▪︎ Capítulo 7 ▪︎
Hoje já vai ser a inauguração do restaurante e doceria Meu Anjo, coloquei esse nome por causa de Julia que veio para iluminar meus dias e regalos de alegria. Ela foi um anjinho que invadiu minha vida e meu coração me deixando sem escolhas além de aceitar seu amor com todo meu coração. Além de que hoje é o aniversário dela, nove de abril, depois de quatro meses esperando as reformas finalmente Vamos conseguir abrir no dia previsto sem falha.–Vamos minha linda, hoje é seu dia. -digo a pegando no colo, está vestida em uma roupa linda, comprei essa roupa para esse dia, um vestido branco na altura dos joelhos de saia cheia, usa meia calça e sapatinhos que brilham quando b**e luz, esse ela mesmo escolheu, seus cabelos loiros estão começando a escurecer, fiz um coque bem arranjado e coloquei a pequena tiara de pedras brilhantes, usa um par de brincos de bailarina, o cordão que antes tinha uma chave agora tem um pingente de uma garotinha abraçada a uma mulher que dei para ela.Ela está linda, meu anjinho também está muito feliz porque vamos comemorar o seu aniversário no dia de abertura. Saio do quarto com ela no colo, todos já estavam preparados no local e já receberam as ordens para abrirem o restaurante as seis, falta pouco menos de meia hora, o local é bem localizado e com certeza teríamos clientela, mesmo que grande parcela seja de conhecidos da cidade.Saímos da casa sentindo o clima agradável, sorrio para Julia que está no meu colo e caminho em direção a picape, abro a porta de trás a colocando na cadeirinha que coloquei na picape por segurança desde o encontro com aquela pessoa, dou um beijinho em sua testa, comecei a me preocupar que eles poderiam fazer algo conosco por causa do encontro repentino, então criei algumas medidas de segurança, entro na frente ligando a picape e começando a sair de casa para ir ao restaurante, hoje vai ser o dia mais feliz da minha vida, assim espero.•°••°•°•••°•°••°•Assim que avisto a grande placa em cima do restaurante com o nome grande em néon azul claro quase branco escrito Meu Anjo meus olhos marejam, esse sempre foi o sonho de minha mãe, abrir uma doceria ou restaurante para poder compartilha suas receitas loucas. Mas o tempo não deixou que ela realizasse seu sonho, mãe onde quer que esteja espero que esteja feliz pela nossa conquista. Procuro uma vaga nos fundos para estacionar e assim que acho respiro fundo desligando a picape e saindo para tirar Julia do carro.Julia brincou com seu ursinho na cadeirinha o caminho todo, ela sorri assim que vê eu abrir a porta do carro para tirar ela, está mais animada que eu. Coloco a mesma no chão me ajoelhando na sua frente, ajeito seu vestido que amarotou um pouco e sua tiara, me levanto dando a mão para ela que pega sorrindo.Caminhamos até a porta de trás, assim que abro a mesma solta minha mão entrando no local, acho que ela gosta do cheiro doce que aqui tem, a entrada pelos fundos da direto na cozinha, agora eu tenho em torno de cinquenta a setenta pessoas trabalhando pra mim. A cozinha tem uma divisão de vidro com apenas uma porta de ligação entre elas, uma parte para comidas e outra para preparo de doces e outras coisas assim o gosto de um não sobressai sobre o outro.Assim que todos viram que eu havia chegado se reuniram perto da porta, mesmo achando isso desnecessário, todos ali são como minha família, a grande maioria jovens do orfanato da cidade e outros filhos das pessoas da cidade, aqui todos se conhecem a muito tempo já que é uma cidade pequena.–Hoje será nosso dia, vamos iniciar a noite muito bem e terminar melhor ainda. -digo sorrindo, Julia corre para os braços de dona Maria, que além de trabalhar na parte da cozinha também esta sendo babá de Julia quando eu preciso resolver assuntos urgentes em outros locais longe de casa.Todos voltam a trabalhar depois de minhas palavras, dona Maria fala algo para Julia que volta para o meu lado pegando em minha mão, sigo em meio a comprimentos até a parte da frente do balcão onde os pedidos são recebidos. Sorrio para todos observando os pré-preparo, assim que meu gerente me viu veio em minha direção, ele parecia mais nervoso que eu.–Senhorita Benicio, creio que as mesas de dentro não acomodaram todas as pessoas presentes. -diz apertando uma mão na outra de forma nervosa.