Amor em meio ao tratamento de leucemia
Amor em meio ao tratamento de leucemia
Por: Lilly Fen
O acidente

PROLÓGO

SMITH

Olho pelo retrovisor o rostinho da minha filha Sophia, ela dorme suavemente na cadeirinha, estufo meu peito orgulhoso disso. Ela é a coisa mais linda que tenho, minha pequena princesa, papai vai proteger você deste mundo louco e turbulento.

Volto o meu olhar para estranda, estamos a caminho da nossa casa de praia para passar o final de semana longe do meu trabalho.

Quem diria que hoje eu teria esta família maravilhosa, elas são tudo o que tenho, a razão do meu viver.

Olho por um momento para os cabelos da minha mulher que balançam suavemente pelo seu rosto, ela é tão linda, magnífica.

- Não te esqueça das nossas compras amor, dispensa da casa praia está totalmente vazia.

Seus olhos prestam atenção no seu telefone, de seguida ela ergue o olhar para encarar-me brevemente, suas amigas estão a caminho, ponto de encontro é a nossa casa de praia, assim ninguém atrasa o outro.

- Não me esqueci, mandei Victor abastecer, assim, não paramos pelo caminho.

Eu digo justificando-me que nunca esquecia um dos seus pedidos, muito menos deixá-la passar fome.

- Eu não sei como ele consegue cumprir com as suas demandas.

Ela diz sorrindo para mim.

Paro no sinal vermelho, ela mostra-me uma foto, de um conjunto de colar para crianças, eu não sabia que isso existia.

- Ficará lindo nela.

Eu digo sem prestar muita atenção, sinto seus lábios brevemente na minha boca, puxo-a mais para mim, minha querida esposa.

- Eu te amo Smith.

Ela sorri, o som da buzinha de outros carros faz com que a Sophia acorde sobressaltada e chorando, o sinal verde abriu, sigo em frente preocupado com o choro da minha filha, eu não sei o que aconteceu, de onde esse carro veio? O sinal ficou verde, porquê ele atravessou sabendo que deveria parar?

CAPÍTULO 1

EDWART

Perdi a conta de quantas vezes usei este caminho para o túmulo da minha ex mulher e filha, o cemitério tornou-se meu lugar favorito, onde busco paz e a tranquilidade que não tenho depois delas ter partido para outro mundo sem mim.

Eu sinto muita falta delas, eu falhei com elas, eu deveria tê-las protegido como um pai, esposo e homem .

Mas, tudo virou ao avesso quando aquele carro, aquele maldito carro arrastou-nos para fora da pista causando uma batida mortal na minha mulher e filha, minha queria sophia, meu bebê.

Sou o culpado pelo acidente, eu estava distraído quando tudo aconteceu, quando um carro, o maldito carro veio à alta velocidade, aquele bêbado filho da puta bateu na lateral esquerdo do meu carro arrastando-nos para outra pista onde outro carro nos atingiu com tudo.

A partir daquele dia, tudo mudou, minha vida mudou, eu mudei, eles tiraram tudo de mim. Eles tiraram a vida da minha querida filha, Sophia.

Hoje, levo flores favoritas da minha esposa, girassol.

Ajoelho-me no seu túmulo, minha querida esposa, perdoa-me pelo juramento falso que fiz diante de si e de Deus, ao prometer proteger, amar e cuidar de si.

Eu falhei em proteger, eles tiraram nossa menina dos nossos braços, tiraram você de mim? O que mais poderia piorar?

Sou um homem amargo, vazio sem a minha família.

Coloco flores no vaso, eu ainda não acredito que lhe perdi querida.

Princesa, papai ama-te muito.

Expiro fundo, lembranças dos nossos momentos surge na minha mente, parece ontem que ela estava nos meus braços, chorando por atenção, ela era uma menina exigente, chorava muito pelas madrugadas.

Lembro-me quando picou sua primeira injecção, ela chorou muito durante a madrugada toda, minha menina era só um bebê, ela tinha apenas 6 meses quando o acidente fatal tirou sua vida.

