Percebendo a expressão de dúvida no rosto de Juliana, Isabella acrescentou: — Srta. Juliana, você se lembra da noite em que ficou na casa do Sr. Bruno?Como poderia esquecer?Foi exatamente naquela noite que ela havia mordido o tio do ex-namorado.Um leve constrangimento passou por seus olhos, mas Juliana se esforçou para manter a calma.— Então… Você também estava lá?A verdade é que sua memória daquela noite era um borrão.Quando acordou no dia seguinte, só viu Bruno.Se a mulher à sua frente tivesse algum tipo de envolvimento especial com ele, então o motivo daquela conversa se tornaria bem claro.Isabella percebeu os pensamentos de Juliana e apressou-se a esclarecer:— Srta. Juliana, não me entenda mal. Eu estava lá acompanhando meu mestre. Você tinha sido drogada, e como também sou mulher, achei que seria mais conveniente que eu cuidasse de certas coisas.Juliana, que já estava tirando conclusões precipitadas, se deu conta da própria confusão.De repente, perguntou:— Então foi v
Mas, depois de ouvir Isabella, Juliana já não estava tão certa de tudo. Precisava de tempo para processar aquela informação confusa.Mal chegou em casa, o telefone tocou. Era Paulo.— Srta. Juliana, você tem tempo hoje à noite? Quero conversar pessoalmente com você sobre algo.— Me manda o horário e o local. — Juliana suspirou.Perfeito. Agora, surgia um novo dilema. Ela deveria contar a Paulo que ele estava sendo apenas um substituto?Se o fizesse, ele não teria mais motivos para tentar conquistá-la. O mais sensato seria terminar tudo de forma pacífica, afinal, nunca haviam oficializado nada.Paulo escolheu um restaurante cinco estrelas na Cidade A e marcou para às sete da noite.Antes de sair, perguntou a Bruno se queria ir junto.Bruno estava de pé junto à janela, sua silhueta alta e esguia, envolta pela luz suave do entardecer. Com uma expressão impassível, ele desligou a ligação com uma só mão e levantou lentamente as pálpebras, lançando um olhar para Paulo.— Se eu for com vo
Juliana ficou chocada.Esses dois realmente combinavam. Estavam interpretando o mesmo roteiro, onde cada um via o outro como um simples substituto.Agora que sabia toda a verdade, Juliana optou pelo silêncio.— A personalidade dela é muito parecida com a da minha primeira paixão. Mas, com o tempo, percebi que… Acho que realmente gosto dela. — Continuou Paulo.Para conseguir tirar essa pedra gigantesca do coração, ele sabia que precisaria ser sincero com Juliana.No começo, Paulo se sentia envergonhado de admitir isso. Mas, depois de várias noites em claro, refletindo sobre todas as possibilidades, percebeu que não queria se separar de Isabella.Nessa relação ambígua, ele sentia que havia perdido.Juliana o observou atentamente e perguntou:— Mesmo que sua primeira paixão tenha voltado agora, você ainda escolheria a Isabella?Ela o encarava fixamente, tentando captar qualquer mudança, por menor que fosse, na expressão de Paulo.— Sim. — Paulo não hesitou.Aquela paixão platônica da juv
Juliana não disse nada, permitindo que Bruno a abraçasse pela cintura. Sentindo sua obediência, os cantos dos lábios de Bruno se curvaram, e a última frustração que sentia desapareceu completamente.— Isso é impossível! Bruno, você está mentindo para mim, não é? Não pode ter namorada... A mulher bêbada de repente entrou em colapso e gritou. Com as garras estendidas, tentou se lançar sobre Juliana.Os olhos de Bruno se estreitaram. Protegendo Juliana, ele se desviou rapidamente, soltando um olhar de desgosto que desapareceu tão rápido quanto surgiu.Ele a protegeu firmemente, e a pressão de sua posição fez com que ela acordasse um pouco do estado de embriaguez. As mãos de Laura Miranda ficaram paralisadas no ar. Seu rosto empalideceu, e o medo a envolveu por um breve momento.O que ela havia feito? Tentado agredir a namorada de Bruno na frente dele?Não... Não era isso! Ela havia pago para descobrir informações, mas ninguém havia mencionado que Bruno tinha uma namorada!— Bruno, v
