Maia levou Juliana até o bar mais renomado da Cidade A. Era evidente que Maia era uma frequentadora assídua do local. Assim que entraram no camarote reservado, uma fila de rapazes de estilos variados já os aguardava. Sem exceção, todos eram notavelmente atraentes. Juliana permaneceu em silêncio. Maia, por outro lado, demonstrou sua ousadia habitual e deu liberdade a Juliana para escolher. — Srta. Juliana, somos almas que compartilham o mesmo destino. Não há razão para se prender a uma única pessoa. Veja se gosta de algum deles. Fique à vontade! A conta de hoje é por minha conta.Com a declaração de Maia, os rapazes começaram a se esforçar para chamar a atenção. Juliana apenas suspirou e, segurando a testa, respondeu: — Srta. Maia, eu não faço isso. — Sem problemas! É só para beber e te distrair. Mesmo assim, Juliana recusou. Vendo sua postura firme, Maia não insistiu. Quando os rapazes foram dispensados, o camarote se tornou subitamente vazio e silencioso. Julia
Alguém perguntou o que fariam em relação ao caso de Alexandre.Gustavo estreitou os olhos e respondeu, com frieza:— Quem bateu, que resolva.Ele estava curioso para ver até onde Juliana conseguiria sustentar sua teimosia. Na Cidade A, ela estava sozinha, sem ninguém em quem confiar. Se ela se comportasse, Gustavo ainda acreditava que poderia cuidar dela. Afinal, eram sete anos de relacionamento. Ele simplesmente não acreditava que Juliana seria capaz de romper com ele de forma tão definitiva. A menos que...Gustavo voltou a pensar na roupa que Juliana usou na festa de aniversário. Uma irritação crescente tomou conta dele. Quem, afinal, havia presenteado Juliana com aquele vestido? O clima no ambiente ficou mais tenso, e as pessoas ao redor perceberam, caindo em um silêncio súbito.Do lado de fora, Juliana estava encostada na parede gelada, ouvindo as conversas que vinham de dentro. Pessoas com quem ela já havia se divertido agora a atacavam com palavras tão cruéis. Era simpl
Os olhares carregados de intenção recaíram sobre Juliana. A voz que a provocava era inconfundível: George Valente, um dos amigos mais próximos de Gustavo.Ao ouvir o tom e as palavras de George, memórias indesejadas emergiram na mente de Juliana, lembranças que ela havia tentado enterrar, mas agora voltavam com nitidez. George sempre teve segundas intenções em relação a ela. No entanto, por respeito a Gustavo, manteve seus desejos ocultos a maior parte do tempo.A única vez que ele se permitiu ser franco foi durante um evento beneficente, onde Gustavo havia levado Viviane como acompanhante. Naquela ocasião, George comentou que Gustavo não a amava mais e sugeriu que ela ficasse com outra pessoa.Ele próprio se ofereceu como opção, deixando claro que, embora fosse noivo, não se importaria em mantê-la como amante.Juliana rejeitou a proposta com firmeza, rompendo qualquer vestígio de cordialidade entre eles.Agora, diante da ameaça que se desenrolava à sua frente, ela permaneceu calma
Os olhares de George eram carregados de desdém enquanto ele encarava Juliana, com um sorriso satisfeito e cheio de arrogância.— Juliana, é melhor você economizar suas forças, porque essa coisa, até as pessoas mais orgulhosas acabam se sujeitando e se tornando como cães!Ela se sentia completamente desconfortável, como se seu próprio corpo estivesse se rebelando contra ela.— George, isso é um crime! — Sua voz estava trêmula, mas ela ainda tentou se manter firme.Ao ouvir aquilo, George riu, como se tivesse escutado a piada mais engraçada de sua vida. Ele gargalhou alto, sem vergonha. Só depois de alguns segundos conseguiu se controlar.— Crime? Juliana, que provas você tem para me acusar de algo? Eu não fiz nada, absolutamente nada.Ele sabia que o que havia dado a ela era uma substância que, após oito horas, não deixaria vestígios, nem mesmo com os equipamentos mais sofisticados. Caso ela tentasse denunciá-lo por estupro, ele já tinha tudo planejado. Havia gravado o momento e, no v
