Amores Sombrios: Draco e Raven - Dominic e Samantha.
Amores Sombrios: Draco e Raven - Dominic e Samantha.
Por: Rosana Lyra
Capítulo 1

Draco

Eu estava em mais um dia perfeito nublado e chuvoso. Caminhando pela borda da piscina ouvindo meu pai alcoólatra e abusivo falar com a diretora da minha escola, já era a sétima ligação naquela semana.

Afundei o nariz de outro aluno porque ele havia feito um trote maldoso com a minha professora favorita. Ele podia fazer aquilo com qualquer outro professor que eu não me importaria, mas não com a senhora Huggs.

Peguei ele na biblioteca e só soltei depois de quebrar e afundar seu nariz com socos. Eu sabia que levaria suspensão e que ligariam para minha não tão acessível mãe para depois ligarem para o meu abusivo pai.

Eu realmente não estava me importando com nada, já tinha feito o que eu queria e não dava para voltar atrás, se eu pudesse fazer novamente não quebraria só seu nariz e sim algumas costelas também.

— Obrigado por ligar, senhora Collute. — meu pai fala fingindo não estar bêbado — Vou corrigir meu filho para que isso não se repita. Por favor, não o expulse, essa é a sexta escola só esse ano.

Escuto ele gritar de onde estou, caminhando com as mãos nos bolsos eu realmente não me importo com o que ele possa fazer. Não será pior que os espancamentos dos meses e anos anteriores.

Minha mãe, Angel Benett, se afunda no trabalho todos os dias. Foi a única saída dela de ser espancada pelo meu pai, ela sempre chega quando ele já está dormindo e sai antes dele acordar deixando para mim toda sua fúria incontrolável.

Ouso dizer que virei o saco de pancadas preferido do papai. Mas agora já estou com dezessete anos e não estou nem um pouco afim de levar socos do velho. 

— Seu moleque, desgraçado. — ele vem pronto para me bater — Como ousa aprontar uma dessas novamente?

Ele segura meu colarinho e dispara dois socos em meu rosto. Olho para ele como se isso não tivesse acontecido e falo:

— Querido papai, do que está falando? Tudo o que sei aprendi com você. — abro um enorme sorriso com meu lábio sangrando.

Ele dispara mais socos em meu rosto e fala as atrocidades de sempre até que perco a paciência e me jogo na piscina com ele que não sabe nadar. Vejo o desespero em seu rosto.

— Me tire daqui, Draco. — ele luta para se manter acima da água — Estou me afogando.

— Ah, você está? — pergunto irônico — Nem percebi. Nade, papai, nade. Você consegue, a beirada da piscina é bem ali.

Aponto para a beirada com um enorme sorriso em meu rosto. Ver o desespero dele ao lutar por sua vida me causa um fascínio indescritível. E toda vez que ele se aproxima da beirada eu mergulho e puxo ele para o meio da piscina.

Vê-lo implorar pela vida me deixa satisfeito, mas eu ainda quero mais. Me aproximo dele e olho em seus olhos, com minhas mãos em seus ombros faço-o mergulhar seguro uns segundos e o deixo imergir apenas para olhá-lo nos olhos e empurrá-lo novamente.

Ele se debatia desesperado até que parou de se debater. Confesso que fiquei entediado depois que ele parou de lutar, sem verificar se ele ainda estava vivo o larguei dentro da piscina com seu rosto para dentro da água.

Me sentei na borda da piscina e fiquei ali balançando meus pés na água enquanto o corpo do meu velho pai boiava na piscina de um lado para o outro.

Algum dos funcionários deve ter ligado para a minha mãe, logo ouvi o som de um carro estacionar e em seguida ouvi seus saltos fazerem track track no piso da sala atravessando para onde eu estava sentado olhando para o meu pai.

— Draco, meu filho, o que você fez? — ela pergunta desesperada e com lágrimas nos olhos enquanto tampa sua boca com a mão e sorrindo respondo:

— Mamãe, eu matei o papai! — continuo balançando a água com os pés enquanto meu sorriso vira uma gargalhada alta.

Minha mãe cai de joelhos no chão, sem acreditar no que está acontecendo diante dos seus olhos. Tudo que aconteceu a seguir foi minha mãe tentando me proteger, mal sabia ela que não deveria tapar o sol com a peneira.

Ela pagou todos os funcionários da casa para se calarem diante do acontecido. Para a polícia meu pai caiu na piscina depois de beber demais e se afogou enquanto eu estava no meu quarto de castigo e estudando.

E para manter o teatro minha mãe me internou numa clínica psiquiátrica para cuidar do meu emocional abalado pela morte do meu querido papai. Se eu fui expulso da escola imagina uma clínica psiquiátrica?

Sim, fui expulso de lá após incitar um motim por mais um pedaço de pudim na sobremesa do almoço e jantar. Eu não sabia que não podia ir até a cozinha pegar algumas facas e uns garfos e entregar nas mãos dos pacientes… Mentira, eu sabia sim e foi divertido ver os louquinhos esfaquearem os enfermeiros.

Descobriram que eu era o líder do motim e responsável pelas facas e garfos nas mãos deles. Minha mãe teve que me levar para casa, contratou alguns tutores para me ensinarem em casa e limitou meu contato com o mundo.

Meu problema nunca foi a inteligência, pelo contrário, sou mais inteligente que as pessoas ao meu redor. Mas eu nunca consegui ter empatia de verdade com alguém. Quando surrei meu colega de classe até pensei ser pela professora, mas não foi. Meu desejo de fazer aquilo com ele gritou alto e só percebi isso depois que matei meu pai.

Me tornei o adulto que minha mãe mais temia, com meus transtornos de saúde mental. Mas isso não me impediu de virar um ceo de dia e um monstro que corre solto pela noite. Sei cobrir bem meus rastros.

Tudo na minha vida quase perfeita estava indo bem, até aquela manhã de inverno em que eu encontrei a ruiva mais gata que já tinha passado por mim minha vida toda.

Ela parecia um anjo o qual eu queria tentar para ser um anjo caído. Ela me serviu um café sem imaginar que estava servindo seu atual perseguidor. Ela virou a caça e eu seu caçador mais fiel.

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