Eliana interrompeu Leyla antes que ela pudesse terminar a frase: — Leyla, você acabou de acordar. Não fale tanto, precisa descansar para se recuperar mais rápido! Enquanto falava, Eliana ajeitava cuidadosamente o cobertor sobre Leyla. — Isso, descanse. Seja boazinha. Leyla olhou para Jacob, que estava parado na porta, e seus olhos brilharam com uma pontada de travessura. — Cunhada, por que está tão nervosa? Eu só ia perguntar se a vovó ainda não sabe que eu sofri um acidente, né? — Ah, era isso? — E se não fosse isso, seria o quê? — Leyla voltou a encarar Jacob com um olhar cheio de intenções. — Ou será que você disse outra coisa enquanto eu estava inconsciente? Eliana também olhou para Jacob e respondeu rapidamente: — Não falei nada além disso! Leyla, no entanto, insistiu, fixando os olhos em Jacob: — É verdade, irmão? Ignorando completamente o tom sugestivo da irmã, Jacob entrou no quarto com passos firmes e entregou a sacola com os itens que Eliana havia pedi
Era como matar dois coelhos com uma cajadada só. Por isso, se ele dissesse aquelas palavras, seria muito melhor do que se ela dissesse.Mas, seu irmão… Ah, deixa pra lá. Contanto que sua cunhada voltasse para a família Perry, Leyla estava disposta a ser egoísta dessa vez. Pressionando os lábios em uma expressão resoluta, Leyla finalmente criou coragem para dizer o que estava martelando em sua cabeça desde que acordara: — Cunhada, enquanto eu estava inconsciente, ouvi você dizer que, se eu acordasse, você iria se casar de novo com o meu irmão… — Ah! — Eliana, com uma expressão exagerada, levou as mãos à barriga. — Acho que meu estômago está meio estranho… Preciso ir ao banheiro! Antes que Leyla pudesse reagir, Eliana praticamente correu para fora do quarto, como se estivesse fugindo. Leyla franziu o cenho, claramente irritada, e descarregou toda sua frustração sobre Jacob: — Você não vai atrás dela? Ou quer que eu, que nem consigo sair da cama, continue ajudando você? Le
As palavras de Jacob ecoaram no ar quase ao mesmo tempo que o toque do celular de Eliana. Antes que ela pudesse reagir, uma cena inesperada se desenrolou: um carro vinha em alta velocidade, direto em direção a eles. O motorista parecia tê-los visto, mas, mesmo assim, não diminuiu a marcha. Pelo contrário, acelerou ainda mais. Quando o impacto parecia inevitável, Jacob envolveu a cintura de Eliana com firmeza e a puxou para trás rapidamente, afastando os dois do perigo. Enquanto isso, os olhos de Eliana seguiram fixos no veículo que se afastava. Ela viu, sem sombra de dúvida, que quem estava no carro era Falcão. Ele realmente tentaria matá-la só porque ela não aceitou sua proposta? Não, não era isso. Era apenas um aviso. Um aviso claro e direto. Mas Eliana não tinha a menor intenção de deixar isso passar. Se ele teve a audácia de agir de forma tão ostensiva, era porque não a via como uma ameaça. E isso era algo que ela precisava mudar, especialmente para garantir que Leyla não s
Como se tivesse lido seus pensamentos, Falcão disse: — Já que ameaçar Leyla não funciona com você, que tal fazermos um acordo? Você não está procurando o assassino? Eu te ajudo a encontrá-lo. Mas, em troca, você se torna minha namorada. Eliana revirou os olhos. — Você está tão desesperado assim por uma mulher? Falcão balançou a cabeça, com um sorriso tranquilo no rosto. — Não estou desesperado por qualquer mulher. Estou desesperado por você. — O que você realmente quer? — Eliana tinha a sensação de que jamais conseguiria decifrá-lo. Até agora, ela não conseguia determinar se ele era um aliado ou um inimigo. Se fosse um vilão, não havia provas sólidas de que ele estivesse ligado ao assassino. Se fosse um aliado, o que ele havia feito com Leyla era o suficiente para desqualificá-lo como uma boa pessoa. Falcão deu um passo à frente, reduzindo ainda mais a distância entre eles. Ele estava tão próximo que a pressionou contra o carro, os olhos fixos nos dela. — Já disse,
