Como se tivesse lido seus pensamentos, Falcão disse: — Já que ameaçar Leyla não funciona com você, que tal fazermos um acordo? Você não está procurando o assassino? Eu te ajudo a encontrá-lo. Mas, em troca, você se torna minha namorada. Eliana revirou os olhos. — Você está tão desesperado assim por uma mulher? Falcão balançou a cabeça, com um sorriso tranquilo no rosto. — Não estou desesperado por qualquer mulher. Estou desesperado por você. — O que você realmente quer? — Eliana tinha a sensação de que jamais conseguiria decifrá-lo. Até agora, ela não conseguia determinar se ele era um aliado ou um inimigo. Se fosse um vilão, não havia provas sólidas de que ele estivesse ligado ao assassino. Se fosse um aliado, o que ele havia feito com Leyla era o suficiente para desqualificá-lo como uma boa pessoa. Falcão deu um passo à frente, reduzindo ainda mais a distância entre eles. Ele estava tão próximo que a pressionou contra o carro, os olhos fixos nos dela. — Já disse,
Para evitar que Falcão tentasse algo contra Leyla novamente, Eliana, assim que voltou, pediu a Andrew que aumentasse o número de guardas disfarçados ao redor do hospital. No entanto, passaram-se dias sem que ele fizesse absolutamente nada. Será que ele percebeu que ameaçar Leyla não surtiria efeito e decidiu desistir? Se fosse o caso, não havia mais com o que se preocupar. Mas, mesmo assim, Eliana sabia que nunca poderia relaxar. Ela conhecia melhor do que ninguém o quão astuto Falcão podia ser. Ainda se lembrava claramente da única vez que os dois haviam executado uma missão juntos. Naquela ocasião, ele propositalmente fez o adversário baixar a guarda, apenas para atacá-lo de surpresa no momento mais inesperado, sem dar chance alguma de reação. Para evitar que ele usasse a mesma tática, Eliana não apenas manteve os guardas pela segurança de Leyla, como também aumentou o contingente. Assim que desligou o telefone com Andrew, recebeu uma ligação de Leyla. Olhando para o nome q
Aquelas palavras de Leyla quebraram as barreiras que Eliana tentava manter de pé: — Sua boba... Por que você é tão boa comigo? — Porque você merece! — Leyla disse com sinceridade, um sorriso doce iluminando sua voz. — Irmã, quando eu estiver completamente recuperada, vamos juntas atrás de quem destruiu sua família. Eliana quase não conseguiu segurar as lágrimas. — Combinado! Assim que desligou o telefone, Eliana pegou as chaves do carro e dirigiu para o hospital. Apressada para ver Leyla, acabou pisando fundo no acelerador. Mas, ao chegar, foi surpreendida por uma cena que não esperava. Leyla, que até então estava com o quadro estável, havia acabado de sofrer rejeição medicamentosa e estava sendo levada às pressas para a sala de emergência. Eliana correu até o médico responsável e o segurou pelo braço. — O que aconteceu? — Sua voz era grave, quase um grito. — Acabei de falar com ela, e estava tudo bem. Como pode ter tido uma rejeição tão repentina? A primeira coisa que
O médico olhou para o relógio, impaciente.— Cadê o marido da paciente? Se ele não vier logo assinar os papéis, vai ser tarde demais.A enfermeira respondeu com um ar de desconforto:— Ele disse que não vai vir. Disse que a paciente pode se virar sozinha, que ele não se importa.Se virar sozinha...Na mesa de cirurgia, coberta de ferimentos e lutando pela vida, Eliana Walton tentou levantar uma das mãos.— Me dá o celular... — Murmurou com dificuldade.A enfermeira, vendo o desespero nos olhos da paciente, rapidamente entregou o telefone.Com o corpo inteiro em agonia, Eliana forçou-se a discar o número que estava gravado em sua memória. O telefone quase desligou automaticamente quando, finalmente, a ligação foi atendida.— Eu já disse que a vida dela não importa para mim. — A voz do homem do outro lado era carregada de impaciência e desprezo.— Jacob... — Cada palavra que saía da boca de Eliana parecia rasgar seu corpo por dentro. — Depois que você levou a Pola, os sequestradores det
