Ao sair da sala de Sebastian, respirei fundo para me acalmar e, ao me ver, o pessoal que estava próximo me perguntou o que havia acontecido lá dentro. Eles estavam visivelmente preocupados, e eu os tranquilizei.
— Vocês querem saber o que aconteceu entre o filhote de capeta e eu? – Eles assentiram. — Nada demais, tivemos algumas divergências, somente isso. – Disse, não querendo que eles soubessem o que realmente aconteceu lá dentro, mas pelos seus semblantes, tenho certeza de que eles sabem da discussão.
— Isis, ouvimos os gritos de vocês e depois ficou tudo silencioso, pensamos que um tinha matado o outro. – Vanderson disse, me analisando para ter certeza de que estou bem.
— Fiquei tentada a entrar para interferir. – Maria emendou.
— Calma, pessoal! E só para deixar bem claro, não matei o meu chefe. – Todos riram e a tensão se dissipou.
Voltei para a minha sala, liguei o computador e comecei a rascunhar o novo design do rótulo para o shampoo. Ainda tenho que criar a nova embalagem para o creme facial. Tentei me concentrar, mas está impossível. Aquele imbecil acha que sou o quê? Nunca me sujeitaria a dormir com o pai dele para conseguir meu cargo. Se ele soubesse por tudo que passei nessa vida para chegar onde estou, não pensaria e nem diria uma coisa dessas. Sujeitinho mais arrogante e intragável. Trabalhei de semblante fechado e com afinco até o horário do almoço. Lidiane veio me buscar e disse que meus amigos estavam à minha espera, mas não estou com a mínima fome. Disse a ela que não iria e logo sou repreendida, Lidi diz para que eu pelo menos esfrie a cabeça um pouco e pensando por esse lado seria muito bom, desço com ela e nos encontramos com Yan e Joana que levantam as mãos aos céus quando nos vêem. Chegamos ao restaurante próximo onde trabalhamos e nos sentamos, como sempre almoçamos ali o pessoal já nos conhece, eles nos servem suco de laranja de cortesia e agradecemos, dona Lica é um amor de pessoa ela sabe do meu problema com alimentação então sempre faz macarrão com isca de frango para mim e me obriga a comer nem que seja algumas garfadas.
— Isis, você vai comer nem que pra isso eu tenha que te amarrar na cadeira e te alimentar igual a um bebê.
— Nós apoiamos ele. – Minhas amigas dizem em uníssono.
— Vocês estão parecendo meu irmão e a mulher dele, na verdade aconteceu tanta coisa comigo esses dias que me deixaram sem vontade alguma de comer.
Eles me ignoram completamente, Joana chama dona Lica e pede a ela que me traga o de sempre, digo que não estou com fome, mas eles continuam me ignorando.
Olho para a comida e não tenho fome, sinto uma espécie de nojo, não sei explicar direito, só sei que meu estômago se revira em repulsa. Todos me obrigam a comer, então pego o garfo e tento dar uma garfada no macarrão, mas acabo abaixando o talher novamente, meus amigos nada falam, apenas observam, pois sabem da luta que travo todos os dias com essa questão de alimentação. Mais uma vez tento levar o garfo até minha boca e finalmente consigo, mastigo rapidamente e engulo rapidamente, tomando um gole da minha água com gás e limão. Vendo meu desconforto, meus amigos me perguntam o que aconteceu na sala de Sebastian e assim que conto, eles estão indignados.
— Não acredito que aquele cretino fez pouco caso de você? Vou por o nome dele na geladeira.
— Ele não vale a pena, Lidi, e também não acredito que isso funcionará.
— Então, vamos pôr o nome dele na boca do sapo?
— Excelente ideia, Yan. Ele terá uma morte lenta e dolorosa. - Os três começam a rir malignamente.
— Parem com isso! Soou estranho, pessoal?
— Mas vai ser uma mandinguinha de leve, não mata ninguém. – Joana diz, e os outros dois apoiam.
— Chega! Por mais imbecil que ele seja, é o nosso chefe, não devemos pensar nesse tipo de coisa.
— Você quem sabe, mas se mudar de ideia, tenho uma prima que pode fazer a mandinga pra nós.
— Nem vou me dignar a responder, Yan.
— Tá bom, eu só estava querendo ajudar. E sobre sábado, o que houve para você sumir? – Yan muda de assunto ao ver que estou ficando irritada.
— Foram uma série de acontecimentos. Sinceramente, não sei se dará para contar agora. – Olho para eles e respiro fundo, visivelmente cansada.
— Dá mais uma garfada em seu prato e nos faça um resumo. – Joana diz e faz um gesto para que eu coma.
Após a minha garfada, faço o que me pedem e resumo ao máximo. Eles me olham chocados, e eu limpo uma lágrima solitária que escapou, meu amigos ficaram ao meu lado e me apoiaram, nem preciso dizerem como eles ficaram revoltados com meu ex noivo. Lidi dizia em como nos achava um belo casal, agradeci a ela e tentei melhorarar a minha face. Eles me perguntam como ficará a ivisão do apartamento e digo a eles que enviei uma mensagem dizendo que precisaria conversar sobre a divisão das coisas, afinal gastei muito dinheiro naquela casa, com a cerimonia e principalmente com a festa. Estav conversando com meus amigos quando meu celular apitou avisando que havia uma nova mensagem.