Para evitar que Falcão tentasse algo contra Leyla novamente, Eliana, assim que voltou, pediu a Andrew que aumentasse o número de guardas disfarçados ao redor do hospital. No entanto, passaram-se dias sem que ele fizesse absolutamente nada. Será que ele percebeu que ameaçar Leyla não surtiria efeito e decidiu desistir? Se fosse o caso, não havia mais com o que se preocupar. Mas, mesmo assim, Eliana sabia que nunca poderia relaxar. Ela conhecia melhor do que ninguém o quão astuto Falcão podia ser. Ainda se lembrava claramente da única vez que os dois haviam executado uma missão juntos. Naquela ocasião, ele propositalmente fez o adversário baixar a guarda, apenas para atacá-lo de surpresa no momento mais inesperado, sem dar chance alguma de reação. Para evitar que ele usasse a mesma tática, Eliana não apenas manteve os guardas pela segurança de Leyla, como também aumentou o contingente. Assim que desligou o telefone com Andrew, recebeu uma ligação de Leyla. Olhando para o nome q
Aquelas palavras de Leyla quebraram as barreiras que Eliana tentava manter de pé: — Sua boba... Por que você é tão boa comigo? — Porque você merece! — Leyla disse com sinceridade, um sorriso doce iluminando sua voz. — Irmã, quando eu estiver completamente recuperada, vamos juntas atrás de quem destruiu sua família. Eliana quase não conseguiu segurar as lágrimas. — Combinado! Assim que desligou o telefone, Eliana pegou as chaves do carro e dirigiu para o hospital. Apressada para ver Leyla, acabou pisando fundo no acelerador. Mas, ao chegar, foi surpreendida por uma cena que não esperava. Leyla, que até então estava com o quadro estável, havia acabado de sofrer rejeição medicamentosa e estava sendo levada às pressas para a sala de emergência. Eliana correu até o médico responsável e o segurou pelo braço. — O que aconteceu? — Sua voz era grave, quase um grito. — Acabei de falar com ela, e estava tudo bem. Como pode ter tido uma rejeição tão repentina? A primeira coisa que
Embora as habilidades de hacker e hipnose de Eliana não se comparassem às de Falcão, havia um talento em que ele jamais poderia superá-la: a arte de fabricar venenos. O talento, afinal, era algo inato. Por mais que alguém se esforçasse, sem o dom natural, era impossível competir. A habilidade de Eliana na criação de venenos era tão extraordinária que nem mesmo Raul, o mestre de ambos, se estivesse vivo, seria páreo para ela. Naquela noite, Eliana passou horas em seu laboratório, desenvolvendo uma nova fórmula de veneno. Assim que terminou, ligou para Falcão. Do outro lado da linha, ele atendeu com evidente empolgação. — Eliana, a gente realmente tem uma conexão! Eu estava prestes a te ligar, e você me chamou antes. — É mesmo? — Eliana respondeu, sem demonstrar emoção. — Vamos direto ao ponto. Foi você quem mexeu com Leyla, não foi? — É claro que não. — Respondeu Falcão, negando de forma convincente. — Você me acusa injustamente. Leyla, para mim, já não tem utilidade algum
Fernanda deu uma pequena tossida e, tentando disfarçar o desconforto, disse: — Continuem conversando. Vou ver se apresso os pratos na cozinha! Ela sabia que deveria ter saído antes. Agora, havia escutado coisas que não devia. Será que Falcão seria capaz de matá-la para garantir o silêncio? No camarote, restaram apenas Eliana e Falcão. Com mais liberdade, ele se aproximou sem qualquer cerimônia, sentando-se ao lado dela. Sua mão avançou em direção ao rosto de Eliana, mas ela recuou imediatamente. — Elia, me diga. — Começou ele com um sorriso provocador. — Como você pretende demonstrar seu arrependimento? Eliana ignorou o gesto e, em vez disso, pegou duas taças, servindo-as com tequila. Entregou uma a ele, mantendo a outra consigo. — O mestre Raul sempre dizia que sua bebida favorita era tequila. Essa foi feita pela Fernanda. Experimente e veja se combina com seu gosto. Falcão olhou para o copo e riu. — Então você ainda se lembra do que eu gosto de beber? Que consideração