me olhar nos olhos. Eu não o conheço – menos mal –, percebo que ele olha para suas roupas jogadas na minha poltrona, mas está envergonhado de se mexer, ou estaria com medo de mim? Por que não pensou nisso antes de entrar em minha casa e enrabar o meu noivo? Acho que ele está com medo de eu fazer escândalo. Outra pessoa, outra mulher estaria aos berros agora, mas estou entorpecida. Sinto minha boca amarga e... Vomitei nos pés de Pietro. Nem me lembro de ter comido milho. Como podem esses tipos de pensamentos passarem pela minha cabeça numa hora dessas? Deve ser o choque. É um absurdo, eu sei, mas me senti menos mal por tê-lo sujado. Ele fala comigo, mas não o ouço, só vejo sua boca se mexer. Será que estou tendo um aneurisma? Ou um infarto? Pois sinto muita dor no meu peito. Então é isso que dizem quando falam de coração quebrado? É essa a dor que sentem quando têm o coração partido? Ele me deu um tapa no rosto, é isso? Ah, sim, eu estava em choque, ele fez isso para que eu o ouvisse, o canalha.

— Você está ferida, venha, sente-se aqui. – Me diz Pietro e me conduz com carinho, segurando meu braço gentilmente para que eu me sente na poltrona.

Agora, depois do tapa, voltei a mim e o ouço bem. Sinto um ardor na mão e, olhando para ela, vejo que segurei a taça com tanta força que ela quebrou e me feriu. Meu delicado noivo me olha com preocupação genuína. Ele não é um amor? Mesmo estando enrolado no lençol e seu amante sentado em nossa cama, Pietro j**a as roupas do seu amante para que ele as vista e ele tem a decência de se vestir no banheiro. No meu banheiro. Minha circulação sanguínea está voltando ao normal, a dor se transformando em ira bruta. Olho para Pietro, tentando estancar o corte em meu dedo com delicadeza e, mesmo com a mão doendo e latejando, esbofeteio-o.

— Tire essas mãos imundas de cima de mim! Não planejava gritar, mas o ódio está me inflamando. A imagem dele de quatro em puro êxtase, eu conheço muito bem a expressão dele quando está prestes a gozar, é demais para mim. Preciso sair daqui. Seu amante sai do banheiro preocupado com meu grito. Agora noto que ele é bem bonito. Alto, mais alto que Pietro, barba cerrada, olhos claros e cabelos à altura dos ombros. Veste-se socialmente, por mais que a calça e a camisa de manga longa estejam amassadas, vê-se que é de marca, bem cortada.

— Calma, Isis, não é nada disso que você está pensando. – Meu noivo me diz, tentando me acalmar e acalmar também a si próprio. Em outra hora, eu estaria tranquila com esse tom de voz dele e me acalmaria, ele tinha o dom de ser o mais calmo na relação e me fazer ver a situação com mais calma, mas não hoje. A voz entrecortada dele, de puro desespero, não vai quebrar meu coração.

— Então, o que é isso? – Um sorriso de escárnio brotou dos meus lábios e ele ficou ainda mais assustado. Senti ódio de mim mesma por estar chorando, as lágrimas caiam sem parar, embaçando minha visão.

— Você sendo fodido por outro homem na nossa cama não é nada?! Pietro, você nem mesmo teve a decência de pagar um motel, de levá-lo para qualquer lugar, mas aqui, em nossa casa, em nossa cama?! – Vociferei.

— Isis, me escuta...

— Não, Pietro. Não fale mais nada, eu já entendi tudo.

Saí correndo, tentei pegar o elevador, mas lembrei que ele não estava funcionando. Então, tirei meus saltos e desci as escadas correndo, entrei no meu carro e dirigi sem rumo.

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