Os oito jovens estão sentados todos juntos num grande estrado de cor creme, afrente deles está o Sábio sentado numa poltrona de mesma cor que o estrado e no meio deles há uma mesa de centro de vidro.
O quarto é bastante limpo, mobiliado, bonito e bem arrumado, as cores predominantes são o amarelo fraco, dourado, creme, branco e tons pastéis. A iluminação é agradável e a atmosfera é satisfatória. É um conforto qual 99,9% dos habitantes da tribo não têm.
O Sábio está observando cada jovem em silêncio. É possível ouvir o tic-tac do relógio dourado de parede.
As gêmeas apareceram, uma com uma bandeja de prata com varias taças e a outra com uma jarra de prata com gotículas de &a
A porta do quarto se fechou automaticamente após os sete jovens terem saído. Como a Mênade não estava mais presente, a influência do seu poder se desfez, e todos que estavam desmaiados acordaram e se levantaram. Uns diziam: o que aconteceu? Outros diziam: quanto tempo ficamos desacordados? Se questionavam muitas coisas até verem os jovens da Sociedade em pé diante deles. — Onde está o Sábio? — Perguntou Ônix. — Ele se foi. — Respondeu Álice um pouco triste. — E levou um dos nossos. Não contra vontade. Mas agora somos literalmente Os Sete, da profecia. — E aí! O que ele disse? — Acho que, por enquanto, a única coisa que podemos revelar é que ele não vai m
Na cozinha há apenas quatro cozinheiras. William está observando-as trabalhar enquanto come algumas guloseimas. Ele tinha que manter posição de embravecido perante os outros, mas na realidade queria ter se deleitado com toda aquela comida esbanjando o aroma gastronômico. Numa mesa especial, havia uma bandeja com outros tipos de alimento separados, provavelmente as sobremesas qual uma das cozinheiras estava se referindo. Cada sobremesa tinha um cartão com um nome escrito. O cartão com o nome de David está junto a uma taça com algum tipo de pasta cor creme cheia de pedaços de coco e cobertura de chocolate. Sem pensar duas vezes, sutilmente, William retirou a seringa do relevo em seu traje, levantou a tampa da taça cuidadosamente espalhou o liquido turquesa por toda a superfície. Ele imaginou que, quando o David passar mal, a culpa cairia sobre
2091, Restabelecimento da Pátria Sul-americana. O dispertedor, sobre um sustentáculo de vidro, ativou às sete horas da manhã com seus números azuis neon. Indolentemente, David o desligou com apenas um leve toque dos seus dedos. É um despertador com extrema sensibilidade tátil, uma esfera metálica semelhante ao mercúrio em cima de uma base num formato de trapézio arredondado. Parece com um daqueles globos de neve, que já não existem mais, pintado de prata. Quando o alarme é acionado para o horário desejado a esfera flutua sobre a base, apenas um toque o faz vibrar e voltar ao seu posto de sempre. David é um rapaz curioso, sempre quis saber qual era a mecânica do despertador. Este possui um mecanismo interno conectado com a base que o permite flutuar no horário certo. É um despertador moderno, contém em todas as casas da Sociedade, e além de despertar, mostra o clima, toca melodias contemporâneas e fala, porém é um
A aula da Profa. Dimond seguia cruelmente maçante, ela apenas passou um enorme texto sobre Gramática Contemporânea no quadro holográfico para a turma digitar no aparelho eletrônico. O texto rolava no quadro e os alunos digitavam, por duas horas, enquanto ela ficava sentada na cadeira mexendo no computador. A turma já estava cansada de reclamar e também cansada de receber a mesma desculpa: “É para testar os reflexos e a percepção de vocês”. A Srt. Dimond é professora de comunicação, ensina a falar e digitar corretamente. Ela possui um conhecimento qual foi condecorada como a melhor Docente da Sociedade, porém é uma mulher amarga e pessimista, ninguém nunca a viu sorrindo. Ela é magra do olhos azuis e do cabelo castanho-escuro, curto em forma de capacete e liso. Sempre usava um vestido preto justo e sem mangas e maquiagem suave. Qua
Os dias foram se passando, David foi conhecendo Abelle mais e mais, descobrindo que em muitas coisas eles tinham algo em comum, uma amizade foi plantada, regada e cuidada, e uma linda árvore cresceu e se fortificou. O que David mais precisava, sempre esteve bem perto, e ele nunca pode ver, mas o destino decidiu ser generoso. O dispertador flutuante acionou o alarme. David levantou da cama, tomou um banho, pegou um dos raros papéis que existia na Sociedade e rabiscou alguma coisa. Ele fez um desenho perfeito da sua mais nova amiga, Abelle, e o guardou em uma gaveta da escrivaninha onde haviam vários papeis com textos, desenhos, idéias. Para David, usar o lápis e o papel era uma dadiva da qual o ser humano cometeu a maior tolice em abster-se. Quando ele saiu do quarto, foi até a cozinha, pegou algo para comer e foi para a sala de estar assisti
— Mas como é possível? Por que isso… Você pode me explicar? — David estava com medo, confuso, eufórico. Estava sentindo uma serie de emoções que não soube mais o que distinguir. — David — falou Abelle, — se alcame, respire fundo pois eu acho que tenho uma explicação para isso, mas também acho que você não vai gostar muito dela. — Do que você está falando? — Acho que somos mutantes. — Impossível! Minha mãe faz parte dos superiores do Instituto da Saúde da Primeira Associação da Sociedade Nordeste. Ela fez em oculto todos os exames possíveis para saber isso, e todos deu negativo. Eu não sou um mutante. Ela n&
Pela manhã, David se organizou para ir ao Instituto Acadêmico. Abelle estava conversando com alguém, David não a viu, porque a pessoa estava de costas mas era familiar. Como é sábado, nenhum aluno aparece no Instituto, mas os funcionários sim, pois têm que marcarem ponto aos sábados por meio turno. — Ótimo dia Abelle. — Falou David. O rapaz que estava com Abelle virou-se, revelando quem é. Bem que ele achou aquele cabelo preto e sempre oleoso familiar. É seu ex-melhor-amigo Karlos Aucatelly. — Ótimo dia pra você também David. — Disse este. — Nossa, vocês já se conhecem, que bom. Deixa a viagem mais confortável. &
Segunda-feira de manhã, o clima está nublado, a Sociedade está silenciosa e na casa de David, sua mãe está arrumando algumas roupas para o, praticamente, passeio educativo do filho. — Meu filho. — Disse a Srt. Deborah entregando a David uma mochila e seu receptáculo com o aparelho eletrônico. — Eu não sei o que dizer para essa situação mas, espero que você fique bem. — Nossa, que discurso. Acho que vou chorar. — Brincou David, o que fez sua mãe rir. — Ah, menino! Cedo assim e você não pára. Acho que vou sentir sua falta. — São só duas semanas, a senhora nem vai perceber. — Mas é claro que vou.