DANNA PAOLA MADERO Já havia se passado quase um mês que estava na casa dos Backer, a convivência ficava cada vez melhor, até a Esme implicava menos comigo. Os dias que se seguiram a esse foram ficando cada vez mais comuns. Aos poucos eu ia me habituando a nova vida, ou seja, a vida do John e família, e eles a minha presença, que eu fazia questão de ser imperceptível. John começou a fazer pequenos trabalhos bem pagos para a família rica do Mike. Esme e eu nos tolerávamos. Ela era uma pessoa difícil de lidar, por estar ali de favor, eu me esforçava ao máximo para não cruzar o caminho dela, o que era quase impossível dado o tamanho da casa. Eu não podia sair do apartamento, assim como na boate. Porém, ainda tinha um cantinho só meu... Quer dizer, não meu de verdade, o dono do prédio era outra pessoa. Mas sempre que terminava de ajudar a Esme com os afazeres da casa, eu fugia para sentar embaixo do perlongado e observar a cidade, as pessoas andando de um lado para o outro apres
DANNA PAOLA MADERO Com o coração acelerado e a cabeça girando com o baque da notícia. Pendi o corpo um pouco para frente e encostei a testa em seu peito. John soltou uma risada rouca que sacudiu de leve seu corpo. Senti o beijo no topo da minha cabeça. Todas as ações dele me deixavam confusas, sem saber o que sentir ou pensar. Hora ele era carinhoso e quente comigo e outras vezes preferia manter distância me evitando a todo custo. Isso me deixava magoada e irritada, prometendo a mim mesma não deixar que ele me fizesse de boba, mas cá estou eu. — Você sendo a senhora Paola Backer, ficará mais fácil para fazer um passaporte e irmos para o Kansas. — Casamento? Kansas? — Sim. Vamos nos casar no cartório com seus documentos originais. Aqui eles permitem que você troque o seu nome da forma que quiser, ou seja, pode optar por ter apenas o nome de casada, Paola Backer. Eu estava surtando, por dentro e por fora. Apertei as unhas na palma da mão para me forçar a voltar para nos
JOHN BACKER Eu estava enlouquecido por ela e isso me deixava intrigado, queria estar ao lado dela o tempo todo. E vê-la ali embaixo de mim, quase nua, a minha mercê, atiçava meus mais sórdidos extintos. Só não poderia me esquecer que ela tinha apenas 18 e há pouco tempo era escrava sexual de um ser nojento. — Eu quero você John. — Ela murmurou de olhos fechados enquanto mordia os lábios vermelhos e mais volumosos por causa dos beijos. As coxas apertavam minha cintura com força. Ela tentava soltar os braços para me tocar, eu permiti. Mas eu sabia que estava ali contra minha moral. Eu não tenho moral, e é por isso que temi tanto chegar a esse ponto com ela. Sei que a garota nutre algo por mim e eu também sinto algo, mas prefiro esconder isso, por hora, nossas vidas se encontram muito instáveis no momento. Não quero dar nome a nada, mesmo que eu tenha acabado de praticamente pedi-la em casamento, mas tudo não passará de papeis assinados. Não quero me aproveitar do se
DANNA PAOLA MADERO Foi tudo tão maravilhoso que parecia um sonho. Mas acordei com leves sacudidas no meu ombro e a voz do John ao longe me chamando. — Você precisa acordar... — Que? — Murmurei ainda sonolenta enquanto esfregava os olhos com força. Aos poucos percebi que estava deitada no sofá da sala, enrolada em um lençol. — Vai se vestir e dormir. Precisamos acordar cedo amanhã. — Ele dizia em tom baixo, enquanto vasculhava meu rosto meio grogue. — Anram... Por que? Ele sorriu misterioso e colocou uma mecha do meu cabelo atras da orelha. — Amanhã nos casamos e na próxima semana estaremos indo embora para o Kansas. Engoli em seco assustada com a velocidade que as coisas tomaram. Era exatamente isso que eu queria, ter algo com o John e ir embora para longe desse lugar. Só não pensava que tudo viria assim de uma vez. E meu casamento com ele deveria ser por amor e não conveniência. Mas era o que estava me servindo no momento, então aceitaria sim! Com isso de
