— Você quer que eu desfaça a hipnose da Leyla? Não é impossível, mas tem uma condição... — Disse Falcão, parando por um instante, como se estivesse escolhendo as palavras. — Condição? — Eliana riu, com sarcasmo evidente. — Por que não vai negociar com o Jacob? — Ele não está à altura! — Falcão respondeu com desdém, o tom carregado de desprezo por Jacob. — Fique tranquila, minha condição é bem simples. Nada que vá te causar dificuldades. Assim que você aceitar, eu desfaço a hipnose da Leyla imediatamente. Ele fez uma pausa e acrescentou: — Faz quantos dias mesmo que Leyla está em coma? Se fosse algo natural, talvez não tivesse grandes consequências. Mas, no caso de hipnose... Eliana sabia que ele tinha razão. Quanto mais tempo Leyla permanecesse naquele estado, mais prejudicial seria para sua saúde. Foi exatamente por isso que, mesmo sabendo do risco, ela decidiu procurar Falcão. Embora ele não tivesse dito claramente qual era a tal condição, Eliana o conhecia bem. Não era n
O homem permaneceu de pé, de costas para a luz, completamente à vontade, mesmo com o estrondo que Eliana havia causado. Em vez de se alarmar, ele encontrou espaço para deboche: — Nada mal. Até nessas condições, você consegue me localizar pelo som. Eliana encarou a silhueta ereta e imponente dele, mas sua expressão estava ainda mais sombria do que o quarto mal iluminado. — Quem é você, afinal? — Que pergunta... Eu sou o Falcão, é claro... Ele mal terminara a frase quando foi interrompido pelo movimento súbito de Eliana. Em um piscar de olhos, ela já estava atrás dele, a mão direita pousando firmemente em seu ombro esquerdo, pronta para girá-lo e ver seu rosto de uma vez por todas. Falcão, no entanto, reagiu com rapidez e segurou a mão dela em sua palma com firmeza, um sorriso brincando em seus lábios. — Se você queria me ver, era só pedir. Afinal, não somos estranhos. Não tenho nada a esconder. Dizendo isso, ele se virou lentamente. E foi naquele momento que Eliana v
— Certo, já que é assim, vou direto ao ponto. Minha condição é bem simples... — Falcão olhou para Eliana, pausando entre cada palavra. — Seja minha namorada. — Pode repetir? — Eliana piscou, incrédula, achando que havia escutado errado. Ela estava convencida de que tudo aquilo era um plano para tirar sua vida. Mas, ao invés disso... — Basta você aceitar ser minha namorada, e eu desfaço a hipnose da Leyla imediatamente. — Continuou Falcão, com uma expressão séria. — E prometo que nunca mais encostarei um dedo nela. — Você... — Eliana começou, mas Falcão a interrompeu antes que pudesse concluir. — Não precisa responder agora. Vou te dar três dias para pensar. Seu tom não deixava dúvidas: ele não estava brincando. Eliana o encarou, incrédula. Não fazia nenhum sentido. Eles mal se conheciam, então como ele podia propor algo tão ridículo? Para Eliana, aquilo era a coisa mais absurda que já ouvira. — Um novo joguinho? — Ela riu, mas o tom de sua risada era frio. — E o objet
Três minutos. Só restavam três minutos! Se fosse outra pessoa, talvez fosse apenas uma ameaça vazia. Mas a habilidade de Falcão com hipnose era incomparável. Ele podia, mesmo à distância, controlar a vida e a morte de alguém. Enfrentá-lo seria impossível, a menos que o mestre Raul ainda estivesse vivo. No fundo, Eliana sabia que estava em desvantagem. Se fosse tão boa quanto achava, não teria se deixado encurralar assim. Contudo, aceitar as condições de Falcão sem lutar parecia absurdo. Seus olhos brilharam com determinação. Eliana desligou o telefone e deu um passo à frente. Olhou para os médicos e enfermeiros na sala e ordenou: — Saiam todos daqui! Os profissionais de saúde, que já conheciam Eliana e sua autoridade, não hesitaram. Interromperam o que estavam fazendo e deixaram a sala rapidamente, um a um. Com a sala limpa, Eliana não perdeu tempo. Aproximou-se da cama de Leyla. Três minutos... Não, menos do que isso agora. Ela tinha que tentar mais uma vez! Até o últi