Ela era minha pequena, minha.

- Senhor.

Apenas aceno a cabeça para Victor, meu motorista e segurança pessoal, tenho uma reunião importante com os meus advogados sobre a compra de um terreno que pretendo construír um hotel de 5 estrelas.

Caminho em passos largos enquanto meus dedos mexem teclas do meu telefone, meu secretário enviou-me por email actualizações da minha agenda diária.

Reuniões, atrás de reuniões.

- Senhor.

Fecho o ecrã do meu telefone esperando que ele abra a porta do carro para que eu possa entrar, mas percebo que ainda estamos a alguns pés de distância do túmulo da minha esposa.

- Sim?

Questiono não compreendendo o motivo da nossa pausa.

- Senhor, uma mulher está caída no chão, parece-me que ela está inconciente.

Olho para direcção que ele indica, é difícil ver seu rosto, mas os cabelos longos negros é a certeza que é uma mulher.

Brevemente, nós avançamos para ajudá-la, mas deparamo-nos com seu rosto pálido e assustador.

- Ela está morta?

Eu questiono em pânico, como ela veio parar aqui? Sozinha? Ela está muito pália.

Victor leva os seus dedos para o o seu pulso verificando se ela está viva.

- Não senhor.

Ele responde a minha pergunta.

- Rápido, vamos levá-la ao hospital.

Levo-a nos meus braços enquanto Victor corre para abrir a porta do carro, se não está morta porquê está tão pálida?

- Será que e ela bateu a cabeça no chão durante a queda?

Eu pergunto a ele ainda confuso com toda essa situação, porquê ela está pálida?

- Não me parece senhor, ela não apresenta sangramento extreno.

Victor responde prestando atenção na estrada.

- Ela está muito branca.

Eu digo a ele que olha para ele pelo retrevisor, eu não sei o que fazer nestes momentos.

- Senhor.

Victor diz estacionando o carro no primeiro hospital mais próximo que encontramos, rapidamente, desço do carro com ela nos meus braços e gritando por ajuda.

De imediato, médicos e enfermeiras correm para minha direcção vindo ajudar.

- Senhor, pode nos dizer o que aconteceu para ajudar no diagnóstico.

Pergunta uma médica loira para mim.

- Eu sinto muito, não sei de nada.

Eu respondo inpaciente com a sua pergunta.

- Como assim? O senhor a trouxe, como não sabe?

A médica diz fazendo um sinal chamando um polícial, reviro os olhos irritado com o que ela está querendo insinuar com isso.

- Encontramos-nos-a assim no cemitério, apenas a trouxemos para cá.

Eu respondo sua pergunta mantendo a calma, merda, olho para o meu relógio que está no meu pulso esquerdo, estou atrasado para minha reunião.

- Senhor? Senhor, não pode ir ainda, precisa prestar algumas declarações aos oficiais.

Ela diz seguindo-me rapidamente.

- Desculpa? Eu estou atrasado senhorita.

Respondo-a sem fazer questão de olhar para a sua cara.

- O senhor precisa esclarecer como a encontrou ou será preso.

Ela diz fazendo com que os meus pés free, preso?

- Com qual fundamento? Eu conheço os meus direitos senhorita.

Eu digo rosnando para ela.

- Senhor, por favor queira nos acompanhar.

Dois policiais aproximam-se de nós, m*****a hora que o meu dia começou.

- Victor, chame o meu advogado rapidamente.

Eu ordeno seguindo os passos dos policiais que guiam-me para uma sala minúscula.

- Por favor senhor, aguarde aqui.

Um dos oficiais diz, de seguida fecham a porta deixando-me aqui neste lugar sozinho por horas, várias horas sem falar com alguém.

Eu vou processar este maldito hospital por este desconforto que eles estão a obrigar-me a passar.

Levanto-me imediatamente quanto ouço o som da porta sendo aberta.

- Boa tarde Smith.

Keal diz entrando na sala.

- Maldição Keal, como é possível eu fique aqui o dia todo enquanto pago-te para fazer seu trabalho direito.

