intrigas

SCARLET

Penteio meus cabelos suavemente, eles são longos, negros, saudáveis. Diferente da minha saúde, pego o delineador para auxiliar no desenho das minhas sobrancelhas, odeio sentir-me doente, meu pai sempre dizia que a melhor forma de estar bem, é fazendo tudo que deixe-a com o auto-estima nos 100% todos os dias.

Papai, meu paizinho eu sinto muitas saudades suas.

Eu só tinha você, agora, agora eu estou sozinha. Segurando essa barra para que tudo não desabe, no entanto, não tenho esperanças. Essa luta está perdida, papai, eu vou estar consigo em breve.

Eu juro.

EDWART

Meus dedos encontram os teclados do meu macbook rapidamente, mas nada escrevo pois minha cabeça está ocupado, preocupado, ansioso para vê-la novamente.

Olho para vidro da janela novamente, nada, o carro nela não está no estacionamento do instituto, tenho vindo aqui por várias noites. Sempre sem sorte, por isso, decidi vir mais cedo.

Troquei papeis por assinar para vir aqui, reuniões, visita de cortesia a um dos meus estabelecimentos para estar aqui, ela tentou matar-se, será que voltou a fazé-lo e conseguiu?

Seu tolo, ela pode estar num caixão debaixo da terra enquanto eu estou aqui como um louco esperando por ela com o objectivo de vê-la.

- Senhor, ela chegou.

Victor diz apontando através de um olhar onde ela está, mas na verdade, seu carro acaba de ser estacionado no estacionamento externo do instituto. A primeira coisa que vejo é a bota negra de pico alto, ela sai do carro, assim noto o vestido negro decotado, ela cobre o corpo com um casaco vermelho, seus cabelos foram separados formandos dois coques de lados enrolados com laços negros.

Alguns fios de cabelos estão soltos.

Linda.

Eu gosto muito do seu penteado, muito sexy.

- Como as mulheres conseguem andar naquela coisa?

Questiono para me mesmo, seu corpo balança suavemente enquanto desfila naqueles sapatos altos.

- Eu não sei senhor.

Viro o meu rosto, eu não posso acreditar que fiz a questão em voz alta, abro a porta do carro ajustando o meu casaco.

- Senhor?

Victor pergunta.

- Vamos entrar.

Digo, caminho rapidamente para não lhe perder de vista, este lugar é grande, não conheço seu nome ou como a localizar

Em passos largos, entro no instituto, mas sou barrado na porta.

- Senhor, precisamos dos seus dados para ter a autorização para entrar.

Uma mulher diz.

- Estou apressado senhorita.

Respondo tirando meu documento da carteira e entrego-a, apressado inicio a marcha, mas sou barrado novamente.

- Senhor, o instituto tem regras, precisa preencher o formulário antes de entrar.

Regras, regras.

- Os pacientes seguem essas regras?

Eu pergunto notando que ela entrou sem preencher os formulários.

- Desculpa senhor, não tenho permissão para responder essa questão.

A recepcionista entrega-me o formulário para responder as questões ali pedidas, depois disso eles entregam-me um crachá de visitante.

Eu não sei por onde começar, este lugar é muito grande, por sorte, vejo a mulher que a conheci no hospital.

Ela está vestindo uma bata que lhe identifica como médica.

Como eu perdi isso?

- Senhora? Lembra-se de mim?

Eu pergunto ansioso para obter sua resposta.

- Sr. Smith, como está?

A resposta é sim, olho para o seu crachá, seu nome é Penny.

- Doutora Penny, como ela está?

- Bem.

Ela responde simplemente, frenzo o cenho, pelos vistos vai ser difícil ter algum tipo de informação dela.

- Eu posso vê-la? Estou preocupado.

Eu pergunto ansioso para vê-la.

- Claro, estou indo ter com ela para tomar seus medicamentos.

Sorrio satisfeito com a resposta, em passos largos, caminhamos até um quarto, mas, ela não está aqui.

- Por favor aguarde, vou obter informações sobre onde ela poderia estar.

Ela diz confusa, sai do quarto rapidamente, isso está muito estranho, nós a vimos entrar, não poderia ter indo muito longe.

Depois de alguns segundos de espera, ela retorna meio vermelha.

- Desculpa senhores, tive a informação que ela acabou de sair.

- E a medição?

Eu pergunto confuso.

- Outra médica responsável pelo monitoramento do seu medicamento deu-a.

Ela diz apressiva.

- Sabe dizer onde ela pode estar?

Eu pergunto notando muita diferença.