Na manhã seguinte.Por causa da dor intensa no ferimento de Pola, ela insistiu para que Jacob ficasse mais uma noite no hospital.A caminho do trabalho, ao passar por um cruzamento, Jacob deu uma ordem repentina ao motorista:— Vá para a Vila Werland.Ele não queria voltar para lá, mas suas roupas já estavam há dois dias no corpo. Era hora de trocá-las.Ao chegar na casa, no entanto, não foi recebido com o calor habitual de uma mulher ansiosa pela sua chegada, mas sim com uma frieza que parecia preencher todo o ambiente.No centro da sala, sobre a mesa de café, estava um documento de divórcio.Jacob olhou para a assinatura no final da página, junto com a chave da casa colocada em cima do contrato. Seus olhos escuros brilharam por um breve momento, com uma emoção difícil de decifrar. Em seguida, ele subiu as escadas em direção ao quarto.Era a primeira vez que Jacob entrava no quarto de Eliana.Durante os últimos três anos, eles haviam vivido como estranhos, dividindo a mesma casa, mas
Cidade B ficava a apenas uma hora e meia de Cidade A de carro.Disfarçada, Eliana chegou à Mansão Mason no horário combinado. Sob o pretexto de tratar uma doença, ela aproveitou o momento em que ninguém estava por perto e hipnotizou Axel Mason, o chefe da família Mason.Infelizmente, ela não conseguiu arrancar nenhuma informação útil dele.Sem ter alcançado o objetivo, Eliana caminhava de cabeça baixa, perdida em pensamentos, até que sentiu uma dor repentina na testa.— Descul... — A palavra ficou presa na garganta quando ela levantou os olhos e viu o rosto de quem havia esbarrado nela.Jacob? O que ele estava fazendo ali? Que ironia do destino!Em questão de segundos, Eliana desviou o olhar e, com o rosto impassível, virou-se e saiu.Jacob ficou intrigado. A princípio, ela parecia que iria se desculpar, mas, ao vê-lo, mudou completamente de atitude. Aquele olhar... Tinha algo de ressentido, como se fossem inimigos.Ele se virou, observando a direção na qual ela caminhava, e ficou sur
— Um bilhão? — Jacob não hesitou nem por um segundo. — Fechado!Três anos atrás, ele havia sido envenenado em uma armadilha. Uma mulher, mesmo gravemente ferida, havia salvado sua vida.Após uma noite intensa, ao acordar, a mulher havia desaparecido sem deixar rastros.A escuridão daquela noite impediu Jacob de ver seu rosto, mas ele se lembrava de um perfume peculiar que exalava dela, algo que parecia com ervas medicinais.Ele mandou investigar, e a busca o levou até Pola Francis, filha da família Francis. Pola sempre fora frágil e doente, vivendo à base de remédios herbais.De acordo com o próprio relato de Pola, no dia em que ele foi atacado, ela havia sido sequestrada. Enquanto tentava escapar, encontrou Jacob e, apesar de suas feridas, colocou sua própria vida em risco para salvá-lo, entregando-lhe até sua virgindade.Naquela época, ela tinha apenas dezoito anos.Pola havia lhe salvado a vida, e ele lhe prometeu casamento. Mesmo com a desaprovação de sua avó, Jacob estava determi
O olhar afiado do homem voltou-se novamente para a varanda, e ele deu um sinal discreto para Thomas.Thomas deu uma volta rápida pelo quarto e voltou:— Senhor, não tem ninguém!— Chame o médico. — Ordenou Jacob, com os olhos frios. — E avise à administração do hospital. Quero todos os acessos bloqueados. Ninguém entra, ninguém sai!— Sim, senhor!Depois de examinada pelos médicos, foi confirmado que apenas havia retirado seu sangue, sem outros danos. Só então Pola conseguiu relaxar um pouco.Mesmo assim, ela estava preocupada. Com sua saúde em estado tão delicado, como não sentir medo? Mas o que a deixava confusa era o motivo de alguém se dar ao trabalho de roubar seu sangue.De repente, seus olhos brilharam com uma ideia, e as lágrimas começaram a escorrer em abundância.— Jacob, Eu... Eu não queria dizer nada, mas ela está passando dos limites. — Disse Pola, enxugando o rosto com as mãos.Ela viu naquela situação a oportunidade perfeita para difamar Eliana e, obviamente, não deixari