Bruno tinha uma silhueta esguia.Com o paletó pendurado no braço e a franja ligeiramente bagunçada pelo vento, seus traços eram refinados, transmitindo um ar despreocupado e relaxado.Paulo mantinha o rosto sério, evitando rir. Afinal, ele fora o responsável por permitir o encontro entre Juliana e Bruno ali.Um simples “Que coincidência” ... Que engraçado.Destino? Nada disso.Era tudo parte de um plano bem arquitetado.— Que coincidência. — Respondeu Juliana com naturalidade.A conversa entre os dois parecia mais um diálogo entre humanos e máquinas.Paulo achou divertido e pensou em ficar para observar mais um pouco, mas ao cruzar o olhar com Bruno, mudou de ideia.Ficou quieto.Deu uma leve tossida e disse:— Acho que esqueci algo no restaurante. Vou lá pegar. Continuem conversando.E saiu apressado.Assim que ele foi embora, Juliana sentiu um leve constrangimento.Pensou em inventar uma desculpa para sair, mas Bruno foi mais rápido e fez um pedido direto:— Srta. Juliana, posso pe
[Professora, olha a captura de tela que te mandei no privado. Tem uma tal de Vivi na live ao lado te imitando! Assisti um pouco e, sinceramente, a mentalidade dela é completamente distorcida.][Você também viu? Estou indignada! Quem, em sã consciência, incentiva meninas a engravidar antes do casamento? Denunciei, mas não deu em nada. Esses capitalistas são podres, que nojo!]Juliana deu uma olhada rápida nos comentários, mas não respondeu diretamente.Ela pegou um bloco de notas, copiou algumas informações e as exibiu na tela da live:[Homem, 35 anos, 1,80m, 66kg; Aparência jovem e atraente; Mestre em Finanças; Dono de um clube privado; Possui três imóveis na Cidade A, cinco carros de luxo e um iate; Oferece uma mesada de R$30.000 para a mulher e deseja que ela trabalhe na empresa dele no futuro; Veio de uma família pobre, personalidade introvertida, workaholic, muito direto e só sabe expressar seu comprometimento através do dinheiro.]Depois de anotar tudo, Juliana alongou o pulso e p
Juliana trocou de roupa rapidamente e saiu apressada em direção à delegacia.Antes mesmo de entrar no saguão, ouviu gritos e discussões acaloradas vindo de dentro.— Devolva minha filha! Foi você que a incentivou a fugir com aquele homem! Eu te fiz algo de mal? Por que quis arruinar a vida da minha menina?O choro desesperado da mulher ecoava pelo ambiente.Viviane, que estava sendo sacudida sem piedade, parecia completamente atordoada. Seu rosto estava pálido e sua expressão, de puro desconforto.Sem aceitar a culpa, ela rebateu imediatamente:— O que isso tem a ver comigo? Ela me pediu um conselho e eu dei uma sugestão lógica. Como eu ia saber que a filha dela era tão burra?O clima esquentou, e a briga estava prestes a sair do controle.Vendo a situação, os policiais de plantão agiram rapidamente e separaram as duas.Viviane foi levada imediatamente para a sala de interrogatório.Assim que a porta se fechou atrás dela, Juliana entrou na delegacia.Após se identificar, uma policial s
Isso mostrava o quanto a irmã significava para ele.— O Gustavo não veio? — Perguntou Joaquim, insatisfeito.— Eu não quis preocupá-lo, então não contei… Desta vez, a culpa foi minha. Se eu não tivesse falado demais, nada disso teria acontecido. Mano, você acha que eu fiz algo errado?Joaquim estendeu a mão e bagunçou carinhosamente os cabelos de Viviane.— Você só queria ajudar. Não foi culpa sua.Ele já tinha uma ideia do motivo de Viviane estar na delegacia, mas ainda faltavam alguns detalhes. Joaquim sentia um imenso pesar por tudo o que a irmã havia passado nos últimos vinte anos. Como irmão mais velho, ele queria compensá-la de todas as formas possíveis. Mesmo que ela realmente tivesse cometido um erro dessa vez, ele a protegeria incondicionalmente.Viviane ficou emocionada, os olhos brilhando de lágrimas.— Irmão, você é tão bom pra mim. — Seu tom carinhoso dissipou parte do cansaço que Joaquim sentia. Ela se agarrou ao braço dele de forma íntima. — Dessa vez, você voltou pra f