Draco
Eu estava em mais um dia perfeito nublado e chuvoso. Caminhando pela borda da piscina ouvindo meu pai alcoólatra e abusivo falar com a diretora da minha escola, já era a sétima ligação naquela semana.
Afundei o nariz de outro aluno porque ele havia feito um trote maldoso com a minha professora favorita. Ele podia fazer aquilo com qualquer outro professor que eu não me importaria, mas não com a senhora Huggs.
Peguei ele na biblioteca e só soltei depois de quebrar e afundar seu nariz com socos. Eu sabia que levaria suspensão e que ligariam para minha não tão acessível mãe para depois ligarem para o meu abusivo pai.
Eu realmente não estava me importando com nada, já tinha feito o que eu queria e não dava para voltar atrás, se eu pudesse fazer novamente não quebraria só seu nariz e sim algumas costelas também.
— Obrigado por ligar, senhora Collute. — meu pai fala fingindo não estar bêbado — Vou corrigir meu filho para que isso não se repita. Por favor, não o expulse, essa é a sexta escola só esse ano.
Escuto ele gritar de onde estou, caminhando com as mãos nos bolsos eu realmente não me importo com o que ele possa fazer. Não será pior que os espancamentos dos meses e anos anteriores.
Minha mãe, Angel Benett, se afunda no trabalho todos os dias. Foi a única saída dela de ser espancada pelo meu pai, ela sempre chega quando ele já está dormindo e sai antes dele acordar deixando para mim toda sua fúria incontrolável.
Ouso dizer que virei o saco de pancadas preferido do papai. Mas agora já estou com dezessete anos e não estou nem um pouco afim de levar socos do velho.
— Seu moleque, desgraçado. — ele vem pronto para me bater — Como ousa aprontar uma dessas novamente?
Ele segura meu colarinho e dispara dois socos em meu rosto. Olho para ele como se isso não tivesse acontecido e falo:
— Querido papai, do que está falando? Tudo o que sei aprendi com você. — abro um enorme sorriso com meu lábio sangrando.
Ele dispara mais socos em meu rosto e fala as atrocidades de sempre até que perco a paciência e me jogo na piscina com ele que não sabe nadar. Vejo o desespero em seu rosto.
— Me tire daqui, Draco. — ele luta para se manter acima da água — Estou me afogando.
— Ah, você está? — pergunto irônico — Nem percebi. Nade, papai, nade. Você consegue, a beirada da piscina é bem ali.
Aponto para a beirada com um enorme sorriso em meu rosto. Ver o desespero dele ao lutar por sua vida me causa um fascínio indescritível. E toda vez que ele se aproxima da beirada eu mergulho e puxo ele para o meio da piscina.
Vê-lo implorar pela vida me deixa satisfeito, mas eu ainda quero mais. Me aproximo dele e olho em seus olhos, com minhas mãos em seus ombros faço-o mergulhar seguro uns segundos e o deixo imergir apenas para olhá-lo nos olhos e empurrá-lo novamente.
Ele se debatia desesperado até que parou de se debater. Confesso que fiquei entediado depois que ele parou de lutar, sem verificar se ele ainda estava vivo o larguei dentro da piscina com seu rosto para dentro da água.
Me sentei na borda da piscina e fiquei ali balançando meus pés na água enquanto o corpo do meu velho pai boiava na piscina de um lado para o outro.
Algum dos funcionários deve ter ligado para a minha mãe, logo ouvi o som de um carro estacionar e em seguida ouvi seus saltos fazerem track track no piso da sala atravessando para onde eu estava sentado olhando para o meu pai.
— Draco, meu filho, o que você fez? — ela pergunta desesperada e com lágrimas nos olhos enquanto tampa sua boca com a mão e sorrindo respondo:
— Mamãe, eu matei o papai! — continuo balançando a água com os pés enquanto meu sorriso vira uma gargalhada alta.
Minha mãe cai de joelhos no chão, sem acreditar no que está acontecendo diante dos seus olhos. Tudo que aconteceu a seguir foi minha mãe tentando me proteger, mal sabia ela que não deveria tapar o sol com a peneira.
Ela pagou todos os funcionários da casa para se calarem diante do acontecido. Para a polícia meu pai caiu na piscina depois de beber demais e se afogou enquanto eu estava no meu quarto de castigo e estudando.
E para manter o teatro minha mãe me internou numa clínica psiquiátrica para cuidar do meu emocional abalado pela morte do meu querido papai. Se eu fui expulso da escola imagina uma clínica psiquiátrica?
Sim, fui expulso de lá após incitar um motim por mais um pedaço de pudim na sobremesa do almoço e jantar. Eu não sabia que não podia ir até a cozinha pegar algumas facas e uns garfos e entregar nas mãos dos pacientes… Mentira, eu sabia sim e foi divertido ver os louquinhos esfaquearem os enfermeiros.