–Senhor Pedro, acalme-se. Pegue as mesas de madeira que estão no galpão e leve ao lado de fora o tempo fresco irá ajudar, pegue as toalha vermelhas com pretas e forre nas mesas, ao invés de flores pegue os castiçais pequenos e coloque nos centros das mesas. Tem exatos cinco minutos para isso e então abrir as portas. -ele sai apressado chamando os outros para ajudar.Vou em direção às mesas que estão marcadas, tivemos cerca de trinta reservas, pessoas que estão hospedadas no rancho ou de passagem pela cidade e viram os anúncios que espalhei por aí, também tiveram pessoas que estão hospedadas no hotel aqui de perto e vários outros.Julia já sumiu em meio ao restaurante, não me preocupo, todos a conhecem e gostam dela não tenho motivo para ficar acanhada ou alerta, se alguém ver algo suspeito irá me contar na hora. Verifiquei todos os nomes e mesas, fui ao banheiro verificando todas as cabines, voltei ao balcão, dei aceno para a pessoa encarregada de abrir as portas a mesma confirma pegando a chave e destravando a porta.Logo há pessoas sendo guiadas pelo meio das mesas e garçons atendendo, fiquei com medo de que o treinamento de duas semanas não fosse o suficiente mas acabou que deu tudo certo e não parece haver nenhum erro. Fiquei parada atenta ao movimento de pessoas entrando, andando pelo local, da mesma forma que imaginei. De canto de olho vejo Julia guiando um casal pela mão para uma mesa, sabia que meu anjinho não iria ficar somente andando, ela ama ajudar as pessoas.Ando até ela que entrega o cardápio e catálogo de bebidas, sua voz fofa me faz abrir um sorriso ao me aproximar, os dois não parecem se importar em estar sendo atendidos por uma criança de quatro anos.–Espero que ela não esteja incomodando. -digo já atrás de Julia que me olha sorridente.–Oh não, ela é uma graça. -diz a senhora elegante, seus olhos me lembram alguém, aqueles cabelos loiros não me eram estranhos mas não preciso pensar nisso agora só preciso me focar em tirar Julia daqui.–Mandarei alguém para recolher os pedidos enquanto levo essa moça para comer algo. -digo sorrindo. –Espero que possam aproveitar a noite.Eles sorriem para mim e Julia e me afasto com ela, passo por um dos rapazes e o indico a mesa, dizendo para serem atendidos com rapidez e eficiência. Estamos tão cheios que ninguém notou a pequena Julia aprontando, ainda bem que eram pessoas compreensivas.–Srta. Benicio, as mesas de fora foram postas e cinco garçons estão cuidando delas, ainda não ouve nenhum problema. -diz senhor Pedro se aproximando de mim suspirando. A família dele toda veio me pedir emprego quando descobriram sobre o restaurante, não hesitei em contratar todos, afinal Camila e Dona Maria já estavam trabalhando pra mim, além de serem parte da minha família desde sempre e os conheço a tanto tempo que sei que nenhum deles iria me prejudicar.–Pare de me chamar de senhorita primeiramente. Segundo, relaxe nada irá acontecer. -ele solta o ar e dou um leve risinho, sempre ansioso e nervoso.–Desculpe, estou nervoso. -diz passando a mão pelo rosto.–Tão nervoso que não notou essa pequena atendendo as mesas. -digo rindo da expressão de pavor dele. –Não se preocupe, não é nada de mais. Relaxe e faça seu serviço, não será hoje que o grande senhor Pedro irá ter um troço, certo?Ele concorda com a cabeça se afastando, Julia senta atrás do balcão na cadeira que havia deixado ali especialmente para ela, logo Maria aparece com um prato colocando na frente dela que começa a comer quieta, olho em volta me sentindo realizada pelo local cheio.É uma sensação única que estou sentindo essa noite, uma realização incrível, achei que queria ser advogada, mas acho que prefiro isso aqui, mesmo tendo terminado os últimos meses de faculdade a distância. Ver o movimento das pessoas, cuidar de algo só meu, não há nada mais emocionante, quer dizer, acho que não há. Olho tudo em volta e deixo Julia aos cuidados de Maria indo para a cozinha, pego um avental nos cabides e entro, todos sorriem pra mim, chego até onde Camila está terminando de enfeitar o bolo de Julia, falei para preparar um de três andares, de chocolate com morangos e doce de leite, cobertura de leite ninho e o confeito ia ficar por minha conta.