Então era por isso que ela tinha começado a se fechar cada vez mais? — Leyla, me escuta... Você não é feia, nem um pouco. Continua linda como sempre... — Não, não é verdade! Você tá mentindo pra mim! Eu ouvi eles falando… Disseram que eu tô horrível! — Leyla apertou os olhos com força, mas as lágrimas continuaram a escorrer. — Também disseram que, por mais dinheiro que eu tenha, nunca vou voltar a ser como antes. Eliana imaginou que o “eles” que Leyla mencionava fossem os enfermeiros ou médicos do hospital. Ela também já tinha ouvido esses comentários uma vez, enquanto passava pelo corredor. Ao pensar nisso, lançou um olhar de reprovação para Jacob. Se ele tivesse se importado com Leyla metade do que se importava com Pola, já teria percebido o que estava acontecendo com a própria irmã. Apesar da irritação, Eliana não falou nada. Preferiu focar em tranquilizar Leyla através da hipnose. Aos poucos, ela foi se acalmando. Quando terminou, Eliana não a despertou. Era melhor deixá
Jacob lançou um olhar para Eliana. — Se fosse sua irmã, você confiaria totalmente em deixá-la com outra pessoa? — O que você quer dizer com isso? — Eliana, na verdade, já sabia o que ele queria insinuar. — Você acha que ela tá segura na Werland Villa, mas aqui não tá? Se não tá satisfeito, então leva a Leyla agora mesmo! Sem hesitar, Jacob fez exatamente o que ela sugeriu. Foi até Leyla e disse diretamente: — Vamos. Leyla, que estava distraída até então, olhou para ele sem entender nada. — Pra onde? — Pra casa. Ao ouvir isso, Leyla imediatamente voltou o olhar para Eliana, com um semblante confuso. — Mana, você não disse que eu ia ficar aqui? Eliana nem teve tempo de responder antes que Jacob cortasse: — Ela mudou de ideia. Eliana teve vontade de arrancar a língua dele naquele momento! Achou que Leyla fosse resistir, mas, para sua surpresa, ela apenas ficou um pouco abatida, olhou para Eliana com olhos tristes, como uma criança sendo abandonada, e depois abaix
Já era tarde da noite quando Leyla finalmente adormeceu. Só então Eliana voltou para o próprio quarto. Mas, ao abrir a porta, deparou-se com Jacob lá dentro. Assim que o viu, o semblante dela mudou na hora. — Eu não sabia que você tinha o hábito de entrar sem ser convidado. Ignorando o tom ácido dela, Jacob foi direto: — O estado dela é grave? Ao perceber que ele estava preocupado com Leyla, a expressão de Eliana suavizou um pouco. Resolveu ser honesta. — Eu já a hipnotizei duas vezes, mas, pelo ritmo em que a condição dela está piorando, não fez efeito algum. Parece que ela se isolou completamente do mundo. O rosto de Jacob ficou ainda mais sério. — O que eu posso fazer? Eliana refletiu por um momento. — Se ela aceitar, você pode tentar conversar com ela. Mas a conversa precisa fazê-la sentir segurança, algo que só você pode transmitir. Talvez isso ajude. Ela sabia que o problema de Leyla era, no fundo, a falta de segurança emocional. Jacob, como irmão, talvez fo
O médico olhou para o relógio, impaciente.— Cadê o marido da paciente? Se ele não vier logo assinar os papéis, vai ser tarde demais.A enfermeira respondeu com um ar de desconforto:— Ele disse que não vai vir. Disse que a paciente pode se virar sozinha, que ele não se importa.Se virar sozinha...Na mesa de cirurgia, coberta de ferimentos e lutando pela vida, Eliana Walton tentou levantar uma das mãos.— Me dá o celular... — Murmurou com dificuldade.A enfermeira, vendo o desespero nos olhos da paciente, rapidamente entregou o telefone.Com o corpo inteiro em agonia, Eliana forçou-se a discar o número que estava gravado em sua memória. O telefone quase desligou automaticamente quando, finalmente, a ligação foi atendida.— Eu já disse que a vida dela não importa para mim. — A voz do homem do outro lado era carregada de impaciência e desprezo.— Jacob... — Cada palavra que saía da boca de Eliana parecia rasgar seu corpo por dentro. — Depois que você levou a Pola, os sequestradores det
