Raven
Vida difícil? A minha virou um caos quando comecei a trabalhar numa cafeteria aos dezesseis anos. Não sei explicar bem quando todos os infortúnios começaram a acontecer. Mas na época eu namorava Derek Campbell.
Ele era legal até me forçar a ir para a cama com ele, o que não rolou claro. Porém no dia seguinte descobri que ele estava internado no hospital entre a vida e a morte.
Me disseram que ele tinha sido espancado ao ponto de quebrar quase todos os ossos do seu corpo, as chances dele sobreviver aquilo eram mínimas, mas ele sobreviveu. Contudo, não voltou a ser o mesmo de antes se mudando de cidade assim que recebeu alta do hospital.
Me contaram que ele gritava no hospital: — O demônio vai me matar, eu preciso ir para longe. — Juro que não entendi o que ele quis dizer com aquilo. Mas depois que ele se mudou não soube mais nada dele.
Fui criada pela minha tia e seu marido usuário de drogas. Já fazia um tempo que ele não me agredia até uma tarde em que cheguei da cafeteria e ele estava transando com a nossa vizinha. Gritei dizendo que iria contar para a minha tia, ele e a mulher me deram uma surra de me deixar caída no chão.
Quando minha tia chegou do trabalho me levou para o hospital, ela ficou lá comigo por dois dias e quando chegamos em casa encontramos meu tio no chão da sala estirado. Em seu peito tinha algo escrito, entalhado por algo afiado: Justiça por tocar em um anjo.
Aquilo me deixou desesperada, ele estava morto na nossa sala, tinha marcas arroxeadas por todo seu corpo, seu rosto estava quase desfigurado. Pelos próximos meses eu me culpei pela morte dele e da nossa vizinha que no dia seguinte à morte dele estava empalada numa estaca nua na frente da própria casa. Nela tinha o mesmo recado que no meu tio.
Quem seria capaz dessa atrocidade? Minha tia se afastou de mim, talvez por medo de tudo que estivesse acontecendo à minha volta. Não sei dizer ao certo, mas consegui um emprego melhor quando fiz dezoito anos e fui morar em um apartamento de apenas um quarto, uma sala/cozinha e um banheiro.
Para uma jovem mulher sozinha isso era suficiente. Não cortei laços com a minha tia e nossa relação até melhorou depois que me mudei. Nos falamos todos os dias por mensagem ou ligação.
Nesse emprego no bar eu conheci um homem, Samuel Hilers, ele era barman no bar. Lembro de quando ele me roubou um beijo, assim como lembro de como ele apareceu atrás do bar espancado.
Ele saiu do trabalho e me bloqueou em seguida. Juro que tentei descobrir o que aconteceu para ele tomar tal atitude, mas não tive a resposta. Os anos foram passando e cada homem que se aproximava de mim acabava espancado ou morto, então decidi que não iria me envolver com mais ninguém.
Agora, aos vinte e dois anos, me encontro sexualmente frustrada por não ter ido para a cama com ninguém e nem ao menos ter a chance de conhecer alguém legal para isso.
Hoje sou gerente e barman no bar que iniciei anos atrás. Estou em mais uma de minhas muitas noites agitadas, um homem dá em cima de mim, mas ao lembrar do último que morreu por minha causa eu me afasto.
Quando essa noite acaba vou para o meu pequeno lar e ao colocar a mão na porta percebi que tem algo de errado. Não está como tranquei.
Ao abrir a porta noto que tem muitas coisas fora do lugar, vou até meu quarto e vou atrás da minha pequena maleta onde guardo dinheiro e fico aliviada ao descobrir que está intacta. Mas o que essa pessoa queria se não era dinheiro?
Meus olhos vão para a minha cama, onde estão espalhadas minhas calcinhas e parece que alguém estava deitado ali. Isso é surreal.
Chamo a polícia que não me ajuda muito já que nada foi levado da minha casa. A única coisa que eles me aconselham é colocar mais uma tranca na porta e é o que eu faço.
Porém, depois de mais uma noite cansativa de trabalho vou para o meu até então mais seguro apartamento. Noto que a nova tranca não impediu meu intruso de entrar novamente.
Ao abrir a porta me deparo com minha sala repleta de rosas vermelhas e pétalas de rosas vermelhas para todo lado. Parecia um tapete feito de rosas e pétalas de rosas. Nada daquilo fazia sentido para mim.
Tinha um caminho mais denso que levava para o meu quarto, como um guia para um lugar especial. Sinto um gelo percorrer minha espinha e mesmo com uma voz gritando corre em minha mente eu sigo o caminho direto para o meu quarto.
Abro a porta devagar e por aqui tem mais rosas que na minha sala além de velas vermelhas com aroma de rosas acesas para todos os lados. E na minha cama tem um pedido escrito com pétalas de rosas:
— Princesa, quer viver uma síndrome de estocolmo comigo? — acabo dando risadas de nervoso — Isso é sério? Não pode ser, estou num pesadelo e vou despertar a qualquer momento.
