Jacob lançou um olhar para Eliana. — Se fosse sua irmã, você confiaria totalmente em deixá-la com outra pessoa? — O que você quer dizer com isso? — Eliana, na verdade, já sabia o que ele queria insinuar. — Você acha que ela tá segura na Werland Villa, mas aqui não tá? Se não tá satisfeito, então leva a Leyla agora mesmo! Sem hesitar, Jacob fez exatamente o que ela sugeriu. Foi até Leyla e disse diretamente: — Vamos. Leyla, que estava distraída até então, olhou para ele sem entender nada. — Pra onde? — Pra casa. Ao ouvir isso, Leyla imediatamente voltou o olhar para Eliana, com um semblante confuso. — Mana, você não disse que eu ia ficar aqui? Eliana nem teve tempo de responder antes que Jacob cortasse: — Ela mudou de ideia. Eliana teve vontade de arrancar a língua dele naquele momento! Achou que Leyla fosse resistir, mas, para sua surpresa, ela apenas ficou um pouco abatida, olhou para Eliana com olhos tristes, como uma criança sendo abandonada, e depois abaix
Já era tarde da noite quando Leyla finalmente adormeceu. Só então Eliana voltou para o próprio quarto. Mas, ao abrir a porta, deparou-se com Jacob lá dentro. Assim que o viu, o semblante dela mudou na hora. — Eu não sabia que você tinha o hábito de entrar sem ser convidado. Ignorando o tom ácido dela, Jacob foi direto: — O estado dela é grave? Ao perceber que ele estava preocupado com Leyla, a expressão de Eliana suavizou um pouco. Resolveu ser honesta. — Eu já a hipnotizei duas vezes, mas, pelo ritmo em que a condição dela está piorando, não fez efeito algum. Parece que ela se isolou completamente do mundo. O rosto de Jacob ficou ainda mais sério. — O que eu posso fazer? Eliana refletiu por um momento. — Se ela aceitar, você pode tentar conversar com ela. Mas a conversa precisa fazê-la sentir segurança, algo que só você pode transmitir. Talvez isso ajude. Ela sabia que o problema de Leyla era, no fundo, a falta de segurança emocional. Jacob, como irmão, talvez fo
Para ser sincera, Eliana estava um pouco desconfortável. Ser pega de surpresa assim era realmente constrangedor, mas a sensação durou apenas um instante. No momento seguinte, ela foi direta: — Se você não fosse o irmão da Leyla, eu não estaria nem um pouco preocupada com a sua vida ou morte. Jacob, no entanto, não acreditou. — Eliana, para de mentir pra si mesma! — Quem tá se enganando aqui é você, não eu! — Disse ela, com um sorriso sarcástico nos lábios. — Jacob, se está tentando chamar atenção, vai procurar a Pola. Não perca o seu tempo aqui. Ao ouvir o nome de Pola mais uma vez, os lábios de Jacob se apertaram em uma linha fina. Ele nunca se dava ao trabalho de explicar nada para ninguém. Não era apenas com Eliana, mas com qualquer pessoa. Achava que ações valiam mais do que palavras. Mas essa mulher era teimosa como uma pedra. Ele já tinha deixado tudo tão claro, e ela continuava fingindo que não percebia. Lembrou-se, então, de algo que Leyla havia lhe dito: "Tem
Por isso, sem avisar Jacob, Eliana decidiu levar Leyla para uma viagem. Às vezes, mudar de ambiente fazia toda a diferença. Depois que a situação da avó ficou estável, Jacob foi direto para a Mansão Morris, mas não encontrou ninguém. Perguntou aos empregados, mas todos permaneceram em silêncio absoluto. Ligou para Eliana, mas todas as chamadas foram rejeitadas. Sem outra opção, ele pediu que Thomas investigasse. O relatório que recebeu foi claro: — Verificamos todos os voos, trens de alta velocidade e até viagens de trem comuns. Não há registros de viagem da Sra. Perry ou da Srta. Leyla. Jacob, no entanto, não ficou exatamente surpreso. Apenas mais curioso. Quem estava ajudando Eliana a desaparecer assim? Seria Andrew, aquele homem que até agora ele não conseguira descobrir nada a respeito? Jacob estava convencido de que Andrew já sabia de tudo sobre Eliana, incluindo sua verdadeira identidade. Provavelmente era ele quem a vinha ajudando a se esconder todo esse tempo. E
