Jade
Falei com minha avó que era hora de eu partir. Sei o quanto é difícil para ela ficar sozinha, pois sou a única família que ela tem. Essa situação também me entristece, mas entendo que é para o bem dela. Compartilhei um abraço demorado e apertado, prometendo que, assim que pudesse e tivesse livre, retornaria para visitá-la mais vezes. Nesse momento, meu celular tocou e, entro no carro e, atendo: — Olá, Henrique. Tudo bem? Como estão as coisas por aí? — Estou bem, um pouco sobrecarregado, mas estou conseguindo me organizar. Aonde você está indo? — Aproveitei a oportunidade para visitar minha avó, mas já estou prestes a sair. — Que bom! Você gostaria de tomar algo comigo? — Estou precisando, realmente. Você leu meus pensamentos! Aguarde-me no local de sempre, até lá. Dou uma última olhada para ela e acelero fundo. Já estávamos no bar, rindo e conversando descontraidamente enquanto compartilhavam algumas cervejas. O ambiente era aconchegante, com a luz suave das luminárias pendendo sobre a mesa. O tempo parecia voar enquanto nós falávamos sobre nosso trabalho, a vida, e pequenas curiosidades. Mais sentir alguma coisa mudar novamente no Henrique. Após algumas horas de conversa, começo a notar algo diferente no olhar de Henrique. Ele me observava de uma forma que ele nunca tinha, feito antes e penso pode ser o cansaço ou ele esteja carente.Mais era um olhar mais intenso, carregado demais sentimentos que iam além da amizade e parceria de trabalho, e isso eu sabia, mas precisava parar por aqui mesmo. Sentindo o clima mudar, percebi que era hora de eu ir embora. O relógio no bar já indicava que estava ficando tarde. Eu esbocei um sorriso, um pouco sem jeito, e disse: — Henrique, já está ficando tarde... Acho que já vou indo para casa. Henrique pareceu hesitar por um momento, mas logo concordou com um aceno de cabeça. — Claro, Jade. Eu também já vou indo. Nos levantamos, ainda em silêncio, e Henrique acompanhou-me até o meu carro. Olho para ele e agradeço pela companhia e pela noite agradável, dou um leve abraço, parecia que eu estava a deixar uma sensação indefinida sobre no ar o que poderia ou não acontecer a seguir. Mais eu sabia que precisava pensar sobre aquele novo olhar de Henrique, mas isso ficaria para outro momento assim que eu coloco o pé no carro ele fala: — Eu vi que você estava um pouco desconfortável, sinto muito, sei que às vezes eu pareço intenso, mas irei me controlar na próxima vez viu, assim que chegar em casa, me manda uma mensagem. — Está tudo bem Henrique, relaxa, até amanhã, eu te mando mensagem sim, se cuida e não demore ir para casa. Aquelas palavras de Henrique ficaram ecoando na minha cabeça enquanto eu dirigia. Ele sempre foi alguém com quem eu me sentia à vontade, mas hoje, algo parecia diferente. Eu sabia que ele tinha percebido meu desconforto, e que sua tentativa de se desculpar mostrava o quanto ele se importava, mas também me fez refletir sobre a mudança no comportamento dele. O olhar, as palavras, o jeito como ele me observava, tudo indicava que algo havia mudado entre nós, e eu não sabia se estava pronta para lidar com isso. Meu pensamento estava distante. Ainda com o coração um pouco acelerado, como se estivesse saindo de algo que poderia ter sido mais do que uma simples noite com um amigo. Henrique sempre teve uma maneira de me deixar confortável, mas, agora, havia um peso nas entrelinhas das palavras que ele não havia dito, e eu sabia que isso não ia desaparecer facilmente. Dei uma olhada no retrovisor e vi Henrique ainda ali, parado, olhando para o meu carro. Ele estava esperando algo. Talvez apenas me ver partir ou uma última confirmação. Não sei. Só sei que, quando vi a sua expressão, percebi que aquela noite marcaria um ponto de virada para os dois. O trânsito estava leve, mas minha mente não parava. Eu estava sozinha, dirigindo pelas ruas tranquilas da cidade, mas a sensação de estar em companhia de algo novo e indefinido me deixava inquieta. Eu precisava de um tempo para processar isso. Não podia deixar a situação com Henrique seguir adiante sem entender o que estava acontecendo. Eu não sabia exatamente o que ele sentia, e até que ponto isso poderia afetar o que tínhamos como parceria de trabalho. Cheguei em casa, estacionando na garagem com um suspiro. Meu corpo estava cansado, mas minha mente não parava de correr. Deixei o carro e, ao entrar em casa, fui direto para o sofá. Peguei o celular e, sem pensar muito, mandei a mensagem para Henrique. "Oi, Henrique. Está tudo bem, não se preocupe. Cheguei bem em casa, tenha uma boa noite." Eu respirei fundo depois de apertar "enviar", já sabendo que a resposta dele não seria fácil. Se eu fosse sincera comigo mesma, também não saberia o que eu queria dessa situação. A amizade, a parceria no trabalho, o relacionamento dele comigo. Deitei-me no sofá, o celular ainda na mão, e fiquei olhando para a tela, esperando por uma resposta. Mas o que eu realmente estava esperando? O que ele diria? Eu já sabia que esse simples "olhar" de Henrique poderia mudar tudo. Agora, a única coisa que eu podia fazer era esperar. Na verdade queria que