"Dedico esse livro para aqueles que tiveram um amor que é como uma flor nascendo em meio aos espinhos." DANNA PAOLA MADERO 18 anos, é a idade dos sonhos de todos os jovens cheios de energia e coisas a realizar, e também era o meu caso. Meu aniversário havia sido comemorado pela minha família e amigos com uma grande festa há mais ou menos dois meses, foi a primeira vez que meu pai deixou que eu tomasse alguma bebida com álcool, confesso que depois do segundo copinho de tequila, eu já estava zonza e sorridente, mas que se dane, eu estava feliz! Aquele era o dia da minha formatura no ensino médio. Eu estava eufórica, em fevereiro do próximo ano, meu pai me mandaria para cursar administração em Harvard, nos Estados Unidos. Por isso meu inglês era impecável, mal via a hora de poder sair da minha cidade em que nasci, cresci e nunca tinha botado os pés para fora. Meu pai era maravilhoso comigo, arrisco dizer que o melhor do mundo, mesmo sendo um narcotraficante, o El Rey del trá
DANNA PAOLA MADERO Senti uma dor aguda na cabeça, e a escuridão vazia me tomou. Tenho certeza que tudo não passou de um ou dois minutos, mas eu me lembro dessa parte como se fosse um filme. Recobrei a consciência não sei quanto tempo depois parecendo que dormi por dias. Abri devagar os olhos. O corpo inteiro doída. Especialmente minha cabeça e intimidade que latejavam quase no mesmo ritmo. O frio se alojou em meus ossos e os pelos se arrepiaram. Percebi nesse momento que estava nua deitada no chão e com correntes pesadas e grosseiras nos pulsos e tornozelos. Olhei em volta com o coração batendo em câmera lenta. Por quê estou nua? Que lugar é esse? Por que minha intimidade dói tanto? A cabeça dava voltas sem chegar a uma clara conclusão. O lugar era pequeno, claustrofóbico e escuro, apenas parcialmente iluminado por uma luz que vinha de fora pelas frestas da porta fechada. Ai minha Santa Guadalupe que lugar é esse?! — Papi? Miguel? — a voz saiu como um ba
DANNA PAOLA MADERO O ar faltou e minha mente se tornou enevoada. Levantei um pouco a cabeça para o lado a tempo de não sufocar com o próprio vômito. Queria que a imundice do meu corpo saísse toda assim. — M-meu pai... Meu pai pode dar o dinheiro que você quiser. — Consegui dizer com a voz rouca enquanto tentava limpar a boca do liquido fétido e azedo. O homem riu alto. — Eu quem dei o dinheiro que ele queria. — O que quer... — não consegui terminar a frase. O que ele insinuava era impossível. Simplesmente impossível. Eu não ia acreditar em um qualquer, e sim nos 18 anos de vida que tive ao lado do meu pai. — Ah por favor, não se assuste, é da natureza da sua família. — Não! É mentira! — balbuciei várias vezes como uma louca. — Acha que eu conseguiria tira-la dele assim tão fácil? Se ele mesmo não facilitasse o serviço? — Pensei nos muitos homens que me protegiam, lembrei do carro que vinha sempre atrás de nós quando saíamos de casa, e dessa vez, não sei
JOHN BACKER Eu havia acabado de conseguir um emprego como segurança em uma boate londrina: Luxury Hell. Pertencente à Paul Linse. Não sei muito sobre o cara, o que de verdade, não me importa, nunca tinha ido àquela boate, nem se quisesse, era uma das mais famosas da cidade, contendo prostitutas de luxo com direito e suíte master, bebidas e entorpecentes dos melhores. Contudo, nada disso me deixava animado a ir trabalhar naquele lugar. Mentira. Imagina viver dentro do "inferno de luxo"? Eu vou me esbaldar de sexo, modéstia à parte, sei que não preciso de dinheiro para conseguir isso de qualquer mulher, sempre me considerei expertise em conquista, nenhuma resistia a mim e ao meu charme bruto. Às vezes era difícil conseguir um emprego bom por conta de ter uma ficha criminal nada bonita de se ver, não que eu seja um criminoso, mas tenho duas ou três passagens pela polícia: uma apreensão de roubo em flagrante e uma tentativa de homicídio, e a outra nem lembro já que estava chapado