Eliana soltou uma risada fria: — Só vocês? Os homens estavam todos armados, mas isso não a intimidava nem um pouco. Ela já tinha enfrentado situações muito piores. O que mais lhe preocupava agora não era sua própria segurança, mas sim Leyla. Ao pensar em Leyla, seus olhos se encheram de determinação. Com um movimento rápido e certeiro, ela desarmou o homem que havia acabado de provocá-la, tirando a metralhadora de suas mãos e apontando-a diretamente para sua cabeça. Sem hesitar, encarou os outros e ordenou: — Se não quiserem morrer, sumam daqui agora! Os homens não se deixaram abalar pela ameaça. O que estava sob a mira de Eliana zombou: — Que tal você competir com meus homens para ver quem tem a melhor pontaria? Vamos ver quem é mais rápido e mais preciso! A provocação fez o coração de Eliana acelerar por um instante, mas seu rosto permaneceu inabalável. — Ótimo, vamos ver quem ganha. Aqueles homens eram claramente assassinos profissionais, o tipo que não tinha nad
O homem que havia falado era o mesmo que Eliana havia imobilizado antes. Ele era grande e musculoso, com uma barba cerrada que acentuava ainda mais seu semblante insolente. De braços cruzados, ele ficou de frente para Eliana e lançou: — Eliana, que tal jogarmos um jogo? Os olhos dela se estreitaram levemente. — Solte Leyla. O que quer que esteja planejando, eu topo. — Você é mesmo generosa, mas Leyla ainda não pode ir embora. — Ele deu um sorriso malicioso. — Todo jogo precisa de plateia. Sem isso, onde estaria a graça? Depois de falar, ele gritou para fora da casa: — Entrem! Poucos segundos depois, uma dúzia de homens entrou. Eliana os reconheceu de imediato. Eram os mesmos que ela havia incapacitado com suas agulhas prateadas. Ela então voltou seu olhar para o homem de barba. Ele não era alguém comum. Não apenas conseguiu libertar a si mesmo como também desfez a imobilização dos outros em pouco tempo. Era evidente que esse grupo não estava brincando. A mente de El
No instante em que o disparo foi feito, Eliana moveu a cabeça rapidamente para o lado. Foi uma fração de segundo, quase imperceptível. Se tivesse sido um pouco mais lenta, sua cabeça teria explodido. Só ela poderia realizar um movimento tão preciso. Qualquer outra pessoa, por mais rápida que fosse, dificilmente teria conseguido escapar. O homem de barba cerrada, ao perceber que ela havia desviado, disparou uma segunda vez sem hesitar. Dois tiros em tão pouco tempo. Eliana havia escapado do primeiro, mas o segundo era inevitável. A bala estava prestes a atingir seu peito, quando uma força poderosa a puxou para o lado. O impacto a salvou, mas a pessoa que a puxou não teve tempo de desviar e acabou sendo atingida. Eliana estabilizou os passos e olhou para ver quem era. Para sua surpresa, era Jacob. Ele apenas a encarou por um momento, antes de partir para cima do homem de barba cerrada. Eliana viu a cena e não perdeu tempo. Foi direto até Leyla e a libertou. Sem Leyla como r
Eliana fez Jacob deitar de bruços na cama, preparando-se para realizar um procedimento improvisado. Naquele quarto, ela só tinha à disposição algumas ervas que usava para ajudar Leyla a tratar cicatrizes. Não havia nada que pudesse servir como anestésico ou sequer aliviar a dor. Assim como antes, quando retirou o projétil, ele teria que suportar tudo na base da força de vontade. Era impossível não admitir: a resistência de Jacob era impressionante. Durante todo o processo, ele não emitiu nenhum som, nem sequer um gemido. Se não fossem as gotas de suor escorrendo por sua testa, Eliana poderia pensar que ele simplesmente não sentia dor. Depois de reconectar os vasos rompidos e finalmente conter o sangramento, Eliana limpou o ferimento e fez um novo curativo. Quando terminou, estava prestes a se levantar para guardar os materiais. Mas, de repente, o mundo girou, e ela se viu presa sob o corpo de Jacob. — Você está louco? Quer morrer de vez? — Eliana não reagiu com tanta agressiv