ele respondesse logo que também está na segurança da sua casa, mas o que me resta agora é tomar um bom banho e me jogar na cama.Jasmine Permita-me apresentar-me, me chamo Jasmine Benson sou irmã mais velha, da jade tenho 28 anos e a minha vida havia desmoronado de uma maneira que eu jamais imaginaria. Antes, eu era técnica de enfermagem, uma profissão que me dava propósito, e mais que isso, eu era mãe de um menino que era o meu mundo. Mas, quando descobrir quê no final da minha gravidez, tinha dado pré eclampsia, e tinha evoluído para síndrome de hellp ele teve duas, paradas cardiorrespiratória após o nascimento e não resistiu, fiquei sem chão o buraco em meu peito parecia impossível de preencher.Nada fazia sentido. Nenhum sorriso, nenhuma rotina, nenhum dia que passava. A dor era um eco constante que me perseguia. Em meio a esse luto, eu começei a me distanciar de todos. A vida que antes tinha eu conhecia não existie mais. Foi então que eu busquei alívio conhecer um dos subordinados do Escorpião, um homem conhecido nas ruas como Coringa. Ele pode ser até perigoso, mas havia algo na escuridão dele que ref
JadeAcordo com o som suave do alarme do meu celular, que toca pontualmente às 6:00 horas. Eu respiro fundo, sentindo o aroma familiar do café que já está sendo preparado na cozinha, graças ao temporizador da minha cafeteira. Ainda com os olhos fechados, eu me espreguiçava na cama, esticando os braços acima da minha cabeça e relaxando os músculos antes de abrir os olhos. Me levanto com um pouco de preguiça, mas a determinação de enfrentar mais um dia no departamento de polícia me faz querer levantar imediatamente. Caminho até o banheiro e inicio a minha rotina de higiene pessoal, e agora sim, despertei de vez! A luz suave do amanhecer entrando pela janela, iluminando o espelho enquanto eu termino de escovar os dentes, me dá uma motivação extra, os meus olhos assumem a direção e é focado no reflexo. Eu prendo meus cabelos em um rabo de cavalo rápido e prático antes de vestir o meu uniforme, que sempre mantenho arrumado na cadeira ao lado da minha cama.Sou uma mulher prática, sempre
EscorpiãoEu sou Leonardo Ambrosio, mas esse nome é conhecido por poucos, quem quiser me encontrar ou saber algo a meu respeito pode procurar por Escorpião. Tenho 37 anos, e o Bronx é a minha casa. Cresci nas ruas daqui, após fugir de casa aos quatorze anos de idade, logo aprendi que a sobrevivência é um aprendizado diário, e cada esquina tem uma história marcada por lutas e vitórias. A minha maior sorte na vida foi um dia ter sido encontrado pelo Zeus, mas isso fica para outra hora. A minha vida não é um conto de fadas, mas é a vida que escolhi, ou talvez a que me escolheu.Aqui, no Bronx, controlamos muito mais do que territórios. Nós somos os responsáveis por manter o equilíbrio num ambiente onde a tensão pode explodir a qualquer momento. A produção, distribuição e venda de substâncias como cocaína, heroína e maconha são nossas principais atividades. Sim, são ilegais, mas é o que sustenta muitos de nós, o que mantém as luzes acesas e as famílias alimentadas. Não somos santos, mas t
EscorpiãoTenho uma rotina bem estabelecida. Todas as semanas, eu faço questão de verificar pessoalmente as cargas de drogas que chegam e recolher o dinheiro das extorsões pessoalmente, nossa organização presta serviços de “segurança” aos comerciantes locais. Procuro ser sempre meticuloso, sempre atento aos detalhes, pois sei que qualquer erro pode me custar caro, mas tinha alguma coisa fora do lugar e eu estava bem estressado, porque algo que não esperava acabou acontecendo. Mas hoje foi bem diferente, tudo estava mudado. Ao chegar no armazém onde as drogas eram armazenadas, percebi de cara que a carga estava incompleta. Um dos pacotes de cocaína estava faltando. Meu coração acelerou, mas mantive a calma. Pois sabia que, em situações como essa, a pior coisa que poderia fazer era perder o controle.Sem perder tempo, eu chamo um de meus homens de confiança, Vítor, e peço que ele fosse investigar o que havia acontecido. Minha cabeça já estava aquecendo enquanto, aguardo o seu retorn
Jade Acordo com um sobressalto, o meu coração estava disparado no peito. O quarto em minha volta estava mergulhado na escuridão, interrompida apenas pela fraca luz da lua que se infiltrava pelas cortinas entreabertas que eu deixei. Ainda me sentindo desorientada, o meu corpo úmido de suor e o ar pesado, como se algo invisível tivesse acabado de se dissipar. Esfrego os meus olhos, tentando apagar a imagem que persistia em minha mente, o rosto do homem que um dia havia me salvado. Fazia anos que não pensava nele, que não revivia aqueles momentos. No entanto, ali estava ele, vívo, como se o tempo não tivesse passado.Tentando entender por que agora? Por que aquele sonho, tão inesperado e intenso?Me sento na cama, puxando as cobertas ao redor de mim, enquanto os pensamentos começavam a organizar em minha mente. O que aquilo significava? Conversava comigo mesmo que ele queria dizer? Intrigada e perturbada, sabia que não ia conseguir mais voltar a dormir. Precisava entender. Algo dentro