–Deixa o resto comigo Camila, vai tirar um intervalo para comer e beber algo. -ela sorri se afastando, deve estar exausta depois de uma semana agitada. Isso que é bom, trabalhar junto, as pessoas me respeitam mesmo eu sendo a mais nova que a grande maioria presente nessa cozinha, somente por que eu os ensieni quase tudo a eles sobre os doces e comidas que estão no cardápio, por ter dado para eles um emprego e os ajudado a crescer. Gosto de saber que estão gostando da experiência aqui, não por obrigação ou apenas pelo dinheiro, mas por gostarem do trabalho.Termino o bolo levando para a grande geladeira com a ajuda dos meninos, pego uma torta recém cortada, parece a de morango com creme, tiro um pedaço colocando em um pratinho, saio comendo e sorrindo para todos que trabalham entre conversas animadas.Não achei que podia estar me sentindo melhor do que me sinto agora e ainda é só o começo da noite. Minha vida está dando uma virada incrível, tudo graças a um anjo que encontrei ao amanhecer na beira da estrada ao voltar pra casa depois de uma noite exaustiva de trabalho, sim mesmo que por meios tortuosos ainda escolheria estar com ela. Meu Anjo do amanhecer. Minha doce menina do amanhecer.•°•• ♤ ••°•▪︎ Capítulo 8 ▪︎Tudo esta indo bem, as mesas estão todas ocupadas, é exatamente nove da noite e Julia dorme no escritório no quarto andar depois de correr por aí, fiquei de acorda-la, mas acho que a festa de aniversário terá que ficar pra amanhã pelo jeito que as coisas vão agora.–Chloe, temos um problema. -o senhor Pedro aparece nervoso na cozinha, saio de trás do grande balcão passando a massa de bolo para um dos meninos terminarem de bater e tiro o avental, sim estou ajudando na cozinha mesmo que não precise, mas não consigo ficar sem fazer nada.Esse vai ser o primeiro problema da noite, arrumo meu vestido verde no corpo, tiro a touca saindo da cozinha e soltando os cabelos do coque, parece que meus saltos batem no chão no ritmo do coração com o nervosismo que me bate agora.–O que ouve? -pergunto andando ao lado do senhor Pedro que me parece um pouco pálido.–Um casal chegou e foi levado para uma mesa, nosso garçom foi entregar as bebidas da mes
▪︎ Capítulo 9 ▪︎Depois de conversar o suficiente com Christopher o restaurante fechou e apesar de Julia estar cansada, ainda tinha energias para o parabéns e comer o bolo como ela mesma disse então acabamos por descer para comemorar seu aniversário com os outros. Quando fomos para o salão ela foi no colo de Christopher e meu coração se apertou, eles haviam criado um carinho um com o outro em tão pouco tempo de conversa que me deixou desconcertada.Chegamos no salão e todos já esperavam a pequena, o bolo está no centro da sala assim como os docinhos e outras coisas, todos os funcionários e algumas pessoas de fora estão ali para parabenizar Julia pelo seu quarto aniversário, Christopher colocou ela no chão e a mesma foi parabenizado por todos enquanto ia até a mesa do bolo.Estranharam o fato do homem alto dos olhos azuis estar segurando Julia quando o elevador abriu as portas mais ninguém comentou, meu medo é que alguém note a semelhança entre os dois e pergunt
▪︎ Capítulo 10 ▪︎–Menina do céu, que homens. -assim que saio da sala vejo Anally se abanar e dou risada, sempre animada como sempre.–Quer vir comigo ate a cozinha? Eles vão pra lá. -ela se levanta e pega o celular, entramos no elevador direto para cozinha. Quero avisar a todos que teremos alguns convidados andando por ali antes do almoço.–Bom dia amores, temos visitas hoje espero que isso não atrapalhe o desempenho de vocês. -digo alto ao entrar, todos me cumprimentam sorrindo. Tiro o casaquinho que usava e penduro, substituindo por um avental, meus cabelos que estavam soltos amarro em um coque alto colocando uma touca.–O que temos aqui Dimi? -olho o molho de tomate no fogo e sinto o cheiro adocicado dos tomates recém colocados.–Molho à bolonhesa. -diz sorrindo. Dimitri sempre quiz comandar uma cozinha, apesar de não ter diploma ele é um excelente cozinheiro, tem apenas trinta e sete anos, assim como Jhon que também arrasa na cozinha, só que fazend