Sob o olhar aterrorizado de George, Bruno esmagou sem piedade sua mão direita contra o chão.O sangue escorria enquanto ele pressionava com força, arrancando um grito agonizante que ecoou por todo o camarote.Do lado de fora, os garçons que haviam seguido a situação sentiram um calafrio percorrer a espinha."Esse homem... É implacável!"Os olhos de Bruno, escondidos por trás das lentes, estavam tomados por uma frieza sombria e ameaçadora. As súplicas desesperadas de George eram como vento passando, incapazes de alcançar sua consciência.A pessoa que ele sequer ousava machucar, aquele lixo teve a audácia de cobiçar.Cada vez que pensava nisso, o ódio em seu coração crescia como uma chama alimentada pelo vento, tornando-se ainda mais incontrolável.— Sr. Bruno! Eu errei, eu... Eu não sabia que Juliana era sua! Por favor, por favor, me perdoe!Se eu soubesse disso antes, jamais teria ousado tocar na Maia, muito menos pensar em encostar na Juliana!O instinto de sobrevivência tomou conta d
Bruno segurou as mãos inquietas de Juliana, forçando-a a encará-lo diretamente. Ele perguntou, com a voz firme: — Ju, quem sou eu? Quem...Juliana ficou momentaneamente confusa, mas logo foi consumida novamente pela onda de calor que queimava seu corpo. — Gustavo...Apesar das palavras difíceis de entender, aquele único nome foi suficiente para fazer o rosto de Bruno escurecer imediatamente. — Calor...Se Juliana não tivesse mencionado o nome de Gustavo, talvez Bruno estivesse disposto a suportar até chegarem à mansão, mantendo-se implacável como uma estátua de gelo para acalmá-la. Mas agora... Sem dizer mais nada, Bruno ajustou novamente o casaco sobre ela e ordenou ao motorista que colocase o ar-condicionado no máximo. — Segure firme.O carro acelerou, e a tensão que antes preenchia o ambiente dissipou-se por completo. Juliana, no entanto, estava em agonia. Tentou se libertar do aperto firme de Bruno, mas sua força era insuficiente. Frustrada, mordeu o braço dele.
Ao ouvir a pergunta de Bruno, um brilho irônico apareceu nos olhos de Juliana. As mãos, que seguravam a tigela de porcelana, se apertaram com força, deixando as veias de seu dorso visíveis, uma tensão palpável.Se fosse direta, a verdade seria amarga: George não passava de um cachorro ao lado de Gustavo, cheio de intenções, mas sem coragem para agir por conta própria. O que aconteceu na noite anterior só poderia ter ocorrido com a aprovação de Gustavo, tudo para agradar a Viviane. Ele realmente sabia como ser cruel.A raiva fervilhava dentro de Juliana, ameaçando engoli-la por completo.No meio dessa tempestade emocional, Bruno se aproximou e tirou a tigela de suas mãos com delicadeza.— Srta. Juliana, se não quiser falar, não precisa. A calma na voz dele foi como um balde de água fria, trazendo-a de volta à razão. Ela respirou fundo, sentou-se na cama e começou a procurar pelo celular. Após vasculhar todos os lugares possíveis sem sucesso, Bruno, como se tivesse adivinhado suas i
De repente, Juliana ficou completamente sem graça, sem saber onde se esconder.Ela tinha um hábito peculiar quando bebia: gostava de morder as pessoas.Na noite anterior, embora não estivesse bêbada, porque havia colocado algo em sua bebida, ela acabou mordendo o Bruno. Fora isso, provavelmente não fez mais nenhuma besteira, certo?Juliana não sabia, e nem tinha coragem de perguntar.Perguntar só deixaria tudo ainda mais constrangedor.Bruno, temendo deixá-la mais nervosa, recuou e saiu do quarto, dando aa ela espaço para se arrumar antes de descer para almoçar.Ao ouvir o som da porta sendo trancada, Juliana percebeu tarde demais: quem trocou as roupas dela?!Meia hora depois, Juliana desceu, engolindo o constrangimento, e almoçou com Bruno.Após o almoço, ela marcou um encontro com a Maia.Bruno ofereceu uma carona e a deixou na porta do café. Antes de sair, recomendou:— Qualquer coisa, me liga.— Está bom. — Respondeu Juliana.Maia estava sentada perto da janela e viu tudo de longe