Escorpião
Tenho uma rotina bem estabelecida. Todas as semanas, eu faço questão de verificar pessoalmente as cargas de drogas que chegam e recolher o dinheiro das extorsões pessoalmente, nossa organização presta serviços de “segurança” aos comerciantes locais. Procuro ser sempre meticuloso, sempre atento aos detalhes, pois sei que qualquer erro pode me custar caro, mas tinha alguma coisa fora do lugar e eu estava bem estressado, porque algo que não esperava acabou acontecendo. Mas hoje foi bem diferente, tudo estava mudado. Ao chegar no armazém onde as drogas eram armazenadas, percebi de cara que a carga estava incompleta. Um dos pacotes de cocaína estava faltando. Meu coração acelerou, mas mantive a calma. Pois sabia que, em situações como essa, a pior coisa que poderia fazer era perder o controle. Sem perder tempo, eu chamo um de meus homens de confiança, Vítor, e peço que ele fosse investigar o que havia acontecido. Minha cabeça já estava aquecendo enquanto, aguardo o seu retorno, meu sangue ferve só em saber que alguém tentou me passar para atrás. Em poucos minutos, percebo Vítor voltando com notícias preocupantes, ele logo me diz que um dos membros da gangue havia desaparecido, e junto com ele, a parte da carga faltante. Ao ouvir aquilo o copo que estava em minhas mãos, acabou de ser quebrado por mim mesmo, de ódio e de raiva. E penso comigo que aquilo, não podia ser uma coincidência. Pois não queria saber que alguém havia me traindo e a traição no meu mundo não era tolerada. Sem hesitar, dei as ordens para que todos os membros da gangue fossem convocados para uma reunião de emergência. Pois medidas drásticas precisam ser tomadas. Logo já estava decidido que precisaria dar o exemplo. Pois eu sabia que para manter o controle sobre minha organização, não podia demonstrar fraqueza. Ordenei que Vítor rastreasse o traidor e que o trouxessem vivo para que todos constatarem o que acontecia com quem ousava cruzar os meus caminhos. Enquanto espero, decido dar uma volta para começar a recolher o dinheiro das extorsões, pois sabia que o vento, gelado no meu rosto de alguma forma poderia acalmar-me, pego a chave do meu carro e chamo um dos meus caras para me acompanhar, Vou o caminho todo calado, um tempo depois, acabo chegando num pequeno comércio. Desço do meu carro ajeitando a arma na minha cintura, e sigo o meu caminho na calçada. Ao visitar um dos comerciantes, de cara ele já me entregar um pacote e perceber que o valor arrecadado estava abaixo do esperado. Um arrepio percorreu minha espinha. Algo maior estava acontecendo e falo: — Você sabe com quem está a lidar, não sabe parceiro? — digo impaciente intimidando o homem, que por sinal já estava tremendo. — Desculpa senhor Leonardo, a venda está fraca, mais assim que melhorar, pode deixar que eu pagarei, em dobro. — Irei te dar essa chance, mas se querem proteção, precisam cumprir a parte de vocês no acordo! Semana que vem estaremos aqui, novamente! Saio de volta para o meu galpão com os nervos à flor da pele. Ao retornar ao armazém, encontrei Vítor com cara de poucos amigos, me esperando com más notícias, aguardo ele falar: — Escorpião, temos um traidor, ele foi encontrado morto, mas o dinheiro e a droga ainda estão desaparecidos. Alguém está brincando conosco! Nunca pensei que um dos nossos ia nos trair desse jeito. E sabia que a única forma de restabelecer a ordem, seria tomar medidas drásticas e imediatas. Decidi que a partir daquele momento, todos estariam sob suspeita, e que qualquer sinal de deslealdade seria punido com a morte. Pois, sou o chefe e estou disposto a tudo para proteger o meu império, mesmo que isso signifique sacrificar alguns dos meus próprios homens. Caminho pelo galpão com passos firmes, o som de minhas botas ecoando como um prenúncio do