No quiosque do jardim dos fundos do setor de internação do hospital, José perguntou a Carolina:- Você viu as notícias?Carolina estava sentada em frente a José, inicialmente surpresa, depois assentiu com a cabeça:- Eu sei.- Há muitos comentários negativos, não dê importância a eles. Não são importantes, sabe? - José franziu as sobrancelhas, tentando acalmar Carolina. Ele estava com medo de que os comentários negativos a afetassem novamente.Neste momento, as coisas já estavam complicadas o suficiente.- Entendi, Zé. - Ela assentiu, muito obediente. - Então, Zé, você sabe quem divulgou a informação?José lançou-lhe um olhar, se sentindo inexplicavelmente irritado ao falar sobre o assunto.- Vitor ainda está investigando.- Zé, eu... - Carolina abriu a boca, parecendo ter algo a dizer.José puxou a gola da camisa, levantou os olhos para ela:- Quer falar algo?Sua voz ficou um pouco mais grave, e Carolina hesitou se deveria falar.José já estava irritado e, ao vê-la hesitar, ficou ain
José falou suavemente:- Me solte primeiro.- Não. - Carolina balançou a cabeça, os olhos vermelhos, com uma expressão de fazer qualquer um sentir pena.Isabel viu as mãos de Carolina firmemente entrelaçadas na cintura de José, franziu as sobrancelhas e, com uma expressão indiferente, disse primeiro:- Já vi a vovó, ela está bem. Passei o recado, agora vou voltar ao trabalho. - Disse, se virando para sair.- Isabel. - José a chamou instintivamente.Isabel olhou para ele, mas seu olhar inevitavelmente caiu sobre Carolina. Isabel respondeu, mantendo a calma:- Fale.José franziu a testa, seus olhares se encontraram.José ficou em silêncio por alguns segundos, então disse:- Depois do trabalho, precisamos conversar.Isabel encontrou o olhar de José. Nos olhos dele, parecia haver mil palavras, cheias de dúvida e ressentimento.Isabel parecia entender algo vagamente, desviou o olhar e assentiu calmamente:- Certo.Ela sabia que, provavelmente, mais uma vez seria culpada.Isabel sorriu amarg
José franziu a testa e discou diretamente para Vitor, encostando o celular no ouvido. Ele estendeu a mão dentro do carro, procurando um cigarro.Vitor não atendeu.José, irritado, desligou o telefone e enviou uma mensagem de volta: “?”José tinha acabado de acender o cigarro quando avistou Isabel e alguns amigos saindo do hospital. Isabel levantou a cabeça e encontrou o olhar de José.José deu uma tragada no cigarro e, de repente, jogou ele na lixeira ao lado. Ele sacudiu a roupa, como se quisesse se livrar do cheiro de fumaça.Isabel parou na frente dele e, vendo ele pegar uma garrafa de água no carro e beber um gole, disse friamente:- Entra no carro.- O que foi? Se não for nada, podemos conversar aqui. Vou visitar minha avó depois. - Isabel não demonstrou intenção de entrar no carro.José olhou ao redor, estavam cercados de pessoas, e era hora do rush. Eles já eram o foco das notícias recentes. Conversar ali? Será que era apropriado?Vendo a hesitação de José, Isabel foi a primeira
No café, Isabel esfregou o pulso, procurando a lua no céu escuro como tinta.À sua frente, Carolina observava Isabel silenciosamente, com uma expressão indiferente.Isabel olhou ao redor e percebeu que não havia ninguém no café.- Eu reservei o lugar inteiro. - Carolina falou calmamente.Isabel não pôde deixar de levantar a cabeça, reservou o lugar inteiro?Elas poderiam simplesmente conversar, sem necessidade de todo esse esforço. O dinheiro em casa não surgia do nada.- Afinal, estamos no centro das atenções agora, a amante e a esposa oficial se encontrando, se forem vistas, serão alvo de fofocas. - Carolina tomou um gole de café.Isabel não pôde deixar de observar detalhadamente a mulher à sua frente.Na família Soares, a característica mais bonita era o nariz. As mulheres tinham narizes delicados e pequenos, enquanto os homens tinham narizes altos e elegantes.Mas o nariz de Carolina não se parecia em nada com os da família Soares.Para ser mais exata, Carolina inteira não se parec
