O homem permaneceu de pé, de costas para a luz, completamente à vontade, mesmo com o estrondo que Eliana havia causado. Em vez de se alarmar, ele encontrou espaço para deboche: — Nada mal. Até nessas condições, você consegue me localizar pelo som. Eliana encarou a silhueta ereta e imponente dele, mas sua expressão estava ainda mais sombria do que o quarto mal iluminado. — Quem é você, afinal? — Que pergunta... Eu sou o Falcão, é claro... Ele mal terminara a frase quando foi interrompido pelo movimento súbito de Eliana. Em um piscar de olhos, ela já estava atrás dele, a mão direita pousando firmemente em seu ombro esquerdo, pronta para girá-lo e ver seu rosto de uma vez por todas. Falcão, no entanto, reagiu com rapidez e segurou a mão dela em sua palma com firmeza, um sorriso brincando em seus lábios. — Se você queria me ver, era só pedir. Afinal, não somos estranhos. Não tenho nada a esconder. Dizendo isso, ele se virou lentamente. E foi naquele momento que Eliana v
— Certo, já que é assim, vou direto ao ponto. Minha condição é bem simples... — Falcão olhou para Eliana, pausando entre cada palavra. — Seja minha namorada. — Pode repetir? — Eliana piscou, incrédula, achando que havia escutado errado. Ela estava convencida de que tudo aquilo era um plano para tirar sua vida. Mas, ao invés disso... — Basta você aceitar ser minha namorada, e eu desfaço a hipnose da Leyla imediatamente. — Continuou Falcão, com uma expressão séria. — E prometo que nunca mais encostarei um dedo nela. — Você... — Eliana começou, mas Falcão a interrompeu antes que pudesse concluir. — Não precisa responder agora. Vou te dar três dias para pensar. Seu tom não deixava dúvidas: ele não estava brincando. Eliana o encarou, incrédula. Não fazia nenhum sentido. Eles mal se conheciam, então como ele podia propor algo tão ridículo? Para Eliana, aquilo era a coisa mais absurda que já ouvira. — Um novo joguinho? — Ela riu, mas o tom de sua risada era frio. — E o objet
Três minutos. Só restavam três minutos! Se fosse outra pessoa, talvez fosse apenas uma ameaça vazia. Mas a habilidade de Falcão com hipnose era incomparável. Ele podia, mesmo à distância, controlar a vida e a morte de alguém. Enfrentá-lo seria impossível, a menos que o mestre Raul ainda estivesse vivo. No fundo, Eliana sabia que estava em desvantagem. Se fosse tão boa quanto achava, não teria se deixado encurralar assim. Contudo, aceitar as condições de Falcão sem lutar parecia absurdo. Seus olhos brilharam com determinação. Eliana desligou o telefone e deu um passo à frente. Olhou para os médicos e enfermeiros na sala e ordenou: — Saiam todos daqui! Os profissionais de saúde, que já conheciam Eliana e sua autoridade, não hesitaram. Interromperam o que estavam fazendo e deixaram a sala rapidamente, um a um. Com a sala limpa, Eliana não perdeu tempo. Aproximou-se da cama de Leyla. Três minutos... Não, menos do que isso agora. Ela tinha que tentar mais uma vez! Até o últi
No fim, ela realmente não era páreo para o Falcão... — Cu-cunhada... Uma voz fraca, quase um sussurro, fez o coração de Eliana dar um salto. Ela ergueu os olhos, incrédula, e viu Leyla, finalmente acordada. Ela havia despertado! Mas o mais importante para ela, no fundo, era a relação entre ela e Jacob? Isso significava que tudo o que Eliana dissera antes teria que ser cumprido? Ao pensar nisso, Eliana lançou um rápido olhar de canto para Jacob. Mesmo que Leyla levasse as palavras a sério, Jacob certamente não acreditaria. Ele sempre desconfiou dela, achando que tinha segundas intenções. Agora, com sua verdadeira identidade revelada, qualquer dúvida que ele tivesse no passado estaria confirmada. Aos olhos dele, ela era apenas uma mentirosa, alguém que ele desprezaria ainda mais. Essa linha de pensamento, em vez de preocupá-la, acabou deixando-a mais tranquila. Voltou sua atenção para Leyla e começou a preparar os exames que precisavam ser feitos. Mas, antes que pudesse fazer