Falo alto como se alguém pudesse me ouvir até que uma voz atrás de mim fala me fazendo ficar completamente arrepiada e com dificuldade para dar um passo em qualquer direção:
— Claro que não é um pesadelo, princesa! Sou seu príncipe encantado e vim te dar seu felizes para sempre.
O homem percebendo que eu não iria me virar para ele caminha na minha direção em passos lentos e torturantes até que pára na minha frente. Sua imagem me lembra Lúcifer, lindo, de olhos azuis frios, seu cabelo preto perfeitamente cortado, sua barba perfeita e seu sorriso diabólico.
Tudo me encara feito um soco na cara. Mas o que eu estou pensando? Ele invadiu minha casa e parece ter algo perverso em mente. O que eu faço? Será que consigo gritar por ajuda?
A resposta é não. Ele me abraça segurando meus dois braços e colocando um pano no meu nariz e boca. Esse homem deve ter um e noventa de altura, ele é forte e tatuado. Como eu com meus míseros um e sessenta e esse corpo magro iria lutar contra alguém como ele? Eu apago depois de alguns segundos com os olhos azuis encarando meus olhos verdes.
DracoSegui a minha vida como eu queria, tenho meu grupo particular que me acompanha nas minhas noites de aventura e de dia seguem minha princesa ao meu comando. Luke, Dwayne e Logan são meus inseparáveis ceifeiros ouso dizer até que somos amigos, já que nos conhecemos na última escola que estudei e eles compartilham a mesma visão de vida que eu.— Draco, acho que não podemos mais cuidar da sua protegida como se deve. Colocaram policiais e câmeras atrás do bar onde ela trabalha. — Dwayne fala se sentando no sofá.Estamos no meu escritório no centro da cidade, daqui acompanho os passos de Raven e cuido da empresa que minha mãe entregou para mim há oito anos.— Estava divertido surrar aqueles tarados filhos da puta. Como se atreveram a cortejar a minha princesa na minha presença? Eles queriam uma surra e eu com maior prazer dei. — falo virando mais uma dose do meu whisky favorito na boca.— Também achei divertido. — Luke fala — Uma pena que essa diversão terá um fim.— Rapazes… — Logan
RavenEu pensei que a minha vida estava repleta de desventuras, entretanto descobri que era apenas um soldado de Lúcifer manipulando minha vida matando quem pensava merecer e surrando outros.Por causa dele cheguei a pensar que eu não nasci para ter relacionamentos quando na verdade era apenas esse homem que ainda não sei o nome me fazendo de fantoche. Ele está perto demais, tento me afastar e ele me segura.— O que vai fazer agora? Vai me estuprar? — pergunto com o medo e desespero sobrecarregando a minha voz. Mas, ele me surpreende ao se afastar.— Não me compare a esses lixos humanos! Não sou um estuprador. Seja o que for que acontecer nessa cama não será por obrigação, será por puro desejo e luxúria. Não forço sexo, até porque não preciso disso.— Ah, claro… Você deve ter mulheres para isso. Está na cara. — parece que ele não gostou muito do que eu disse pois me segura pelos ombros e me olha nos olhos ao falar:— Não sou o tipo de homem que vai para a cama com qualquer uma, princi
DracoEla está dormindo feito um anjo há mais de doze horas, mal percebeu que dormiu tanto. Comprei especialmente para ela um conjunto de jóias de rubi e ouro, escolhi um lindo vestido vermelho tomara que caia, conjunto de lingerie, botas… Tudo em harmonia numa única cor.Esperei pacientemente que minha princesa acordasse, fiquei ali velando seu sono até que despertou. Ela se mostrou relutante em se levantar e se arrumar, tive que mostrar para ela quem manda ou não conseguiria o que quero.Já no meu carro observo seu olhar em mim e depois disfarçando fingindo prestar atenção em algo fora do carro. Quando chegamos no enorme edifício ela me encara, estou do lado de fora do carro com uma mão estendida e porta aberta para que ela saia.— Eu quero voltar para a minha vida, Draco. — ela fala com um olhar irritado.— Essa é sua vida, princesa. Vamos subir?— E se eu não quiser? — ela pergunta atrevida.— Terei o maior prazer de jogá-la em meu ombro e levá-la até o último andar assim! — abro
