▪︎ Capítulo 14 ▪︎
Olho para Christopher sem saber por onde começar, voltamos para o quarto devagar por minha causa e um enfermeira foi chamada para recolocar o soro e fazer um novo curativo em minha perna, além de fazer uma checagem em mim. Enquanto isso ele fez ligações, parecia apreensivo, nervoso e até saiu do quarto xingando baixinho por alguns minutos, depois retornou com uma expressão enigmática. Não sei dizer ao certo, mas agora que estamos sozinhos não sei o que fazer.–Pode me explicar o motivo daquela frase agora. -ele inicia a conversa me tirando dos meus devaneios.–Tudo bem, uma hora ou outra terei que começa a dizer. -respiro fundo antes de voltar a falar. -Primeiro quero pedir desculpas pelo que fiz, não que eu ache que isso vá fazer alguma diferença.Ele parece um pouco confuso com minha fala, sei que parece confuso mas é verdade que sinto muito por não ter o procurado mesmo com os riscos e ter feito as coisas do meu jeito, mas se eu tivesse■ Capítulo 15 ■Após Christopher sair desesperado do quarto ele não voltou, talvez tenha ficado com raiva pelo fato de eu não tê-lo dito sobre Julia antes. Mas isso não importa, desde que ele possa curá-la eu aceitarei todo o ódio que ele me mandar. Olho pela janela o sol nascer, minha cabeça dói um pouco e meus olhos ardem de tanto que chorei.Escuto a porta abrir mas não me viro, não há motivo para olhar quem é porque pela presença deve ser ele, fico em silêncio e imóvel, espero suas palavras duras que não vem então me viro para ver o mesmo sentado na poltrona com alguns papéis na mão enquanto apoia a cabeça na parede de olhos fechados.–Eu sou compatível, iremos tirar a medula em dois dias e imediatamente plantar em Julia. -diz quebrando o silêncio, engulo em seco sentindo as lágrimas de alívio virem com tudo.–Graças a Deus. -digo me apoiando na cama sentindo as pernas fracas, não tenho força para subir na mesma e nem para me mover mais que isso. Minha
■ Capítulo 16 ■–Aceitarei qualquer condição, desde que possa provar que não apenas pegou minha filha de mim. -diz e vejo seus olhos brilhando, ele parece triste e com raiva ao mesmo tempo. Acho melhor dizer de uma vez, não adianta ficar enrolando, tenho que dizer o que quero e acabar com isso.–Não quero que me afaste de Julia. -digo olhando em seus olhos azuis, o mesmo suspira e confirma. Tenho que confiar em sua palavra, viro o pequeno baú olhando o encaixe onde somente minha digital cabe, coloco o dedo destravando uma pequena caixa onde tem a chave do baú.Dois meses após Julia vir morar comigo e conseguir estabilidade, mandei esse baú para um especialista em travas e coloquei esse sistema, somente eu poderia abrir ou por meio de força bruta, mas isso resultaria em uma queima de metade dos arquivos que andei guardando.–Já vou logo dizendo que aqui só tem metade dos arquivos, desde papéis relacionados com o sumiço de Julia até coisas relacionadas ao pai
■ Capítulo 17 ■Depois de ser forçada a comer algo e de meus curativos serem feitos todos foram embora ou saíram do quarto me deixando sozinha com o tal Lorenzo, durante uma hora ele apenas fez ligações e mandou mensagens, apenas olhava os papéis e depois ligava para alguém ou recebia uma ligação.Esse ciclo ficou até que ele finalmente parou olhando para mim, sorrio fraco, sei que o sobrenome dele não me é estranho mas não consigo saber onde foi que o ouvi antes, seu rosto passa uma imagem fria e amedrontadora, além de ser mortalmente lindo com esses olhos azuis claros e cabelos loiros, seu corpo parece bem estruturado e seu rosto é bonito.–Me observou o tempo todo, tem alguma pergunta? -ele fala desarrumado os cabelos e fechando os olhos se recostando no sofá.–Só estou entediada. -digo e continuo com o sorriso no rosto, ele da risada antes de abrir os olhos.–Porque decidiu pegar uma menina desconhecida e cuidar dela? -pergunta e olho para minhas m