Eu falo irritada enquanto caminho para fora da m*****a sala.

- Eles precisavam obter resultados dos exames para saber o que aconteceu com ela antes de prosseguir consigo.

Ele diz explicando-me como funciona todo o procedimento.

Eu permaneci por várias horas naquela sala sem poder falar com ninguém, não pude participar das reuniões marcadas para hoje por causa de uma garota tola, sabe quanto eu lucro por dia?

Milhões.

E hoje eu fiz a droga de mau investimento ao parar para ajudá-la.

Meus clientes são muitos importantes, minha estratégia é atingir todo o mercado internancional.

Como um homem como eu pode perder reuniões apenas por salvar uma garota?

- Ela tem leucemia.

Kael diz levando-me para o ponto máximo do meu ânimo, consequentimente, freio meus pés rapidamente.

O quê?

Maldição, eu não esperava por isso.

- Senhor.

Victor diz mantendo sua habitual postura firme, seus olhos fixo nos meus, em silêncio, ele pronúncia palavras que ninguém pode ouvir.

Ele quer que eu vá fazer papel de um homem preocupado e atencioso. M*****a regras dos homens bons.

- Qual quarto?

Eu pergunto ordenando que os meus pés sigam o comando da minha mente, voltando novamente para o interior do hospital e verificar se ela precisa de alguma coisa, dinheiro por exemplo.

- Segundo andar, quarto 43.

Victor informa-me seguindo-me, limpo a poeira na manga direita do meu casaco, hospital, não existe algo mais horrível que passar daqui, o gosto de medicamentos sem que seja necessário engoli-las é a pior coisa que poderia sentir.

Hospitais públicos.

Malditos sejam.

- Próxima porta senhor.

Victor diz alertando-me, no entanto ouço muitos gritos antes de entrar no quarto indicado.

Gritos de uma mulher falando alto indignada por estar aqui, aproximo-me da porta para saber o que está acontecer.

- Você está desistindo de viver, o seu nivél sanguíneo denúncia claramente isso.

Uma mulher, um pouco mais velha e muito linda diz disso para a menina dos cabelos longos e negros.

- Viver para quê? Diga.

A menina dos cabelos negros pergunta a ela gritando.

- Não pode desistir, seu pai lutou muito....

A mulher mais velha tenta manté-la calma.

- Não fale dele porra, ele não está aqui para defender-se.

A menina dos cabelos negros diz chorando.

- A partir de hoje vamos monitorá-la, medicamentos, alimentação, tudo.

A mulher mais velha diz para ela desafiando-a.

- Não podem fazer isso.

A menina dos cabelos negros diz pegando um travesseiro em sua mão.

- Não vamos deixar você morrer, e sim podemos, como médicos, nossa obrigação é cuidar dos nossos pacientes, salvar vidas, não abandoná-las.

Encosto meu corpo na porta, a mulher dos cabelos negros longos, vira bruscamente para a nossa direcção, seus olhos negros ardem de raiva, ela está nervosa, revoltada e rebelde, uma bela mistura adolescente.

Sua mão larga o travesseiro na cama.

- Quem é ele?

Questiona olhando para a mulher mais velha

- Ele encontrou você desmaiada no cemitério.

Ela responde a sua pergunta.

- O que ele faz aqui? Veio receber seus agradecimentos por salvar-me?

Ela pergunta caminhando para minha direção.

- Eu não vou dizer obrigada porque não queria ser salva porra.

Ela diz encarando-me com um certo nojo em seus olhos, de seguida passa por me quase arraca meu braço quando atravessou a porta.

- Eu não acredito que perdi meu dia, milhões, clientes, para salvar uma suicida.

Digo tocando meu ombro onde ela bateu com força, ela frea seus passos para por alguns segundos, depois continua sua caminhada.

- Desculpa-me senhor Smith, obrigada por salvá-la.

A mulher mais velha diz, depois segui-a.

- Disponha.

Eu respondo caminhando até o meu carro.

- Reúna novamente os advogados.

Entro no carro não esperando a resposta dele, uma parte do meu dia deve ser recuperado.

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