Opala guiava os jovens floresta adentro. Eles sempre paravam em algum lugar para admirar uma planta, um invertebrado ou pequenos vertebrados que encontravam pelo caminho.
— Falta muito para chegarmos à sua tribo. — Reclamou Derik. — Confesso que estou gostando muito deste passeio, mas agora, eu só quero tomar um bom banho e me deitar um pouco. — Ele bateu num besouro que planava em sua frente.
— Me desculpe gracinha, mas acho que a regalia que você tinha na Sociedade não vai encontrar nas tribos. Ainda falta muito chão para pisarmos.
— Você me chamou de quê.
Enquanto Derik discutia com Opala sobre como deve ou não deve se referir a ele, — e a garota sempre com ar de graça —, Álice, agarrada ao braço direito de David questionava sobre seu pai, sobre como ele se revelou ser um homem terrível e doente.
— Me explique de novo. — Falou Jake. Ele está na mata junto com David e Vanessa, sendo guiados por uma Invisa chamada Esmeralda. Está carregando uma arma. — Bem, — começou David, — a Esmeralda está nos guiando até uma fonte de água potável, a Vanessa está levando os dois galões de alumínio, eu os encherei com água e você nos protegerá de qualquer coisa que atacar. — O que será pouco provável, — falou a garota Esmeralda, — esta é uma zona pacífica. O perigo está há poucos quilômetros daqui. — Ótimo, não vou servir para nada. Pelo menos você e a Vanessa têm que usar seus poderes e eu não. — Falou Jake irritado.
Eles desceram as escadas internas do arranha-céu. Jagal Vincentouri ouvia cada detalhe das palavras de Ônix. Claro que ela não falou tudo, as minúcias ficariam por conta dos próprios a quem ela se refere. Jagal é filho do professor da tribo, o homem que era da Saciedade, o segundo depois do Sábio, quem Ônix falara antes. Jagal se tornou parte da liderança dos novos guerreiros da Tribo pela sua agilidade e perspicácia em batalha. Eles pararam em frente a uma porta de elevador. — Deixa eu refletir o que você disse sobre estes oito jovens para ver se eu entendo. Eles vieram controlados da Sociedade para nos exterminar mas conseguiram escapar do controle e agora estão se rebelando conta a Sociedade para nos proteger, eles podem ser os sete que o Sábio se referiu em sua profecia, sendo eles oito, e o mais interessante, eles foram genet
Os oito jovens estão sentados todos juntos num grande estrado de cor creme, afrente deles está o Sábio sentado numa poltrona de mesma cor que o estrado e no meio deles há uma mesa de centro de vidro. O quarto é bastante limpo, mobiliado, bonito e bem arrumado, as cores predominantes são o amarelo fraco, dourado, creme, branco e tons pastéis. A iluminação é agradável e a atmosfera é satisfatória. É um conforto qual 99,9% dos habitantes da tribo não têm. O Sábio está observando cada jovem em silêncio. É possível ouvir o tic-tac do relógio dourado de parede. As gêmeas apareceram, uma com uma bandeja de prata com varias taças e a outra com uma jarra de prata com gotículas de &a
A porta do quarto se fechou automaticamente após os sete jovens terem saído. Como a Mênade não estava mais presente, a influência do seu poder se desfez, e todos que estavam desmaiados acordaram e se levantaram. Uns diziam: o que aconteceu? Outros diziam: quanto tempo ficamos desacordados? Se questionavam muitas coisas até verem os jovens da Sociedade em pé diante deles. — Onde está o Sábio? — Perguntou Ônix. — Ele se foi. — Respondeu Álice um pouco triste. — E levou um dos nossos. Não contra vontade. Mas agora somos literalmente Os Sete, da profecia. — E aí! O que ele disse? — Acho que, por enquanto, a única coisa que podemos revelar é que ele não vai m
Na cozinha há apenas quatro cozinheiras. William está observando-as trabalhar enquanto come algumas guloseimas. Ele tinha que manter posição de embravecido perante os outros, mas na realidade queria ter se deleitado com toda aquela comida esbanjando o aroma gastronômico. Numa mesa especial, havia uma bandeja com outros tipos de alimento separados, provavelmente as sobremesas qual uma das cozinheiras estava se referindo. Cada sobremesa tinha um cartão com um nome escrito. O cartão com o nome de David está junto a uma taça com algum tipo de pasta cor creme cheia de pedaços de coco e cobertura de chocolate. Sem pensar duas vezes, sutilmente, William retirou a seringa do relevo em seu traje, levantou a tampa da taça cuidadosamente espalhou o liquido turquesa por toda a superfície. Ele imaginou que, quando o David passar mal, a culpa cairia sobre
2091, Restabelecimento da Pátria Sul-americana. O dispertedor, sobre um sustentáculo de vidro, ativou às sete horas da manhã com seus números azuis neon. Indolentemente, David o desligou com apenas um leve toque dos seus dedos. É um despertador com extrema sensibilidade tátil, uma esfera metálica semelhante ao mercúrio em cima de uma base num formato de trapézio arredondado. Parece com um daqueles globos de neve, que já não existem mais, pintado de prata. Quando o alarme é acionado para o horário desejado a esfera flutua sobre a base, apenas um toque o faz vibrar e voltar ao seu posto de sempre. David é um rapaz curioso, sempre quis saber qual era a mecânica do despertador. Este possui um mecanismo interno conectado com a base que o permite flutuar no horário certo. É um despertador moderno, contém em todas as casas da Sociedade, e além de despertar, mostra o clima, toca melodias contemporâneas e fala, porém é um
A aula da Profa. Dimond seguia cruelmente maçante, ela apenas passou um enorme texto sobre Gramática Contemporânea no quadro holográfico para a turma digitar no aparelho eletrônico. O texto rolava no quadro e os alunos digitavam, por duas horas, enquanto ela ficava sentada na cadeira mexendo no computador. A turma já estava cansada de reclamar e também cansada de receber a mesma desculpa: “É para testar os reflexos e a percepção de vocês”. A Srt. Dimond é professora de comunicação, ensina a falar e digitar corretamente. Ela possui um conhecimento qual foi condecorada como a melhor Docente da Sociedade, porém é uma mulher amarga e pessimista, ninguém nunca a viu sorrindo. Ela é magra do olhos azuis e do cabelo castanho-escuro, curto em forma de capacete e liso. Sempre usava um vestido preto justo e sem mangas e maquiagem suave. Qua
Os dias foram se passando, David foi conhecendo Abelle mais e mais, descobrindo que em muitas coisas eles tinham algo em comum, uma amizade foi plantada, regada e cuidada, e uma linda árvore cresceu e se fortificou. O que David mais precisava, sempre esteve bem perto, e ele nunca pode ver, mas o destino decidiu ser generoso. O dispertador flutuante acionou o alarme. David levantou da cama, tomou um banho, pegou um dos raros papéis que existia na Sociedade e rabiscou alguma coisa. Ele fez um desenho perfeito da sua mais nova amiga, Abelle, e o guardou em uma gaveta da escrivaninha onde haviam vários papeis com textos, desenhos, idéias. Para David, usar o lápis e o papel era uma dadiva da qual o ser humano cometeu a maior tolice em abster-se. Quando ele saiu do quarto, foi até a cozinha, pegou algo para comer e foi para a sala de estar assisti