que está por vir. A atmosfera está pesada, os homens nas sombras sabem que algo mudou, mas ninguém ousa falar. As vozes baixas se calam quando me aproximo, e tudo o que posso ouvir é o meu próprio respirar, misturado ao som distante de uma rua movimentada. Estou completamente imerso nos meus próprios pensamentos, mas sei que a tensão se espalha como fogo. Chego até o centro do armazém, onde todos estão reunidos. Eles me observam, esperando alguma ordem, uma direção. Mas não vou dar explicações. Eles sabem o que está em jogo, sabem que a lealdade aqui é tudo. Agora, mais do que nunca, a confiança é a única moeda que importa. Olho para cada um deles, com a frieza de quem já decidiu o destino de muitos. Se alguém pensar em me desafiar, essa será a última coisa que fará. Não há espaço para fraqueza, para dúvidas. Se alguém está tentando nos derrubar, deve ser cortado pela raiz. Um traidor é como uma doença, e doenças não podem ser curadas, apenas erradicadas. — Escutem bem. — falo, a voz baixa, mas cortante. — Quem se atrever a brincar com o meu império, trair a nossa lealdade, vai pagar com a própria vida. Não há espaço para erros aqui. Vítor está ao meu lado, olhando para os outros homens, tentando ler as suas reações. Sei que ele confia em mim, mas o medo está escrito no rosto de todos. A palavra "morte" já paira no ar. E é isso que todos devem entender, quem cruzar a linha, quem for fraco, quem tentar nos manipular, será eliminado! Eu não sou um líder que dá segunda chance. Aqui, ou você é leal ou não sobrevive.Sinto o peso da decisão, mas também a certeza de que estou fazendo o que precisa ser feito. O império é meu, e ninguém vai derrubá-lo. Nem mesmo de dentro. — Agora, cada um de vocês vai se perguntar: — Quem aqui está realmente do meu lado? Quem está disposto a morrer por essa causa? Se tiverem dúvidas, é melhor que saiam agora. Porque não vou aceitar a traição de ninguém. A sala se cala. O ar parece mais denso, mais quente. Todos sabem o que isso significa. Não haverá mais segredos entre nós. E, se alguém duvidar da minha palavra, a punição será rápida e sem misericórdia. Olho para Vítor mais uma vez, e vejo nele o reflexo do que todos devem estar sentindo. O medo. A pressão. Mas também, lá no fundo, a compreensão de que nada disso é pessoal. Tudo é pelo império. Com um último olhar para os homens reunidos, dou as costas e sigo para meu escritório. A mente está fervendo com planos, com estratégias. Mas, acima de tudo, com a certeza de que a única coisa que ainda importa aqui é a sobrevivência. E para sobreviver, é preciso ser imbatível.Jade Acordo com um sobressalto, o meu coração estava disparado no peito. O quarto em minha volta estava mergulhado na escuridão, interrompida apenas pela fraca luz da lua que se infiltrava pelas cortinas entreabertas que eu deixei. Ainda me sentindo desorientada, o meu corpo úmido de suor e o ar pesado, como se algo invisível tivesse acabado de se dissipar. Esfrego os meus olhos, tentando apagar a imagem que persistia em minha mente, o rosto do homem que um dia havia me salvado. Fazia anos que não pensava nele, que não revivia aqueles momentos. No entanto, ali estava ele, vívo, como se o tempo não tivesse passado.Tentando entender por que agora? Por que aquele sonho, tão inesperado e intenso?Me sento na cama, puxando as cobertas ao redor de mim, enquanto os pensamentos começavam a organizar em minha mente. O que aquilo significava? Conversava comigo mesmo que ele queria dizer? Intrigada e perturbada, sabia que não ia conseguir mais voltar a dormir. Precisava entender. Algo dentro