- Mercado. Ela odeia esses medicamentos, deve estar no mercado comprando algo para aliviar o cheiro da medicação, o mercado fica na vila a um kilomento daqui em direcção para o sul.

- Tudo bem, obrigado pela ajuda.

Eu digo saíndo do quarto, isso soa estranho, ela não saiu do instituto.

- Disponha.

Paro no estacionamento, seu carro ainda está aqui, é lógico que ela está mentindo, seu tom de voz mudou de um minuto para o outro. Ela não quer me ver.

- Fique aqui, não volte sem saber o seu endereço residencial.

Ordeno caminhando para o carro, por que é tão difícil obter algum tipo de informação sobre ela?

Não.

Porra, chega.

- Sua segurança estará comprometida senhor.

Victor diz claramente recusando-se a ficar.

- Envie alguém para substituí-lo enquanto estiver fora.

Eu digo para ele, mesmo notando seu desconforto, ele entrega-me as chaves do carro, eu vou voltar para o trabalho e colocar essa cabeça tola em ordem.

Maldição, m*****a mulher, porque não quis me receber?

Louca.

Dirigo de volta ao centro de Seattle, mas eu não consigo concentrar-me no trabalho por mais que eu insista, por fim resolvo chamar Cecília para distrair-me a mente.

SCARLET

- Eles já foram.

Ouço a voz da Penny dizer, o que ele está a fazer aqui?

Eu estava deitada na cama a espera da minha médica vir com a minha medição quando ouvi ela conversar com ele, a sua voz grave e autoritária é difícil de esquecer.

Escondi-me no armário para evitar um encontro com ele, enviei uma mensagem a Penny informando-a que não quero o ver, como uma boa doutora que ela é, fez o que pedi.

- Sério? Eu menti para aquele senhor que parecia preocupado consigo.

Ela diz entrando no quarto, reviro meus olhos, eu não preciso de estranhos invadindo minha vida como se eles fossem donos.

- Scarlet, ele o salvou, é normal que ele esteja preocupado.

Levanto os ombros não preocupada com o que ela tem a dizer sobre ele.

- Scarlet, por favor.

Ela implora.

- Olha, estou aqui, cumprindo todas as suas demandas médicas, não me obrigue a fazer isso, entenda os meus limites.

- Tudo bem, desculpa, pouco a pouco certo?

Aceno a minha cabeça confirmando o que ela diz, entraga-me a dose dos medicamentos, e um copo de água, engulo tudo sem pensar, m*****a doença.

- Deite na cama devagar.

- Muito fortes.

Eu resmungo sentindo um pouco de tonturas, esses medcamentos são muito fortes.

- Eu vou levar algo para comer, tens que comer muito para que essas dosagens não a deixe deprimida.

- Mudaram as doses?

Eu pergunto notando a diferença.

- Sim, você teve uma recaída, por isso as doses são forte, assim que ficar estável, voltamos com a medicação anterior.

Ela responde esclarecendo-me.

- Tudo bem, pouco a pouco.

Sossuro, fecho os meus olhos, estou com sono mas não posso dormir, eu não vou deixar esses medicamentos vencerem, eu sou forte, eu já os venci uma vez, posso o fazer novamente,

- Eu trago sua comida.

Penny diz, sico na posição sentada, olho para o prato de sopa de legumes, uma tijela de arroz, salada e frago.

- Devo seguir uma dieta alimentar?

Questiono enquanto pego uma colher para comer a sopa.

- Não, isso é tudo que temos aqui agora na cozinha, pode comer tudo que quiser, as frutas e saladas são obrigatórias diariamente, sem álcool, zero.

- Nem um copo de vinho?

Eu pergunto reclamando.

- Nesta fase não autorizo, vai depender dos resultados dos próximos exames.

Mais uma vez, aceno a cabeça enquanto termino de comer, perdi a conta de quantas vezes eu comi comida do hospital, muitos reclamam por não ser boa, comestíveis, mas eu digo que depende do seu diagnóstico hospitalar.

Eles cumprem rigorosadamente a dieta de cada paciente, por isso a má fama.

- Terminei.

Digo, a tontura passou perfeito.

- Não esqueça a sessão com psicóloga.

Diz, pego o meu telefone rapidamente, sério? Eu não quero conversar com ela.

- Scarlet? a área psiquiatra fica do outro lado do corredor.

Diz ela travando os meus passos, eu não quero falar com ela.

- Eu não quero falar com ela, estou bem, muito bem.

- Você conhece as regras.