- Carolina, eu vim falar com você não para falar sobre José. - Isabel colocou a xícara de café sobre a mesa, olhando para Carolina. - Mas sim sobre a Sra. Marina.- Aquela velha, o que há para falar sobre ela? - Carolina a odiava!Isabel franziu a testa, com uma expressão de desagrado:- Minha avó sempre deu muita importância à reputação. A posição da família Silva na Cidade A não precisa que eu explique, certo? Você sabe o quanto isso vai trazer problemas para a família Silva?Carolina não se importava com essas questões. Desde que pudesse se casar com José, ela faria qualquer coisa.- Se você quer se casar com José e entrar na família Silva, eu aconselho a tratar a Sra. Marina com mais respeito. - Isabel avisou Carolina.Carolina riu friamente ao ouvir as palavras de Isabel, se lembrando de tudo que Isabel havia feito pela família Silva ao longo dos anos.Ela respondeu com sarcasmo:- Isabel, você acha que eu vou agir como você, se tornando uma serva da família Silva só para me casar
O carro parou bruscamente, Carolina respirava com dificuldade, o rosto pálido de susto.- Desça do carro. - José lançou um olhar frio para Carolina, sua voz era extremamente gelada.Carolina mordeu os lábios:- Zé... Eu sei que errei.- Eu disse para você descer do carro! - Ele olhou para Carolina com frieza, uma simples frase que era impossível de ser recusada.- Mas essa é uma rodovia! Você vai me deixar aqui? - Carolina sentiu os olhos se encherem de lágrimas.- Srta. Carolina não é muito capaz? Uma simples rodovia vai ser um desafio para a Srta. Carolina? - José estreitou os olhos e continuou falando - Carolina, se lembre. Você pode me usar, pode colocar a família Silva em apuros. Mas se algo acontecer com minha avó, eu não vou te perdoar. Mesmo que você tenha me salvado.José apontou para Carolina, falando com um tom de seriedade que nunca havia usado antes com ela.Carolina sentiu como se tivesse levado um golpe na cabeça:- A avó é tão importante assim?- O que você acha? - José
As gotas de chuva batiam na janela, o som insistente e monótono enchia o ambiente de inquietação.- Vou sair um pouco. - José se levantou, pegando o casaco ao sair.- Mal se sentou e já vai sair. - Matheus o repreendeu.Na entrada do hospital, Isabel olhou para a chuva torrencial e suspirou resignada. Por mais que tivesse se apressado, não conseguiu evitar a tempestade.- Ultimamente, na Cidade A está sempre chovendo.- Chover tudo bem, mas com trovões e relâmpagos o tempo todo é assustador. - Comentou uma enfermeira de plantão ao lado.Isabel olhou para o céu e massageou os ombros.Um relâmpago iluminou o céu e Isabel, instintivamente, fechou os olhos. Logo, um trovão ecoou no céu.Isabel queria superar seu medo, mas deu dois passos para trás, tremendo.Ela respirou fundo, abriu os olhos. Com as mãos protegendo a cabeça, correu para a chuva.A chuva logo a encharcou e o vento uivava em seus ouvidos.As gotas de chuva caíam em seu rosto, e aquela sensação de desespero a fez lembrar do
Durante três anos, ele inúmeras vezes abandonou Isabel para ir atrás de Carolina.Ela passou de “Eu sou sua esposa, deveria se importar comigo” para a atual frase: “Carolina está te procurando”.Pensando nisso, José de repente fez uma inversão de marcha.Isabel o observou:- Para onde está indo?- De volta à mansão. - Sua voz era sombria, carregada de uma teimosia inexplicável.- José, me leve para casa. - Isabel ordenou seriamente.- Você vai passar a noite comigo. - Ele respondeu friamente.- Eu pulo do carro ou você me leva para casa? - Isabel olhou friamente para José, seu olhar ameaçador e decidido, sem qualquer hesitação.José virou a cabeça para olhá-la.Os olhos de Isabel estavam cheios de seriedade, como se ela realmente fosse pular do carro no próximo segundo.O que havia acontecido não permitia mais que eles continuassem assim.Se afastar de José fazia parte dos planos de Isabel.A velocidade do carro diminuiu.Finalmente, ele parou na beira da estrada.As gotas de chuva bat