O confronto diante da criatura fragmentada não demorou a se intensificar. A esfera de luz negra pulsava em um ritmo frenético, como se estivesse viva, alimentando-se da energia que a rodeava. Cada movimento da criatura era acompanhado por uma onda de distorção, alterando o espaço e o tempo ao seu redor. Era uma manifestação pura do caos, um reflexo daquilo que o Véu estava tentando conter.Celina deu um passo à frente, sentindo o peso do momento. Seus olhos brilharam com a determinação de alguém que já havia enfrentado o desconhecido, mas nunca com uma gravidade tão profunda.— Precisamos entender o que essa criatura representa — ela disse, sua voz clara e firme. — O caos não é apenas destruição. É também transformação. O Véu nos ensinou isso.A criatura os observava com um olhar que parecia atravessar suas almas. Ela parecia saber o que os guardiões estavam pensando, seus olhos refletem o vazio de inúmeras realidades esquecidas. Quando ela falou, sua voz ecoou como um coro distante,
O vilarejo estava em silêncio profundo. O Véu havia se acalmado, mas o ar ainda pulsava com a energia das transformações recentes. A paz que parecia ter retornado ao lugar era, na verdade, uma tranquilidade precária, como se o universo estivesse em um estado de espera, aguardando algo definitivo para mudar o rumo das coisas.Os guardiões se reuniram novamente no centro, onde a antiga árvore do saber se erguia, suas raízes profundas conectadas ao núcleo da terra, e seus galhos tocando o céu. A árvore, que antes parecia ser apenas um ponto fixo no vilarejo, agora emanava uma energia que ressoava com a própria essência do Véu. O que aconteceria a seguir? Ninguém sabia, mas todos sentiam que um novo ciclo estava prestes a começar.Celina, com os olhos fixos no tronco da árvore, sentiu uma leve vibração em suas mãos. A pedra que ela carregava, um fragmento do Véu, estava pulsando, como se tentasse comunicar-se com ela. Era algo novo, algo que ela não havia experimentado antes. Era como se
O sol mal se erguia no horizonte, e o vilarejo ainda estava imerso na calma que precede algo grandioso. O Véu, com suas cores profundas e mutantes, parecia pulsar como um organismo vivo, como se estivesse consciente da presença dos guardiões que se aproximavam. Algo havia mudado na essência do Véu, e aqueles que estavam em sintonia com ele podiam sentir sua energia, sua ansiedade, sua força crescendo.Celina, Arian, Eshara, Lira e Elias estavam reunidos diante do grande cristal, agora resplandecente em tons de azul profundo e dourado. A pedra, que antes estava coberta por fissuras e fragmentos, agora brilhava com uma luz interna que parecia refletir não apenas a energia do Véu, mas também o destino de todos que estavam ali.— O Véu nunca esteve tão vivo — disse Celina, sua voz baixa e carregada de compreensão.Eshara observou o cristal com um olhar atento, sentindo uma pressão crescente no peito. — Nunca imaginei que o Véu pudesse ser mais do que o que já conhecíamos. Ele se estende,
O vilarejo estava mais silencioso do que nunca. As montanhas ao redor pareciam mais distantes, como se o Véu tivesse ampliado o alcance do mundo, esticando-o até os limites do infinito. O céu, por sua vez, refletia o estado interior dos guardiões: vasto, cheio de possibilidades, mas também marcado pela responsabilidade que agora carregavam. Cada passo que davam parecia ecoar no universo.Celina, Arian, Eshara, Lira e Elias estavam diante do grande cristal, que ainda emanava uma luz dourada, a qual parecia ser absorvida pela terra. Os guardiões sentiam a conexão entre o Véu e seus próprios corpos, uma sintonia que nunca tinham experimentado antes, como se fossem extensões um do outro. Era um poder imenso, mas também um fardo que exigia equilíbrio e sabedoria.— O Véu agora se estende além do vilarejo. Não é mais só um elo entre as dimensões que conhecemos. Ele conecta todos os mundos — disse Elias, com um tom grave, mas sereno. — O mapa estelar revelado é mais do que uma simples projeç