■ Capítulo 18 ■Depois de acordar eu esperei, o tempo parecia passar devagar o que me deixava ansiosa a todo minuto. Não havia nenhuma notícia sobre Julia e o pai, nem mesmo tinha algum trabalho para fazer, me contentei em jogar um jogo bobo no celular que dona Maria havia me trazido antes.A enfermeira veio pelo anoitecer e trocou minha medicação, depois veio Maria com minha comida e me fez companhia até um certo horário, perguntei sobre Julia mas ela não sabia me informar nada, mas esse hospital fica na capital então tem tudo o que é necessário para uma cirurgia, não há motivo para me preocupar.Olho o relógio novamente ansiosa por notícias, mas nada chega, minhas feridas parecem me incomodar já não aguento mais ficar sentada nessa cama sem poder fazer nada para ajudar. Olho pela janela a lua brilhando lá fora, suspiro frustrada e fecho os olhos me contentando.–Oi. -abro apenas um olho vendo Lorenzo entrar com os cabelos bagunçados a camisa um pouco solt
■ Capítulo 19 ■Quanto barulho, abro meus olhos vendo uma enfermeira e o que parece ser um medico parados no quarto, agora estou na cama e vejo a mulher ruiva amarada na cadeira amordaçada e acordada. Merda o que aconteceu enquanto eu estava apagada? Procuro com o olhar por Lorenzo e o vejo sentando no sofá com seu rosto frio enquanto apoia o rosto nas mãos.–Mas que merda. -falo chamando a atenção de todos para mim, minha cabeça está latejando.–Senhora Benicio, como se sente? -olho para o médico e sorrio de leve, como ele acha que estou me sentindo? Com toda certeza não estou bem.–Com um pouco de dor de cabeça e meus ferimentos estão latejando um pouco. -digo e agora vejo o quão seca está minha garganta, droga só pode ser brincadeira que eu esteja assim só por fazer aquele esforço pata derrubar a idiota que tentou me matar.–Isso é normal, a senhora teve um pouco de febre nessas últimas duas horas e também abriu algumas das feridas que estavam se fe
■ Capítulo 20 ■O silêncio se prolonga por alguns minutos, apenas o barulho do vento batendo na janela e a respiração ofegante de todos pode ser ouvida. A porta se abre mas não há ninguém ali, nem mesmo os seguranças que deviam estar lá, engulo em seco ainda com os olhos entreabertos.–Porque esse quarto está tão escuro? -solto o ar pela boca ao ouvir a voz de Becaryo, antes que eu possa falar algo Lorenzo coloca a arma na cabeça de Becaryo que solta um grito agudo me fazendo rir como louca.–Está tudo bem Lorenzo, esse é Becary. -digo e ainda desconfiado Lorenzo fecha a porta e baixa a arma olhando Becary dos pés a cabeça.–Não está nas informações que me passou. -diz e sorrio me lembrando que nos arquivos Becary ainda não havia feito as plásticas então parece bem mais velho lá.–Oh Deus, quase morri. -Becary coloca a mão no peito e respira fundo. –Se bem que se fosse para morrer para um homem desse eu morreria feliz.Dou risada enquanto o mesmo
■ Capítulo 21 ■Os minutos pareciam se arrastar e nenhuma informação chegava, mas como dizem que informações ruins viajam rápido então apenas aguardei ansiosa. Apenas me fiz acreditar que tanto Julia como Christopher estão a salvos e em segurança, porque seria um grande baque se logo agora que se reencontraram aconteça algo ruim que faça os dois se separarem.–Desculpa te fazer esperar. -olho para o rosto cansado de Lorenzo, ele segura uma pistola em uma mão e sua outra mão está machada de sangue, engulo em seco esperando o que ele vai anunciar.–O que aconteceu? -engulo em seco após perguntar, o meus batimentos parecem estar a toda na minha cabeça.–Você tinha razão eles tentaram nos distrair com as notícias e levarem Julia daqui. ‐ele respira fundo se sentando cobrindo o rosto com o braço sujo de sangue.–Ela está bem? E Christopher? Ele saiu daqui atrás de você. -pergunto um pouco aliviada.–Os dois estão bem, chamei meu pessoal e em alguns min
■ Capítulo 22 ■Meus olhos parecem estar pesados e me sinto mais cansada do que o normal, faz duas semana que Lorenzo nos trouxe para esse lugar no meio de uma ilha nas Bahamas e ainda estou em recuperação mas pelo menos não houve mais nenhum ataque inesperado ameaçando minha vida. Foi difícil chegar até aqui durante, ficamos três dias viajando de um local a outro até por fim pegar um jato particular e vir para esse lugar desconhecido.Durante os dias que se passaram soube que Christopher voltou a trabalhar e Julia que também foi trazida as presas para a ilha começou seu tratamento para uma rápida recuperação, ao menos uma vez ao dia vou até ela para conversar e brincar, depois volto tão cansada e dolorida que apenas me médico e durmo.–Ela é uma menina cheia de energia, mesmo estando adoentada. -não abro os olhos apenas confirmo de leve, o cheiro de café e biscoitos recém assados me atingem e sorrio de leve.–Quero voltar para minha cozinha. -choramingo en