Parte 42...Alejandro— Adoro sua pele - corro a mão por sua bunda — É tão suave, macia... - aperto seu quadril de propósito. Sinto que fica tensa — O que foi? O que a incomoda agora?— Minha pele não é macia... - ela coloca a mão por cima da minha.— Eu não me importo com sua cicatriz, querida - encosto o nariz em seu cabelo — Eu disse à você antes... Não me importo que você manque... Não me importo que seja teimosa e nem quem tenha fugido de mim...Gosto como ela fica corada, envergonhada, com certeza. Não quero que se sinta tímida com seu corpo. Enfio os dedos em seu cabelo.— Por que não se importa?Meu coração bate acelerado. Gostaria de contar, mas não é hora ainda para isso. Quando tivermos mais tempo juntos, quando as coisas estiverem mais organizadas. Aí sim, posso falar.Eu a viro para mim e seguro sua nuca, a puxando para um beijo. Ela geme contra mim e abre os lábios, me deixando passar.— E por que eu deveria?O som de seu gemido doce passa por mim e chega ao meu pau, me
Parte 43...AlejandroPelo menos por agora, acho que consegui tirar o mau humor de Camila. Ergui a cabeça para o céu. O sol de Formenteira não é tímido, ao contrário. Reflete no mar cristalino que se estende em nossa frente. É um convite a um mergulho, mas ao mesmo tempo, dá até preguiça de sair debaixo do sombreiro. Camila está sentada na areia, as pernas dobradas, brincando com os grãos finos que escorrem por seus dedos. Me parece pensativa, mas não está franzindo a testa e nem apertando os olhos como antes. Acho que isso é um bom sinal. Parece relaxada, enquanto o vento bagunça seus cabelos.Olho para trás. Vi um dos meus seguranças um pouco distante, se misturando com outras pessoas na praia. Até dá pra esquecer por um momento, que eu sou um homem considerado perigoso para alguns e até mesmo um pai para outra parte que depende de mim.Hoje posso curtir um pouco, como qualquer outro homem normal e comum, que passa o dia com a mulher que ele escolheu para si.Ela levanta e vem até
Parte 44...CamilaEu não gostei do jeito que Alejandro falou sobre a mãe. Eu nunca procurei saber nada sobre ele, o que dirá, sobre sua mãe.Mas eu não vou me preocupar com isso agora, até porque eu já sou sua esposa, então o que a mãe dele pode fazer?Tudo já foi combinado de antes, então ela já tinha total ciência de que um dia ele estaria casado comigo.— Vamos comigo dar um mergulho?— Agora não... - balancei a perna — Estou com preguiça... Vai você!Alejandro levantou e tirou a bermuda, ficando com um sungão preto. Porra, não dá pra não prestar atenção no corpo dele.Alto, ombros largos e um bumbum perfeito. Ele entrou no mar, dando braçadas fortes, cortando as ondas. Deitei a cabeça para trás e fechei os olhos, puxando um pouco da calma do momento, mas que não durou muito.Senti que algo bloqueava o sol. Abri os olhos e vi uma sombra ao meu lado.— Está sozinha, Hermosa?Meu olhar foi subindo por uma perna bronzeada, chegando em uma camisa florida e parando no rosto de um homem
Parte 45...CamilaAlejandro passou os dedos pelo cabelo molhado e apertou a nuca. Senti que nossa conversa ficaria mais tensa. E eu detesto isso.— Eu não gosto que cobicem o que me pertence - ele apontou para mim, segurando o copo. — Fui claro?— Ele só foi um pouco... - Ousado - abri os braços — Mas estava tudo bem, eu já tinha mandado ele ir embora.— Ah, já? - ele foi irônico.— É claro que sim!— E ele te ouviu? - ele andou em minha volta — Porque quando eu olhei de longe, me parecia que ele estava inclinado sobre você.— Ele só olhou pra mim e fez uma pergunta... - eu meio que gaguejei pra responder — E...— E, porra nenhuma! - eu dei um pulinho. — Ele não só olhou pra você, ele TOCOU em você... Eu vi!— Pois você viu errado! - bati a mão na perna — Ele nem chegou a me tocar, Alejandro... Eu já ia ser grossa com ele pra que saísse de perto, quando você...Eu parei de falar quando ele jogou o copo com força contra a parede que se estilhaçou pelo chão.— Mas que porra, Camila! -
