Me sinto um pateta

Parte 48...

Santiago

O sol ainda estava alto no céu quando saímos do caminho de acesso ao convento. Passamos pelos portões de ferro.

Sofia estava ao meu lado, as mãos pousadas sobre a bolsa no colo, os dedos entrelaçados, apertando um ao outro como se aquilo fosse o único ponto de apoio na realidade que mudava.

Merda! Eu não sei como agir com ela agora. Deixei passar o tempo e empurrei esse assunto para baixo do tapete, como se já estivesse resolvido. Não estava.

Ela não olhava para mim. Mantinha o olhar fixo na estrada de terra à nossa frente, os olhos grandes e atentos, como se absorvesse cada detalhe do lugar.

Eu também não queria olhar pra ela. Quer dizer, queria, mas não que a deixasse nervosa. Era melhor evitar. A cada quilômetro que nos afastávamos do convento, o peso dentro do meu peito se tornava mais denso.

Ela suspirou. Baixo, quase imperceptível, mas eu ouvi.

— Está nervosa? Com medo? - questionei com a voz mais áspera do que deveria.

Ela se encolheu ligeiramente, como se
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