No fim, ela realmente não era páreo para o Falcão... — Cu-cunhada... Uma voz fraca, quase um sussurro, fez o coração de Eliana dar um salto. Ela ergueu os olhos, incrédula, e viu Leyla, finalmente acordada. Ela havia despertado! Mas o mais importante para ela, no fundo, era a relação entre ela e Jacob? Isso significava que tudo o que Eliana dissera antes teria que ser cumprido? Ao pensar nisso, Eliana lançou um rápido olhar de canto para Jacob. Mesmo que Leyla levasse as palavras a sério, Jacob certamente não acreditaria. Ele sempre desconfiou dela, achando que tinha segundas intenções. Agora, com sua verdadeira identidade revelada, qualquer dúvida que ele tivesse no passado estaria confirmada. Aos olhos dele, ela era apenas uma mentirosa, alguém que ele desprezaria ainda mais. Essa linha de pensamento, em vez de preocupá-la, acabou deixando-a mais tranquila. Voltou sua atenção para Leyla e começou a preparar os exames que precisavam ser feitos. Mas, antes que pudesse fazer
Eliana interrompeu Leyla antes que ela pudesse terminar a frase: — Leyla, você acabou de acordar. Não fale tanto, precisa descansar para se recuperar mais rápido! Enquanto falava, Eliana ajeitava cuidadosamente o cobertor sobre Leyla. — Isso, descanse. Seja boazinha. Leyla olhou para Jacob, que estava parado na porta, e seus olhos brilharam com uma pontada de travessura. — Cunhada, por que está tão nervosa? Eu só ia perguntar se a vovó ainda não sabe que eu sofri um acidente, né? — Ah, era isso? — E se não fosse isso, seria o quê? — Leyla voltou a encarar Jacob com um olhar cheio de intenções. — Ou será que você disse outra coisa enquanto eu estava inconsciente? Eliana também olhou para Jacob e respondeu rapidamente: — Não falei nada além disso! Leyla, no entanto, insistiu, fixando os olhos em Jacob: — É verdade, irmão? Ignorando completamente o tom sugestivo da irmã, Jacob entrou no quarto com passos firmes e entregou a sacola com os itens que Eliana havia pedi
Era como matar dois coelhos com uma cajadada só. Por isso, se ele dissesse aquelas palavras, seria muito melhor do que se ela dissesse.Mas, seu irmão… Ah, deixa pra lá. Contanto que sua cunhada voltasse para a família Perry, Leyla estava disposta a ser egoísta dessa vez. Pressionando os lábios em uma expressão resoluta, Leyla finalmente criou coragem para dizer o que estava martelando em sua cabeça desde que acordara: — Cunhada, enquanto eu estava inconsciente, ouvi você dizer que, se eu acordasse, você iria se casar de novo com o meu irmão… — Ah! — Eliana, com uma expressão exagerada, levou as mãos à barriga. — Acho que meu estômago está meio estranho… Preciso ir ao banheiro! Antes que Leyla pudesse reagir, Eliana praticamente correu para fora do quarto, como se estivesse fugindo. Leyla franziu o cenho, claramente irritada, e descarregou toda sua frustração sobre Jacob: — Você não vai atrás dela? Ou quer que eu, que nem consigo sair da cama, continue ajudando você? Le
O médico olhou para o relógio, impaciente.— Cadê o marido da paciente? Se ele não vier logo assinar os papéis, vai ser tarde demais.A enfermeira respondeu com um ar de desconforto:— Ele disse que não vai vir. Disse que a paciente pode se virar sozinha, que ele não se importa.Se virar sozinha...Na mesa de cirurgia, coberta de ferimentos e lutando pela vida, Eliana Walton tentou levantar uma das mãos.— Me dá o celular... — Murmurou com dificuldade.A enfermeira, vendo o desespero nos olhos da paciente, rapidamente entregou o telefone.Com o corpo inteiro em agonia, Eliana forçou-se a discar o número que estava gravado em sua memória. O telefone quase desligou automaticamente quando, finalmente, a ligação foi atendida.— Eu já disse que a vida dela não importa para mim. — A voz do homem do outro lado era carregada de impaciência e desprezo.— Jacob... — Cada palavra que saía da boca de Eliana parecia rasgar seu corpo por dentro. — Depois que você levou a Pola, os sequestradores det