Parte 46...CamilaNão sei como me sentir agora. Depois que Alejandro terminou, ele simplesmente saiu e me deixou ali na sala, sozinha.Fiquei tremendo, não só de raiva, mas pelo gozo rápido que ele me deu e isso também me deu raiva. Eu não queria me envolver dessa forma, mas acho que cada dia que passa, vou ficando mais e mais enrolada.Ele já sabe que eu tenho algo mais do que apenas um problema na perna. Só não sabe o que é, realmente. Eu tenho que voltar e procurar doutor Portella. Quero saber como está minha situação. E saber como fazer também para evitar ficar grávida, se é que já não estou.Eu não pensei direito sobre essa parte e fiquei desligada por conta de tudo o que aconteceu. É muita coisa uma atrás da outra.Ouvi quando ele falou sobre as irmãs. Tenho que dar um jeito de ajudar as duas e também entrar em contato com Malena.Não tendo o que fazer, andei até o quarto devagar, pensando em como falar com ele sobre o ocorrido na praia. Espero que não tenha consequências desag
Parte 47...SantiagoA viagem até o convento foi silenciosa, apenas o ronco do motor preenchia o espaço. Mantive os olhos fixos na estrada, a mente girando com pensamentos sobre o que encontraria. Nove anos. Nove anos desde que deixei Sofia naquele lugar, garantindo que estaria protegida. Agora, ela era uma mulher, e eu não sabia o que esperar. Na verdade, eu até acabei me esquecendo dela depois de um tempo de preocupação inicial. Quando senti que a Madre era uma pessoa de confiança e que cuidaria com mais atenção da menina, me voltei para meus assuntos na família e o tempo passou. Depressa até.Quando cheguei, a Madre Superiora já me aguardava nos portões. O olhar dela era calmo, mas havia um peso ali, um aviso silencioso. Desci do carro, ajeitei o terno e caminhei com passos firmes até ela.— Santiago Calderón - a Madre cumprimentou, inclinando a cabeça levemente. — Imaginei que você viria pessoalmente.Assenti, sem rodeios. É claro que eu viria. Não poderia mandar outra pessoa, n
Parte 48...SantiagoO sol ainda estava alto no céu quando saímos do caminho de acesso ao convento. Passamos pelos portões de ferro.Sofia estava ao meu lado, as mãos pousadas sobre a bolsa no colo, os dedos entrelaçados, apertando um ao outro como se aquilo fosse o único ponto de apoio na realidade que mudava.Merda! Eu não sei como agir com ela agora. Deixei passar o tempo e empurrei esse assunto para baixo do tapete, como se já estivesse resolvido. Não estava.Ela não olhava para mim. Mantinha o olhar fixo na estrada de terra à nossa frente, os olhos grandes e atentos, como se absorvesse cada detalhe do lugar.Eu também não queria olhar pra ela. Quer dizer, queria, mas não que a deixasse nervosa. Era melhor evitar. A cada quilômetro que nos afastávamos do convento, o peso dentro do meu peito se tornava mais denso.Ela suspirou. Baixo, quase imperceptível, mas eu ouvi.— Está nervosa? Com medo? - questionei com a voz mais áspera do que deveria.Ela se encolheu ligeiramente, como se
Parte 49...Santiago— Porque aqui é o seu lugar, Sofia.A mentira saiu fria, mas firme. Seus olhos brilharam com algo que eu não cheguei a decifrar.— Meu lugar? - ela apertou de leve os olhos, repetindo quase como um sussurro.— Sim... Agora descanse um pouco - desviei o olhar e dei um passo para longe — Daqui a pouco vamos ter nosso jantar. Poderemos conversar aí.— Sim, sen... Sim, Santiago.Meu Deus! Nunca meu nome foi pronunciado de uma forma assim tão quente. O que vou fazer? Eu não posso esconder a verdade para sempre. Ou posso?Meu celular vibrou no bolso da camisa. Eu queria continuar aqui, falando com ela, mas sei que é algo importante.— O quarto é seu, fique à vontade e se prepare para nosso jantar, está bem?Ela apenas assentiu com a cabeça e eu saí, fechando a porta. Peguei o celular. Sabia que era importante. Alejandro.— Alô! - fui andando pelo corredor.— Por onde você andava que não conseguia falar? Seu celular só dava fora de área.— É que tive um assunto pessoal p