Eliana interrompeu Leyla antes que ela pudesse terminar a frase: — Leyla, você acabou de acordar. Não fale tanto, precisa descansar para se recuperar mais rápido! Enquanto falava, Eliana ajeitava cuidadosamente o cobertor sobre Leyla. — Isso, descanse. Seja boazinha. Leyla olhou para Jacob, que estava parado na porta, e seus olhos brilharam com uma pontada de travessura. — Cunhada, por que está tão nervosa? Eu só ia perguntar se a vovó ainda não sabe que eu sofri um acidente, né? — Ah, era isso? — E se não fosse isso, seria o quê? — Leyla voltou a encarar Jacob com um olhar cheio de intenções. — Ou será que você disse outra coisa enquanto eu estava inconsciente? Eliana também olhou para Jacob e respondeu rapidamente: — Não falei nada além disso! Leyla, no entanto, insistiu, fixando os olhos em Jacob: — É verdade, irmão? Ignorando completamente o tom sugestivo da irmã, Jacob entrou no quarto com passos firmes e entregou a sacola com os itens que Eliana havia pedi
Era como matar dois coelhos com uma cajadada só. Por isso, se ele dissesse aquelas palavras, seria muito melhor do que se ela dissesse.Mas, seu irmão… Ah, deixa pra lá. Contanto que sua cunhada voltasse para a família Perry, Leyla estava disposta a ser egoísta dessa vez. Pressionando os lábios em uma expressão resoluta, Leyla finalmente criou coragem para dizer o que estava martelando em sua cabeça desde que acordara: — Cunhada, enquanto eu estava inconsciente, ouvi você dizer que, se eu acordasse, você iria se casar de novo com o meu irmão… — Ah! — Eliana, com uma expressão exagerada, levou as mãos à barriga. — Acho que meu estômago está meio estranho… Preciso ir ao banheiro! Antes que Leyla pudesse reagir, Eliana praticamente correu para fora do quarto, como se estivesse fugindo. Leyla franziu o cenho, claramente irritada, e descarregou toda sua frustração sobre Jacob: — Você não vai atrás dela? Ou quer que eu, que nem consigo sair da cama, continue ajudando você? Le
As palavras de Jacob ecoaram no ar quase ao mesmo tempo que o toque do celular de Eliana. Antes que ela pudesse reagir, uma cena inesperada se desenrolou: um carro vinha em alta velocidade, direto em direção a eles. O motorista parecia tê-los visto, mas, mesmo assim, não diminuiu a marcha. Pelo contrário, acelerou ainda mais. Quando o impacto parecia inevitável, Jacob envolveu a cintura de Eliana com firmeza e a puxou para trás rapidamente, afastando os dois do perigo. Enquanto isso, os olhos de Eliana seguiram fixos no veículo que se afastava. Ela viu, sem sombra de dúvida, que quem estava no carro era Falcão. Ele realmente tentaria matá-la só porque ela não aceitou sua proposta? Não, não era isso. Era apenas um aviso. Um aviso claro e direto. Mas Eliana não tinha a menor intenção de deixar isso passar. Se ele teve a audácia de agir de forma tão ostensiva, era porque não a via como uma ameaça. E isso era algo que ela precisava mudar, especialmente para garantir que Leyla não s
Como se tivesse lido seus pensamentos, Falcão disse: — Já que ameaçar Leyla não funciona com você, que tal fazermos um acordo? Você não está procurando o assassino? Eu te ajudo a encontrá-lo. Mas, em troca, você se torna minha namorada. Eliana revirou os olhos. — Você está tão desesperado assim por uma mulher? Falcão balançou a cabeça, com um sorriso tranquilo no rosto. — Não estou desesperado por qualquer mulher. Estou desesperado por você. — O que você realmente quer? — Eliana tinha a sensação de que jamais conseguiria decifrá-lo. Até agora, ela não conseguia determinar se ele era um aliado ou um inimigo. Se fosse um vilão, não havia provas sólidas de que ele estivesse ligado ao assassino. Se fosse um aliado, o que ele havia feito com Leyla era o suficiente para desqualificá-lo como uma boa pessoa. Falcão deu um passo à frente, reduzindo ainda mais a distância entre eles. Ele estava tão próximo que a pressionou contra o carro, os olhos fixos nos dela. — Já disse,