— Eu? — Karina ficou chocada, não entendendo o que ele queria dizer. — Sim. — Ademir levantou o queixo e apontou para o leito de Catarina. — Você sabe, quando estava consolando a Catarina, parecia que uma luz a envolvia. Era como se, no futuro, você fosse uma ótima mãe. Enquanto falava, seus olhos caíram sobre a barriga dela. Embora Ademir tivesse falado de forma casual, Karina ouviu com muita atenção. Ela ficou parada, pensando... Uma boa mãe? Se fosse pensar bem, Ademir sempre foi muito gentil com essa criança. Ele parecia nunca tê-la rejeitado, nunca expressado desgosto. Por quê? Era porque ele foi educado dessa forma desde pequeno, ou seria essa uma influência mágica vinda do sangue? Os dois continuaram a caminhar, e Karina, de repente, fez uma pergunta: — Se, eu digo se, você se casasse com alguém grávida, mas não fosse eu, você também a aceitaria? E cuidaria da criança... O quê? Ademir parou de repente. — Você sabe o que está perguntando? Karina foi de
Karina sorriu e pediu a opinião dele.O homem engoliu em seco, demonstrando uma paciência fora do comum, e respondeu:— Está bem.— Agora eu já entendi. Quando um casamento não pode continuar, o melhor é encerrá-lo de forma adequada. Não é necessário que duas pessoas se tratem como inimigos. — Karina sorriu levemente e falou com suavidade. — Vamos nos comportar de maneira amigável daqui em diante.Após essas palavras, Karina o observou em silêncio.Karina pensou consigo mesma que Ademir deveria ter entendido.De fato, Ademir havia compreendido, mas ele parecia congelado, como se estivesse paralisado, e não fez nenhum movimento, nenhuma reação.Já Karina... Ela não mencionou nem uma vez que Ademir havia dado em cima dela.Não era isso uma forma sutil de rejeitá-lo novamente?"Vamos nos comportar de maneira amigável?" Quão agradável parecia essa frase, mas não era isso um modo educado de terminar? “Bom, que seja, vamos tentar nos comportar de maneira amigável!”Ao pensar assim, Ademir,
— O quê? — Patrícia atendeu o telefone, e sua expressão mudou imediatamente. — Mãe, não chora, eu já estou indo! Espera eu chegar, aí a gente conversa. Ela desligou rapidamente. — O que aconteceu? — Karina percebeu que Patrícia estava pálida e visivelmente angustiada. — Karina... — Ao contrário de Karina, Patrícia era uma pessoa que se emocionava facilmente. Assim que abriu a boca, as lágrimas começaram a cair. — Meu irmão... Ele foi levado para a delegacia! — O quê? Acontece que alguém da família Santos foi cobrar uma dívida. O irmão de Patrícia, Paulo Santos, foi impulsivo e acabou se envolvendo em uma briga com a pessoa. Paulo era jovem, muito forte e já havia sido militar, então a outra pessoa não tinha como vencer. Foi espancado até ir parar no hospital! E Paulo, logo depois, foi levado para a delegacia. Patrícia se apressou a trocar de roupa, pegar sua bolsa e as chaves. — Patrícia, eu vou com você. — Karina estava preocupada. — Não precisa. — Patrícia recusou
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se
Karina entrou cambaleando no quarto do hospital, quase perdendo o equilíbrio. O médico havia acabado de examinar Otávio e, ao ver Ademir, disse:— Sr. Ademir, o senhor chegou. O Sr. Otávio está temporariamente fora de perigo, apenas bastante fraco. Ele precisa cuidar bem da saúde, prestar atenção à alimentação e ao descanso. O mais importante é manter o bom humor e não sofrer choques emocionais.Terminando de falar, o médico saiu.Otávio estava meio deitado e acenou com a mão.— Ademir, Karina, vocês tiraram a certidão de casamento hoje. Não disse ao Ademir para aproveitarem a lua de mel e não virem me ver?— Sr. Otávio. — Karina estava um pouco nervosa. — Desculpe...Otávio ficou confuso:— Ainda me chama de Sr. Otávio? Por que está se desculpando comigo?— Eu...Com um aperto no pulso, Ademir interrompeu suas palavras:— Karina quer dizer que, com o senhor ainda no hospital, não temos cabeça para aproveitar a lua de mel. Por isso, tivemos que desobedecer a sua vontade.Karina ficou