Descobriram que eu era o líder do motim e responsável pelas facas e garfos nas mãos deles. Minha mãe teve que me levar para casa, contratou alguns tutores para me ensinarem em casa e limitou meu contato com o mundo.
Meu problema nunca foi a inteligência, pelo contrário, sou mais inteligente que as pessoas ao meu redor. Mas eu nunca consegui ter empatia de verdade com alguém. Quando surrei meu colega de classe até pensei ser pela professora, mas não foi. Meu desejo de fazer aquilo com ele gritou alto e só percebi isso depois que matei meu pai.
Me tornei o adulto que minha mãe mais temia, com meus transtornos de saúde mental. Mas isso não me impediu de virar um ceo de dia e um monstro que corre solto pela noite. Sei cobrir bem meus rastros.
Tudo na minha vida quase perfeita estava indo bem, até aquela manhã de inverno em que eu encontrei a ruiva mais gata que já tinha passado por mim minha vida toda.
Ela parecia um anjo o qual eu queria tentar para ser um anjo caído. Ela me serviu um café sem imaginar que estava servindo seu atual perseguidor. Ela virou a caça e eu seu caçador mais fiel.
RavenVida difícil? A minha virou um caos quando comecei a trabalhar numa cafeteria aos dezesseis anos. Não sei explicar bem quando todos os infortúnios começaram a acontecer. Mas na época eu namorava Derek Campbell.Ele era legal até me forçar a ir para a cama com ele, o que não rolou claro. Porém no dia seguinte descobri que ele estava internado no hospital entre a vida e a morte.Me disseram que ele tinha sido espancado ao ponto de quebrar quase todos os ossos do seu corpo, as chances dele sobreviver aquilo eram mínimas, mas ele sobreviveu. Contudo, não voltou a ser o mesmo de antes se mudando de cidade assim que recebeu alta do hospital.Me contaram que ele gritava no hospital: — O demônio vai me matar, eu preciso ir para longe. — Juro que não entendi o que ele quis dizer com aquilo. Mas depois que ele se mudou não soube mais nada dele.Fui criada pela minha tia e seu marido usuário de drogas. Já fazia um tempo que ele não me agredia até uma tarde em que cheguei da cafeteria e ele
DracoSegui a minha vida como eu queria, tenho meu grupo particular que me acompanha nas minhas noites de aventura e de dia seguem minha princesa ao meu comando. Luke, Dwayne e Logan são meus inseparáveis ceifeiros ouso dizer até que somos amigos, já que nos conhecemos na última escola que estudei e eles compartilham a mesma visão de vida que eu.— Draco, acho que não podemos mais cuidar da sua protegida como se deve. Colocaram policiais e câmeras atrás do bar onde ela trabalha. — Dwayne fala se sentando no sofá.Estamos no meu escritório no centro da cidade, daqui acompanho os passos de Raven e cuido da empresa que minha mãe entregou para mim há oito anos.— Estava divertido surrar aqueles tarados filhos da puta. Como se atreveram a cortejar a minha princesa na minha presença? Eles queriam uma surra e eu com maior prazer dei. — falo virando mais uma dose do meu whisky favorito na boca.— Também achei divertido. — Luke fala — Uma pena que essa diversão terá um fim.— Rapazes… — Logan
RavenEu pensei que a minha vida estava repleta de desventuras, entretanto descobri que era apenas um soldado de Lúcifer manipulando minha vida matando quem pensava merecer e surrando outros.Por causa dele cheguei a pensar que eu não nasci para ter relacionamentos quando na verdade era apenas esse homem que ainda não sei o nome me fazendo de fantoche. Ele está perto demais, tento me afastar e ele me segura.— O que vai fazer agora? Vai me estuprar? — pergunto com o medo e desespero sobrecarregando a minha voz. Mas, ele me surpreende ao se afastar.— Não me compare a esses lixos humanos! Não sou um estuprador. Seja o que for que acontecer nessa cama não será por obrigação, será por puro desejo e luxúria. Não forço sexo, até porque não preciso disso.— Ah, claro… Você deve ter mulheres para isso. Está na cara. — parece que ele não gostou muito do que eu disse pois me segura pelos ombros e me olha nos olhos ao falar:— Não sou o tipo de homem que vai para a cama com qualquer uma, princi
