Elizabeth

I

A boca de fogo produz uma detonação; o projétil é disparado através da chuva pesada e enterra-se no meu ombro. O impacto fulminante espalha-se através do meu corpo em ondas, lança-me ao chão e me desperta.

Eu grito de dor.

Cubro o ferimento com a mão direita, e sinto o sangue se esgueirando entre os meus dedos. É tão gelado quanto a tempestade que desaba sobre os prédios sombrios.

Um raio fende o céu e revela-me a identidade do vulto outrora negro, de chapéu pontudo e revólver na mão.

É uma Caçadora.

— Não atire! — eu imploro.

Ergo a mão para ela. E, entre o meus soluços compulsivos, digo:

— Sou uma de vocês! Uma Caçadora! Eu…

O revólver dispara.

A bala perfura a minha mão, atinge o solo e ricocheteia para a escuridão.

A dor é insuportável e me faz soluçar ainda mais. Viro-me para

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