“Isis, precisamos conversar!” – E como passe de mágica, lá está ele querendo conversar.
“Espero que seja sobre o apartamento, pois essa é a única conversa que quero ter com você no momento.” – Digito rapidamente e mando um emoji de envergonhado. Minha vontade era de mandar ele tomar no quinto dos infernos.
“Elias e eu queremos comprar a sua parte, passei momentos maravilhosos com você nele e gostaria de ficar com ele”. – logo em seguida manda um emoji do cara correndo.
“Você quer morar na nossa casa com seu amante?” – Digito irritadíssima, como ele ousa fazer isso comigo?
"Não é isso Isis… é… difícil de explicar." – olho para a mensagem por algum tempo e suspiro.
"Deve ser mesmo, né? Te darei a resposta mais tarde."
Olho para o prato e o empurro para longe, a imagem do homem enrabando meu ex-noivo volta à minha mente e quando percebo já estou chorando, sinto um gosto ruim em minha boca e precisei correr imediatamente para o banheiro. Lá despejo o pouco que comi, sobrando apenas água. Me sento no vaso e permaneço um bom tempo chorando. As meninas batem na porta e me perguntam se estou bem, me enchendo de palavras de carinho e consolo, mas eu apenas digo a elas que gostaria de ficar sozinha. Como ele pode fazer isso comigo? Como pode me enganar por mais de quatro anos? As lágrimas ainda teimam em rolar, mas sei que preciso levantar e voltar ao trabalho. Lavo o rosto e a boca e abro a porta, pronta para ver os olhares de pena.
Meus amigos me olham e ficam esperando que eu conte o que aconteceu, eles ficam preocupados por eu estar conversando em um momento e depois de receber a mensagem sair correndo chorando. Estava trêmula quando segurei o copo de água com açúcar que dona Lica trouxe, tomei todo o líquido em um só gole e depois de estar calma, conto aos meus amigos sobre a mensagem de Pietro, eles ficam sem reação ao saber que meu ex-noivo quer morar em nossa casa com seu amante.— Eu arrancarei o pau daquele desgraçado com as mãos. – Joana falou irritada e recebeu apoio dos demais.— Eu te ajudarei — Lidi emenda.Dona Lica que estava apenas observando pede permissão para falar. Ela puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.— Minha querida, sei que deve estar sofrendo nesse momento, mas há coisas que vem para o bem e pode ter certeza que foi bom ter acontecido agora do que depois de casada. Sei que você não se abrirá para um novo relacionamento por um tempo, mas quando o amor chegar o deixe entrar.— Acho
— Nós sabemos como você é certinha dona Isis. Você está morando onde? – Yan me pergunta.— Nesse momento estou na casa do meu irmão, minha cunhada e ele insistiram para que eu morasse com eles pelo o tempo que precisasse, mas já avisei que hoje começo a procurar um apartamento para me mudar.— Princess, meu apartamento é espaçoso demais para um cara só. Por que você não vem morar comigo assim rachamos as despesas e fazemos companhia um para o outro? – Meu amigo diz.— Mas não quero te incomodar, porque eu sei que você adora sua vida de liberdade e eu na sua casa só te atrapalharia.— Quem disse que você me atrapalha? Pode parar de bobeira e aceitar, eu te amo e lá vou poder ficar de olho em você.Penso por alguns instantes e recebo olhares de anda logo aceita e por fim acabo me decidindo.— Eu só aceito se você me der certeza que não irei te atrapalhar? – Ele revira os olhos, retira uma mão do volante e pega a minha.— Se me fizer essa pergunta mais uma vez vou me irritar conti
Já dentro do carro Yan e Joana não calavam a boca enquanto Lidiane estava soluçando parecendo um urso panda e eu calada, inerte em meus próprios pensamentos.O que Pietro fez comigo foi terrível, mas nem se compara ao que Tómas faz a Lidi, ele não consegue entender que o namoro dos dois acabou.— O que foi aquilo bonequinha? Você pisando nas bolas do Tomás foi tudo. – Joana diz sorridente.— Isis me perdoe pelo o que Tomás fez com você, seu olho vai ficar roxo e tudo por minha culpa. – Ela volta a chorar.— Para de chorar, Lidi a culpa não foi sua, eu sabia que ele estava alterado e faltava pouco para ele bater em você, foi por esse motivo que a quis tirar do braço dele.— Amiga, você podia ser uma lutadora de MMA.— Meninas o melhor você não sabe, Isis estava prestes a transar com um cara quando entrei na sala e a tirei de lá, para poder me ajudar a defender Lidi.— Faria isso por qualquer um de vocês. Agora se puderem, por favor não toque no assunto e nem no assunto sobre o que acont