DracoEla está dormindo feito um anjo há mais de doze horas, mal percebeu que dormiu tanto. Comprei especialmente para ela um conjunto de jóias de rubi e ouro, escolhi um lindo vestido vermelho tomara que caia, conjunto de lingerie, botas… Tudo em harmonia numa única cor.Esperei pacientemente que minha princesa acordasse, fiquei ali velando seu sono até que despertou. Ela se mostrou relutante em se levantar e se arrumar, tive que mostrar para ela quem manda ou não conseguiria o que quero.Já no meu carro observo seu olhar em mim e depois disfarçando fingindo prestar atenção em algo fora do carro. Quando chegamos no enorme edifício ela me encara, estou do lado de fora do carro com uma mão estendida e porta aberta para que ela saia.— Eu quero voltar para a minha vida, Draco. — ela fala com um olhar irritado.— Essa é sua vida, princesa. Vamos subir?— E se eu não quiser? — ela pergunta atrevida.— Terei o maior prazer de jogá-la em meu ombro e levá-la até o último andar assim! — abro
RavenEstou em uma conversa tensa com Draco, quando uma mulher elegante e linda que aparenta uns cinquenta anos entra. A princípio fiquei curiosa, Draco se parecia com ela.Mas não tive tempo para saber quem a mulher era já que Dwayne praticamente me arrastou da sala de Draco para a sala dele. Chegando na sala de Dwayne vi nosso café da manhã espalhado pela mesa enorme no canto.— Coma, Draco quer que você seja mimada por nós. — ele fala tranquilamente se sentando em sua cadeira e olhando para o seu computador.— Como assim coma? O que foi aquilo na sala do Draco? Quem é aquela senhora elegante? — ele me olha de soslaio e responde:— É a senhora Angel Benett, mãe do Draco! Se gosta de me ver com esse rostinho esculpido por Deus do jeito que está, coma, por favor.— Draco não iria agredir você só porque não comi nada. Vocês são amigos e eu cheguei agora na vida de vocês. — agora ele me encara e solta uma gargalhada alta jogando a cabeça para trás.— Baby, eu cuido de você desde que era
DracoEstou pensativo me perdendo em minhas decisões apenas para ver minha princesa feliz, eu não deveria permitir que ela volte ao trabalho agora. Pode tentar fugir de mim, o que seria inútil para ela já que meu pessoal sempre estão ao meu comando para agir.— Draco? — escuto Logan chamar por mim — Nosso pessoal já estão cientes de hoje a noite no bar de sempre.— Pessoal? — minha princesa pergunta — Eu pensei que só você iria, Draco.— Gosto da companhia do meu pessoal quando saio a noite, principalmente se for para manter a minha princesa segura.Ela se vira para a janela, parece um pouco irritada. Mas eu tento ignorar isso, no momento ela não entende que estou cuidando da sua segurança e bem estar, mas vai entender um dia.A noite cai e chega o maldito momento em que ela precisa ir trabalhar, mesmo que eu insista que agora ela não precisa mais disso. A vejo descer a escada usando um jeans escuro, jaqueta de couro preta, blusa vermelha com um decote que me deixa louco e bota que va
RavenEssa madrugada foi uma loucura, dormi pouco mais de duas horas e tive um pesadelo com o que o Draco fez com aquele homem. Tivemos um momento no banheiro, mas enquanto eu via o sangue escorrer com a água lembrava de como ele foi parar nas mãos dele e aquilo me deixou aterrorizada.Vou pegar na parte da tarde na universidade e Draco insistiu que eu deveria ir com ele para a empresa e depois ele me levaria até a universidade. Eu estava me sentindo sufocada na sala dele e os flashes da noite de ontem me perturbam.Preciso de alguns minutos longe dele e a única porta que ele me permite cruzar sem ele é a do banheiro que fica na sua sala. Sem ter outro lugar para ir me tranco lá e lavo meu rosto algumas vezes.Mas cada vez que encontro meu olhar no espelho lembro dos olhos aterrorizados daquele homem me encarando enquanto era espancado por Draco, Luke, Logan e Dwayne… Eles revezavam e parecia se divertir com o que estavam fazendo. Me assusto com o Draco batendo na porta então saio.—
DracoPerdi o controle de mim enquanto estava no carro com a minha princesa, deixá-la com medo de mim não é minha intenção e isso me incomodou. Quando chegamos na mansão ela correu para o seu quarto e eu decidi não incomodá-la até o jantar.Assim que entro no meu quarto pego Layla nua em minha cama tomando champanhe. Eu avisei para ela que não devia entrar no meu quarto.— Quer sair andando ou arrastada? — pergunto enquanto tiro minha jaqueta e a jogo no sofá.— Esse é o seu quarto? — ela pergunta fingindo não saber — Já que estou aqui, que tal relembrar os velhos tempos?— De quando você era uma puta cara? — cruzo os braços e olho para ela — Creio que não vai dar, não tem tantos homens nessa casa!— Como ousa falar assim comigo, Draco?— Esqueceu dos oito homens que te deram um banho de porra quando eu ainda transava com você? Porque eu não esqueci, o vídeo que me enviaram mostrou que você estava gostando muito de ficar toda lambuzada.Agora ela se levanta e caminha na minha direção.