Capitulo Quatro

Meus amigos me olham e ficam esperando que eu conte o que aconteceu, eles ficam preocupados por eu estar conversando em um momento e depois de receber  a mensagem sair correndo chorando. Estava trêmula quando segurei o copo de água com açúcar que dona Lica trouxe, tomei todo o líquido em um só gole e depois de estar calma, conto aos meus amigos sobre a mensagem de Pietro, eles ficam sem reação ao saber que meu ex-noivo quer morar em nossa casa com seu amante.

— Eu arrancarei o pau daquele desgraçado com as mãos. – Joana falou irritada e recebeu apoio dos demais.

— Eu te ajudarei — Lidi emenda.

Dona Lica que estava apenas observando pede permissão para falar. Ela puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.

— Minha querida, sei que deve estar sofrendo nesse momento, mas há coisas que vem para o bem e pode ter certeza que foi bom ter acontecido agora do que depois de  casada. Sei que você não se abrirá para um novo relacionamento por um tempo, mas quando o amor chegar o deixe entrar.

— Acho que não amarei mais ninguém.

— Não seja boba! Sei que todos nós ainda iremos em seu casamento – Yan diz sorridente.

— Obrigada a todos, pelas palavras e dona Lica. – Seguro suas mãos. — Obrigada pelo conselho e carinho e me desculpe por essa agitação.

— Meu amor não se preocupe, agora só mais um conselho dessa velha metida a sabichona. Você deve deixar para trás tudo que esse relacionamento te trouxe e construir uma vida nova.

Penso por alguns instantes pego o celular e envio uma mensagem para Pietro.

“Olha só em relação ao apartamento, você me paga metade do imóvel e  dos móveis.”

“Tudo bem! Semana que vem depositamos o dinheiro para você e  Isis.”  – Ele mandou outro emoji de envergonhado  e essas carinhas estão começando a me irritar.

“O que é?” – Digito e não demora muito ele manda outra mensagem.

“Eu lamento.”

“E eu mais ainda.”  – Digitei em resposta, em seguida  travei o celular disfarçando a dor que estou sentindo.

— Você fez a coisa certa amiga.

— Não vou brigar por conta da casa se ele quiser ficar, que fique e seja feliz.

— Se fosse eu não teria toda essa maturidade não confesso. – Lidi se manifesta.

— Amiga, não quero me desgastar brigando por algo que só iria me fazer mal.

Agradecemos dona Lica e me desculpei mais uma vez, fomos caminhando de volta para a empresa, estávamos em completo silêncio até Yan se manifesta.

—  Então no fim Pietro é homossexual?

— Ainda não conversei com ele, mas presumo que sim.

— Ele te fez de boba por seis anos, se contarmos os dois anos que passaram namorando. O que Ravi fez quando soube da verdade?

— Não contei toda a verdade para Vivitinho e nem para ninguém da minha família, só vocês três que estão sabendo e  pelo amor de Zeus não conte a ninguém.

— Amiga, eu acho que você deveria conversar pelo menos com Ravi, ele é seu irmão mais velho e seu melhor amigo, ele vai saber melhor como te ajudar.

Conto para meus amigos que estou pensando em contar para meu irmão mais precisarei ter minha cunhada do lado, pois é capaz dele perder a cabeça e fazer alguma idiotice, eles me perguntam sobre meu sumiço no Sábado e digo que não quero contar no momento, então eles cismam que depois do trabalho eu tenho que sair com eles e contar sobre tudo o que aconteceu e digo que avisarei ao meu irmão para que ele não tenha trabalho de vir me buscar.

Estava indo para minha sala e dei de cara com Sebastian, nossos olhos se encontram e mais uma vez sinto-me atraída por ele, como pode em menos de vinte e quatro horas eu sentir ódio e atração por esse homem? Tento quebrar a nossa conexão e não consigo, seus olhos negros são penetrantes e de uma forma que não sei explicar me fascinam.

— Isis, você está atrasada. Que isso não se repita novamente. – Ele diz desviando o olhar.

Idril, olha para mim se desculpando e eu lhe dou um sorriso de que está tudo bem, olho para o meu chefe.

— Se foi me procurar é por que precisa de mim. Em que posso ser útil chefinho? – Digo sarcástica e ele revira os olhos. Meu subconsciente como sempre ralha comigo, mas não ligo.

— Quero dar uma olhada no planejamento para a gravação do comercial.

Encaminho ele até a minha sala, vou até os meus arquivos que estão arrumados por ordem alfabética. Pego o arquivo e entrego que abre e parece que esboça um sorriso. Sim! Com certeza aquilo era um sorriso. Ele devolve a pasta e se retira sem dizer nada. Pelo menos dessa vez ela não me insultou.

O restante da tarde foi tranquila e como amanhã ficarei presa na gravação do comercial, deixei meu trabalho adiantado, meus amigos ficam me esperando e reclamando que meu vício por trabalho ainda vai me matar. Após eu terminar meu trabalho e deixar tudo organizado, chamo meus amigos para sairmos. Decidimos ir para uma boate e extravasar mesmo sendo uma segunda-feira.

—  Amiga, já que estamos no carro, pode nos contar tudo o que aconteceu no Sábado. – Yan diz, enquanto mantém atenção na pista.

Tentei disfarçar mas não rolou, definitivamente eu não sei mentir para esses três e acabei contando o restante dos acontecimentos de Sábado os três me olharam e Joana quase se engasgou com a água que bebia.

— Meu pai amado! Amiga, que confusão foi essa que você se enfiou? – Yan se manifesta, tirando atenção da pista por alguns segundos e olhando para mim.

—  Mas pelo menos o final foi interessante, me conte mais sobre o gato que você dormiu. – Meus amigos estavam muito curiosos.

—  Aí é que está eu não me lembro de nada, só me lembro que  depois de ser assaltada fui  para um bar e comecei a beber como se quisesse entrar em coma alcoólico, depois só lembro do cara da tatuagem de tigre conversando comigo e eu despejando todas as minhas lamúrias nele. Lembro que ele não queria me deixar beber mais, porém fui taxativa e disse que beberia sim quantos copos eu quisesse beber e depois disso só lembro de acordar sem roupas na cama do motel ou hotel sei lá eu nem vi direito, só sei que fiquei com tanta vergonha que sai correndo de lá.

—  Você acordou sozinha? – Lidiane perguntou curiosa.

—  Não. O cara da tatuagem estava lá dormindo.

—  E você não foi dar uma espiadinha no rosto dele? – Ela estava perplexa por eu não ter olhado o cara.

—  Lógico que não, sai de lá às pressas e andei até encontrar uma senhorinha e pedir o celular emprestado para ligar para  Ravi me buscar.

—  Você foi besta, deveria ter dado uma olhadinha  no cara. – Joana diz safada como sempre.

— Estava com vergonha demais pra isso. Vocês sabem  que não gosto de sexo casual e outra o que iria conversar com o homem? Dizer que não lembrei da noite ou perguntar o que tínhamos feito?

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