JOHN BACKER Eu estava enlouquecido por ela e isso me deixava intrigado, queria estar ao lado dela o tempo todo. E vê-la ali embaixo de mim, quase nua, a minha mercê, atiçava meus mais sórdidos extintos. Só não poderia me esquecer que ela tinha apenas 18 e há pouco tempo era escrava sexual de um ser nojento. — Eu quero você John. — Ela murmurou de olhos fechados enquanto mordia os lábios vermelhos e mais volumosos por causa dos beijos. As coxas apertavam minha cintura com força. Ela tentava soltar os braços para me tocar, eu permiti. Mas eu sabia que estava ali contra minha moral. Eu não tenho moral, e é por isso que temi tanto chegar a esse ponto com ela. Sei que a garota nutre algo por mim e eu também sinto algo, mas prefiro esconder isso, por hora, nossas vidas se encontram muito instáveis no momento. Não quero dar nome a nada, mesmo que eu tenha acabado de praticamente pedi-la em casamento, mas tudo não passará de papeis assinados. Não quero me aproveitar do se
DANNA PAOLA MADERO Foi tudo tão maravilhoso que parecia um sonho. Mas acordei com leves sacudidas no meu ombro e a voz do John ao longe me chamando. — Você precisa acordar... — Que? — Murmurei ainda sonolenta enquanto esfregava os olhos com força. Aos poucos percebi que estava deitada no sofá da sala, enrolada em um lençol. — Vai se vestir e dormir. Precisamos acordar cedo amanhã. — Ele dizia em tom baixo, enquanto vasculhava meu rosto meio grogue. — Anram... Por que? Ele sorriu misterioso e colocou uma mecha do meu cabelo atras da orelha. — Amanhã nos casamos e na próxima semana estaremos indo embora para o Kansas. Engoli em seco assustada com a velocidade que as coisas tomaram. Era exatamente isso que eu queria, ter algo com o John e ir embora para longe desse lugar. Só não pensava que tudo viria assim de uma vez. E meu casamento com ele deveria ser por amor e não conveniência. Mas era o que estava me servindo no momento, então aceitaria sim! Com isso de
DANNA PAOLA MADEROSorri relaxada ao ouvir suas palavras. No caminho para a surpresa, John e eu íamos conversando sobre a cidade, era impressionante como a conhecia em cada cantinho da capital imensa, ele me contou que conseguiu através do seu trabalho como motorista. Depois de passar por muitas ruas iguais paramos em frente um pequeno hotel de faixada colorida e familiar. Fomos pelo estacionamento e pegamos um elevador que levava direto ao quarto. O lugar era adorável, aconchegante bem decorado com itens que logo percebi serem temáticos mexicanos. — Não acredito que fez isso! — Soltei uma gargalhada gostosa como há tempos não fazia. Ele me acompanhou rindo e seus olhos brilharam. Veio e passou um braço pela minha cintura enquanto a outra mão deslisou pelo meu queixo e apertou o pescoço sem aplicar força.— Tudo por você esposa. Sorri feliz. Íamos nos beijar quando alguém bateu na porta. Bufei chateada com a intromissão. — Deve ser sua outra surpresa. Aposto que vai gostar. —
DANNA PAOLA MADEROSe eu disse que não sentia medo, estaria mentindo. Na verdade, eu cairia dura no chão se não fosse pelo John segurando com firmeza minha cintura o tempo inteiro, sendo como um pilar. Estávamos no aeroporto, prestes a embarcar, nosso plano simples consistia em algo clássico que daria super certo: eu usaria um chapéu, óculos de grau e roupas largas. John estava normal, e carregávamos Elise como se fosse nossa filha. Esme estava furiosa, e sem querer concordar com o plano nos fuzilava de longe. Incapaz de conseguir me controlar, olhava para todas as direções, minhas mãos agarravam Elise como um salva vida, seu cheirinho infantil me acalmava um pouco. — Que demora dos infernos... — John murmurou irritado, ele também parecia nervoso, mas tentava esconder. — John! — Fiz sinal com a cabeça para lembra-lo da criança no meu colo. Ele fez uma pequena careta e desviou o olhar. Pouco tempo depois disso, nosso voo para o Estados Unidos foi chamado. Quase soltei um grito de