— E ai amiga, está pronta para fazer a mudança? – Yan diz animado.— Estou sim, mas temos que esperar Joana e Lidiane sairem para poder irmos buscar as suas coisas.— E ai pessoal! Chegamos, nosso chefinho nos liberou mais cedo. – Lidiane se aproxima de nós sorrindo.— Pois é! Agora vamos para a casa do Ravi e buscar as suas coisas logo – Joana se anima — Amiga você comeu? – Olho para ela e digo que sim torcendo para que ela acreditasse, mas parece que acreditou porque ela apenas me olhou e bufou.Chegamos a casa do meu irmão e eles ficam revoltados quando vêem o estado do meu rosto, minha amiga Lidiane pede perdão ao meu irmão e ele diz que se Tomás não estivesse preso ele acabaria com a raça dele, acho fofo quando meu irmão tenta me defender, logo em seguida eles se lamentam quando digo que irei morar com meu amigo, por mais que goste de estar na presença deles sei que ter uma outra pessoa em casa tira a privacidade e não queria que isso acontecesse.— Eu não quero que vá. – Minha c
No dia seguinte acordo cedo e me arrumo rapidamente, olho no espelho e meu olho está bem menos inchado e a maquiagem cobriu bem, pelo menos as pessoas não ficarão olhando para mim. Yan me dá uma carona e percebo que preciso economizar um pouco mais e comprar um carro, bom com o dinheiro que vou receber pelo apartamento já irá me dar um bom adianto. Antes de ir para minha sala vou até a sala de Sebastian, bato em sua porta e recebo permissão para entrar.— Aqui está como prometido e antes das nove horas, cinco opções de logo e com algumas sugestões de embalagens que combinam.Ele pega a pasta das minhas mãos e antes olha dentro dos meus olhos me deixando constrangida e rapidamente desvio meu olhar. Depois de analisar bem os conteúdos ele separa duas folhas e me entrega e assim que as vejo disfarço uma risada que não passa despercebido por ele.— Por acaso está rindo de mim? – Sebastian olha para mim esperando minha resposta.Percebo que ele está irritado, e prefiro evitar uma briga,
O dia transcorreu tranquilo, chego em casa com Yan e vou direto para o banheiro dar uma relaxada, meu amigo me avisa que ele irá dar uma saída e me pergunto de onde ele tira tanta energia. Como não quero cozinhar e nem pedi comida, faço um miojo para mim e me sento na sala para comer, meu celular vibra com uma mensagem e sorrio para a tela.“Maninha te espero para o churrasco no Sábado, por favor, traga linguiça.” – Meu irmão me envia uma mensagem e não perco a chance de mexer com ele.“Você prefere a linguiça, fina ou grossa? rs” – A mensagem demora um pouco e sei que ele deve estar envergonhado.“Que modos são esses Isis Hathor? Essa não é a educação que nossos pais lhe deram.” – Ixi! Ele ficou zangado, o que aumenta mais ainda o meu humor.“Maninho, eu só perguntei a respeito da grossura da linguiça.”“Sei! Quer saber? Trás drumet.”“Você quem manda.” – Tenho certeza que ele revirou os olhos.“Tá…tá… Agora vá se alimentar e coma coisas saudáveis, nada de miojo, pois você quase n
— Você está maluca? Quer ser demitida? – Ele diz alisando seu rosto que está vermelho por conta do meu tapa.— A culpa é sua, você me ofendeu primeiro e ninguém jamais me ofende. – Digo exaltada.— Vá para sua sala imediatamente. – Ele diz também exaltado.— Eu vou por que eu quero e também por que eu não quero gastar meu réu primário com alguém como você. – Digo batendo a porta de sua sala com toda a força.Meus colegas como sempre estavam reunidos próximos a sala e ficaram esperando que eu dissesse algo, mas como estava muito revoltada sai da sala sem dizer uma palavra a eles. Entrei em minha sala e ignorei completamente minha secretária que me cumprimentou alegremente.Nem fiz questão de ligar meu telefone e estava irritada demais para qualquer coisa, então só trabalhei, como prometido Fred me enviou o vídeo completamente editado e apenas encaminhei para Sebastian. A hora do almoço chegou e Idril entrou perguntando se eu queria que ela pedisse mais disse que ela poderia se alimenta
— Ele estava ali no bar – Meu colega aponta para o bar onde vejo as cadeiras desocupadas.— Que estranho! Tenho certeza de ver um cara te olhando de forma protetora. Dou de ombros e peço uma água enquanto continuamos conversando sobre a vida, sobre tudo o que aconteceu após o fim da faculdade, um tempo depois meus amigos aparecem de onde não sei e sentam conosco para conversar, apenas Lidi continua dormindo e preferimos não acordá-la. Ao vermos que já estava bem tarde fomos para casa, Joana e Lidi dormiram lá em casa mesmo, Yan começou a rir dos roncos de Lidi, mas logo em seguida foi para o quarto dele pegar um travesseiro extra e acabou dormindo.No dia seguinte nós quatro estávamos acabados, eu estava com uma baita dor de cabeça, mas como tínhamos que trabalhar tomamos um café bem forte e um comprimido para enxaqueca.— Ai, CARALHO! Nós vamos chegar tarde. – Lidiane grita que nem maluca.— Para de gritar PORRA! – Yan grita igual maluco.— Você também está gritando, INFERNO.— PA