▪︎ Capítulo 11 ▪︎ Não estou cabendo em mim de felicidade por estar dando esse passo, uma nova filial ainda no começo do negócio. Se der certo iremos faturar muito, mas se der errado teremos muitas perdas, mas por enquanto estou muito feliz e animada com essa conquista.–Vamos comemorar o fechamento do contrato com a Investimentos e Advocacia Hutton. -sorri erguendo a taça de champanhe. As palmas são ouvidas e todos comemorando, agora vai ser ainda mais trabalho mas com toda certeza vai compensar o trabalho duro.Temos muito o que pensar, pessoas para contratar, lugar para comprar, materiais, profissionais, nem mesmo sei quem pode dar conta de todo esse trabalho. Preciso me apressar para que eu possa estar mais atenta ao negócio, acho que se eu mandar alguém que não entende do assunto vai ser complicado.Ainda não decidi quem mandar para ver os trâmites burocráticos na Hutton Investimentos e Advocacia, preciso que a pessoa que vá também olhe o lugar e os f
▪︎ Capítulo 12 ▪︎ Minha mente roda, sei que tenho que abrir os olhos mais não consigo, meu corpo dói inteiramente e as lembranças me forçam tentar abrir os olhos. A claridade me fez fecha-los incomodada, pisquei alarmada.–Olha parece que finalmente acordou. -escuto uma voz aveludada, viro meu rosto vendo uma mulher vestida de branco, deve ser uma enfermeira.–Julia? -minha voz parece não sair, é apenas um sussurro rouco e faz minha garganta doer um pouco.–Beba um pouco d'água. -ela me ajuda a sentar, mesmo com o corpo dolorido e fazendo algumas caretas ao sentir o ardor em minhas costas, me sento devagar e bebo a água que ela me entrega como se não fizesse isso a dias. Ela olha algo na prancheta ao lado da minha cama depois anota algo e troca o soro, mas não diz nada mais apenas anota algo e se prepara para sair.–Senhora, minha filha? Julia? -questiono e ela me olha, vejo um olhar de compreensão mas ao mesmo tempo pena em seu rosto, meu coração aper
▪︎ Capítulo 13 ▪︎ –Hutton falando. -a voz dele faz meu coração disparar feito louco, não por alegria mais sim medo e nervoso, não sei como ele vai reagir ao ouvir o que tenho para dizer.–Christopher, sou eu, Chloe. Pode conversar? -escuto somente a respiração dele do outro lado da linha, minha mão está tremendo, estou suando frio, está um pouco tarde mas esse foi o único minuto que fiquei sozinha para ligar.–Chloe, como você está? -ao que tudo indica ninguém além dos meus funcionários sabem do acidente, então ele deve não saber que estou hospitalizada.–Não muito bem, gostaria de encontrar você em melhores condições mas não tenho tanto tempo. -falo rápido e respiro fundo, ao fundo da ligação escuto alguns sussurros ele deve estar com alguém agora.–O que quer dizer? -sua voz esbanja tranquilidade, apesar de estar com alguém não parece ser algo importante.–Gostaria que você me encontrasse no hospital Santa Catarina aqui em minha cidade amanhã p
▪︎ Capítulo 14 ▪︎Olho para Christopher sem saber por onde começar, voltamos para o quarto devagar por minha causa e um enfermeira foi chamada para recolocar o soro e fazer um novo curativo em minha perna, além de fazer uma checagem em mim. Enquanto isso ele fez ligações, parecia apreensivo, nervoso e até saiu do quarto xingando baixinho por alguns minutos, depois retornou com uma expressão enigmática. Não sei dizer ao certo, mas agora que estamos sozinhos não sei o que fazer.–Pode me explicar o motivo daquela frase agora. -ele inicia a conversa me tirando dos meus devaneios.–Tudo bem, uma hora ou outra terei que começa a dizer. -respiro fundo antes de voltar a falar. -Primeiro quero pedir desculpas pelo que fiz, não que eu ache que isso vá fazer alguma diferença.Ele parece um pouco confuso com minha fala, sei que parece confuso mas é verdade que sinto muito por não ter o procurado mesmo com os riscos e ter feito as coisas do meu jeito, mas se eu tivesse
■ Capítulo 15 ■Após Christopher sair desesperado do quarto ele não voltou, talvez tenha ficado com raiva pelo fato de eu não tê-lo dito sobre Julia antes. Mas isso não importa, desde que ele possa curá-la eu aceitarei todo o ódio que ele me mandar. Olho pela janela o sol nascer, minha cabeça dói um pouco e meus olhos ardem de tanto que chorei.Escuto a porta abrir mas não me viro, não há motivo para olhar quem é porque pela presença deve ser ele, fico em silêncio e imóvel, espero suas palavras duras que não vem então me viro para ver o mesmo sentado na poltrona com alguns papéis na mão enquanto apoia a cabeça na parede de olhos fechados.–Eu sou compatível, iremos tirar a medula em dois dias e imediatamente plantar em Julia. -diz quebrando o silêncio, engulo em seco sentindo as lágrimas de alívio virem com tudo.–Graças a Deus. -digo me apoiando na cama sentindo as pernas fracas, não tenho força para subir na mesma e nem para me mover mais que isso. Minha