DANNA PAOLA MADEROA tensão dos dois dias seguintes fora horrível, sufocante. Esme, em busca de segurança, foi passar um tempo com uma amiga e a pequena Elise. John, precisava sair para trabalhar e eu ficava o tempo inteiro escondida no terraço, rezando para que ninguém aparecesse e me tirasse do que eu considerava uma vida quase perfeita. Por piedade da minha santinha, ninguém apareceu no apartamento. Ao fim dos dois dias, meus novos documentos foram entregues e pudemos finalmente viajar. Assim que o avião pousou em solo americano no Kansas, minha alma fez uma dancinha da vitória. O sorriso nunca fora tão sincero e feliz. Queria gritar para o mundo inteiro ouvir o som da minha liberdade. — Daqui para frente vamos construir um futuro juntos. — John beijou o topo da minha cabeleira de forma carinhosa e fez o mesmo na irmã que por incrível que pareça, sorria também. Pegamos um táxi, passamos o endereço da casa nova escrito em um papel meio amassado. Enquanto estávamos no carro, os
DANNA PAOLA MADERO— Por quem? — Continuei questionando curiosa. John puxou um sorriso de lado. — Por você. Sorri aliviada e bati no braço dele. — Eu não conto. Nunca teve outra mulher? Segurou minhas mãos e as beijou, me encarando de forma firme. — Sempre foi você. — Por que tão tarde? Você já é meio velho para só ter se apaixonado agora... — Velho?! — Fingiu estar ofendido e mordeu meu pescoço como punição. Ri alto abafando o som com as mãos. — Não, não era...— Minha mãe traia meu pai. — Me interrompeu e soltou com a voz sombria quando pensei que não teria outra resposta. — Minha mãe também nos deixou por outro homem. — Ela morreu em um acidente ao tentar fugir com o amante que no caso era o cunhado, irmão do meu pai. — Seu olhar se tornou mais sombrio ainda. Eu e minha boca grande...— Sinto muito. — Murmurei e deitei novamente em seu peito, agora como uma forma de conforta-lo. — Por isso, até antes de você, as mulheres só me serviam para aliviar o tesão e... — Coloqu
DANNA PAOLA MADERO Amedrontada, ignorei toda e qualquer coisa que estivesse sentindo e me agachei no chão para apanhar as frutas vermelhas e roliças. — Eu disse que você é fraca! — Se agachou e também veio catar as maçãs. Levemente irritada, a respondi áspera: — Esse é meu primeiro dia e isso foi um acidente. A senhora não me conhece o suficiente para me julgar apenas pela minha estrutura corporal. — Embora eu realmente estivesse mais magra que o normal ultimamente, meu apetite havia diminuído drasticamente. A mulher parou por uns estantes com os olhos estreitos e enrugados, fixos nos meus. Podia jurar que iria arremessar na minha testa uma das maçãs que apertava nas mãos até os dedos grossos ficarem brancos. Pensei que ia a ouvir gritar comigo como a vi fazer com o neto, mas não. Ela continuou catando o que faltava. Em silencio, a ajudei a terminar, e no fim, levantei e desatei o nó do avental. — Para onde vai? Acabei de perceber o obvio também, que aquele trabalho não
DANNA PAOLA MADEROInexplicavelmente, tive uma crise de riso das boas, as gargalhadas histéricas e estranhas. Não era possível!Na verdade, era sim. Meu sorriso foi morrendo na boca, à medida que me dei conta de que era casada, e tinha uma vida sexual ativa, então poderia ser verdade, agora eu precisava confirmar.Os dois me olhavam como se eu fosse louca. Caindo em si, voltei a seriedade e tentei convencer Rose do pouco que sabia sobre gravidez, que aquilo não me parecia uma doença, eu ainda poderia ficar.— Rose, se for verdade, eu não vejo problema nenhum eu continuar a trabalhar. — Mas eu vejo. Você é fraca demais, com um filho na barriga então... — Bela desculpa. — Murmurei e passei por eles magoada. Já ia pisar o pé na calçada quando a senti segurar meu braço. Sem dizer nada mirei seu rosto mais vermelho que o normal, os olhos marejados. Foi a primeira vez que a vi assim. Enfiou a mão no bolso e depositou na minha um maço de dinheiro. — Não preciso...— Precisa. Não é c