Na manhã seguinte.Por causa da dor intensa no ferimento de Pola, ela insistiu para que Jacob ficasse mais uma noite no hospital.A caminho do trabalho, ao passar por um cruzamento, Jacob deu uma ordem repentina ao motorista:— Vá para a Vila Werland.Ele não queria voltar para lá, mas suas roupas já estavam há dois dias no corpo. Era hora de trocá-las.Ao chegar na casa, no entanto, não foi recebido com o calor habitual de uma mulher ansiosa pela sua chegada, mas sim com uma frieza que parecia preencher todo o ambiente.No centro da sala, sobre a mesa de café, estava um documento de divórcio.Jacob olhou para a assinatura no final da página, junto com a chave da casa colocada em cima do contrato. Seus olhos escuros brilharam por um breve momento, com uma emoção difícil de decifrar. Em seguida, ele subiu as escadas em direção ao quarto.Era a primeira vez que Jacob entrava no quarto de Eliana.Durante os últimos três anos, eles haviam vivido como estranhos, dividindo a mesma casa, mas
Cidade B ficava a apenas uma hora e meia de Cidade A de carro.Disfarçada, Eliana chegou à Mansão Mason no horário combinado. Sob o pretexto de tratar uma doença, ela aproveitou o momento em que ninguém estava por perto e hipnotizou Axel Mason, o chefe da família Mason.Infelizmente, ela não conseguiu arrancar nenhuma informação útil dele.Sem ter alcançado o objetivo, Eliana caminhava de cabeça baixa, perdida em pensamentos, até que sentiu uma dor repentina na testa.— Descul... — A palavra ficou presa na garganta quando ela levantou os olhos e viu o rosto de quem havia esbarrado nela.Jacob? O que ele estava fazendo ali? Que ironia do destino!Em questão de segundos, Eliana desviou o olhar e, com o rosto impassível, virou-se e saiu.Jacob ficou intrigado. A princípio, ela parecia que iria se desculpar, mas, ao vê-lo, mudou completamente de atitude. Aquele olhar... Tinha algo de ressentido, como se fossem inimigos.Ele se virou, observando a direção na qual ela caminhava, e ficou sur
— Um bilhão? — Jacob não hesitou nem por um segundo. — Fechado!Três anos atrás, ele havia sido envenenado em uma armadilha. Uma mulher, mesmo gravemente ferida, havia salvado sua vida.Após uma noite intensa, ao acordar, a mulher havia desaparecido sem deixar rastros.A escuridão daquela noite impediu Jacob de ver seu rosto, mas ele se lembrava de um perfume peculiar que exalava dela, algo que parecia com ervas medicinais.Ele mandou investigar, e a busca o levou até Pola Francis, filha da família Francis. Pola sempre fora frágil e doente, vivendo à base de remédios herbais.De acordo com o próprio relato de Pola, no dia em que ele foi atacado, ela havia sido sequestrada. Enquanto tentava escapar, encontrou Jacob e, apesar de suas feridas, colocou sua própria vida em risco para salvá-lo, entregando-lhe até sua virgindade.Naquela época, ela tinha apenas dezoito anos.Pola havia lhe salvado a vida, e ele lhe prometeu casamento. Mesmo com a desaprovação de sua avó, Jacob estava determi
O olhar afiado do homem voltou-se novamente para a varanda, e ele deu um sinal discreto para Thomas.Thomas deu uma volta rápida pelo quarto e voltou:— Senhor, não tem ninguém!— Chame o médico. — Ordenou Jacob, com os olhos frios. — E avise à administração do hospital. Quero todos os acessos bloqueados. Ninguém entra, ninguém sai!— Sim, senhor!Depois de examinada pelos médicos, foi confirmado que apenas havia retirado seu sangue, sem outros danos. Só então Pola conseguiu relaxar um pouco.Mesmo assim, ela estava preocupada. Com sua saúde em estado tão delicado, como não sentir medo? Mas o que a deixava confusa era o motivo de alguém se dar ao trabalho de roubar seu sangue.De repente, seus olhos brilharam com uma ideia, e as lágrimas começaram a escorrer em abundância.— Jacob, Eu... Eu não queria dizer nada, mas ela está passando dos limites. — Disse Pola, enxugando o rosto com as mãos.Ela viu naquela situação a oportunidade perfeita para difamar Eliana e, obviamente, não deixari