Sim, eu parei de tomar os medicamentos sem a autorização médica, auto suicidio resulta de várias sessões com a psicóloga para saber como a minha mente está reagindo a tudo isso.

- Merda.

Ela não vai sair do meu pé mesmo eu peça, inicio a marcha para o corredor que leva para área psiquiatra, mesmo que eu negue, lute para ir embora, eu sei que desse instituto não vou sair sem terminar a minha agenda de tarefas.

- Boa garota.

EDWART

- Tens a certeza que é aqui?

Eu pergunto novamente para ele.

- Sim senhor.

Victor responde-me firme.

Olho para casa de um andar, ela possuí uma casa de árvore que estende-se para perto do uma janela, com certeza é o quarto dela.

Seu endereço fica perto da vila e do instituto, agora entendo porquê ela não está internada, é fácil prestar socorro caso aconteça algo com ela. Sua casa é de optima qualidade, as paredes do pequeno moro é moderno, o design da casa é actualizado, ou ela mudou-se para cá recentemente ou ela não é o que representa ser.

- Aguarde aqui, eu vou falar com ela.

Eu digo para ele iniciando uma marcha lentamente, espero que ela não receba-me a pacandas como de custume, noto o carro vermelho da marca Ford que dei-lhe, ela está na garagem extrerna ainda com aquele laço enorme por cima dele.

Ela ainda não fez questão de ao menos fingir que viu, toco a campainha duas vezes e espero.

- O que faz aqui?

Diz assim que abre a porta, ela vesti um pijama rosa, seus cabelos estão presos num coque.

- Ver você oras.

Eu digo para ela.

Revira os olhos bruscamente deixando-me nervoso com essa ousadia, Tiro poeira imaginária que está no meu casaco, imediatamente fecha a porta na minha cara.

Maldicão.

Louca.

- Eu não vou sair daqui sem falar consigo.

Eu digo batendo a porta.

- Eu vou chamar a polícia.

Ela grita em resposta.

- Com qual fundamento?

Eu pergunto num tom de deboche.

- Perseguição, invasão domiciliar.

Ela debocha de volta.

- Sou grande empresário...

- Junto com a imprensa.

Eu diz claramente sabendo como atingir-me.

Porra.

Não há razão para chamar a imprensa, eles inventam muita coisa e ainda destruem tudo que tocam, nada de imprensa.

- Tudo bem, vamos fazer assim, afasto-me da sua porta e você fala comigo por um minuto depois vou embora.

Eu faço um acordo.

- Um minuto.

Ela concorda, afasto-me da sua porta colocando uma grande distância entre nós, ela abre a porta novamente, desta vez fechando por completo atrás de si.

- Fale.

Ela diz rudemente, o que espera?

- Como você está?

Eu pergunto inquieto.

- Bem.

Ela responde sem nenhum interesse.

- Precisa de alguma coisa?

Eu pergunto com cuidado.

- Paz.

Essas meias respostas não dá para iniciar ao menos uma conversa.

- Porque não gosta de mim?

Eu pergunto cansado disso, ela não quer conversar comigo, a primeira mulher que conheço que não quer conversar comigo.

- Eu não sou obrigado a gostar de você.

Ela diz cruzando os braços.

- Eu sei...

- Tempo esgotado.

Ela diz, antes que ela volte para dentro eu pergunto.

- Eu posso convidá-la para jantar?

Eu finalmente pergunto, porra, o que eu fiz?

- Vá embora porra.

Ela grita irritada, merda, ela vai acordar os vizinhos desse jeito e eu vou ficar preso por algumas horas por ser um idiota novamente.

- Eu vou voltar.

Eu digo claramente ameaçando-a.

- Olha aqui seu idiota...

Eu não sei o que aconteceu, de repente ela fica tonta, mas segura o pilar da parede para não cair no chão da sua varanda.

- Ei? Quer que eu vá chamar um médico?

Pergunto preocupado, eu não posso aproximar-me dela sem que ela surte, por isso resolvo permanecer longe.

- Não, estou bem, preciso descansar.

Diz recuperando a postura anterior, sera que isso é normal?

- Tudo bem, eu não vou incomodá-la.

Digo, eu não quero que ela fique mais nervosa, talvez seja eu o culpado. Eu não deveria a incomodar desse jeito, muito menos nesse estado em que ela encontrasse.

- Senhor?

Victor Pergunta.

- Casa.

Eu respondo a sua pergunta, olho para janela acessa do seu quarto, eu vou, mais o meu coração e cabeça ficam aqui, preocupados consigo garota.

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