JadeFalei com minha avó que era hora de eu partir. Sei o quanto é difícil para ela ficar sozinha, pois sou a única família que ela tem. Essa situação também me entristece, mas entendo que é para o bem dela. Compartilhei um abraço demorado e apertado, prometendo que, assim que pudesse e tivesse livre, retornaria para visitá-la mais vezes. Nesse momento, meu celular tocou e, entro no carro e, atendo:— Olá, Henrique. Tudo bem? Como estão as coisas por aí?— Estou bem, um pouco sobrecarregado, mas estou conseguindo me organizar. Aonde você está indo?— Aproveitei a oportunidade para visitar minha avó, mas já estou prestes a sair.— Que bom! Você gostaria de tomar algo comigo?— Estou precisando, realmente. Você leu meus pensamentos! Aguarde-me no local de sempre, até lá.Dou uma última olhada para ela e acelero fundo.Já estávamos no bar, rindo e conversando descontraidamente enquanto compartilhavam algumas cervejas. O ambiente era aconchegante, com a luz suave das luminárias pendendo
Jasmine Permita-me apresentar-me, me chamo Jasmine Benson sou irmã mais velha, da jade tenho 28 anos e a minha vida havia desmoronado de uma maneira que eu jamais imaginaria. Antes, eu era técnica de enfermagem, uma profissão que me dava propósito, e mais que isso, eu era mãe de um menino que era o meu mundo. Mas, quando descobrir quê no final da minha gravidez, tinha dado pré eclampsia, e tinha evoluído para síndrome de hellp ele teve duas, paradas cardiorrespiratória após o nascimento e não resistiu, fiquei sem chão o buraco em meu peito parecia impossível de preencher.Nada fazia sentido. Nenhum sorriso, nenhuma rotina, nenhum dia que passava. A dor era um eco constante que me perseguia. Em meio a esse luto, eu começei a me distanciar de todos. A vida que antes tinha eu conhecia não existie mais. Foi então que eu busquei alívio conhecer um dos subordinados do Escorpião, um homem conhecido nas ruas como Coringa. Ele pode ser até perigoso, mas havia algo na escuridão dele que ref
JadeAcordo com o som suave do alarme do meu celular, que toca pontualmente às 6:00 horas. Eu respiro fundo, sentindo o aroma familiar do café que já está sendo preparado na cozinha, graças ao temporizador da minha cafeteira. Ainda com os olhos fechados, eu me espreguiçava na cama, esticando os braços acima da minha cabeça e relaxando os músculos antes de abrir os olhos. Me levanto com um pouco de preguiça, mas a determinação de enfrentar mais um dia no departamento de polícia me faz querer levantar imediatamente. Caminho até o banheiro e inicio a minha rotina de higiene pessoal, e agora sim, despertei de vez! A luz suave do amanhecer entrando pela janela, iluminando o espelho enquanto eu termino de escovar os dentes, me dá uma motivação extra, os meus olhos assumem a direção e é focado no reflexo. Eu prendo meus cabelos em um rabo de cavalo rápido e prático antes de vestir o meu uniforme, que sempre mantenho arrumado na cadeira ao lado da minha cama.Sou uma mulher prática, sempre
EscorpiãoEu sou Leonardo Ambrosio, mas esse nome é conhecido por poucos, quem quiser me encontrar ou saber algo a meu respeito pode procurar por Escorpião. Tenho 37 anos, e o Bronx é a minha casa. Cresci nas ruas daqui, após fugir de casa aos quatorze anos de idade, logo aprendi que a sobrevivência é um aprendizado diário, e cada esquina tem uma história marcada por lutas e vitórias. A minha maior sorte na vida foi um dia ter sido encontrado pelo Zeus, mas isso fica para outra hora. A minha vida não é um conto de fadas, mas é a vida que escolhi, ou talvez a que me escolheu.Aqui, no Bronx, controlamos muito mais do que territórios. Nós somos os responsáveis por manter o equilíbrio num ambiente onde a tensão pode explodir a qualquer momento. A produção, distribuição e venda de substâncias como cocaína, heroína e maconha são nossas principais atividades. Sim, são ilegais, mas é o que sustenta muitos de nós, o que mantém as luzes acesas e as famílias alimentadas. Não somos santos, mas t