Os guardiões estavam a poucos passos da imensa torre de cristal. À medida que se aproximavam, uma sensação estranha tomava conta deles, como se o próprio ar estivesse mais denso, carregado de um poder que desafiava a compreensão. O chão, que antes pulsava de forma suave, agora tremia levemente, como se o planeta estivesse respirando com eles. Cada passo que davam era uma reverberação no tempo e no espaço.A torre parecia estar viva, com suas paredes que ondulavam e se contorciam, refletindo uma luz dourada que se intensificava conforme chegavam mais perto. Era como se ela estivesse se moldando à medida que eles se aproximavam, como se estivesse esperando por eles.Celina foi a primeira a falar, sua voz carregada de reverência e um toque de apreensão:— Não sei o que nos aguarda lá dentro, mas sinto que estamos chegando ao ponto crucial de nossa jornada. O Véu nos trouxe até aqui por um motivo. Esta torre... é a chave para algo maior.Arian olhou para o topo da torre, onde uma luz inte
O som do vento atravessava os corredores da torre, sussurrando entre os cristais flutuantes. Cada passo que os guardiões davam parecia ecoar no vazio, como se estivessem caminhando por um espaço onde o tempo e o espaço não se aplicavam mais. O Véu, agora mais denso, envolvia tudo ao redor, uma presença constante, pesada e imutável.Ao saírem da sala central, onde a esfera de luz brilhava com intensidade ofuscante, o ambiente parecia ter mudado. As paredes de cristal agora exibiam fissuras tênues, como se a própria torre estivesse se tornando mais sensível à presença deles. O Véu que antes era suave e reconfortante agora pulsava com uma energia que desconcertava, revelando que algo maior se movia nos recessos daquele espaço.Celina foi a primeira a perceber. Ela parou, como se tivesse sentido uma presença se aproximando. Seu corpo se arrepiou, e uma sensação de frio percorreu sua espinha. O que quer que fosse, sabia que estava sendo observado.— Algo está errado — disse ela, sua voz te
O vilarejo estava em silêncio, mas no ar, algo vibrava com a intensidade de uma tempestade prestes a acontecer. O Véu havia se tornado mais denso, quase palpável, como se estivesse respirando junto com os guardiões. As fissuras nas pedras e cristais que decoravam o vilarejo agora formavam padrões geométricos intrincados, como se um novo mapa do destino estivesse sendo traçado ali.Celina, com o olhar fixo no horizonte, sentia uma sensação de inquietação. Algo estava se movendo além da compreensão humana, algo que transcende a percepção deles, mas que eles precisavam entender. Cada respiração do Véu parecia ressoar em suas almas, uma chamada para o que estava por vir.— O que está acontecendo, Elias? — Celina perguntou, sua voz carregada de dúvida e uma urgência crescente.Elias, que permanecia em silêncio, observando o movimento dos cristais, suspirou profundamente. Ele sabia que a resposta não seria simples. Não mais.— O Véu está se adaptando — disse Elias, sua voz grave. — As linha
Era uma noite sem lua quando Daniel observava o céu. A vastidão negra parecia um manto infinito, salpicado com minúsculas estrelas, como cicatrizes luminosas no tecido do universo. Ele sempre se perguntava o que existia além do que os olhos podiam ver, além da luz das estrelas que já estavam mortas, mas continuavam a brilhar.Daniel, um jovem astrofísico em ascensão, dedicara sua vida a estudar os mistérios do cosmos. Seu fascínio por buracos negros começou cedo, uma curiosidade alimentada por teorias e especulações. Para muitos, os buracos negros eram ameaças silenciosas no universo; para ele, eram portais para algo maior.Naquela noite, algo mudou.Em meio às observações rotineiras, seus monitores começaram a registrar flutuações que desafiavam qualquer explicação conhecida. Um sinal incomum, vindo de um ponto distante, onde apenas um buraco negro colossal reinava. O nome da região era SG-103, um dos buracos negros mais antigos já descobertos, um verdadeiro monstro cósmico.— O que