RavenEstou em uma conversa tensa com Draco, quando uma mulher elegante e linda que aparenta uns cinquenta anos entra. A princípio fiquei curiosa, Draco se parecia com ela.Mas não tive tempo para saber quem a mulher era já que Dwayne praticamente me arrastou da sala de Draco para a sala dele. Chegando na sala de Dwayne vi nosso café da manhã espalhado pela mesa enorme no canto.— Coma, Draco quer que você seja mimada por nós. — ele fala tranquilamente se sentando em sua cadeira e olhando para o seu computador.— Como assim coma? O que foi aquilo na sala do Draco? Quem é aquela senhora elegante? — ele me olha de soslaio e responde:— É a senhora Angel Benett, mãe do Draco! Se gosta de me ver com esse rostinho esculpido por Deus do jeito que está, coma, por favor.— Draco não iria agredir você só porque não comi nada. Vocês são amigos e eu cheguei agora na vida de vocês. — agora ele me encara e solta uma gargalhada alta jogando a cabeça para trás.— Baby, eu cuido de você desde que era
DracoEstou pensativo me perdendo em minhas decisões apenas para ver minha princesa feliz, eu não deveria permitir que ela volte ao trabalho agora. Pode tentar fugir de mim, o que seria inútil para ela já que meu pessoal sempre estão ao meu comando para agir.— Draco? — escuto Logan chamar por mim — Nosso pessoal já estão cientes de hoje a noite no bar de sempre.— Pessoal? — minha princesa pergunta — Eu pensei que só você iria, Draco.— Gosto da companhia do meu pessoal quando saio a noite, principalmente se for para manter a minha princesa segura.Ela se vira para a janela, parece um pouco irritada. Mas eu tento ignorar isso, no momento ela não entende que estou cuidando da sua segurança e bem estar, mas vai entender um dia.A noite cai e chega o maldito momento em que ela precisa ir trabalhar, mesmo que eu insista que agora ela não precisa mais disso. A vejo descer a escada usando um jeans escuro, jaqueta de couro preta, blusa vermelha com um decote que me deixa louco e bota que va
RavenEssa madrugada foi uma loucura, dormi pouco mais de duas horas e tive um pesadelo com o que o Draco fez com aquele homem. Tivemos um momento no banheiro, mas enquanto eu via o sangue escorrer com a água lembrava de como ele foi parar nas mãos dele e aquilo me deixou aterrorizada.Vou pegar na parte da tarde na universidade e Draco insistiu que eu deveria ir com ele para a empresa e depois ele me levaria até a universidade. Eu estava me sentindo sufocada na sala dele e os flashes da noite de ontem me perturbam.Preciso de alguns minutos longe dele e a única porta que ele me permite cruzar sem ele é a do banheiro que fica na sua sala. Sem ter outro lugar para ir me tranco lá e lavo meu rosto algumas vezes.Mas cada vez que encontro meu olhar no espelho lembro dos olhos aterrorizados daquele homem me encarando enquanto era espancado por Draco, Luke, Logan e Dwayne… Eles revezavam e parecia se divertir com o que estavam fazendo. Me assusto com o Draco batendo na porta então saio.—
DracoPerdi o controle de mim enquanto estava no carro com a minha princesa, deixá-la com medo de mim não é minha intenção e isso me incomodou. Quando chegamos na mansão ela correu para o seu quarto e eu decidi não incomodá-la até o jantar.Assim que entro no meu quarto pego Layla nua em minha cama tomando champanhe. Eu avisei para ela que não devia entrar no meu quarto.— Quer sair andando ou arrastada? — pergunto enquanto tiro minha jaqueta e a jogo no sofá.— Esse é o seu quarto? — ela pergunta fingindo não saber — Já que estou aqui, que tal relembrar os velhos tempos?— De quando você era uma puta cara? — cruzo os braços e olho para ela — Creio que não vai dar, não tem tantos homens nessa casa!— Como ousa falar assim comigo, Draco?— Esqueceu dos oito homens que te deram um banho de porra quando eu ainda transava com você? Porque eu não esqueci, o vídeo que me enviaram mostrou que você estava gostando muito de ficar toda lambuzada.Agora ela se levanta e caminha na minha direção.
Emilly A vida para mulheres como eu não é uma das melhores. Tenho pai, tenho mãe e uma avó paterna que ficou cega aos cinquenta anos. Desde então minha avó mora na casa dos meus pais, minha mãe sempre cuidava da minha avó como se ela fosse sua própria mãe.Ajudava ela com os banhos, a se alimentar, se vestir, andar pela casa com segurança e até descrevia para ela como os atores das novelas estavam vestidos. Mas minha mãe recebeu uma proposta de emprego irrecusável há três anos e decidiu ir para a Suíça.O combinado era meu pai ficar aqui e me ajudar a cuidar da mãe dele, mas com apenas seis meses depois da partida da minha mãe ele simplesmente surtou e disse que não podia viver sem ela. Foi atrás da minha mãe no dia seguinte ao surto.Com isso a ajuda financeira que minha mãe enviava começou a diminuir, sobrando para mim arrumar dois empregos, um no bar a noite, outro de meio período na parte da manhã numa padaria aqui perto de casa.Desde então minha vida é trabalhar no bar à noite,